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Direito e tecnologias reprodutivas

Laís Lopes
Thamille Lima Nunes
Universidade do Estado de Minas Gerais

IV Congresso de Diversidade Sexual e de Gênero - UFMG


Introdução

✤ Objetivo: inquirir pelas


consequências mais
radicais da adoção de um
conceito de justiça
reprodutiva a partir da
história da gênese e da
caracterização das
tecnociências reprodutivas
Uma história feminista das origens

✤ Grupos de defesa do
controle populacional,
neomalthusianos e
movimentos eugenistas

✤ A contracepção
medicalizada como
biopolítica, tendo nos
corpos das mulheres seu
ponto de apoio
Uma história feminista das origens

✤ A concepção
medicamente assistida:
remédio ao mal da
infertilidade

✤ Primeiras críticas
contrapostas à
reprodução assistida
O dispositivo da reprodução assistida

✤ Governamentalidade neoliberal:
a atuação do homo economicus, a
subjetividade entre investimentos
e responsabilização

✤ liberdade reprodutiva como


decisão racional de consumo
O dispositivo da reprodução assistida

✤ Caso do Brasil: as normativas existentes e a categoria da


infertilidade

✤ Constituição de 1988: artigo 226, §7º - Lei 9.263/1996

✤ Ausência de legislação específica e políticas públicas abrangentes


sobre reprodução medicamente assistida universalmente
disponível

✤ Resoluções do Conselho Federal de Medicina

✤ Provimento n. 63, Conselho Nacional de Justiça


A subversão do dispositivo
da reprodução assistida

✤ Normatividades
conformadoras da
inteligibilidade
r e p r o d u t i v a :
racionalidade
neoliberal não é
axiologicamente
neutra
A subversão do dispositivo
da reprodução assistida

✤ Heteronormatividade e
hierarquias sociais

✤ Existências abjetas -
violências e violações de
direitos
A subversão do dispositivo
da reprodução assistida

✤ Nostalgia da família
tradicional: divisão
generificada do trabalho
e dicotomia público-
privado

✤ Família como unidade


autossuficiente
A subversão do dispositivo
da reprodução assistida

✤ A ambivalência da
maternidade: entre a
romantização e a
compulsoriedade

✤ M a t e r n i d a d e s
estigmatizadas e o tabu
do arrependimento
A subversão do dispositivo
da reprodução assistida

✤ A ênfase na pureza
(sexual) da infância

✤ Seletividade na garantia
de proteção a crianças e
adolescentes
A subversão do dispositivo
da reprodução assistida

✤ Novas necessidades e
demandas por direitos

✤ Reconhecimento da
diversidade no interior
da família e entre as
famílias possíveis
A subversão do dispositivo
da reprodução assistida
✤ Justiça reprodutiva: por
um enquadramento
normativo mais adequado
à interseccionalidade

✤ A interdependência como
um fundamento para a
proteção da subjetividade
e da liberdade
reprodutiva
Bibliografias de referência

• BIMBI, Bruno. Casamento Igualitário. Rio de Janeiro: Garamond, 2013.


• CLARKE, Adele. Disciplining Reproduction: Modernity, American Life Science, and the Problems of Sex. Berkeley and Los
Angeles, CA: University of California Press, 1998.
• COONTZ, Stephanie. The Way We Never Were: American Families and the Nostalgia Trap. Nova Iorque: Basic Books. 2016.
• DONATH, Orna. Mães arrependidas: uma outra visão da maternidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
• FOUCAULT, Michel. A política de saúde no século XVIII (1976). In: Microfísica do Poder. São Paulo: Graal, 2013.
• FOUCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica: curso dado no Collège de France (1978- 1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.
• FRANKLIN, Sarah. Biological relatives: IVF, stem cells, and the future of kinship. Durham, NC: Duke University Press, 2013.
• HARAWAY, Donna. “Gênero” para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. cadernos pagu (22) pp.201-246, 2004.
• HARTMANN, Betsy. Reproductive Rights and Wrongs. The Global Politics of Population Control. Chicago: Haymarket Books,
2016.
• LOPES, Laís. Por uma teoria radical da reprodução: gênero, poder e regulação jurídica das tecnologias reprodutivas na
contemporaneidade. Tese (Doutorado em Direito). Faculdade de Direito e Ciências do Estado. Universidade Federal de Minas Gerais,
2019.
• LUNA, Zakiya; LUKER, Kristin. Reproductive justice. Annual Review of Law and Social Science, 9:327–52, 2013.

• SPAR, Debora L. O negócio de Bebés. Como o dinheiro, a ciência e a política comandam o comércio da concepção. Coimbra:
Almedina, 2007.
“Precisamos do poder de teorias críticas
sobre como significados e corpos são
construídos, não para negar significados
e corpos, mas para viver em significados
e corpos que tenham a possibilidade de
futuro”
– Donna Haraway

lais.lopes@uemg.br
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