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AULA 1: BREVE HISTÓRIA DA BICICLETA
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1870 – Penny-farthing: bici-
cleta com uma grande roda na
frente e uma pequena atrás
A máquina de da Vinci
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Esse esboço representaria um projeto elaborado
Transmissão pelo pintor italiano por volta de 1490 e contaria
é o sistema da bicicleta res- até mesmo com transmissão.
ponsável pela transformação
da força exercida pelas pernas O projeto provém da “página 897” do Códi-
do ciclista em movimento das go Atlântico, a obra mais ampla das ideias do
rodas. A transmissão é com- renascentista e, originalmente, tem duas ver-
posta pelas coroas, corrente, sões. Uma com apenas um piloto, e a outra
cassete, pedivela e pedais. com dois; no entanto, ambas recordam a pos-
tura de um ciclista, mesmo se na época a bi-
cicleta ainda não tinha sido criada. Com asas
que batem como as aves, a criação foi desen-
volvida quando da Vinci era bastante jovem.
O celerífero
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O celerífero, criado pelo conde Méde Sivrac, teria
existido antes da revelação dos desenhos de da
Vinci. Não tinha pedais nem freio e tampouco
podia ser manobrado. Não tinha nada equiva-
lente a um sistema de transmissão, tampouco
um guidão. O condutor sentava-se nele e dava
impulso com os pés, no melhor estilo Fred Flints-
tone, e torcia pra não cair.
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servia de guidão. Não tinha pedais, menos ain-
Que tal ver como se andava
da transmissão. Dava-se impulso nela com os
em uma draisiana?
pés, alternadamente, para movimentá-la. Drais
Veja duas cenas de um filme
a chamava de “máquina de andar” e ele chegou
de 1923, Our Hospitality, de
percorrer 14 quilômetros em 1 hora. Ela foi paten-
Buster Kaeton, mostrando o
teada pelo barão e, apesar de ter sido copiada
personagem se locomovendo
por toda a Europa, não foi produzida de forma
em um modelo de Drais.
industrial. Hoje ela é conhecida como draisiana
Disponível em: youtu.be/cRNO-
em homenagem ao seu inventor.
btP_Fgo. Acesso em: 2 jul. 2022
Saiba mais
Pierre Lallement, nascido em
Pont-à-Mousson, em 25 de
outubro de 1843, e falecido em
Boston, em 29 de agosto de
1891, é considerado por alguns
pesquisadores o inventor da
Imagem: Domínio público via Wikimedia Commons.
bicicleta.
Ele era um fabricante de carri-
nhos de bebês em Nancy, na As primeiras corridas: uma prova histórica
França. Em uma ocasião, viu
alguém com uma draisiana e O ano de 1829 testemunharia a primeira corri-
teve a ideia de construir o seu da de bicicletas de que se tem conhecimento. A
próprio veículo, fazendo então disputa teria ocorrido em Munique, secretamen-
a adaptação de uma transmis- te, para evitar a intervenção das autoridades. O
são, um mecanismo de pedi- vencedor dessa primeira competição percorreu
vela giratório e pedais fixados 11 quilômetros em 30 minutos. Assim, a draisia-
no cubo da roda dianteira. Com na, que já tinha demonstrado sua utilidade no
isso, construiu a primeira bici- deslocamento, passava então a ser reconhecida
cleta propriamente dita. também como equipamento esportivo.
Para saber mais, acesse:
pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Lal- Mas as corridas de bicicleta só foram se populari-
lement zar de fato com a invenção dos pedais, por volta
de 1860.
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Segundo alguns pesquisadores, a invenção dos
pedais deve-se ao francês Pierre Michaux. Entre-
tanto, conforme o historiador norte-americano
David Herlihy, quem os patenteou foi outro fran-
cês, Pierre Lallement. De qualquer modo, Mi-
chaux obteve o mérito de ter aberto uma fábrica
de bicicletas em 1857, iniciado o primeiro boom
das bicicletas na França e promovido um pode-
roso entusiasmo pelas bikes, que se espalharam
por toda Europa e Estados Unidos.
