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COLÉGIO NETWORK

CURSO TÉCNICO EM MECÂTRONICA

HIDROPNEUMÁTICA

Apostila de Pneumática

PROFESSOR: BRUNO BRASSELOTTI

SUMARÉ-SP
JULHO – 2012
REVISÃO 01
1. Introdução....................................................................................................................... 2
2. Comportamento do ar comprimido .................................................................................. 3
2.1. Compressibilidade ................................................................................................... 3
2.2. Elasticidade ............................................................................................................. 3
2.3. Difusibilidade ........................................................................................................... 4
2.4. Expansibilidade ....................................................................................................... 4
2.5. Peso do ar ............................................................................................................... 4
3. Sistema de medidas ....................................................................................................... 5
4. Produção, Preparação e Distribuição de Ar Comprimido ................................................ 6
4.1. Qualidade do Ar Comprimido ................................................................................... 6
4.2. Sistema de Produção e Preparação do Ar Comprimido ........................................... 7
4.3. Compressores ......................................................................................................... 8
4.3.1 Compressor de Êmbolo............................................................................................. 9
4.3.2 Compressores Rotativos ......................................................................................... 10
4.3.3 Compressor Parafuso ............................................................................................. 11
4.3.4 Compressor Roots .................................................................................................. 11
4.3.5 Turbo compressores axial ....................................................................................... 12
4.3.6 Turbo compressores radial...................................................................................... 12
4.4. Secagem do ar comprimido ................................................................................... 13
4.4.1 Secagem por Refrigeração ..................................................................................... 13
4.4.2 Secagem Por Absorção .......................................................................................... 14
4.4.3 Secagem Por Adsorção .......................................................................................... 14
4.5. Distriubuição do ar comprimido.............................................................................. 15
4.5.1 Filtro ........................................................................................................................ 17
4.5.2 Válvula reguladora de pressão ................................................................................ 18
4.5.3 Lubrificador ............................................................................................................. 19
5. Atuadores Pneumáticos ................................................................................................ 19
5.1. Componentes mecânicos de um cilindro ............................................................... 20
5.1.1 Cilindros de simples ação ....................................................................................... 20
5.1.2 Cilindros de dupla ação ........................................................................................... 21
5.1.3 Cilindro de haste passante ...................................................................................... 22
5.1.4 Cilindro de múltiplas posições ................................................................................. 23
5.1.5 Cálculo para dimensionamento de cilindro .............................................................. 24
6. Motores Pneumáticos ................................................................................................... 25
6.1. Motores Rotativos .................................................................................................. 26
6.1.1 Motor de Palhetas ................................................................................................... 26
6.1.2 Motor de Engrenagens e Motor Roots..................................................................... 26
6.2 Motores de Pistões .................................................................................................... 26
6.2.1 Motor de Pistões Radiais ........................................................................................ 27
6.2.2 Motor de Pistões Axiais ........................................................................................... 27
6.2. Motores de Turbina................................................................................................ 28
7. Elementos de sinal e comando pneumático .................................................................. 28
7.1. Válvulas direcionais ............................................................................................... 28
7.2. Válvulas de Bloqueio ............................................................................................. 34
7.3. Válvula de pressão ................................................................................................ 36
7.4. Válvula de Controle de Fluxo ................................................................................. 39
8. Diagrama trajeto passo ................................................................................................. 41
9. Eletropneumática .......................................................................................................... 43
10. Bibliografia ................................................................................................................ 62

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1. Introdução

O termo pneumática é derivado do grego Pneumos ou Pneuma (respiração,


sopro) e é definido como a parte da Física que se ocupa da dinâmica e dos
fenômenos físicos relacionados com os gases ou vácuos.
Pneumática é também o ramo da engenharia que estuda a aplicação do ar
comprimido para a tecnologia de acionamento e comando. Na verdade o uso do ar
comprimido como fonte de energia pelo homem data de 2550 AC. Nessa época
eram fabricados foles e órgãos que essencialmente geram sons baseado no
escoamento do ar sob pressão em tubos com furos. O ar comprimido era produzido
por uma bomba acionada manualmente. No século XIX, surgiram as primeiras
máquinas pneumáticas complexas, as locomotivas e perfuratrizes (nas minas de
carvão). Na verdade, essas máquinas utilizavam vapor superaquecido e não ar
comprimido propriamente dito, no entanto os princípios envolvidos no funcionamento
são idênticos. No entanto, foi no século XX, que a pneumática passou a ser aplicada
na automação industrial e se desenvolveu ao ponto que é conhecida hoje.
Atualmente existem várias aplicações da pneumática no meio industrial e
mesmo na nossa vida diária. Entre alguns exemplos de aplicações atuais de
pneumática podemos citar:

• prensas pneumáticas;
• dispositivos de fixação de peças em máquinas ferramenta e esteiras;
• acionamento de portas de um ônibus urbano ou dos trens do metrô;
• sistemas automatizados para alimentação de peças;
• robôs industriais para aplicações que não exijam posicionamento
preciso;
• freios de caminhão;
• parafusadeiras e lixadeiras;
• broca de dentista;
• pistola de pintura;
• correio pneumático.

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A seguir são apresentados os conceitos de geração, preparação e distribuição
de ar comprimido, atuadores e válvulas que compõem os sistemas pneumáticos,
além de outros dispositivos.

2. Comportamento do ar comprimido

2.1. Compressibilidade

O ar tem a propriedade de ocupar todo o volume de qualquer recipiente,


adquirindo ser formato, já que não forma própria. Assim podemos fechá-lo em um
recipiente com volume determinado e posteriormente provocar-lhe uma redução de
volume usando uma força exterior.

2.2. Elasticidade

Possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial assim que instinto a força


responsável pela redução.

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2.3. Difusibilidade

Permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio gasoso que não


esteja saturado.

2.4. Expansibilidade

Ocupa totalmente o volume de qualquer recipiente, adquirindo seu formato.

2.5. Peso do ar

Como toda matéria o ar tem peso. Um litro de ar, a 0ºC e ao nível do mar,
pesa 1,293 x 10-3 kgf.

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3. Sistema de medidas

Os sistemas de medidas usados na pneumática são: o internacional (SI) e o


técnico.

