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Ciclone carca metalica oca parte de cima uma entrada tangenciada e saida

ENGENHARIA QUÍMICA

DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DE UM CICLONE PARA SEPARAÇÃO DE PARTÍCULAS A PARTIR DE


MATERIAIS DE BAIXO CUSTO

RAFAEL ALESSANDRO DE MORAES

06/12/2019

SEM COMENTÁRIOS

RC: 42018

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CONTEÚDO

RESUMO

1. INTRODUÇÃO

1.1 CICLONES E HIDROCICLONES

1.2 FAMÍLIAS DE CICLONES

1.3 DIÂMETRO DE CORTE

1.4 EFICIÊNCIA DE COLETA

2. METODOLOGIA

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4. CONCLUSÃO

5. REFERÊNCIAS

Rafael Alessandro de Moraes


ARTIGO ORIGINAL

MORAES, Rafael Alessandro de [1], FRAZÃO, Leonardo Lorena Palitó [2], PURGANO, Bruna Vieira [3],
SILVA, Mariane Vieira da [4], FERREIRA, Poliana Matos [5], D’AMELIO, Monica Tais Siqueira [6]

MORAES, Rafael Alessandro de. Et al. Desenvolvimento e construção de um ciclone para separação
de partículas a partir de materiais de baixo custo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 04, Ed. 11, Vol. 06, pp. 16-28. Novembro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-quimica/construcao-de-um-ciclone

RESUMO

O propósito deste artigo foi apresentar o estudo de ciclones através de um protótipo. Os ciclones são
equipamentos cônicos cilíndricos utilizados para a separação de partículas sólidas em um meio
fluido. Seu funcionamento será explicado detalhadamente no decorrer deste artigo, além de
ressaltar a importância de seu estudo para a indústria. Além disso, este artigo explica, de maneira
simples, os passos realizados para construir o protótipo do ciclone. A partir de materiais de fácil
obtenção como um cano de PVC e cola, com o auxílio de solda para PVC e tinta spray para dar o
acabamento superficial, foi possível realizar a construção do protótipo do ciclone. Posteriormente,
como será apresentado, foi possível realizar o teste de funcionamento do ciclone, acoplando-se um
aspirador de pó e, assim, foi calculada a eficiência de coleta do protótipo, que foi de 97,5%.

Palavras-Chave: ciclone, separação, materiais, partículas, rendimento.

1. INTRODUÇÃO

Os ciclones e hidrociclones são equipamentos geralmente utilizados na separação de partículas


sólidas em uma corrente fluida. Segundo Cremasco (2012), os ciclones e hidrociclones surgiram por
volta de 1891, e desde seu advento sua utilização vem crescendo em indústrias químicas,
petroquímicas, têxtil, metalúrgica, nuclear, entre outras. Sua aplicação é viável financeiramente, uma
vez que possuem baixo custo de construção e manutenção, sem contar a alta eficiência de coleta que
apresentam para partículas com diâmetros superiores a 5 micrômetros.

O estudo de ciclones é de grande importância para a indústria, visto que seu baixo custo e alta
eficiência de coleta são muito favoráveis. Assim, no projeto do ciclone é importante realizar os
cálculos de parâmetros geométricos e operacionais dos ciclones (eficiência de coleta, queda de
pressão e vazão volumétrica) por meio de equações empíricas que objetivam a otimização
operacional de ciclones e hidrociclones (Souza, 2000).
O objetivo específico deste artigo é a descrição da construção de um protótipo de ciclone, onde a
partir de testes realizados com uma mistura de cal e terra se viabilizou a realização do cálculo de
rendimento do ciclone.

1.1 CICLONES E HIDROCICLONES

Os ciclones e hidrociclones são equipamentos geralmente utilizados na separação de partículas


sólidas em uma corrente fluida. Entretanto podem ser utilizados como classificadores de partículas
sólidas, secadores, reatores etc. Sua configuração consiste em um formato cônico-cilíndrico,
possuindo uma entrada lateral e duas saídas: uma inferior, que recebe o nome de underflow e outra
superior, a qual chamamos overflow, ambas orientadas no eixo central, como mostra a Fig. (1),
(Souza, 2000).

Além disso, os ciclones e hidrociclones possuem um segmento cilíndrico na parte superior, de


comprimento Ls, denominado de vortex finder (Souza, 2000).