A penny-farthing
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Todavia, essa vantagem era limitada pelos riscos,
já que àquela altura do chão e com o pavimen-
to irregular, os acidentes eram inevitáveis. Essa
condição só mudaria com a invenção das pri-
meiras bicicletas com transmissão, inicialmen-
te com alavancas manobradas com os pés para
transmitir a força à roda traseira, tendo, pouco
tempo depois, sido desenvolvidos os mecanis-
mos com correntes semelhantes aos de que dis-
pomos hoje.
As bicicletas de segurança
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Os pneus com câmara de ar
Saiba mais
Por volta de 1830, o inventor
Até então, na melhor das hipóteses, as bicicletas
Charles Goodyear (1800-1860)
contavam com pneus de borracha sólida. A novi-
descobriu que a borracha
dade foi terem passado a ter uma câmara de ar
cozida com enxofre em altas
dentro deles, o que privilegiava o amortecimen-
temperaturas mantinha suas
to dos impactos. John Boyd Dunlop foi pioneiro
condições de elasticidade
nesse setor, tendo em 1887 produzido esse tipo
em qualquer temperatura. O
de pneu. Com isso, as pedaladas se tornam mais
norte-americano chamou esse
confortáveis, fazendo com que as penny-farthin-
processo de vulcanização.
gs, que contavam com pneus sólidos, caíssem
Aos poucos, os veículos come-
em desuso. A princípio, os pneus a ar eram co-
çaram a ganhar aros revestidos
lados nas rodas. Pouco depois, Édouard Miche-
de borracha que, contudo,
lin conseguiu prendê-los às rodas com engates,
eram duros e se quebravam
facilitando os reparos e as substituições futuras.
facilmente. [...]
Inicialmente, os pneus com câ-
A transmissão e o sistema Gran Sport
mara eram feitos apenas para
bicicletas, por não suporta-
A possibilidade de usar um mecanismo maior
rem muito peso. Tanto que os
na frente do que atrás da bicicleta permitia au-
primeiros pneus de caminhão
mentar sua velocidade. Teriam início aí também
eram maciços e assim continu-
os mecanismos de passagem de marchas, que
aram por muitos anos.
se popularizaram a partir de 1900. Mesmo assim,
ainda havia necessidade de parar a bicicleta e
(VELOSO, Norwil. A evolu-
desmontá-la para passar as marchas manual-
ção dos pneus. Revista M&T
mente, pegando a corrente com a mão e colo-
- Ed.254 - A Era das Máquinas
cando-a em outro mecanismo.
Junho 2021. Disponível em:
revistamt.com.br/Materias/
Isso durou pelo menos três décadas, quando,
Exibir/a-evolucao-dos-pneus.
em 1938, o primeiro sistema de passagem de
Acesso em: 19 maio 2022.)
marchas por meio de cabos foi finalmente de-
senvolvido. Competições como o Tour de France
promoviam o sistema, impulsionando sua pro-
dução e fomentando a concorrência entre os fa-
bricantes.
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três décadas, o sistema de troca de marchas só
foi ter uma mudança significativa nos anos 1980,
quando a Shimano criou o câmbio indexado,
que usamos até hoje, com uma troca bem mais
precisa, rápida e ao alcance dos dedos com um
simples clique.
Os impactos no desenvolvimento e
nos costumes
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vios). Esses meios contavam ainda com horários
fixados, de partida e chegada, e com número de
pessoas permitido por viagem. A bicicleta mu-
daria essas condições em função de sua indivi-
dualidade.
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fazendo perguntas sobre o vestido e pedindo
padrões – mostrando como as mulheres esta-
vam prontas e ansiosas para livrar-se do fardo
das saias longas e pesadas.
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Inicialmente, as bicicletas eram artigos de luxo
por aqui, e os ciclistas eram pessoas da alta so-
ciedade, que ostentavam suas bikes como sím-
bolo de prestígio e de distinção social:
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sas modalidades, mas designava todo àquele
que se entusiasmava com a modernidade e o
progresso no fin-de-siècle. No caso de Lam-
bert, a noção se adequa duplamente, pois
além de importador de bicicletas, era tam-
bém turfman [...].
