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Material de apoio
Por Cristiano Mascaro
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Fotografia de Cristiano Mascaro
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O acaso me ajudou a resolver o dilema. Certo dia,
no caminho de casa, passei em frente ao casa-
rão art-nouveau onde funcionava a Faculdade
de Arquitetura da Universidade de São Paulo. Fi-
quei encantado com aquele ambiente e decidi,
de imediato, que seria ali que eu iria estudar.
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Um pouco de história
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tra o momento no instante mesmo em que ele
acontece.
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Primeiras experiências
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ditadura vigilante, levei alguns golpes de casse-
tete em passeatas. Submetido às pautas jorna-
lísticas, chegava a realizar três trabalhos, às vezes
sobre assuntos completamente diferentes, em
um só dia. A experiência na Veja durou apenas
dois anos e meio, mas marcou fortemente mi-
nha postura como fotógrafo.
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Fotógrafo autônomo
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projetos autorais de documentação urbana e
exploração da vida das cidades. À essa época,
fui convidado a coordenar o recém-criado La-
boratório de Recursos Audiovisuais da FAU-USP;
consegui dividir meu tempo, dedicando-me ao
meu incipiente trabalho pessoal e mantendo o
vínculo com a universidade, onde depois rece-
beria os títulos de mestre (dissertação: O uso da
fotografia na interpretação do espaço urbano,
1986) e de doutor (tese: A fotografia e a arquite-
tura, 1994).
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Primeiros trabalhos
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Lancei-me, então, àquilo que seria um primeiro
trabalho significativo de documentação da ci-
dade: O bairro do Brás, em parceria com Pedro
Martinelli. Àquela época – meados da década de
1970 – o antigo bairro operário habitado sobretu-
do por imigrantes italianos se transformava rapi-
damente, com as obras de construção do metrô
e a chegada de trabalhadores nordestinos. Nes-
se projeto, pude, de forma clara, conciliar as duas
vertentes de minha formação – a arquitetura e
a fotografia –, registrando ruas, edifícios, comér-
cios, novos prédios e velhos casarões. Ao mes-
mo tempo, ao fotografar personagens do bairro,
pude explorar outro terreno: o retrato.
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A fotografia como trabalho autoral
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É verdade que há muito de intuição nessa forma
de trabalhar. Mas é preciso notar que a intuição
não brota sozinha; ela decorre de um longo trei-
no do olhar: a escolha do “momento certo” é re-
sultado de uma educação, de um “saber ver” que
vem da prática, certamente, mas também do
conhecimento. Por isso, insisto na necessidade
de que os jovens fotógrafos conheçam a história
da fotografia e o trabalho de outros profissionais
– tanto o de seus contemporâneos quanto o da-
queles que os antecederam.
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Os trabalhos comissionados
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Ensaio, livro, fotolivro
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formar-se à medida que novas descobertas se
coloquem para o fotógrafo. Foi o que me aconte-
ceu, por exemplo, no livro Portugal, em que uma
ideia inicial, bastante restrita (fotografar duas bi-
bliotecas portuguesas), acabou por se desdobrar
num longo ensaio que contemplou também a
arquitetura contemporânea lusitana. Essa mu-
dança de planos só foi possível porque eu não
estava trabalhando com os compromissos im-
postos pelo jornalismo.
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Forma, composição, luz
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Fotografia de Cristiano Mascaro
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Arquitetura
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Uma importante referência para meu trabalho
foi o livro Looking at architecture, do fotógrafo
e arquiteto americano George Everard Kidder-
-Smith, que apresenta, em ordem cronológica,
grandes obras arquitetônicas de todo o mun-
do. O livro é uma homenagem à arquitetura,
expondo seu caráter de testemunho de época
e da capacidade criativa humana por meio de
fotografias de grande qualidade – nunca óbvias
ou literais. Foi a partir desse livro que decidi re-
gistrar, de forma mais sistemática, e à minha
maneira – sem a organização rígida de Kidder-
-Smith –, construções de importância históri-
ca e arquitetônica. Fiz isso em longas séries de
viagens, dentro de meu trabalho pessoal ou em
projetos comissionados – entre estes, além do
livro Patrimônio construído e do Programa Mo-
numenta, já mencionados, estão o projeto Tra-
ces of peoples, de documentação de cinco cida-
des polonesas, e a documentação fotográfica da
reforma, construção e restauro dos edifícios do
complexo Cidade Matarazzo, de São Paulo, regis-
trados ao longo de 7 anos.
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Preto e branco
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Vida útil do fotógrafo
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A fotografia acessível
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Fotografar com o celular
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mória, uma atitude menos voraz é importante.
O fotógrafo tem a intenção de descobrir coisas,
mas não olha a realidade pela lente o tempo
todo. Existe aí um jogo de equilíbrio, um vaivém;
é preciso saber olhar para as coisas a olho nu, sem
intermediação, para perceber que cena pode se
transformar em uma boa foto. Só então é que o
observador olha através da câmera e organiza o
que vê – e espera o momento certo, em que to-
dos os elementos se compõem da forma como
deseja. Essa operação, que se torna inconsciente
e intuitiva pela prática, é tão necessária na foto-
grafia com o celular quanto naquela feita com
uma câmera cheia de recursos.
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Conselhos para novos fotógrafos
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tudo acontece. Sei que isso é imponderável. Mas
sinto que posso dizer aos novos fotógrafos: estu-
dem, olhem, pratiquem. E acreditem na sorte –
ela sempre aparece.
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Flanando por São Paulo, como sempre
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passei por um centro comercial na rua 24 de
Maio e, curioso, subi por escadas rolantes que-
bradas até o último andar carregando meu pe-
sado equipamento. Ao me encostar no parapei-
to, vi as escadas rolantes abaixo de mim, numa
espantosa composição geométrica. Para cap-
tá-la, tive de tirar a câmera do tripé e apontá-la
para baixo, mas não conseguia olhar pelo visor.
Tive sorte: a imagem captou a simetria da cena,
preservando seu aspecto de máquina, de engre-
nagem. Ali, há 40 anos, percebi que era possível
falar da cidade por meio de seus detalhes, sem
recorrer aos discursos mais desgastados.
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Fotografia de Cristiano Mascaro
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Este material de apoio é parte do curso Fotografia
e Cidade. A formação é gratuita e está disponível
na plataforma de educação a distância do Sesc São
Paulo: www.sescsp.org.br/ead
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