 Unidade de pressão nos sistemas


Internacional Pa
Técnico Kgf/cm2
Inglês Psi ou lb/pol2 (pound square inch)

 Unidade de força nos sistemas


Internacional newton
Técnico Kgf
Inglês lb (libra força)

 Conversão

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Exercícios:

1. Converta:
150 bar = psi
300 psi = kgf/cm²
15 atm = psi
195 lb/pol2 = bar
3,5 kgf/cm2 = lb/pol2
35 lb/pol2 = kgf/cm2

4. Produção, Preparação e Distribuição de Ar Comprimido

4.1. Qualidade do Ar Comprimido

Os equipamentos pneumáticos (principalmente as válvulas) são constituídos


de mecanismos muito delicados e sensíveis e para que possam funcionar de modo
confiável, com bom rendimento, é necessário assegurar determinadas exigências de
qualidade do ar comprimido, entre elas:

• Pressão
• Vazão
• Teor de água
• Teor de partículas sólidas
• Teor de óleo

As grandezas de pressão e vazão estão relacionadas diretamente com a


força e velocidade, respectivamente, do atuador pneumático. Cada componente
pneumático tem sua especificação própria de pressão e vazão de operação. Para
atender a essas especificações é necessário suficiente vazão no compressor,
correta pressão na rede e tubulação de distribuição corretamente dimensionada em
função da vazão.
Já água, óleo e impurezas têm grande influência sobre a durabilidade e
confiabilidade de componentes pneumáticos. O óleo em particular é usado para
lubrificar os mecanismos dos sistemas pneumáticos. Dependendo da aplicação as
exigências do ar com relação à água, óleo e impurezas são diferentes.

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Assim o ar deve passar por um tratamento rigoroso, que envolve filtros,
secadores e lubrificadores, antes de ser distribuído na fábrica.

4.2. Sistema de Produção e Preparação do Ar Comprimido

A figura abaixo mostra as etapas que o ar comprimido passa desde a sua


geração e tratamento até ser distribuído nas máquinas. Em geral, o ar comprimido é
produzido de forma centralizada e distribuído na fábrica. Para atender às exigências
de qualidade, o ar após ser comprimido sofre um tratamento que envolve:
• Filtração
• Resfriamento
• Secagem
• Separação de impurezas sólida e líquidas inclusive vapor d'água

Nessa figura cada equipamento por onde o ar passa é representado, por um


símbolo. Em pneumática existe uma simbologia para representar todos os
equipamentos pneumáticos. Assim estão representados na figura, por exemplo, os
símbolos do filtro, compressor, motor (elétrico ou de combustão), resfriador, secador
e reservatório.
No exemplo dado vemos que o ar é aspirado pelo compressor, que é a
máquina responsável por comprimir o ar. A taxa de compressão é em geral 1:7, ou
seja, o ar atmosférico à 1 bar é comprimido para 7 bar. Na entrada do compressor
existe um filtro para reter partículas sólidas do ar do meio ambiente. Ao ser
comprimido, o ar aquece aumentando a temperatura. Assim é necessário resfriá-lo,
pois a alta temperatura pode danificar a tubulação. Após o resfriamento o ar passa

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por um processo de secagem na tentativa de remover a água do ar que está sob a
forma de vapor, além disso, sofre uma filtração para eliminar partículas sólidas
introduzidas pelo compressor, por exemplo. O ar então é armazenado num
reservatório que tem duas funções:
• Garantir uma reserva de ar de maneira a garantir que a pressão da
linha se mantenha constante, evitando que o compressor tenha que ser
ligado e desligado várias vezes. Note que o consumo de ar na fábrica é
variável ao longo do expediente.
• Alguns compressores, como o compressor de êmbolo (ver adiante)
geram pulsos de pressão na compressão do ar. O reservatório evita
que esses pulsos de pressão sejam transmitidos para linha pneumática
da fábrica.
Do reservatório, o ar é distribuído na fábrica e em cada máquina existe uma
unidade de tratamento de ar que irá ajustar as características do ar comprimido de
acordo com as necessidades específicas da máquina. O ar comprimido é então
convertido em trabalho mecânico pelos atuadores pneumáticos.

4.3. Compressores

O compressor é uma máquina responsável por transformar energia mecânica


(ou elétrica) em energia penumática (ar comprimido), através da compressão do ar
atmosférico. A figura abaixo mostra a classificação dos compressores existentes que
serão descritos a seguir.

Classificação de compressores existentes

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Os compressores de êmbolo e rotativo se caracterizam por comprimir
mecanicamente um volume fixo de ar em cada ciclo. Já o turbo-compressor
comprime o ar forçando o seu escoamento por um bocal (difusor), ou seja,
transforma a sua energia cinética em energia de pressão.

4.3.1 Compressor de Êmbolo

Consiste num mecanismo biela-manivela (igual ao motor de um automóvel)


acionado por um motor elétrico ou de combustão.

Nesse compressor, o pistão aspira o ar através da válvula de aspiração e o


comprime no curso de compressão até atingir a pressão desejada quando abre a
válvula de pressão. São os mais usados ("compressor do dentista"), pois tem uma
larga faixa de operação.
São econômicos na faixa de pressão de 8 a 10 bar. Quando a razão de
compressão necessária é muito alta ocorrem perdas térmicas muito altas, e nesse
caso deve-se usar a versão multiestágio, em que a cada estágio ocorre um aumento
da pressão melhorando-se o rendimento. Em torno de cada pistão existem aletas
para a dissipação do calor gerado na compessão. Em alguns casos é necessário um
sistema de refrigeração à água.
Esse compressor apresenta como desvantagem a geração de oscilações de
pressão além de um fluxo de ar pulsante.
Uma variação desse compressor, chamado compressor de membrana, possui
uma membrana ao invés de um pistão. A idéia é isolar o ar a ser comprimido das

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peças do compressor evitando resíduos de óleo. É muito utilizado nas indústrias
alimentícias e farmacêuticas, por exemplo.

4.3.2 Compressores Rotativos

Trata-se de um rotor que gira no interior de uma carcaça acionado por um


motor elétrico ou de combustão. O rotor está excêntrico à carcaça e apresenta
palhetas ao seu redor que podem deslizar em guias.

Note que o volume de ar aspirado é ligeiramente comprimido ao longo do


percurso do rotor. Dessa forma, o fluxo gerado é pouco pulsante, mas opera em
faixas de pressão menores do que a do compressor de êmbolo. A lubrificação é feita
por injeção de óleo.

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4.3.3 Compressor Parafuso

Consiste em dois parafusos, cada um ligado a um eixo de rotação acionado


por um motor elétrico ou de combustão. O ar é deslocado continuamente entre os
parafusos, com isto não ocorrem golpes e oscilações de pressão, uma vez que não
há válvulas de oscilação de pressão e aspiração fornecendo um fluxo de ar
extremamente contínuo. São pequenos e permitem alta rotação, apresentando um
alto consumo de potência. Embora sejam caros são os mais preferidos no mercado
por fornecer um fluxo contínuo de ar. Devem operar à seco com ar comprimido
isento de óleo.