O propósito deste artigo foi apresentar o estudo de ciclones através de um


protótipo. Os ciclones são equipamentos cônicos cilíndricos utilizados
para a separação de partículas sólidas em um meio fluido. Seu
funcionamento será explicado detalhadamente no decorrer deste artigo,
além de ressaltar a importância de seu estudo para a indústria. Além disso,
este artigo explica, de maneira simples, os passos realizados para
construir o protótipo do ciclone. A partir de materiais de fácil obtenção
como um cano de PVC e cola, com o auxílio de solda para PVC e tinta
spray para dar o acabamento superficial, foi possível realizar a construção
do protótipo do ciclone. Posteriormente, como será apresentado, foi
possível realizar o teste de funcionamento do ciclone, acoplando-se um
aspirador de pó e, assim, foi calculada a eficiência de coleta do protótipo,
que foi de 97,5%.

Palavras-Chave: ciclone, separação, materiais, partículas, rendimento.

1. INTRODUÇÃO
Os ciclones e hidrociclones são equipamentos geralmente utilizados na
separação de partículas sólidas em uma corrente fluida. Segundo
Cremasco (2012), os ciclones e hidrociclones surgiram por volta de 1891, e
desde seu advento sua utilização vem crescendo em indústrias químicas,
petroquímicas, têxtil, metalúrgica, nuclear, entre outras. Sua aplicação é
viável financeiramente, uma vez que possuem baixo custo de construção e
manutenção, sem contar a alta eficiência de coleta que apresentam para
partículas com diâmetros superiores a 5 micrômetros.

O estudo de ciclones é de grande importância para a indústria, visto que


seu baixo custo e alta eficiência de coleta são muito favoráveis. Assim, no
projeto do ciclone é importante realizar os cálculos de parâmetros
geométricos e operacionais dos ciclones (eficiência de coleta, queda de
pressão e vazão volumétrica) por meio de equações empíricas que
objetivam a otimização operacional de ciclones e hidrociclones (Souza,
2000).

O objetivo específico deste artigo é a descrição da construção de um


protótipo de ciclone, onde a partir de testes realizados com uma mistura
de cal e terra se viabilizou a realização do cálculo de rendimento do
ciclone.

1.1 CICLONES E HIDROCICLONES


Os ciclones e hidrociclones são equipamentos geralmente utilizados na
separação de partículas sólidas em uma corrente fluida. Entretanto podem
ser utilizados como classificadores de partículas sólidas, secadores,
reatores etc. Sua configuração consiste em um formato cônico-cilíndrico,
possuindo uma entrada lateral e duas saídas: uma inferior, que recebe o
nome de underflow e outra superior, a qual chamamos overflow, ambas
orientadas no eixo central, como mostra a Fig. (1), (Souza, 2000).
Além disso, os ciclones e hidrociclones possuem um segmento cilíndrico
na parte superior, de comprimento Ls, denominado de vortex finder (Souza,
2000).

Figura 1. Esquema básico da configuração de ciclones e hidrociclones.

FONTE: Souza, 2000.


A separação das partículas no ciclone ocorre pela ação das forças
centrífugas decorrentes do escoamento espiral da suspensão no interior
do ciclone. Assim, é gerado um campo centrífugo dentro do equipamento e
a força centrífuga resultante promove o deslocamento das partículas em
direção à parede do ciclone, realizando um movimento circular. Em seu
percurso as partículas descrevem uma trajetória helicoidal sob a ação do
arraste, da gravidade e do atrito pelas paredes do equipamento e então
escoam próximo à parede, com saída para o coletor. Este escoamento
ocorre em espiral e apresenta componentes de velocidade nas direções
axial, radial e tangencial, onde se observa a formação de vórtices, regiões
de recirculação, forte turbulência, contato fluido-sólido, entre outros
fenômenos que geram certa complexidade no comportamento
fluidodinâmico de ciclones e hidrociclones (Souza, 2000).

Para otimizar o funcionamento dos ciclones é possível calcular parâmetros


geométricos e operacionais, visando aumentar sua eficiência de coleta.
Desse modo, os quatro parâmetros básicos que podem ser calculados são:
o tamanho das partículas que saem em proporções iguais
pelo underflow e overflow (d50), a queda de pressão, a razão entre a vazão
do  underflow e do overflow e a eficiência de coleta (Souza, 2000). Todos
estes parâmetros são influenciados pela vazão da suspensão na entrada
do ciclone, tipo de fluido, tipo de partícula e tipo de ciclone. Isto é, o cálculo
desses parâmetros depende das condições de operação a que o ciclone
será submetido, resultando em diferentes equações de projeto. Assim,
além dos modelos matemáticos que se baseiam nas leis de conservação
da massa e da quantidade de movimento usadas no estudo da
fluidodinâmica, é necessário realizar estudos avançados para otimizar o
rendimento de ciclones e hidrociclones (Souza, 2000).

