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Índice

01. Introdução sobre microbioma...............................................................03

02. Impacto do estresse no intestino.......................................................04

03. Como ocorre a entrada da cândida no ser


humano?..............................................................................................................05
04. Cândida, candida albicans e sua relação com a
doença?................................................................................................................06
05. Conceitos iniciais sobre a candidíase de
repetição...............................................................................................................07
06. O que faz a cândida ser maléfica ao ser
humano.................................................................................................................08
07. Cândida e a barreira epitelial intestinal..........................................09

08. Cândida e sistema imune...........................................................................10

09. Mecanismo de ação do fungo nas células.......................................11

10. Como a nutrição pode ajudar..................................................................12

11. Quais enzimas digestivas e seus mecanismos de


ação............................................................................................................................13
12. Dieta plant-based e impacto...................................................................14

13. Compostos bioativos e mecanismos de ação..............................15

14. Dieta hiperproteica e impacto intestinal.........................................16

15. Qual a melhor estratégia a ser utilizada...........................................17

16. Fitoterápicos e óleos essenciais que atuam no combate da


candidíase de repetição..............................................................................18
Introdução
Microbioma

O microbioma intestinal é definido como o conjunto de


microrganismos presentes no intestino, dentre eles: as bactérias,
protozoários, arqueias, vírus e fungos, as bactérias são as mais
predominantes, mas mesmo em menor quantidade os outros
microrganismos participam e são fundamentais para o equilíbrio
do microbioma. Quando vamos falar de fungos especificamente,
existe o chamado microbioma, que é caracterizado pela
composição de todos os fungos presentes nos diversos tecidos
corporais.

Os fungos presentes no microbioma intestinal e no organismo


como um todo, colaboram de forma significativa para a saúde do
indivíduo. É importante salientar que o microbioma pode ser
influenciado pelo sistema imunológico, estilo de vida, genética e
hábito alimentar. A alimentação pode contribuir para que
diferentes tipos de fungos colonizem o ambiente intestinal o que
pode resultar tanto em um equilíbrio intestinal como em disbiose
fúngica, síndrome do intestino irritável ou doenças inflamatórias
intestinais.

Em relação a predominância dos fungos no microbioma intestinal,


cerca de 70% é composto por Ascomycota e 30% por
Basidiomycota, outras espécies também estão presentes como as
Sacaromyces, Candida e Penicillium.

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Impacto do estresse no
intestino

O estresse físico e mental faz um estímulo do eixo HPA, que


impacta de algumas formas no sistema digestivo, como por
exemplo, a redução das funções intestinais e das tight junctions
(proteínas que fazem a união entre células intestinais), e assim,
aumento da permeabilidade intestinal, que pode promover a
translocação de microrganismos para a circulação sanguínea.

O sistema nervoso parassimpático atua na motilidade adequada do


trato gastrointestinal, por isso, auxilia o processo digestório, mas ele
só é ativado quando os indivíduos não estão em estado de estresse.
Sendo esse mais um fator prejudicial do estresse sobre a saúde
intestinal. Em decorrência disso, a digestão de alimentos no
estômago ocorre de forma ineficiente, fazendo com que o alimento
não seja quebrado adequadamente e como consequência não vai
conseguir ser absorvido, além de que os resíduos alimentares vão
para o cólon onde as bactérias intestinais começam a fermentar-los
e pode gerar desconforto e produção de metabólitos mais tóxicos,
se o intestino estiver permeável, você pode desenvolver uma
alergia ou sensibilidade alimentar.

Os alimentos que não foram digeridos adequadamente


desequilibram as bactérias intestinais, resultando em um quadro
de disbiose. Devido a isso, o indivíduo pode desenvolver um
processo crônico inflamatório, por conta das respostas
imunológicas intestinais. Ainda, a baixa ingestão de fibras associada
ao alto consumo de carboidratos e estresse elevado, são fatores
muito significativos para o desenvolvimento da disbiose intestinal.

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Como ocorre a entrada da
cândida no ser humano?

Os fungos fazem parte do microbioma como falamos acima,


portanto a colonização dos fungos no intestino se inicia assim que o
bebê nasce, sendo influenciada pelo tipo de parto e amamentação.