4.3.4 Compressor Roots

Consiste em duas "engrenagens" que se movimentam acionadas por um


motor elétrico ou de combustão. Funciona sem compressão interna sendo usado
apenas para o transporte pneumático gerando baixas pressões. A pressão é
exercida apenas pela resistência oferecida ao fluxo.

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4.3.5 Turbo compressores axial

O ar passa por rodas girantes atinge altas velocidades e no último estágio,


através de um difusor, a energia cinética do fluxo de ar é convertida em pressão.
Geram altas vazões de ar, porém como em cada estágio a pressão é muito baixa faz
se necessário a montagem de muitos estágios para alcançar pressões maiores.

4.3.6 Turbo compressores radial

A aspiração ocorre no sentido axial sendo o ar conduzido no sentido radial


para a saída. Apresentam as mesmas características dos compressores axiais (altas
vazões e baixas pressões).

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4.4. Secagem do ar comprimido

A aquisição de um secador de ar comprimido pode figurar no orçamento de


uma empresa como um alto investimento, um secador chegava a custar 25% do
valor total da instalação de ar. Mas cálculos efetuados mostravam também os
prejuízos causados pelo ar úmido: substituição de componentes pneumáticos, filtros,
válvulas, cilindros danificados, impossibilidade de aplicar o ar em determinadas
operações como pintura, pulverizações e ainda mais os refugos causados na
produção de produtos. Concluiu-se que o emprego do secador tornou-se altamente
lucrativo, sendo pago em pouco tempo de trabalho, considerando-se somente as
peças que não eram mais refugadas pela produção. Os meios utilizados para
secagem do ar são múltiplos. Vamos nos referir aos três mais importantes, tanto
pelos resultados finais obtidos quanto por sua maior difusão.

4.4.1 Secagem por Refrigeração

O método de desumidificação do ar comprimido por refrigeração consiste em


submeter o ar a uma temperatura suficientemente baixa, a fim de que a quantidade
de água existente seja retirada em grande parte. Além de remover a água, provoca,
no compartimento de resfriamento, uma emulsão com o óleo lubrificante do
compressor, auxiliando na remoção de certa quantidade.

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4.4.2 Secagem Por Absorção

É o método que utiliza em um circuito uma substância sólida ou líquida, com


capacidade de absorver outra substância líquida ou gasosa. Este processo é
também chamado de Processo Químico de Secagem, pois o ar é conduzido no
interior de um volume através de uma massa higroscópica que absorve a umidade
do ar, processando-se uma reação química As principais substâncias utilizadas são:
Cloreto de Cálcio, Cloreto de Lítio, Dry-o-Lite.
Com a conseqüente diluição das substâncias, é necessária uma reposição
regular, caso contrário o processo torna-se deficiente. A umidade retirada e a
substância diluída são depositadas na parte inferior do invólucro, junto a um dreno,
de onde são eliminadas para a atmosfera.

4.4.3 Secagem Por Adsorção

É a fixação das moléculas de um adsorvato na superfície de um adsorvente


geralmente poroso e granulado, ou seja, é o processo de depositar moléculas de
uma substância (ex. água) na superfície de outra substância, geralmente sólida
(ex.SiO2). Este método também é conhecido por Processo Físico de Secagem, o
processo de adsorção é regenerativo; a substância adsorvente, após estar saturada

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de umidade, permite a liberação de água quando submetida a um aquecimento
regenerativo.

4.5. Distriubuição do ar comprimido

As tubulações pneumáticas exigem manutenção regular, razão pela qual não


devem, dentro do possível, serem mantidas dentro de paredes ou cavidades
estreitas, pois isto dificulta a detecção de fugas de ar. Pequenos vazamentos são
causas de consideráveis perdas de pressão. Existem três tipos de redes de
distribuição de pressão principais:
• Rede em circuito aberto
• Rede em circuito fechado
• Rede combinada
Essas linha principais são feitas de tubos de Cobre, latão, aço liga, etc…
Conectadas às linhas principais estão as linhas secundárias, em geral, mangueiras
de borracha ou material sintético.
A rede em circuito aberto é a mais simples e deve ser montada com um
declive de 1% a 2% na direção do fluxo para garantir a eliminação da água que
condensa no interior da linha. Isso ocorre porque o ar fica parado no interior da linha
quando não há consumo.

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Já a rede em circuito fechado permite que o ar flua nas duas direções e que
fique circulando na linha reduzindo o problema de condensação.

As redes combinadas, também são instalações em circuito fechado. No


entanto, mediante as válvulas de fechamento existe a possibilidade de bloquear
determinadas linhas de ar comprimido quando a mesmas não forem usadas ou
quando for necessário colocá-las fora de serviço por razões de manutenção. Há uma
estanqueidade da rede portanto.

Em todas as configurações de rede por causa da formação de água


condensada (maior ou menor) é fundamental instalar a tomada de ar das tubulações
de ar secundárias na parte superior do tubo principal. Desta forma evita-se que a
água condensada, eventualmente existente na tubulação principal possa chegar aos
ramais secundários. Para interceptar e drenar a água condensada devem ser
instaladas derivações com drenos na parte inferior da tubulação principal.

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Para se manter o ar comprimido em boas condições de uso, utilizamos a
unidade de conservação. A utilização desta unidade de serviço é indispensável em
qualquer tipo de sistema pneumático, do mais simples ao mais complexo. Ao mesmo
tempo em que permite aos componentes trabalharem em condições favoráveis,
prolonga a sua vida útil é composta de:
• filtro
• regulador de pressão
• lubrificador

4.5.1 Filtro

O filtro serve para eliminar partículas sólidas e líquidas (impurezas, água,


etc..). A filtração ocorre em duas fases. Uma pré-eliminação é feita por rotação do ar
gerando uma força centrífuga. A eliminação fina é feita pelo elemento filtrante. O
filtro apresenta um dreno (manual ou automático) para a eliminação de água. A
porosidade do elemento filtrante é da ordem de 30 a 70 µm.

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4.5.2 Válvula reguladora de pressão

Essa válvula tem a função de manter constante a pressão no equipamento.


Ela somente funciona quando a pressão a ser regulada (pressão secundária) for
inferior que a pressão de alimentação da rede (pressão primária). Assim essa
válvula pode reduzir a pressão, mas jamais aumentá-la.

O seu funcionamento ocorre da seguinte forma. Se a pressão secundária


diminuir em relação a um valor especificado a mola 2 empurra o êmbolo 6 que abre
a comunicação com a pressão primária. Se a pressão secundária aumenta, em
relação a um valor especificado (por exemplo, devido à um excesso de carga no
atuador) então a membrana 1 é atuada pressionando a mola 2 e o êmbolo 6 fecha a
comunicação até que a pressão secundária diminua. Se a pressão secundária
aumentar demais, então além de ocorrer a situação anterior, a membrana 1 se
separa do êmbolo 6, abrindo a comunicação com os furos de exaustão, ocorrendo o
escape de ar, o que reduz a pressão secundária. O parafuso 3 permite regular a
rigidez da mola 2 e portanto a pressão secundária. Logicamente essa válvula gera
uma oscilação de pressão na sua saída (pressão secundária), no entanto tanto
menor será essa oscilação quanto melhor forem dimensionados os componentes da
válvula.