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pista e recebeu o primeiro Campeonato Paulista
em 1902. Em 1916, o equipamento esportivo foi
demolido para a abertura da Rua Nestor Pesta-
na no centro de São Paulo.
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registro efetivo: uma corrida de velocípedes em
um circuito de pouco mais de 1 quilômetro, com
várias categorias e distribuição de medalhas:
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A primeira competição de estrada aconteceu
também na França no ano seguinte, iniciando a
tradição do ciclismo no país. O trajeto Paris-Rou-
en foi de 123 quilômetros. Teriam sido distribuí-
dos um prêmio em dinheiro, uma bicicleta e me-
dalhas. Cento e vinte competidores disputaram
o prêmio, incluindo duas mulheres, que teriam
disputado a prova contra os homens. Contudo,
apenas 32 pessoas teriam completado a prova,
transcorrida em menos de 24 horas. O vencedor,
um inglês radicado na França chamado James
Moore, que completou a corrida em 10 horas e
40 minutos, tornou-se a primeira estrela do ci-
clismo ao vencer várias outras competições de-
pois dessa.
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De qualquer maneira, essas adaptações come-
çaram a surgir em 1953, quando o norte-ameri-
cano John Finley Scott criou uma bicicleta com
marchas, pneus com cravos e guidão reto, com
a qual pudesse pedalar em terrenos irregulares.
Scott também foi um cicloativista, sendo pesso-
a-chave para convencer o legislativo da Califór-
nia de que as bicicletas eram veículos e que de-
veriam circular na rua junto com os carros, e não
por calçadas e parando a cada semáforo para
fazer a travessia. Essa decisão tornou-se parâme-
tro para compor a legislação de outros Estados,
tendo sido uma importantíssima conquista.
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bicicleta nas grandes cidades e sobre a necessi-
dade de proteção a quem circula por esse meio.
Aos poucos, a imprensa foi entendendo melhor
a bicicleta como meio de transporte. O desloca-
mento em bicicleta caiu no gosto da classe mé-
dia, pelos ganhos em termos de saúde e impac-
tos no meio ambiente, o que gerou a aceitação
do poder público e a consequente criação de
infraestrutura e até campanhas de respeito ao
ciclista. Ainda temos muito que progredir nesse
sentido, mas, para quem usa a bicicleta há al-
gum tempo para deslocamentos pela cidade, a
melhora é perceptível.
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ruas na década de 1930, com aproximadamen-
te vinte bicicletas para cada três automóveis, os
ciclistas eram forçados a circular apenas nas ci-
clovias, que tinham péssima qualidade, cujo pa-
vimento era predominantemente irregular.
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A bicicleta não desapareceu com o surgimento
do motor a combustão e nada indica que ela vá
deixar de existir, mas algumas transformações
são inevitáveis. Os quadros têm-se tornado mais
leves e resistentes, com materiais como fibra de
carbono e o próprio alumínio. Sua aerodinâmi-
ca e ergonomia também têm evoluído de for-
ma constante, adaptadas para cada tipo de uso.
Componentes eletrônicos têm cada vez mais
presença nas bikes, como os sistemas de câm-
bio automáticos, monitores de rotas, velocíme-
tros, sistemas de localização em GPS, entre ou-
tros recursos de monitoramento e melhora de
desempenho. E, é claro, as bicicletas elétricas, de
pedalada assistida, que têm se tornado cada vez
mais leves, com maior autonomia e preço cada
vez mais acessível. Haverá um momento em
que a escolha entre uma bicicleta elétrica e uma
convencional será uma mera questão de gosto,
não de custo.