Nesse contexto, o leite materno estimula a colonização dos fungos:


Candida, Saccharomyces e Malassezia principalmente, porém, em
um primeiro momento a Cândida predomina o intestino, isso
ocorre por estímulo do leite materno e ao longo da introdução
alimentar, o número de Saccharomyces ficará mais elevado de
acordo com os alimentos que serão consumidos pela criança.

A cândida é considerada um fungo polimórfico, pois contém duas


fases, sendo elas os esporos e as hifas. Ela coloniza cerca de 30 a
70% da superfície das mucosas e está presente em todos os
indivíduos humanos, agindo como comensal, ou seja, é um
microrganismo normal do nosso e convive bem com outros
microrganismos.

A cândida está presente tanto na microbiota oral como intestinal.


Parte dos microrganismos presentes na saliva serão eliminados
pela acidez estomacal, mas os que conseguem chegar no intestino,
muitas vezes, vão conseguir colonizá-lo.

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Cândida, candida albicans

e sua relação com a doença?

Cândida é um gênero da classe dos fungos e apresenta mais de 100


espécies diferentes, no entanto os 5 tipos mais comuns e mais
estudados atualmente são:

Candida albicans (relacionada com a candidíase);


Candida glabrata;
Candida tropicalis (relacionada com doenças inflamatórias
intestinais);
Candida parapsilosis;
Candida krusei.

Como já foi dito, mas vale relembrar, todos os indivíduos humanos


apresentam Cândida no ambiente intestinal, mas ela deve estar
presente em quantidade adequada para não causar efeito maléfico
para o organismo do hospedeiro.

Como exemplo, a Candida albicans que é um dos tipos mais


comuns presentes no intestino, em quantidade elevada ela pode
influenciar a candidíase vaginal no hospedeiro e seu
desenvolvimento exacerbado, pode estar relacionado a fatores
como: hábito alimentar ruim, sedentarismo, consumo excessivo de
álcool, uso frequente de anticoncepcionais, antiácidos e corticoides,
fazendo com que ela comece a desempenhar função de patógeno.

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Conceitos iniciais sobre a
candidíase de repetição

A candidíase de repetição é uma infecção provocada por fungos


que podem estimular reações com repercussão em diversos
parâmetros relacionados à saúde do hospedeiro. Devido a isso,
devem ser usadas estratégias nutricionais e farmacológicas para
reduzir a evolução e melhorar o tratamento desse quadro
infeccioso.

Muitos sinais e sintomas podem ser apresentados por pacientes


que apresentam candidíase de repetição, porém os mais comuns
são: fadiga crônica, vontade de comer doce frequentemente,
sensação de desconforto após o consumo de açúcar, sintomas de
gases e distensão abdominal após o consumo de kombucha, álcool,
carboidratos e doces; ficar doente com frequência devido à baixa
imunidade, dificuldade de concentração e foco, ansiedade e dores
articulares.

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O que faz a cândida ser
maléfica ao ser humano
A Cândida quando está em quantidade adequada no intestino, ela
não apresenta efeitos negativos para o hospedeiro, mas quando em
concentração elevada, ela se torna um patobionte e pode resultar
no estímulo de diversos fatores com funções maléficas para o
organismo humano, como por exemplo:

Secretar metabólitos que podem prejudicar a barreira intestinal;


Inibir a ação de bactérias benéficas do intestino, como por
exemplo os Lactobacillus;
São capazes de mudar o próprio formato e “enganar” o sistema
imunológico para ficarem ainda mais invasivas e conseguir se
fixar nas mucosas intestinais;
Ela também possui uma alta capacidade de adesão,
dificultando muito sua retirada do ambiente em que estão
presentes;
A Cândida produz enzimas, como as fosfolipases que
conseguem quebrar os lipídeos da membrana celular do
hospedeiro e as proteinases que promovem a quebra de
estruturas protéicas da célula.
Auxilia a formação de biofilme, que está relacionado com a
capacidade que a Cândida possui em se proteger do sistema
imunológico e se comunicar com outros microrganismos.

Diversos fatores podem facilitar a ocorrência da candidíase, sendo


alguns deles: o uso de anticoncepcionais orais, excesso de banho,
disbiose intestinal, predisposição genética, idade avançada, uso
frequente de antibióticos, antiácidos e corticoides, elevado tempo
de internação e procedimentos cirúrgicos.