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4.5.3 Lubrificador

A lubrificação do ar comprimido é feita através do lubrificador que abastece os


elementos pneumáticos com óleo lubrificante. Os lubrificantes reduzem as forças de
atrito ao mínimo, protegem os elementos móveis contra o desgaste e evitam a
corrosão os aparelhos. Os lubrificantes geralmente funcionam pelo princípio venturi.
Neste sistema de lubrificação, a diferença de pressão, entre a pressão antes do local
pulverizador e, a pressão de estrangulamento do bocal, suga o óleo do reservatório,
pulverizando-o na corrente de ar. Aparelho lubrificador só entra em funcionamento
quando há um fluxo de ar suficiente para provocar a depressão que suga o
lubrificante do reservatório. Desta forma, é muito importante que se preste atenção
aos valores de vazão (fluxo) indicados pelo fabricante do aparelho.

5. Atuadores Pneumáticos

Os atuadores pneumáticos são classificados em atuadores lineares que


geram movimentos lineares e atuadores rotativos que geram movimentos rotativos
que serão descritos a seguir.
As principais características dos atuadores pneumáticos são:

• Apresentam baixa rigidez devido à compressibilidade do ar;

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• Não há precisão na parada em posições intermediárias;
• Apresentam uma favorável relação peso/potência;
• Dimensões reduzidas;
• Segurança à sobrecarga;
• Facilidade de inversão;
• Proteção à explosão.

5.1. Componentes mecânicos de um cilindro

5.1.1 Cilindros de simples ação

Os cilindros de simples ação realizam trabalho recebendo ar comprimido em


apenas um de seus lados. Em geral o movimento de avanço é o mais utilizado para
a atuação com ar comprimido, sendo o movimento de retorno efetuado através de
mola ou por atuação de uma força externa devidamente aplicada.
A força da mola é calculada apenas para que se possa repor o embolo do
cilindro à sua posição inicial com velocidade suficientemente alta, sem absorver
energia elevada.
O curso dos cilindros de simples ação está limitado ao comprimento da mola.
Por esta razão não são fabricados cilindros de simples ação com atuação por mola

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com mais de 100 mm. Os cilindros de simples ação são especialmente utilizados em
operações que envolvam fixação, expulsão, extração e prensagem entre outras. Os
cilindros de simples ação podem ainda ser construídos com elementos elásticos
para reposição. É o caso dos cilindros de membrana onde o movimento de retorno é
feito por uma membrana elástica presa à haste. A vantagem da membrana está na
redução do atrito, porém a limitação da força nestes casos se torna uma
desvantagem. Estes cilindros são usados especialmente em situações de pequenos
espaços disponíveis para operações de fixação e indexação de peças ou
dispositivos.

5.1.2 Cilindros de dupla ação

Os cilindros de dupla ação realizam trabalho recebendo ar comprimido em


ambos os lados.
Desta forma realizam trabalho tanto no movimento de avanço como no
movimento de retorno. Um sistema de comando permite ao ar comprimido atingir
uma câmara de cada vez, exaurindo o ar retido na câmara oposta. Assim quando o
ar comprimido atinge a câmara traseira estará em escape à câmara dianteira e o
cilindro avançará. No movimento de retorno o ar comprimido chega à câmara

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dianteira e a câmara traseira estará em escape. Como não há a presença da mola,
as limitações impostas aos cilindros de dupla ação, estão ligadas as deformações da
haste quanto à flexão e a flambagem. Os cilindros de dupla ação quando sujeitos a
cargas e velocidades elevadas, sofrem grandes impactos, especialmente entre o
embolo e as tampas.

5.1.3 Cilindro de haste passante

Com este cilindro pode-se efetuar trabalho em ambos os lados ao mesmo


tempo. Pode-se também utilizar um dos lados somente para acionamento de
elementos de sinal. Um ponto positivo importante deste tipo de cilindro é o fato de
que por possuir dois mancais de apoio para as hastes, ele pode suportar cargas

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laterais maiores, porém por possuir hastes em ambos os lados ele tem sua
capacidade de forças reduzidas em relação à cilindros convencionais com uma
única haste.

5.1.4 Cilindro de múltiplas posições

Este tipo de cilindro é formado por dois ou mais cilindros unidos por suas
câmaras traseiras. Desta forma se consegue um curso mais longo em um pequeno
espaço físico.
Além disso pode-se conseguir posicionamentos intermediários escalonados.

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5.1.5 Cálculo para dimensionamento de cilindro

Para selecionar um cilindro devemos saber:


• Força
• Pressão
• Curso máximo
• Tempo
• Tipo de fixação
• Temperatura

As forças realizadas pelos cilindros dependem da pressão do ar, do diâmetro


do êmbolo e em função da aplicação que se deseja do cilindro. A força teórica
exercida pelo cilindro é calculada segundo a fórmula:

Ft = P x A
Ft = Força teórica de êmbolo (N)
A = Superfície útil do embolo (cm2)
P = Pressão de trabalho (bar)

• Cilindro de simples ação


Fav = A x P – (Fr + Ff)

• Cilindro de dupla (avanço)


Fav = A x P – Fr

• Cilindro de dupla (retorno)


Fret = A2 x P – Fr

• F = força efetiva do êmbolo (N)


• A = área útil do êmbolo (cm2)
• P = pressão trabalho (bar)
• Fr = força de atrito (N)
• Ff = força de resistência da mola de compressão (N)

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• D = Diâmetro do êmbolo (cm)
• d = diâmetro da haste do êmbolo (cm)

6. Motores Pneumáticos

São responsáveis por transformar energia pneumática em trabalho mecânico


realizando a operação inversa dos compressores.
As classificações dos motores pneumáticos são:

Entre os critérios para a escolha de um motor pneumático temos:


• Torque necessário sob carga e no arranque;
• Rotação com carga correspondente;
• Desvio admissível da rotação com variação de carga;
• Consumo de ar e rendimento.
A construção mecânica desses motores é similar a dos compressores
pneumático. A seguir são descritos brevemente cada tipo de motor.