1.2 FAMÍLIAS DE CICLONES


Os ciclones são classificados em famílias, isto é, um conjunto específico
de ciclones que possuem como características principais as relações fixas
constantes entre seus parâmetros geométricos e o diâmetro da parte
cilíndrica. Tais relações são na verdade proporções existentes entre as
dimensões geométricas do ciclone e são de grande importância no
processo de separação, uma vez que estão diretamente relacionadas com
a capacidade e o poder de classificação dos ciclones (Lacerda, 2007). A
Tab. (1) apresenta tais proporções para cada família de ciclones: Lapple,
Stairmand e Niigas-11. A Fig. (2) ilustra as dimensões geométricas de um
ciclone.

Tabela 1. Principais proporções geométricas para os ciclones das famílias


Lapple, Stairman e Niigas-11.

Dimensões Lapple Stairmand Niigas-11

Bc/Dc 0,25 0,20 0,26

Do/Dc 0,50 0,50 0,60

Hc/Dc 0,50 0,50 0,48

Lc/Dc 2,00 1,50 2,08

Sc/Dc 0,62 0,50 1,30


Zc/Dc 2,00 2,50 2,00

Du/Dc 0,25 0,37 0,22

Inclinação 0 0 11º

FONTE: Lacerda, 2007.

Figura 2. Dimensões geométricas de um ciclone

FONTE: Lacerda, 2007.

1.3 DIÂMETRO DE CORTE


Variável relacionada à eficiência de coleta. É o tamanho da partícula que é
coletada com 50% de eficiência. Assim, as partículas que saem
pelo underflow são coletadas com eficiência maior que 50% (Lacerda,
2007).

1.4 EFICIÊNCIA DE COLETA


A eficiência de coleta ou rendimento do ciclone é calculada através da Eq.
1:

Onde n é o rendimento, munderflow a massa que sai por baixo do ciclone e


mentrada, a massa de entrada no ciclone. Quanto maior a eficiência de coleta,
melhor a separação.

2. METODOLOGIA
A montagem e o teste do ciclone estão apresentados no fluxograma, como
mostra a Fig. 3.

Figura 3. Fluxograma do Processo de montagem e teste do ciclone


FONTE: próprio autor.
Primeiramente foi realizado o esboço do projeto (1), Fig.3, junto com suas
dimensões, apresentados na Tab. (2) e Fig. 4). O modelo de família de
ciclone utilizado para o dimensionamento do projeto foi a
família Stairmand – AE, utilizado como base a entrada do ciclone (De)
sendo 5 cm.

 Figura 4. Esboço do projeto


FONTE: próprio autor.
 Tabela 2. Dimensões do projeto.

Dimensões Tamanho(m) Dimensões Tamanho(m)

De/Dc 0,005 Dc 0,10

a/Dc 0,005 A 0,05

b/Dc 0,002 B 0,02

H/Dc 0,04 H 0,40

h/Dc 0,015 H 0,15


B/Dc 0,00375 B 0,0375

S/Dc 0,005 S 0,05

FONTE: próprio autor.

Por meio do esboço realizou-se a montagem da estrutura do cone do


ciclone (2), Fig.3, para isso utilizou-se o cano de PVC (AMANCO), com a
tesoura de corte de chapa (CORNETA) e realizou-se a redução concêntrica
do PVC. Para a vedação do cone do ciclone realizou-se a solda do PVC (3),
Fig.3, utilizando o ferro de solda (FOXLUZ) e a mangueira de alta pressão
(NORGREN).

Em seguida, na parte superior do cano do ciclone foi realizado um corte de


5 cm de largura e 5cm de altura com o auxílio da tesoura de corte
(CORNETA). O estilete (FORD) foi aquecido mediante o fogão (DAKO) e
utilizado para retirar as rebarbas, fazendo assim o corte de entrada do
ciclone (4), Fig.3.

Posteriormente realizou-se o furo de 5 cm de diâmetro na parte superior,


com o auxílio da furadeira (MAKITA) e o corte de 5 cm de diâmetro e altura
e largura no cap (TIGRE), por meio da tesoura de corte de chapa
(CORNETA). Após esta etapa, colocou-se o tubo de 5cm de diâmetro
(AMANCO) no furo, vedando com o adesivo epóxi (DUREPOXI), realizou-se
então o fechamento do ciclone com a cola de PVC (AMANCO), montando
assim a tampa do ciclone (5), Fig.3.

Sequencialmente montou-se o tubo de entrada do ciclone (6), Fig.3,


utilizou-se para isso um tubo de 5cm de diâmetro e de altura (AMANCO);
foi necessário moldar a entrada aquecendo o tubo, por intermédio do
fogão (DAKO). Colou-se o tubo de entrada na entrada do ciclone. Assim foi
possível finalizar a estrutura do projeto (Fig. 5)).