Referências de pesquisa
A draisiana:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Draisiana
https://www.mobilize.org.br/noticias/4306/
sescsp.org.br/ead 20
draisiana-a-avo-alema-da-bicicleta.html
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gear-reviews/vintage-velo/vintage-velo-
campagnolo-gran-sport/
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that-and-more
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História dos velódromos na cidade de São
Paulo: https://www.ativo.com/bike/ciclismo/a-
historia-do-velodromo-na-consolacao-em-sao-
paulo/
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AULA 2: PRIMEIROS PASSOS, APTIDÃO FÍSICA E
SEGURANÇA VIÁRIA
Aprendendo a pedalar
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O método tradicional para ensinar uma criança
Glossário
consiste em iniciá-la em uma bicicleta com ro-
A rodinha de apoio é um recur-
dinhas de apoio. A habilidade do equilíbrio vem
so de segurança para crianças
com a prática diária. A cada período de tempo,
e jovens que estão aprendendo
deve-se trocar a altura dessas rodinhas para que
a andar de bicicleta. De modo
não toquem o chão constantemente e, assim,
geral, elas funcionam como
a criança possa adquirir a capacidade de equi-
meio de dar equilíbrio ao jovem
librar-se. Ao passo que a criança se sente mais
ciclista. Fixadas no parafuso das
segura, é recomendado remover uma das rodi-
rodas traseiras, as rodinhas são
nhas e, por fim, retirar a segunda.
ajustáveis em relação à altura
da roda. Por isso, esse recurso
Na maior parte das vezes, apenas seguindo es-
depende das especificações do
sas etapas a criança adquire o domínio da bike
aro da bicicleta.
e, dependendo da personalidade dela, vai de-
safiar outras formas de equilíbrio, por exemplo,
empinando a bicicleta com as rodas dianteira
ou traseira. No entanto, ela sempre vai depender
do auxílio físico e psicológico de um adulto, que
Saiba mais
inicialmente vai segurar a bicicleta pelo selim
O equilíbrio de um corpo é
para depois ir soltando quando perceber que a
observado quando a soma de
criança já tem o equilíbrio necessário para seguir
todas as forças que agem sobre
sozinha.
ele tem força resultante nula.
Para estar em equilíbrio, o obje-
O equilíbrio: balance bikes
to deve se encontrar em repou-
so ou realizando um movimen-
Existe um método que, talvez, possa ser decisi-
to na mesma direção com uma
vo na aprendizagem de uma criança – ou de um
velocidade constante. [...]
adulto – para adquirir o equilíbrio necessário.
Observe o exemplo abaixo.
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para crianças abaixo dos cinco anos, fase em que
estão adquirindo a competência de equilibrar-se
e ainda têm certa dificuldade de fazer o movi-
mento de girar os pedais.
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por alguns metros, ela estará pronta para apren-
der a usar os pedais. Nesse momento, pedalar
passa a ser apenas uma questão de se habituar
ao movimento e à força necessária aplicada para
impulsionar o veículo.
Ações positivas
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inadvertidamente pelas ruas, ele pratique mais
em parques, praças, ciclovias ou mesmo na areia
da praia, ambientes onde estará protegido dos
carros e não terá de preocupar-se excessivamen-
te com o entorno, podendo focar no seu equilí-
brio e no prazer de andar de bicicleta e no de-
senvolvimento das demais habilidades que ela
propicia.
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2) Procure por ciclovias nesse caminho, caso
existam na sua cidade, e tente incluí-las no
trajeto. Por mais que possam ser apenas
uma simples faixa pintada no chão, trazem
mais segurança comparadas a pedalar no
meio dos carros.
1. Iluminação
Nem sempre lembradas como item de seguran-
ça, as luzes da bicicleta ocupam um papel es-
sencial.
2. Capacete
Na condução segura da bicicleta, tem função de
protegê-lo, mesmo que não se pretenda fazer
manobras arriscadas ou abusar da velocidade.
3. Luvas e óculos
Não são itens imprescindíveis, mas convém usá-
-los, já que protegem as mãos em caso de queda
e os olhos contra poeira e detritos.
4. Contramão não
Há várias razões para pedalar na mão correta e to-
das elas visam à sua segurança. A seguir, outras
observações a esse respeito serão abordadas.
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5. Afaste-se das portas
Cuidado com os carros parados, cujos motoristas
podem abrir a porta inesperadamente. Muitos
motoristas olham no retrovisor procurando o vo-
lume grande de um carro e acabam não vendo
uma bicicleta chegando, principalmente à noite.
7. Sinalize sempre
É muito importante que os motoristas possam
prever sua trajetória, por isso sempre sinalize o
que pretende fazer usando sinais de mão.