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6.1. Motores Rotativos

6.1.1 Motor de Palhetas

Seu funcionamento é exatamente o oposto do compressor de palhetas. A


expansão do ar nas câmaras entre as palhetas também é aproveitada na realização
de trabalho mecânico. A rotação é facilmente invertida dependendo da entrada do
ar. A faixa de rotação de um motor de palheta varia de 200 rpm até 10000 rpm e a
de potência varia de 50W até 20 kW. É muito usado em parafusadeiras
pneumáticas.

6.1.2 Motor de Engrenagens e Motor Roots

A geração do torque ocorre pela pressão do ar exercida nos flancos dos


dentes de duas engrenagens engrenadas. Uma engrenagem está fixa ao eixo e a
outra livre. Podem ser fabricados com dentes retos, helicoidais ou em "V". Nos
motores de dentes retos não há aproveitamento da expansão de volume de ar. A
faixa de rotação varia de 1000 r.p.m. à 3000 r.p.m. e a faixa de potência vai até 70
kW. O motor roots apresenta o mesmo princípio sendo de igual construção ao
compressor roots.

6.2 Motores de Pistões

Entre as características desse motor temos:


• Elevado torque de arranque e na faixa de rotação;

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• Baixa rotação (até 5000 r.p.m.);
• Faixa de potência varia de 2W até 20 kW;
• Comando de fornecimento de ar por distribuidor rotativo.

6.2.1 Motor de Pistões Radiais

A figura abaixo ilustra um motor de pistões radiais em execução estrela onde


a transformação do movimento linear do pistão ocorre por um mecanismo biela-
manivela (como no motor de automóvel).

6.2.2 Motor de Pistões Axiais

O motor de pistões axiais onde a transformação ocorre por disco oscilante


como ilustrado na figura abaixo. Esse motor apresenta uniformidade no movimento
de rotação com um funcionamento silencioso e sem vibrações, sendo utilizado em
equipamentos de elevação.

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6.2. Motores de Turbina

Opera de forma contrária ao turbo-compressor, ou seja, a energia cinética do


ar é convertida em movimento rotativo. Apresentam péssimo rendimento devido às
altas perdas de ar, sendo econômico apenas para baixas potências, no entanto são
capazes de atingir rotações elevadíssimas com baixo torque que variam de 80.000
r.p.m. até 400.000 r.pm. Para baixas rotações e altos torques não é vantajoso a sua
utilização, pois necessita de ser acoplado a um redutor.
Uma aplicação clássica é a "broca do dentista" que chega atingir 500.000
r.p.m.. Também usado em fresadoras e retificadoras de alta rotação.

7. Elementos de sinal e comando pneumático

Os circuitos pneumáticos são constituídos por elementos de trabalho


(atuadores), sinal e comando (válvulas). As válvulas são elementos de comando
para a partida, parada, direção ou regulagem. Elas comandam também a vazão ou a
pressão do fluido armazenado em um reservatório.
São classificadas segundo suas funções, e obedecem a norma DIN/ISO 1219
são elas:
• Válvulas de Controle Direcional
• Válvulas de Bloqueio (Anti-Retorno)
• Válvulas de Controle de Pressão
• Válvulas de Controle de Fluxo
• Válvulas de Fechamento

7.1. Válvulas direcionais

São elementos que influenciam no trajeto do fluxo do ar, principalmente nas


partidas, paradas e direção do fluxo.
Para conhecermos bem uma válvula, devemos levar em conta os seguintes
dados:
1. Número de Posições
2. Número de Vias

28
3. Tipo de Acionamento
4. Tipo de Retorno
5. Vazão

Número de Posições

As válvulas direcionais são sempre representadas por um retângulo. Este


retângulo é dividido em quadrados. O número de quadrados representados na
simbologia é igual ao número de posições da válvula, representando a quantidade
de movimentos que executa através de acionamentos.
Número de posições é a quantidade de manobras distintas que uma válvula
direcional pode executar ou permanecer sob a ação de seu acionamento. Nestas
condições, a torneira, que é uma válvula, tem duas posições: ora permite passagem
de água, ora não permite.

Número de Vias

O número de vias é o número de conexões de trabalho que a válvula possui.


São consideradas como vias a conexão de entrada de pressão, conexões de
utilização e as de escape. Para fácil compreensão do número de vias de uma
válvula de controle direcional podemos também considerar que:
Uma regra prática para a determinação do número de vias consiste em
separar um dos quadrados (posição) e verificar quantas vezes o(s) símbolo(s)
interno(s) toca(m) os lados do quadro, obtendo-se, assim, o número de orifícios e
em correspondência o número de vias. Preferencialmente, os pontos de conexão
deverão ser contados no quadro da posição inicial.
Na próxima página segue alguns esquemas das válvulas mais utilizadas.

29
Para garantir a identificação e ligação corretas das válvulas, marcam-se as
vias com letras maiúsculas (DIN) ou com números (ISO)

30
Tipo de acionamento

Os tipos de acionamentos são diversificados conforme a necessidade do


usuário e podem ser:
• Musculares
• Mecânicos
• Pneumáticos
• Elétricos
• Combinados

Estes elementos são representados por símbolos normalizados e são


escolhidos conforme a necessidade da aplicação da válvula direcional, os símbolos
dos elementos são desenhados horizontalmente nos quadrados.

Acionamento por força muscular

Geral

Por botão

Por alavanca

Por pedal

Acionamento mecânico

Por apalpador

Por mola

Por rolete apalpador

31
Por rolete apalpador
escamoteável
(gatilho)

Acionamento elétrico
Por eletroimã com (bobina solenóide):

Um enrolamento ativo

Dois enrolamentos ativos no mesmo sentido

Dois enrolamentos ativos em sentido contrário

Acionamento pneumático
Acionamento direto

Por acréscimo de pressão (positivo)

Por decréscimo de pressão (negativo)

Por acionamento de pressão diferencial

Acionamento indireto

Por acréscimo de pressão na válvula de


pré-comando (servopiloto positivo)

Por decréscimo de pressão na válvula de


pré-comando (servopiloto negativo)

Acionamento combinado

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Por eletroímã e válvula de pré-comando
(servocomando).

Por eletroímã ou válvula de pré-comando

Tipo de retorno
Por mola ou acionamento pneumático (piloto).

Exemplo:

33
7.2. Válvulas de Bloqueio

Estas válvulas são aparelhos que fecham a passagem em uma direção,


dando passagem em direção contrária. A própria pressão aciona a peça vedante e
ajuda, com isto, a vedação da válvula.

Válvula alternadora (Elemento “ou”)

Também chamada "válvula de comando duplo ou válvula de dupla retenção".


Esta válvula tem duas entradas, P1 e P2, e uma saída, A. Entrando ar comprimido
em P1, a esfera fecha a entrada P2 e o ar flui de P1 para A. Em sentido contrário,
quando o ar flui de P2 para A, a entrada P1 será fechada. No retorno do ar, quer
dizer, quando um lado de um cilindro ou de uma válvula entra em exaustão, a esfera
permanece na posição em que se encontrava antes do retorno do ar.
Resumindo: Uma saída em A é possível quando existe um sinal em P1 "OU"
P2 (A = X+Y).