Figura 5. Estrutura do protótipo.


FONTE: próprio
autor.
Em seguida realizou-se o acabamento do projeto (7), Fig.3, com cola
branca (CASCOLA) e tiras de jornal reciclado e colou-se no ciclone para
deixar a superfície mais uniforme. Após esta etapa realizou-se a pintura do
ciclone (8), Fig.3, com a tinta spray (TEK BOND).

Para a realização do teste do ciclone (9), Fig.3, em uma balança semi-


analítica (MARTE) pesaram-se 200 g de terra com cal e por meio de um
agitador magnético (SOLOTEST) com peneiras (AVTTEST e SOLOTEST) de
aberturas de 4, 8, 10, 16, 30, 50 e 74 mesh, encontrou-se o diâmetro das
partículas. Então ligou-se o aspirador (ELETROLUX) com o tubo na parte
superior do ciclone, colocou-se uma mangueira de silicone (ELETROLUX)
no tubo de entrada do projeto para sugar a amostra de terra peneirada.
Após esta etapa pesou-se a amostra que ficou retida na parte de baixo, no
pote de conserva (EMBAVALE).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto final pode ser observado na Fig. 6. É possível visualizar três
principais componentes: o ciclone (composto por corpo,
entrada, overflow e underflow), suporte para sustentação e coletor de saída,
mantendo todas as dimensões demostradas no esboço (Fig. (4)).

Figura 6. Projeto Final, ciclone de bancada, 40 cm de altura de material


PVC e suporte.
FONTE: próprio autor.
Os dados obtidos para a granulometria foram distribuídos conforme Tab.
3, juntamente com os dados estatísticos correspondentes.

Tabela 3. Resultados experimentais para o estudo de granulometria.

Malha (Mesh) Diâmetro  (µm) Massa (g) Xi Xac Xpasso

2–4 5875 1,46 0,70% 0,007 0,993

4–8 3555 9,71 4,70% 0,055 0,945

8 – 10 2180 8,16 4,00% 0,094 0,906

10 – 16 1590 30,22 14,80% 0,242 0,758

16 – 30 890 17,72 8,70% 0,329 0,671

30 – 50 450 67,03 32,80% 0,656 0,344

50 – 200 245 67,42 32,90% 0,986 0,014

200 74 2,90 1,40% 1,000 0,000

204,62

FONTE: próprio autor.

Os dados estatísticos anteriores são mais bem representados quando


vistos em porcentagem de massa, conforme a Tab. (3). Pode-se afirmar
que a maior parte das partículas apresenta diâmetro médio de 245 µm,
enquanto apenas 0,7% possuem diâmetro maior do que 5875 µm.
Figura 7. Distribuição Granulométrica: fração de massa por diâmetro
médio das partículas.

FONTE: próprio autor.


O rendimento do ciclone foi calculado levando em consideração a massa
do coleto: underflow (195,7 g) e a massa das partículas de entrada (200 g).
Através de uma simples relação entre elas é possível determinar o
rendimento de 97,85%. O valor do rendimento e a perda da eficiência estão
relacionados com o diâmetro do tubo do ciclone, se não for grande o
suficiente, e o tamanho das partículas, esses dois fatores podem ter
influenciado a perda de eficiência de 2,15%, principalmente o tamanho das
partículas, afinal considerando a distribuição granulométrica anterior é
possível afirmar que a maior parte das partículas possuem um tamanho
relativamente pequeno que pode ter gerado perda de eficiência.

Utilizaram-se três modelos de análise estatística: Gates-Gaudin-


Schummann (GGS), Rosin-Ramler-Bennet (RRB) e Log Normal (LOG), visível
nas Fig. 8, Fig. 9 e Fig. 10, respectivamente. Para todos os modelos a série
em azul representa os dados experimentais obtidos, enquanto a série em
vermelho representa a proximidade entre os valores experimentais e os
modelos. Os valores de M e K resultaram em 0,443 e 4,254
respectivamente, para o modelo GGS, n e d’ resultaram em 1,280 e 1,014
para o modelo RRB, e por fim, 0,701 e 2,353 para o modelo LOG.

Figura 8. Modelo de Gates-Gaudin-Schumman.

FONTE: próprio autor.


Figura 9. Modelo de Rosin-Ramler-Bennet.
FON
TE: próprio autor.
Figura 10. Modelo de Log Normal

FON
TE: próprio autor.
O modelo GGB não apresentou proximidade com os va

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