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têm a menor paciência com ciclistas, porque
precisam sair da pista exclusiva para ultrapassá-
-los, e os motoristas dos carros não deixam.
Observações importantes
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carros estacionados, que podem abrir sem
aviso. Além de machucar com o impacto,
ainda podem atirar o ciclista na frente de
outro carro que esteja passando ao lado.
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ta antecipar o que o ciclista vai fazer e conseguir
prever sua trajetória, isso vai identificá-lo como
uma pessoa educada, que está pedindo licença,
levando-o provavelmente a retribuir essa educa-
ção tomando cuidado e distância, até mesmo
protegendo o ciclista dos outros carros.
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vale a pena se preparar para lidar com eles. Um
pneu pode furar, por exemplo. Uma boa dica é
usar uma fita antifuro para reduzir a chance de
furar o pneu no caminho: uma fita de proteção
que é colocada dentro do pneu e que não deixa
o elemento perfurante chegar à câmara.
Referências de pesquisa
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15 dicas para pedalar com mais segurança nas
ruas: https://vadebike.org/2004/09/dicas-para-o-
ciclista-urbano/
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AULA 3: GRUPOS DE CICLISTAS - UMA REALIDADE BRASILEIRA
DO LAZER COM BICICLETA
Pedalando juntos!
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Essas pessoas também acabam te ensinando
muito sobre sua bike e sobre a pedalada em si,
desde como remendar um pneu furado até a
melhor técnica em cada situação de pedalada,
entre outras experiências.
Troca de experiências
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via Suarez, uma estudante de Letras da UFBA,
que em 2015, juntamente com mais duas cole-
gas estudantes, criou o La Frida Bike Café, um
projeto itinerante que circulava no câmpus da
universidade levando cultura, café e ideias sobre
o pedal. Participando de outros eventos, como o
Bicicultura, elas notaram uma característica que
alarmou o grupo:
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Se a pedalada for noturna, é importante tam-
bém ter iluminação na bicicleta, para ser visto
por quem dirige, adotando sempre o padrão do
trânsito: luz branca na frente, para os motoristas
saberem que o ciclista está chegando, e verme-
lha atrás, indicando que o ciclista está indo no
mesmo sentido que eles.
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A pesquisa “Grupos de Pedal na Grande São
Referências de pesquisa Paulo”, um levantamento inédito sobre este
recorte da cultura da bicicleta na cidade, tem
Saia na Noite por objetivo explorar esse universo cultural,
No link a seguir, veja as entre- identificando características, mas também
vistas com participantes de o perfil, o comportamento, a relação com a
grupos de pedalada e com a bicicleta e a opinião de quem participa des-
guia do grupo feito por e para ses encontros periódicos de pedal. (Fonte:
mulheres, com sua idealiza- CICLOCIDADE Associação dos Ciclistas Urba-
dora, Teresa D’Aprile, partici- nos de São Paulo. Pesquisa Grupos de Pedal
pando ativamente do alto dos na Grande São Paulo – Relatório completo.
seus mais de 70 anos. 20/10/2017. Disponível em: https://www.cicloci-
Disponível em: https://vadebi- dade.org.br/noticias/pesquisa-grupos-de-pe-
ke.org/2017/10/saia-na-noite- dal-na-grande-sao-paulo-relatorio-completo/.
-pedalada-feminina-mulhe- Acesso em: 26 jul. 2022.)
res-ciclistas/. Acesso em: 26 jul.
2022. Em 2016 e 2017, foram realizadas pesquisas com
grupos de pedal na Grande São Paulo e na Re-
La Frida Bike gião Metropolitana do Rio de Janeiro. Os resul-
O movimento La Frida Bike tados mostraram algumas diferenças entre os
foi idealizado por cicloativis- grupos, de acordo com a região:
tas negras. Esse coletivo tem
como princípio “repensar his- Enquanto no Rio de Janeiro metade dos grupos
toricamente as construções sai com até 15 participantes por pedalada, na
das cidades em suas propor- região do Grande ABC 30% dos passeios saem
ções espaciais segregacionis- com mais de 100 pessoas.