Esta válvula também seleciona os sinais das válvulas pilotos provenientes de


diversos pontos e evita o escape do ar através de uma segunda válvula. Devendo
ser um cilindro ou uma válvula acionada de dois ou mais lugares é necessário
empregar uma válvula alternadora (dupla retenção).

Válvula de simultaneidade (elemento “E”)

Esta válvula tem duas entradas, P1 e P2 e uma saída em A. Só haverá uma


saída em A, quando existirem os dois sinais de entrada P1 e P2 . (A = X.Y).
No sinal de entrada em P1 ou P2 impede o fluxo para A, em virtude das
forças diferenciais no pistão corrediço. Existindo diferença de tempo nos sinais de

34
entrada, o sinal atrasado vai para a saída. Quando há diferença de pressão dos
sinais de entrada, a pressão maior fecha um lado da válvula, e a pressão menor vai
para a saída A. Emprega-se esta válvula principalmente em comando de bloqueio,
comandos de segurança e funções de controle em combinações lógicas.

Válvula de escape de rápido

Válvulas de escape rápido são utilizadas para aumentar a velocidade nos


cilindros. Tempos de retorno elevados, especialmente em cilindros de simples ação,
podem ser eliminados dessa forma. A válvula está provida de conexão de pressão
(P) e conexão, de escape (R) bloqueáveis. Se tivemos pressão em P, o elemento de
vedação adere ao assento do escape. Dessa forma, o ar atinge a saída pela
conexão de utilização A. Quando a pressão em P deixa de existir, o ar, que agora
retorna pela conexão A, movimenta o elemento de vedação contra a conexão P, e
provoca seu bloqueio. Dessa forma, o ar pode escapar por R, rapidamente, para a
atmosfera.
Evita-se, com isso, que o ar de escape seja obrigado a passar por uma
canalização longa e de diâmetro pequeno, até a válvula de comando. O mais
recomendável é colocar o escape rápido diretamente no cilindro ou, então, o mais
próximo possível do mesmo.

35
Válvula de retenção

Esta válvula pode fechar completamente a passagem em uma direção. Em


direção contraria, passa o ar com a mínima queda possível de pressão. O
fechamento de uma direção pode ser feito por cone, esfera, placa ou membrana.
Símbolos:
• Válvula de bloqueio se fechando por atuação de uma, força sobre a
peça vedante.

• Com contrapressão. Como por exemplo mola, fechamento quando a


pressão de saída é maior ou igual à pressão de entrada.

7.3. Válvula de pressão

São válvulas que influenciam principalmente a pressão e pelas quais podem


ser feitas regulagens ou comandos, em dependência da pressão. Distinguem-se:
• Válvula reguladora de pressão (redutor de pressão)
• Válvula limitadora de pressão (de alivio)
• Válvula de seqüência (pressostato)

36
Válvula reguladora de pressão

O Regulador tem a tarefa de manter constante a pressão de trabalho


(secundária) pré-regulada no manômetro, mesmo com a pressão oscilante da rede,
a fim de ser fornecida estável para os elementos de trabalho e outros elementos.
A pressão de entrada deve ser sempre maior do que a de saída.

Válvula reguladora de pressão sem escape.


A função desta válvula corresponde à descrita anteriormente. A segunda sede
no meio da membrana não existe. Portanto, mesmo numa pressão secundária
maior, o ar não pode escapar.

Válvula reguladora de pressão com escape.

Neste tipo de válvula teremos, ao contrário da anterior, uma pressão


equilibrada. Através da abertura de escape, elimina-se a sobrepressão do lado
secundário.

37
Válvula limitadora de pressão

Emprega-se principalmente como válvula de segurança ou de alívio. Não


permite o aumento da pressão no sistema, acima dá pressão máxima admissível.
Alcançada, na entrada da válvula, a pressão máxima, abre-se a sua saída e o ar
escapa. A válvula permanece aberta até que a mola montada, após alcançar a
pressão pré-regulada, em dependência da linha de marcação, a feche.

38
Conversores pneumático-elétrico ou pressostatos

Serve para transformar um sinal de entrada pneumático num sinal de saída


elétrico. Em geral a pressão age sobre um êmbolo (ou membrana) que se desloca
efetuando o contato. A regulagem da pressão em que o contato ocorre é feita
regulando se a distância entre que o êmbolo deve mover para realizar o contato. A
figura abaixo ilustra um pressostato de calibragem fixa e um variável.

7.4. Válvula de Controle de Fluxo

Válvula reguladora de fluxo unidirecional

Também conhecida como "válvula reguladora de velocidade". Nesta válvula,


a regulagem do fluxo é feita somente em uma direção. Uma válvula de retenção
fecha a passagem numa direção e o ar pode fluir somente através da área regulada.
Em sentido contrário, o ar passa livre através da válvula de retenção aberta.
Empregam-se estas válvulas para a regulagem da velocidade em cilindros
pneumáticos.

39
Válvula reguladora de fluxo unidirecional com acionamento mecânico
regulável

São empregadas quando há necessidade de alterar a velocidade de um


cilindro, de ação simples ou dupla, durante seu trajeto. Com cilindros de ação dupla,
pode ser utilizada como amortecimento de fim de curso. Antes do avanço ou recuo
se completar, a massa é sustentada por um fechamento ou redução da secção
transversal da exaustão. Esta aplicação se fará quando for recomendável um reforço
no amortecimento de fim de curso. Por meio de um parafuso, pode-se regular uma
velocidade base. Um came, que força o rolete para baixo, regula a secção
transversal de passagem.
Em sentido contrário, o ar desloca uma vedação de seu assento e passa
livremente. Esta válvula pode ser usada normal aberta ou normal fechada.

40
8. Diagrama trajeto passo

Representação dos Movimentos

Quando os procedimentos de comando são um pouco mais complicados, é de


grande ajuda para o técnico dispor dos esquemas de comando e seqüências,
segundo o desenvolvimento de trabalho das máquinas. Além disso, uma
representação clara possibilita uma compreensão bem melhor.
Exemplo: Pacotes que chegam por uma esteira transportadora de rolos são
levantados e empurrados pela haste de cilindros pneumáticos para outra esteira
transportadora. Devido a condições de projeto, a haste do segundo cilindro só
poderá retornar após a haste do primeiro ter retornado.

Seqüência cronológica
1. A haste do cilindro A avança e eleva o pacote.
2. A haste do cilindro B avança e empurra o pacote para a esteira
3. A haste do cilindro A retorna à sua posição inicial.
4. A haste do cilindro B retorna à sua posição inicial.

