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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS- CCSA

CURSO DE DIREITO
Disciplina: Antropologia e Cultura Jurídica
Docente: Prof. Dr. Davi Pereira Júnior
Discente: Penelopy Chaves

Review do texto “Identidade Cultura na pós-modernidade” - Stuart Hall


O livro “Identidade cultural na pós-modernidade” se objetiva em estabelecer os
conceitos de identidade, entender como a “crise de identidade” ocorre e quais suas
consequências. Para iniciar a discussão, o autor distingue três concepções sobre
identidade. A primeira refere-se ao sujeito do iluminismo, que se baseia em uma
concepção humana totalmente centrada, unificada, racional e agente; a segunda
concepção está relacionada ao sujeito sociológico, na qual a identidade se forma na
interação entre o indivíduo e a sociedade, ligando o sujeito à estrutura. Já a terceira
concepção é a identidade pós-moderna, uma identidade móvel formada e transformada
continuamente pelos sistemas culturais que cercam o indivíduo.

O autor se utiliza do pensamento de Laclau ao argumentar, que as sociedades da


modernidade tardia são atravessadas por diferentes divisões e antagonismos sociais que
produzem uma variedade de diferentes identidades paras os indivíduos. A partir do
processo de globalização e os novos movimentos sociais, a identidade muda de uma
política de identidade relacionada à classe para uma política da diferença.

Hall, no segundo capítulo, faz um quadro histórico de como o sujeito moderno foi
construído e mudado. Desde René Descartes, com sua teoria dualista que centralizou o
indivíduo no campo racional, passando por Locke e a identidade contínua delimitada por
uma consciência individual e o liberalismo econômico de Adam Smith; o sujeito possuía
um caráter individualista. No entanto, com a biologia darwiniana e as novas ciências
sociais, o indivíduo passou a ser definido no interior das grandes estruturas sociais.

O autor também considera que há três pontos que descentralizam o sujeito. O


primeiro deles refere-se à revolução teórica do marxismo, que desloca a noção de agência
individual. O segundo trata da descoberta do inconsciente por Freud, que considera a
nossa identidade formada com base em processos psíquicos e simbólicos do inconsciente.
O terceiro descentramento, a partir da teoria do linguista Saussure, analisa a os
significados apresentados pela língua, essa sendo um sistema social preexistente nos
indivíduos. O quarto, elaborado por Foucault, é a ideia de poder de maneira atomizada,
ou seja, individualizada, que é um produto das novas instituições coletivas. Por fim, o
quinto trata de como o feminismo se relacionou com o descentramento do sujeito
moderno, questionando distinções entre público e privado, abrindo contestações sobre
família, sexualidade, trabalho doméstico, entre outros.

1- A identidade na contemporaneidade pode ser considerada como uma das facetas


da ideologia hegemônica, visto que é utilizada para fins mercadológicos?
2- É possível relacionar o estruturalismo linguístico com o estruturalismo
antropológico?

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