tas sociorraciais”, em que os
centros urbanos são pensados Os paulistas fazem dois terços dos passeios du-
em função do monopólio rante a semana; já no Rio, mais da metade acon-
dos recursos e as políticas de tece aos finais de semana.
mobilidade feminina, aumen-
tando as desigualdades e pri- Os fluminenses fazem passeios mais longos:
vações de acesso, negando-se mais da metade das saídas supera os 50 quilô-
direitos e recursos básicos. metros de distância e tem mais de 3 horas de
Disponível em: https://www. duração; já em São Paulo a maioria das pedala-
lafridabike.com/. Acesso em: das fica entre 20 e 50 quilômetros de distância e
26 jul. 2022. tem até 3 horas de duração.
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minenses e cerca de 26% das realizadas por pau-
cidade de São Paulo e agrega listas foram classificadas como de nível fácil pe-
participantes de uma camada los organizadores.
social e cultural bem diversa
do eixo Pinheiros-Vila Mariana Por fim, é perfeitamente compreensível consi-
(seu representante é Sergio derar que se divertir sozinho é ótimo, mas ine-
Teles de Lima). Disponível em: gavelmente em grupo pode ser ainda melhor!
https://www.instagram.com/ Os grupos são incentivadores naturais da prática
pedalaitaqueraoficial/. Acesso esportiva, do lazer, da sociabilização, do aprendi-
em: 26 jul. 2022. zado, da autonomia e da convivência mais har-
moniosa em sociedade. Se a bicicleta mudou
Renata Falzoni e a origem a vida de alguém em particular, o contato com
dos passeios noturnos em outros ciclistas ensina a ser uma pessoa mais ob-
São Paulo servadora dos fatos que acontecem ao seu redor.
Disponível em: https://bikeele-
gal.com/a-origem-do-primei-
ro-grupo-de-pedal-noturno-
-no-brasil/. Acesso em: 26 jul.
2022.
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AULA 4: AS MODALIDADES ESPORTIVAS DO PEDAL
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Ciclismo de estrada
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2. buscando água, suplementos ou outros
itens no carro de apoio da equipe;
3. ou até trocando de bicicleta com o líder
em caso de problemas mecânicos.
Ciclismo de pista
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rias voltas lentas até o cronômetro ser acionado,
quando então explodem em velocidade, che-
gando a mais de 70 quilômetros por hora.
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No Brasil, com nossa fartura de estradas de terra,
montanhas e trilhas, é um esporte bem popular.
Essa modalidade propicia o contato permanen-
te com a natureza, adequando-se a quem gosta
de pedalar em terreno irregular e vencer obstá-
culos enquanto admira a paisagem.
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competições desse tipo no Brasil é o Big Biker,
com várias etapas distribuídas ao longo do ano.
O formato trip trail exige mais resistência do ci-
clista do que explosão.
Downhill ou DH
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com bikes menores, de aro 20, que surgiram
imitando as motocicletas do motocross. Daí o
nome BMX: Bicycle Motocross. O BMX costu-
ma atrair um público bastante jovem, sendo
por vezes um estilo de vida, como o skate. No
Brasil, foi no começo dos anos 1980 que o BMX
explodiu, com um modelo popular lançado
pela Monark.
Algumas modalidades
Dirt Jumping
Vert ou Vertical
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Street
Park
Flatland
Trial
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A seguir, é possível conferir alguns links para
orientar sua pesquisa. Além de todas essas mo-
dalidades esportivas, há mais um tipo de uso
da bicicleta que é bem interessante para quem
gosta de visitar novos lugares, admirar belas pai-
sagens, conhecer cidades e pessoas diferentes,
tudo isso em pedaladas com longas distâncias,
mas pouca pressa: o cicloturismo.