Indicação Algébrica
1. Cilindro A +
2. Cilindro B +
3. Cilindro A -
4. Cilindro B –

41
Diagrama Trajeto Passo

Neste caso se representa a seqüência de movimentos de um elemento de


trabalho; levando-se ao diagrama os movimentos e as condições operacionais dos
elementos de trabalho. Isto é feito através de duas coordenadas, uma representa o
trajeto dos elementos de trabalho, e a outra o passo (diagrama trajeto-passo).

Se existem diversos elementos de trabalho para um comando, estes serão


representados da mesma forma e desenhados uns sob os outros. A ocorrência
através de passos.

42
9. Eletropneumática

Em eletropneumática o comando é executado por um circuito elétrico do tipo


Controlador Lógico Programável (CLP) ou através de um microcomputador. Utiliza
válvulas pneumáticas direcionais atuadas por solenóides apenas para comandar
diretamente os pistões. Na verdade o solenóide aciona um sistema pneumático que
aciona a válvula. Os componentes (válvulas) que realizam o controle são
substituídos por relés, comutadores de potência, interruptores, pressostatos e
sensores elétricos. É recomendada para ambientes em que não há risco de
explosão.
A figura abaixo ilustra alguns elementos básicos de eletropneumática e seus
símbolos. O botão fechador está normalmente aberto enquanto que o abridor está
normalmente fechado. O comutador abre e fecha contatos ao mesmo tempo.

Outro elemento muito usado é o relé. O relé consiste num elemento de


comutação acionado eletromagneticamente. Note na figura que um relé pode ligar e
desligar vários circuitos, pois podem existir várias chaves que são atuadas
(mecanicamente) pela sua bobina.

43
A abaixo ilustra um circuito eletropneumático simples em que o interruptor S1
aciona o solenóide Y1 da válvula do pistão. Note o símbolo do solenóide da válvula.
Os pólos + e - representam os pólos da rede elétrica.

No entanto, devido às altas correntes que são em geral necessárias para


acionar a válvula o circuito de acionamento é separado do circuito de controle.
Assim o interruptor S1 acionaria um relé de baixa corrente K1 que acionaria o
solenóide Y1.

44
Na próxima figura é ilustrado um circuito eletropneumático que comanda um
cilindro de dupla ação acionada por uma válvula 5/2 vias. K1 e K2 são relés e Y1 e
Y2 os solenóides das bobinas. Note que agora temos apenas interruptores elétricos
(S1, S2 e S3).

No próximo exemplo temos dois circuitos em que o relé se mantém ligado ao


ser acionado somente desligando quando acionado o botão desliga. Ao lado temos
um exemplo de aplicação. O circuito é chamado "ligar dominante" quando ao
pressionar simultaneamente os botões liga e desliga o circuito liga, e "desligar
dominante" caso contrário.

45
Conversão pneumática de sinais

Pressostato: também conhecidos como sensores de pressão, são

chaves elétricas acionadas por um piloto hidráulico ou pneumático. Os

pressostatos são montados em linhas de pressão hidráulica e ou

pneumáticas e registram tanto o acréscimo como a queda de pressão

nessas linhas, invertendo seus contatos toda vez em que a pressão do

óleo ou ar comprimido ultrapassar o valor ajustado na mola de reposição.

Equipamentos elétricos
Equipamentos de entrada de sinais
Interruptor
Elemento de comutação acionado manualmente com, pelo menos, duas posições de
comutação, e que permanece em cada uma das posições após o acionamento.

Botoeira
Elemento de comutação acionado
manualmente, com reposição
automática após a retirada da
força de acionamento.

Chave fim de curso


Elemento de comutação acionado mecanicamente, cuja finalidade é transmitir informações da
instalação ao comando.

46
Equipamento para processamento de sinais
Contator de potência
Elemento de comutação, acionado eletromagneticamente, sendo,
portanto, comandado indiretamente. Trabalha com potência elevada,
sendo utilizado para o comando de elementos de trabalho: eletroímãs,
motores elétricos, etc.

Comutação direta para inversão do sentido de


rotação de motores trifásicos

Contator
auxiliar
Elemento de comutação de potência baixa, é
utilizado para comutação de circuitos auxiliares.

47
11.2.3. Relé de tempo
Elemento de comutação temporizado, com retardo de fechamento ou de abertura.

Equipamento de saída de sinal


Válvula magnética
Elemento conversor eletromecânico

48
Símbolos básicos funcionais

Pneumático Hidráulico Descrição


Fluxo

Fonte de pressão

Motor elétrico

Motor térmico

Silenciador

Reservatório aberto à atmosfera

Reservatório com linha terminando


abaixo do nível de fluido

Reservatório pressurizado

Bocal de enchimento

49
Símbolos de linhas de fluxo
Pneumático e hidráulico
Descrição
Linha de trabalho, de retorno ou de
alimentação
Linha de pilotagem
Linha de dreno ou sangria

Mangueira ou tubo flexível

Linha elétrica

União de linhas

Linhas cruzadas, não conectadas

Sangria de ar

Compressores e bombas
Pneumático Hidráulico Descrição

Com um sentido de fluxo

Com dois sentidos de fluxo

Bomba hidráulica de deslocamento


variável com um sentido de fluxo

Bomba hidráulica de deslocamento


variável com dois sentidos de fluxo

50
Motores/Atuadores rotativos
Pneumático Hidráulico Descrição

Com um sentido de fluxo

Com dois sentidos de fluxo

Com um sentido de fluxo e


deslocamento variável

Com dois sentidos de fluxo e


deslocamento variável

Motor oscilante

Bomba/motor de deslocamento fixo


com reversão do sentido de fluxo
(funcionamento como bamba ou
motor conforme o sentido de fluxo)

Cilindros/Atuadores lineares
Pneumático e hidráulico Descrição
Cilindro de ação simples com
retração por uma força não
especificada (símbolo geral quando o
método de retorno não for
especificado)

Cilindro de ação simples com


retração por mola

Cilindro de ação dupla com haste


simples

Com dois amortecimentos fixos

Com dois amortecimentos reguláveis

Cilindro telescópico com


intensificador de pressão

51
Cilindro telescópico com ação
simples

Cilindro telescópico com ação dupla

Cilindro telescópico com conversor


hidropneumático

Cilindro telescópico com haste dupla

Cilindro telescópico com cilindro


diferencial

Observação
O funcionamento do cilindro
depende da diferença das áreas
efetivas de cada lado do êmbolo
Com um amortecimento fixo no
avanço

Com um amortecimento fixo na


retração

Com um amortecimento regulável no


avanço

Com um amortecimento regulável na


retração

52
Símbolos acumuladores
Hidráulico Descrição

Acumulador (símbolo gernérico)

