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OS HITITAS

Os Hititas eram um povo indo-europeu que, no II milénio a.C., fundou


um poderoso império na Anatólia central (actual Turquia), cuja queda data
dos séculos XIII-XII a.C.. Em sua extensão máxima, o Império Hitita
compreendia a Anatólia, o norte e o oeste da Mesopotâmia até a Palestina.
Chamavam-se a si próprios Hatti, e a sua capital era Hattusa. Os
registros em baixo relevo e relatos da época descreviam os hititas como
homens fortes, de estatura baixa, com barbas e cabelos longos e cerrados,
possivelmente usados como proteção para o pescoço. Os cavalos eram
venerados como animais nobres. Os encarregados de cuidar dos cavalos
assumiam notoriedade na sociedade hitita.
Tal como os antigos egípcios, seus contemporâneos, detinham uma
escrita hieroglífica. Sua principal arma eram os temidos carros de guerra com
capacidade para três pessoas (um condutor, e dois guerreiros, geralmente um
deles utilizando um arco), uma inovação frente aos carros de guerra de 2
pessoas utilizados tradicionalmente por seus vizinhos.
A Batalha de Kadesh é o evento mais famoso da história hitita, quando
Muwatallis atacou de assalto o exército de Ramsés II do Egito nas
proximidades da cidade de Kadesh. A dramática batalha (segundo relatos
egípcios, o próprio faraó precisou usar a espada para salvar sua vida)
terminou sem vencedores, mas ambos os lados reinvidicaram a vitória. A
batalha é ricamente detalhada em escrituras egípcias, e a descoberta dos
sítios hititas na Turquia confirmaram o episódio.
No final do século XIII a.C., uma sucessão de reis fracos fez ruir as
bases de Hatti. Foi com rapidez que um conjunto indefinido de povos, que
os egípcios chamavam de "povos do mar" invadiou Hatti e destruiu Hattusa,
ocupando a partir de então a Anatólia.
De entre os vários reis de Hatti destacaram-se:
Hattusilis I
Hattusilis III
Muwatallis
Suppiluliuma
Mursili II
A civilização Hitita só se tornou conhecida a partir de escavações
iniciadas em 1893Hattusilis é o nome de vários reis da civilização hitita.
Entre eles destacaram-se:

Hattusilis I - antigo rei do Velho Império Hitita na Anatólia. Reinou


de c. 1650 a.C. até c. 1620 a.C.
Hattusilis III - rei hitita durante o Novo Império. Reinou de c. 1286
a.C. até c. 1265 a.C.. Chegou ao poder destronando o seu sobrinho Uhri-
Teshub (Mursilis III).
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Hattusilis"
Foi a chegada dos hititas, em torno do ano 2000 a.C., que deu unidade
política à região da Anatólia. Até então, as populações que ali habitavam
desde o neolítico haviam alcançado notável desenvolvimento cultural, mas
mantinham-se independentes. Os hititas foram um dos vários grupos indo-
europeus que atingiram a Anatólia a partir do terceiro milênio a.C. Os hititas
souberam assimilar as culturas autóctones da Anatólia para criar um estado
poderoso, que resultou da extinção ou subordinação de comunidades
isoladas, e uma notável civilização. A integração dos pequenos povos da
região em um poderoso estado ocorreu ao tempo do rei Labarna. Seu filho
Hattusilis I reconstruiu a antiga cidade de Hattusa (posteriormente
Bogazköy, na Turquia) e dali organizou incursões para o sudeste, chegando
até o Eufrates, com intenção de apoderar-se do norte da Síria. Seu herdeiro
e continuador, Mursilis I, chegou até a Babilônia, onde derrotou a dinastia
amorrita em 1590 a.C. Com a morte de Mursilis I, ocorreram lutas dinásticas,
das quais saiu vencedor Telipinus I, que mobilizou o exército hitita para
defender suas possessões na Anatólia dos ataques de povos vizinhos. No
princípio, os hititas não participaram das lutas entre Egípcios e hurritas na
Síria; mais tarde intervieram contra os egípcios, de quem arrebataram Alepo.
No entanto, os hurritas logo depois ocuparam a cidade e uniram-se aos
egípcios. O império hitita perdeu o controle da Síria e entrou em processo de
decadência, agravado por invasões dos hurritas e de outros povos, como os
kaska, do norte. A capital, Hattusa, foi incendiada durante um ataque. Entre
1380 e 1346 a.C., Suppiluliumas conseguiu reconquistar e repovoar a
Anatólia e empreendeu a conquista da Síria. Esse foi o reinado em que a
civilização hitita alcançou o ponto culminante. O novo império demonstrou
a superioridade de seu exército frente aos egípcios e hurritas. Durante o
reinado de Muwatallis, entre 1320 e 1294 a. C., ressurgiu a luta pela
conquista da Síria e houve um grande choque entre hititas e egípcios na
batalha de Kadesh. Mesmo com a área sob domínio hitita, o faraó Ramsés II
proclamou-se vitorioso; a batalha foi representada no famoso relevo do
templo egípcio de Karnak. Com Hattusilis III (1275-1250 a.C.), houve um
período de estabilização, no qual empreenderam-se grandes construções em
Hattusa e restabeleceu-se a amizade com o Egito. Pouco depois do ano 1200
a.C., o império hitita desfez-se, provavelmente devido a incursões dos
chamados "povos do mar" e dos frígios no interior. Algumas zonas da Cilícia
e Síria mantiveram a identidade hitita e organizaram-se em pequenos
principados independentes que, pouco a pouco, foram incorporados pelos
assírios. A história dos hititas foi reconstituída pelos arqueólogos a partir do
século XIX, quando Archibald Henry Sayce começou a investigar a
existência dos hittiim, a que o Antigo Testamento se refere como habitantes
da zona palestina antes dos israelitas. A documentação escrita revelou a
história desse povo, mas os períodos mais antigos, anteriores à escrita,
permaneceram desconhecidos até achados arqueológicos mais completos.
Os documentos hititas, gravados em tábulas e esculturas, demonstraram que
a região da Anatólia teve uma notável organização política e social. A
principal forma de escrita, de origem Mesopotâmica, era a cuneiforme,
embora no norte da Síria também se empregasse um tipo de hieróglifo. A
língua hitita era indo-européia, ainda que com raízes de outros ramos
lingüísticos. Desde os tempos mais remotos, os chefes de estado adotavam o
título de reis com caráter hereditário. O monarca era legislador, chefe do
exército e juiz supremo. A assembléia de nobres, pankus, a cuja jurisdição
estava submetido o monarca, foi criação de Telipinus, e sua função era a de
um tribunal especial, que regulava a sucessão ao trono. O estado era do tipo
feudal, sendo os familiares do rei os príncipes das cidades e estados vassalos.
Em um nível inferior estavam os sacerdotes e os funcionários civis e
militares e, abaixo desses, os artesãos e comerciantes das cidades. Nas zonas
rurais encontravam-se os agricultores e os pastores, esses últimos
habitualmente nômades. Os deportados, reféns de guerra e escravos
chegaram a formar um contingente considerável na sociedade hitita. Os
colonos povoavam as zonas rurais e recebiam do governo sementes e animais
para trabalhar a terra. A administração das aldeias estava a cargo dos anciãos
ou notáveis. O exército era numeroso e constava de unidades de infantaria e
de carros ligeiros. Hábeis na arte da cavalaria - sobre a qual escreveram um
tratado - os hititas alcançaram grande perfeição no manejo de carros dotados
de arqueiros, com que atacavam de surpresa seus inimigos e deslocavam-se
silenciosamente à noite. Consideravam a guerra como uma decisão divina,
se bem que não deixassem de mostrar grande interesse pela justiça e acordos
internacionais, como testemunham os numerosos textos legais encontrados.
Os hititas respeitaram e toleraram as formas religiosas dos povos autóctones
e chegaram a integrar em seu panteão inúmeros deuses de outras
procedências. Os mais importantes eram a deusa solar e o deus da
tempestade. O rei era também sumo sacerdote, considerado intermediário
entre as divindades e os homens. Diversos documentos descrevem as preces
e os rituais nos grandes festivais religiosos. A arte hitita que sobreviveu está
ligada geralmente ao culto religioso. Não foram encontrados restos
anteriores a 1.400 a.C. Exceção feita para a arquitetura, de tipo ciclópica, da
qual existem restos nas tumbas de Alaca Hüyük, bem como nas muralhas e
na acrópole de Hattusa, a arte é especialmente abundante em esculturas. Nela
manifesta-se a influência de egípcios e babilônios, povos mais avançados.
No período do novo império, a escultura destacou-se por apresentar maior
originalidade, ainda que conservando a rusticidade do estilo; maior volume
e naturalismo aparecem em relevos de um deus da Porta do Rei, em Hattusa.
Da Síria os hititas copiaram as esculturas monumentais de animais, como
leões e esfinges, protetores das portas das cidades. Alcançaram alto nível
artesanal na cerâmica e no trabalho de metais preciosos, assim como na
carpintaria.

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