Referências de pesquisa
Modalidades do Mountain-Bike
https://www.trilhaseaventuras.com.br/modalida-
des-mountain-bike/
Big Biker
http://www.bigbiker.com.br/
BMX
https://infobike.com.br/bmx/
BMX Race
http://www.dicionarioolimpico.com.br/ciclismo-
-bmx
sescsp.org.br/ead 51
O que é BMX?
https://www.youtube.com/watch?v=kz144-BK-
FLk
BMX Flatland
https://ateondedeuprairdebicicleta.com.br/co-
nheca-modalidade-bmx-flatland/
sescsp.org.br/ead 52
AULA 5: CICLOTURISMO
Viajando no pedal
Glossário
A expressão cicloturismo é Uma prática muito instigante e enriquecedora
empregada, de modo geral, é o cicloturismo, que se refere especificamente
para referir-se a viagens feitas a viagens feitas com a bicicleta, seja no campo
com bicicletas em uma cidade, ou na cidade. Mesmo os passeios de um único
de uma cidade para outra, de dia, sem pernoites, que não necessitam de tanto
um estado para outro estado planejamento em relação à bagagem ou equi-
ou para outro país. Esse tipo pamento, também se encaixam nessa nossa de-
de deslocamento tem du- finição.
ração variável, de um dia ou
vários, exigindo planejamento A seguir, vejamos alguns pontos a que o ciclista
de roteiro e uma organização precisa se ater para experimentar, com autono-
criteriosa de bagagem e equi- mia, sua viagem de bicicleta, seja ela de um dia,
pamentos na preparação do uma semana ou um ano, seja no Brasil ou no ex-
programa, isto é, antes do início terior, em ambientes com estrutura ou em luga-
da viagem. res mais inóspitos.
Vamos viajar?
• Desafio pessoal?
• Autoconhecimento?
• Quais motivações levam a uma viagem
de cicloturismo?
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A viagem solitária traz mais desafios, sendo mais
enriquecedora em termos individuais: elevação
da autonomia ou produção de autoconheci-
mento.
Aprendizados práticos
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quer momento: uma chuva torrencial, um ani-
mal no meio da mata, uma pessoa que precisa
de ajuda, a vontade de ficar mais tempo num
local ou ponto turístico, uma mudança de rumo
que leve a conhecer uma localidade diferente da
planejada, seja por um erro de rota ou até um
encontro com outro ciclista que leve para novos
caminhos e experiências. É importante atentar-
-se para o que pode trazer complicações, mas
manter-se aberto para os improvisos positivos,
transformando-os em oportunidades.
Planejando a cicloviagem
• bomba de ar;
• câmara de ar reserva;
• kit de remendo;
• chaves para abrir a corrente e para todos
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os parafusos da sua bicicleta, allen ou tra-
dicionais;
• lacres de plástico (enforca-gato) e um
pouco de arame.
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co espaço. E é sempre bom ter um rolo de papel
higiênico na bagagem por precaução. Uma dica
é tirar o tubo de papelão em que as folhas são
enroladas para reduzir um pouco o volume.
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sempre fazer parte da bagagem. Se o destino for
o exterior, é recomendado fazer um seguro-via-
gem.
Viagem roots
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no meio do mato como em um cantinho de um
posto de gasolina ou de algum outro estabele-
cimento no caminho. Isso não é difícil de con-
seguir: normalmente as pessoas acolhem com
facilidade quem está viajando de bicicleta.
Viagem confortável
sescsp.org.br/ead 59
acesso ao melhor de cada lugar. Por exemplo,
aquela cachoeira escondida que só os morado-
res conhecem e que algum cicloturista já tenha
desbravado.
Referências de pesquisa
Vale Europeu
http://vadebike.org/2018/07/circuito-vale-euro-
peu-santa-catarina-primeira-cicloviagem-ciclo-
turismo/
Warmshowers
https://br.warmshowers.org/
sescsp.org.br/ead 60
Grupos sobre cicloturismo no Facebook
https://web.facebook.com/groups/cicloturismo-
brasil/
https://web.facebook.com/groups/cicloturismo-
br/
https://web.facebook.com/clubedecicloturismo/
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AULA 6: ESTRUTURAS CICLOVIÁRIAS E ATUAÇÃO DA
SOCIEDADE CIVIL
Saiba Mais
• A ciclovia é um espaço segregado, com
Compartilhamento de vias:
uma separação física isolando os ciclistas
priorizando a bicicleta
dos demais veículos.