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Cândida e a barreira
epitelial intestinal

Os fungos e bactérias são capazes de produzir uma estrutura


chamada de biofilme, essa estrutura é feita de polissacarídeos,
podemos fazer a analogia dessa estrutura com uma casa, onde
dentro dela estão presentes os residentes, nesse caso os fungos e
bactérias.

Dentro do biofilme só ocorre a entrada de nutrientes, fazendo com


que os microrganismos fiquem ainda mais protegidos contra os
antibióticos, antifúngicos e componentes do sistema imunológico,
com isso, esses microrganismos ficam muito mais resistentes aos
antibióticos.

Alguns biofilmes presentes no intestino promovem inúmeros


efeitos negativos para a barreira intestinal, dentre esses efeitos
estão incluídos: aumento da permeabilidade da barreira, fazendo
com que a passagem de lipopolissacarídeos (LPS) e outras toxinas
para a circulação sanguínea fique facilitada; processo inflamatório;
ativação e desregulação do sistema imunológico, e até mesmo
processos carcinogênicos, fazendo com que o ambiente intestinal
como um todo fique prejudicado.

Algumas combinações de biofilme são mais conhecidas, como a


associação entre E. coli e serratia marccescens que trabalham junto
com a Candida tropicalis na doença de Crohn e a associação entre
E. coli e bacteroides fragilis em indivíduos com câncer de cólon.

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Cândida e
sistema imune

A Cândida é um microorganismo que evoluiu muito desde a sua


descoberta e ela produz muitas substâncias que fazem com que ela
consiga não ser reconhecida pelo sistema imunológico.

Dentre os fatores que ela utiliza para não ser encontrada pelo
sistema imune, estão incluídos: produção de adesinas, formação de
biofilme, síntese de proteinases (SAPs), que fazem a desconjugação
do fator complemento do sistema imunológico, além de realizar a
inibição de betaglucanas, que são partículas que estão presentes
nas paredes dos microrganismos para estimular os receptores Toll
do sistema imune.

Além disso, quando a Cândida percebe que foi identificada pelo


sistema imunológico, ela altera sua conformação e se apresenta na
forma de hifas, fazendo com que suas partículas de betaglucanas
não sejam reconhecidas pelo sistema imune.

Os fungos podem ser reconhecidos no ambiente intestinal por 5


tipos de receptores diferentes que estão presentes nas células do
sistema imunológico e dos enterócitos, sendo eles: TLR, CLR, NLR,
NKp30 e galectina 3.

Após o reconhecimento desses fungos, será desencadeada uma


sinalização pró ou anti-inflamatória dependendo de qual fungo foi
reconhecido.

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Mecanismo de ação do fungo
nas células

Os fungos possuem diversos mecanismos de ação para


conseguirem se desenvolver e evoluir no organismo do hospedeiro,
como exemplo desses mecanismos estão incluídos:

Degradação de carboidratos simples e complexos para que eles


sejam fermentados pelas bactérias presentes no intestino;
A Cândida especialmente pode provocar um quadro de
hipoglicemia e aumento do hormônio cortisol;
Promove a depleção dos micronutrientes zinco e vitamina C,
visando reduzir a proliferação e maturação das células de
defesa.
Diminuem a produção de ácido (HCL) como mecanismo de
defesa, pois elas preferem o ambiente mais alcalino. Por isso,
deve-se ter atenção quanto à ingestão constante de inibidores
de bomba de prótons (antiácidos), pois eles podem favorecer o
desenvolvimento dos fungos no ambiente intestinal.
Diminuem a expressão de receptores onde os probióticos se
fixam no intestino, colaborando para que ocorra um
desequilíbrio entre a quantidade de microorganismos
benefícios e malefícios na microbiota.
Promovem o aumento da histamina e TNF-alfa, fazendo com
que o paciente fique mais propenso a um quadro de Leaky gut
(maior permeabilidade intestinal), além de desenvolver grande
sensibilidade alimentar.
Diminuem a expressão de enzimas digestivas e com isso
elevando o processo de fermentação, resultando em diversos
desconfortos intestinais.
Sintetizam glicotoxinas imunotóxicas dependendo da
quantidade de fungos presentes.

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Como a nutrição pode ajudar
Os indivíduos que apresentam candidíase geralmente possuem
hábitos alimentares irregulares, através do consumo de dietas que
contenham alimentos ricos em açúcar refinado, deficiência de
vitaminas, baixo teor de fibras e também de componentes
antioxidantes. Ainda, o alto consumo de fast foods estimula a
redução dos fungos Saccharomyces, que é uma espécie muito
importante para a saúde do intestino e competição com a cândida.