Acumulador por mola(s)

Acumulador por peso

Acumulador por gás (genérico)

Acumulador por gás com bexiga

Acumulador por gás com membrana

Acumulador por gás com êmbolo

Trocadores de calor
Pneumático e hidráulico Descrição
Resfriador (símbolo genérico). O sentido das setas no
losango indica a dissipação de calor sem representação
das linhas de fluxo do meio refrigerante

Resfriador (símbolo genérico). O sentido das setas no


losango indica a dissipação de calor com representação
das linhas de fluxo do líquido refrigerante

Resfriador (símbolo genérico). O sentido das setas no


losango indica a dissipação de calor com representação
das linhas de fluxo do gás refrigerante

53
Símbolos de filtros, purgadores e lubrificantes
Pneumático Hidráulico Descrição

Filtro (símbolo genérico)

Purgadores com dreno manual

Purgadores com dreno automático

Filtro com purgador com dreno


manual

Filtro com purgador com dreno


automático

Filtro com purgador com


desumidificador de ar

Filtro com purgador com lubrificador

Filtro com purgador com unidade


condicionadora

Válvulas direcionais
Pneumático e hidráulico Descrição

2 vias com 2 posições posição


normal fechada (NF)

2 vias com 2 posições posição


normal aberta (NA)

3 vias com 2 posições posição


normal fechada

3 vias com 2 posições posição


normal aberta

54
4 vias com 2 posições

4 vias com 3 posições posição


intermediária com saídas livres para
R

4 vias com 3 posições posição


intermesiária fechada

5 vias com 2 posições

5 vias com 3 posições

Acionamento das válvulas


Pneumático Hidráulico Descrição
Acionamento direto por piloto
externo por aplicação ou por
acréscimo de pressão

Acionamento direto por piloto


externo por despressurização

Acionamento indireto por acréscimo


de pressão

Acionamento indireto por


despressurização

Acionamento indireto por áreas de


atuação diferentes (no símbolo, o
retângulo maior representa a área de
atuação maior
Acionamento combinado por
solenóide com piloto e dreno
(hidráulico), exaustão (pneumático)
externo

Acionamento combinado por


solenóide com piloto e dreno interno

Acionamento combinado por


solenóide ou piloto

55
Acionamento combinado por
solenóide e piloto ou por ação
muscular

Símbolo básico, sem indicação do


modo de operação

Botão de acionamento manual

Alavanca de acionamento manual

Pedal

Apalpador ou pino

Mola

Rolete

Rolete articulado ou gatilho


(operando em um único sentido)

Acionamento por solenóide com uma


bobina

Acionamento por solenóide com


duas bobinas, operando em sentido
oposto

Acionamento por solenóide com uma


bobina operando proporcionalmente

Acionamento com duas bobinas


operando proporcionalmente em
sentidos opostos

Acionamento por motor elétrico


reversível

Válvulas de pressão
Pneumático Hidráulico Descrição

Válvula de alivio, de segurança,


limitadora de pressão ou de
seqüência diretamente operada

56
Válvula de alivio, de segurança,
limitadora de pressão ou de
seqüência comandada por piloto a
distância

Válvula de alivio, de segurança ou


limitadora de pressão pré-operada
com piloto e dreno interno

Válvula de alivio, de segurança ou


limitadora de pressão pré-operada
com piloto externo e dreno interno

Válvula de alivio, de segurança ou


limitadora de pressão pré-operada
com dreno esterno e comando a
distância

Válvula de alivio, de segurança ou


limitadora de pressão pré-operada
com válvula de seqüência
(simbologia não normalizada)

Válvula redutora de pressão com


conexão de descarga

Válvula redutora de pressão com


conexão de descarga, com comando
a distância

Normalmente fechada, com um


estrangulamento

Normalmente aberta, com um


estrangulamento

Normalmente fechada com dois


estrangulamentos

Válvula redutora de pressão


diretamente operada

57
Válvula redutora de pressão com
comando a distância

Válvula redutora de pressão com


válvula reguladora de pressão
diferencial

Válvula redutora de pressão com


válvula reguladora de pressão
proporcional

Válvulas de bloqueio
Pneumático Hidráulico Descrição

Válvula de retenção dupla ou


germinada

Válvula alternadora (elemento OU)

Válvula de escapa rápido

Válvula de simultaneidade (elemento


E)

Válvula de retenção sem mola

Válvula de retenção com mola

Válvula de retenção pilotada

Válvulas de fluxo
Pneumático e hidráulico Descrição

Estrangulamento influenciável pela viscosidade

Estrangulamento não influenciável pela viscosidade

58
Com orifício de passagem fixo

Com orifício de passagem regulável

Válvulas reguladoras de vazão com orifício de passagem


fixo

Válvulas reguladoras de vazão com orifício de passagem


fixo e descarga no reservatório

Observação
Igual à anterior porém o excesso do fluxo é descarregado
no reservatório

Válvulas reguladoras de vazão com vazão regulável

Válvulas reguladoras de vazão com vazão regulável com


descarga no reservatório

Válvulas reguladoras de vazão om controle unidirecional

Instrumentos e acessórios
Pneumático e hidráulico Descrição

Manômetro ou vacuômetro (a linha pode


ser conectada a qualquer ponto da
circunferência)

Termômetro

Medidor de vazão

Pressostato

Fluxostato

Componentes elétricos
Símbolo Descrição

Contato NA

59
Contato cumutador

Contato NF

Botão liso tipo pulsador

Botão com trava

Botão giratório com trava

Botão tipo cogumelo com trava

Chave fim de curso tipo rolete

Chave fim de curso tipo gatilho

Sensor indutivo

Sensor capacitivo

Sensor óptico

Relé auxiliares

60
Relé temporizadores com retardo na
ligação

Relé temporizadores com retardo no


desligamento

Contador predeterminadoo

Indicador luminoso e indicador sonoro

Relé auxiliar comutador

Solenóide

Pressostatos

Relé

61
10. Bibliografia

1) SENAI SP - Apostila - Pneumática e eletropneumática Industrial - 2005;

2) SENAI SP - Apostila - Mantenedor e reparador de circuito hidráulicos e


eletrohidráulicos - 2005.

3) Meixner, H. e Kobler, R., "Introdução à Pneumática", Livro Didático, FESTO

4) Didactic, São Paulo, SP, Brasil, 1977.

5) "Manutenção de Instalações e Equipamentos Pneumáticos", Livro Didático,


FESTO Didactic, São Paulo, SP, Brasil, 1977.

6) Silva, E., Apostila de Pneumática e Sistema Fluídos Eletromecânicos – 2002;

62

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