• A ciclofaixa, por sua vez, é um espaço
As vias sinalizadas indicam a
com apenas uma pintura, eventualmente
presença e a preferência da
com tachões, sinalizando os limites.
bicicleta sobre os demais
• A ciclorrota é uma rota sinalizada por
veículos, como rege o código
placas de trânsito para bicicletas, em que,
de trânsito para todas as vias.
geralmente, há avisos para os motoristas
Portanto, o principal objetivo
sobre a presença de bicicletas e sobre sua
de uma ciclorrota é garantir o
prioridade na via.
óbvio, o direito de circulação
das bicicletas.
A diferença entre a ciclofaixa e uma ciclovia é es-
sencialmente o nível da segregação (separação
Foto: Ciclocidade.
física). Isso acaba impondo um traço distintivo
muito discreto entre os dois termos, ocasionan-
Para saber mais, acesse o link:
do, na linguagem popular, o uso do nome “ciclo-
vadebike.org/ciclorrotas/.
via” para estruturas diferentes. É uma diferença
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técnica. O nível de segregação deve ser decidido
de acordo com as características do viário.
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brindo que é possível se deslocar e se exercitar
com a bicicleta e que pessoas comuns conse-
guem cobrir grandes distâncias com a magrela.
Outro benefício é que as crianças que usam esses
espaços crescem compreendendo que é possível
ir de um ponto a outro da cidade usando a bici-
cleta, em vez do carro ou do transporte público, e
o quanto isso pode ser divertido e saudável.
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relação à segurança viária, temos outros benefí-
cios. Estrutura induz demanda, ou seja:
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nos deslocamentos de bicicleta durante a sema-
na já poderão propiciar uma saúde melhor. Isso
também tem um impacto na sociedade como
um todo, reduzindo os gastos com saúde públi-
ca e diminuindo o afastamento de trabalhado-
res por motivo de doença.
Estímulo ao comércio
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ser dominadas pelas bicicletas e, só mais recen-
temente, pelos automóveis. De modo geral, as
ruas são de todos.
Novos tempos
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o mundo. Após uma fase de forte isolamento ini-
cial em várias partes do mundo, com as pessoas
evitando até mesmo se exercitar, a bike come-
çou a ser percebida como ótima opção à aglo-
meração dos transportes coletivos e como saída
para retomar aos poucos o fluxo de pessoas nas
cidades.
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além da pandemia. Isso só reforça que a bicicleta
é uma forma importante de deslocamento em
grandes cidades e que infraestrutura de prote-
ção é fundamental não apenas para proteger
quem pedala, o que já seria motivo suficiente,
mas também para incentivar que as pessoas
troquem o uso do carro e do transporte público
pela bike.
• transporte;
• esporte;
• lazer.
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tribuir para a ampliação da estrutura cicloviária
nas nossas cidades. Esperamos que você tenha
aproveitado ao máximo o curso. Sempre que for
possível, vá de bike!
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https://thecityf ix.com/blog/bigger-isnt-always-
-better-narrow-traff ic-lanes-make-cities-safer-
-subha-ranjan-banerjee-ben-welle/
Recife
http://vadebike.org/2012/09/retirada-ciclofaixa-
-recife-protesto-ciclistas/
http://dados.recife.pe.gov.br/dataset/malha-ci-
cloviaria-do-recife
Curitiba
http://vadebike.org/2013/06/pintura-ciclofaixa-bi-
cicletas-asfalto/
https://porem.net/2019/11/07/entidades-criticam-
-falta-de-transparencia-da-prefeitura-de-curiti-
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ba-no-plano-cicloviario/
Bike e pandemia
Londres decide ampliar espaços para ciclistas e
pedestres após relaxar isolamento
https: //g1.globo.com/jornal-nacional/noti-
cia/2020/05/19/londres-decide-ampliar-espacos-
-para-ciclistas-e-pedestres-apos-relaxar-isola-
mento.ghtml
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Este material de apoio é parte do curso Ciclismo e
Lazer. A formação é gratuita e está disponível na
plataforma de educação a distância do Sesc São
Paulo: sescsp.org.br/ead
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