Dietas ricas em carboidratos para pessoas que possuem candidíase,


poderiam aumentar o teor de etanol sanguíneo cronicamente e ela
já foi implicada como uma das causas de esteatose hepática. Se a
candidíase for associada ao polimorfismo de acetaldeído
desidrogenase, isso irá diminuir a capacidade de destoxificação
hepática e elevar o nível de acetaldeído nos tecidos corporais. Esse
polimorfismo é muito comum e está relacionado à quebra da
molécula de álcool no fígado, para que ela possa ser excretada do
organismo na forma de uma substância menos tóxica. Ainda, vale
ressaltar que o consumo de bebidas alcoólicas pode potencializar o
aumento do acetaldeído e promover ainda mais prejuízos ao
metabolismo desse indivíduo.

A principal fonte de carbono para o metabolismo da Cândida é a


glicose, portanto, dietas ricas em carboidratos refinados favorecem
o desenvolvimento da Cândida e devem ter seu consumo reduzido
especialmente em mulheres que apresentam candidíase de
repetição.

Devido a isso, a redução da ingestão de alimentos que promovem o


desenvolvimento dos fungos, junto a ingestão de alimentos fontes
de fibras, antioxidantes, vitaminas e minerais pode auxiliar de forma
significativa contra o quadro de candidíase, estimulando a
recuperação da permeabilidade da barreira intestinal, melhor
atuação do sistema imunológico e funcionalidade dos enterócitos,
reduzir o processo inflamatório e estimular a redução dos agentes
patógenos.

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Quais enzimas digestivas e seus
mecanismos de ação
As enzimas digestivas desempenham diversas funções positivas
contra o desenvolvimento dos fungos e biofilmes, pois ajudam na
quebra do complexo de biofilme e auxiliam no tratamento da
hipocloridria.

Inúmeras composições enzimáticas podem ser utilizadas, e como


exemplo dessas enzimas temos: bromelina, papaína, alfa amilase,
pancreatina, pepsina e betaína HCL.

Dentre as diversas enzimas que podem auxiliar o tratamento da


candidíase, a pancreatina e a betaína cloridrato demonstram bons
resultados contra o desenvolvimento da candidíase.

Além disso, estudos apontam que a enzima pancreatina não pode


ser manipulada juntamente a betaína, pois a pancreatina é uma
enzima do pâncreas que funciona em pH alcalino e a betaína
possui característica ácida, ou seja, apresentam pH diferentes.

Ainda, estudos apontam que a ingestão da enzima digestiva


amilase na dosagem de 50mg, já é capaz de promover a quebra da
estrutura do biofilme e com isso reduzir os efeitos prejudiciais que
são provocados por eles.

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Dieta plant-based e impacto
Evidências científicas demonstram que uma dieta vegetariana ou
plant based, pode estimular o aumento da quantidade de fungos
do gênero Cândida no ambiente intestinal e diminuir o
crescimento de outras diversidades de fungos.

Isso pode ocorrer porque esses padrões alimentares geralmente


são mais ricos em carboidratos e apresentam maior quantidade de
grãos em comparação a outros.

A Cândida é um fungo que possui preferência pela glicose como


fonte de energia, e devido a grande oferta de alimentos fonte de
glicose nessas dietas o crescimento da cândida pode ficar
exacerbado e ocasionar um quadro de candidíase.

Devido a isso, a ingestão adequada de fibras alimentares é muito


importante para auxiliar o controle da glicose durante a absorção
intestinal e o desenvolvimento de alguns tipos de fungo.

Em contrapartida, a ingestão de dietas com maior aporte proteico,


estimula o desenvolvimento do fungo penicillinum e diminui a
quantidade do fungo Cândida, podendo auxiliar na melhora da
candidíase.

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Compostos bioativos e
mecanismos de ação
Os polifenóis fazem parte do grupo dos compostos bioativos e
podem desempenhar várias funções excelentes para o tratamento
de infecções fúngicas, dentre elas, a quebra da estrutura dos
biofilmes. Como exemplo desses componentes é possível citar:

Alicina: encontrado no alho e possui ação antibacteriana, além


de inibir o crescimento da E. coli.

Cúrcumina: possui atividade antibacteriana, antiviral e anti-


inflamatória.

Epigalocatequina: apresenta ação antioxidante.

Quercetina: desempenha atividades antioxidante e anti-


inflamatória.

Os indivíduos com candidíase podem apresentar durante o


tratamento um processo de toxicação hepática, e para auxiliar na
redução desse quadro, os compostos bioativos silimaria e
quercetina são muito eficientes. E pensando em auxiliar o bom no
funcionamento das mitocôndrias, visto que elas são de muita
importância para o metabolismo celular, podem ser usados os
componentes resveratrol, ácido málico e epigalocatequina.

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Dieta hiperproteica

e impacto intestinal
Diversos eventos podem ser ocasionados a partir do consumo
excessivo de proteínas, nesse contexto, no que diz respeito a
candidíase, o alto consumo de proteínas irá estimular o aumento
do pH intestinal, devido a síntese de amônia que ocorre em
decorrência da quebra das proteínas, fazendo com que o pH do
intestino fique mais básico. No entanto, essa elevação do pH é um
fator excelente para o desenvolvimento da Cândida, visto que, esse
é o pH ideal para ela.

Além disso, quando o indivíduo realiza redução da ingestão de


carboidratos e ocorre baixa ou nenhuma oferta de glicose a partir
da ingestão dietética, a Cândida, que utiliza a glicose como
substrato energético, utilizará os aminoácidos como fonte de
energia, fazendo com que o nível de nitrogênio que precisa ser
excretado na forma de amônia seja elevado, e com isso
ocasionando o aumento do pH intestinal, ou seja, colaborando para
um ambiente que seja favorável para o desenvolvimento da
candidíase. Portanto, para evitar um possível quadro de candidíase
se faz necessário o controle de macronutrientes da dieta.

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Qual a melhor estratégia a ser
utilizada

A ingestão alimentar é o fator mais eficaz para a modulação da


composição de fungos. Mas, a utilização de enzimas digestivas,
probióticos, anti-inflamatórios e óleos essenciais, também são
muito significativos contra o desenvolvimento e tratamento de
desordens intestinais relacionadas aos fungos.

No que diz respeito a alimentação deve-se evitar o consumo de


álcool, adoçantes, açúcar, gordura saturada e alimentos que
possuem maior risco de contaminação por fungos ou aflotoxinas,
como por exemplo, o amendoim.

O consumo de probióticos promove efeitos positivos contra o


desenvolvimento de alguns tipos de fungos, ocasionando a
diminuição da formação dos biofilmes, além de melhorar o sistema
imunológico, recuperar a barreira intestinal, reduzir o processo
inflamatório, diminuir o pH e melhorar a ansiedade. Dentre os
probióticos que desempenham essas funções estão: B. breve, L.
rhammnous, S. boulardi e L. acidophilus.

Sendo assim, a junção de todos esses fatores seria a estratégia mais


eficaz para obter um resultado excelente para o tratamento de
doenças intestinais associadas aos fungos, contando com a
redução no consumo de carboidratos e frutose da dieta, realizar
dieta low FODMAP durante o primeiro mês de tratamento, incluir
ativos que auxiliam na quebra do biofilme, contenham atividade
anti-inflamatória e de recuperação de barreira intestinal.

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Fitoterápicos e óleos essenciais
que atuam no combate da
candidíase de repetição

Dentre os principais fitoterápicos e óleos essenciais que podem


auxiliar no tratamento da candidíase, os que vêm apresentando
mais resultados positivos são: extrato seco padronizado de alho,
canela (cinamommun verum), berberina, própolis, melaleuca (tea
tree), orégano, gengibre, manjericão, Cocus nucifera, extrato seco
de Cranberry, extrato seco de unha de gato, uva ursi, Holy basil
(Ocimum tenuiflorum) e Equinácea purpúrea.

Como ativos anti-inflamatórios, os componentes do gengibre,


cúrcuma, licorice, tulsi e boswelia serrata, são muito importantes
para auxiliar na recuperação da barreira intestinal.

Além disso, de acordo com estudos científicos o óleo de orégano


tem se mostrado um excelente antifúngico, além de auxiliar na
quebra da estrutura do biofilme e possuir ação antioxidante.

Para mais, os óleos essenciais de tomilho, cravo da Índia e canela


demonstram ser muito eficazes sobre a quebra dos biofilmes, além
de possuírem potente atividade antioxidante e antibacteriana.

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