Você está na página 1de 8

Linha do Tempo

Introdução à Filosofia
Descartes e Revolução Científica
Metafísica Patrística Racionalismo

Platão Agostinho Descartes


428-347 354-430 1637

Antiga Medieval Moderna Contemporânea

VI AC Ano 1 1224-74 1781


Thales Cristianismo Tomás de Aquino Kant
O surgimento Começo da
da Filosofia Era Cristã Escolástica Criticismo

Gustavo Arja Castañon

Linha do Tempo: Moderna Renascimento


Mecanicismo Heliocentrismo Racionalismo Gravitação Cálculo Criticismo

Da Vinci Copérnico Descartes Newton Leibniz Kant


1452-519 1543 1637 1687 1646-716 1781

Renascimento Revolução Científica Escolástica Modernidade

1401-464 1483-546 1564-642 1632-704 1711-776


de Cusa Lutero Galileu Locke Hume

Neoplatonismo Protestantismo Ciência Moderna Empirismo Ceticismo metafísico Botticelli – La primavera

“Magnum miraculum est homo”

1
Renascimento Renascimento
Maquiavel

Localizado entre os séculos XV e XVI “Quem num mundo de perversos pretende seguir em tudo os
ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria
Começa com a divulgação de uma série de textos fraudados de
supostos profetas
profetas:: Hermes Trismegisto
Trismegisto,, Zoroastro,
Zoroastro, Orfeu perdição”

Acaba com o surgimento da Revolução Científica Política não é extensão da Ética, mas ciência do poder político

Nas artes se experimenta uma liberdade temática,


temática, a volta de Política deve ser considerado pelo ser, não pelo dever ser
temas pagãos e aplicação da técnica de outros campos
Realismo político é fruto de grande pessimismo antropológico
Marca central é a revalorização do ser humano e cultura grega
Príncipe deve governar eficazmente o estado apesar da sorte
Ser humano é “microcosmos
“microcosmos”” e ““milagre
milagre máximo”
máximo”
Virtude do príncipe é vigor, astúcia e energia,
energia, capacidade de
Ser humano é o único que se plasma, é artífice de si mesmo prever, planejar e constranger,
prever, constranger, domando a sorte e mantendo o
Retorno do neoplatonismo e da magia poder

Revolução Científica Revolução Científica


(1543--1687)
(1543 Um mundo destruído

Mudança radical de critérios A imagem de mundo que foi destruída pela revolução
e objetivos do conhecimento
No mundo feudal da idade média, tudo ocupava seu lugar
imutável, determinado pela qualidade de sua essência.
Heliocentrismo
A Terra ocupava o centro desse Cosmos, onde o homem não
Experimento: matemática dominava e não podia dominar a natureza
mais experiência
Na cosmologia, o modelo era o ptolomeico-
ptolomeico-aristotélico
aristotélico,, dividindo o
Matematização da natureza Cosmos basicamente entre o mundo sublunar - o mundo da
imperfeição, da mudança constante e da corrupção de tudo - e o
mundo celestial supralunar, perfeito e incorruptível.
Rompimento entre ciência e
Torre de Pisa: local onde Galileu teria
fé O espaço aristotélico é portanto um conjunto diferenciado de
promovido o primeiro experimento público lugares que possuem naturezas diversas.

2
Revolução Científica Revolução Científica
A segunda grande revolução cultural A nova síntese epistemológica

a) A Terra não é o centro do universo: A Terra se torna nada mais que A Revolução Científica substituiu a física qualitativa de Aristóteles por uma física
um planeta entre outros. O universo fechado se torna infinito, imagem da quantitativa
geometria euclidiana. Esse descompromisso com a aplicação das teorias tomou dois caminhos distintos no
b) A Ciência se torna experimental: A Ciência Moderna é superior pois pensamento epistemológico grego.
obtém suas proposições através de experimentos e demonstrações, o que a O primeiro foi o aristotélico, que partia da experiência (observações sistemáticas) mas
separa da religião e da filosofia. tinha o objetivo de captar a essência das coisas e dos fenômenos e classificá-
classificá-los.
c) A Ciência rejeita a busca pela essência das coisas: A filosofia natural O segundo, platônico, foi o da matemática como modelo de conhecimento, sem
não está mais voltada para a essência ou a substância das coisas e dos qualquer compromisso com sua aplicação no mundo material.
fenômenos, e sim para responder “o como” eles se desenvolvem, que A nova síntese epistemológica que nos traz a Revolução Científica é a realizada entre
funções matemáticas os regem. as matemáticas e a experiência. Essa síntese tem nome, e é experimentação.
d) A Revolução Científica é triunfo do neo-
neo-platonismo
platonismo:: A mística do Sua tarefa foi a de elaborar um conceito de experiência e de teoria fundado no recurso
Sol, presente em Copérnico e Kepler; o Deus Geômetra, que cria o mundo inédito à matemática: é o controle e a quantificação da experiência.
nele imprimindo uma ordem geométrica e matemática. Esta unidade pode acontecer porque se admite o pressuposto que a natureza se
organiza de forma matemática
e) A Ciência tem como objetivo intervir na natureza: O conhecimento
passa a ter um objetivo prático, deve servir para aprimorar as técnicas dos Assim, uma das conseqüências da Revolução Científica foi o divórcio entre o mundo
artesãos e aumentar a produtividade do trabalho humano. dos valores (do sentido, dos fins) e o mundo dos fatos (causas materiais e eficientes).

Galileu Galilei Revolução Científica


(1564--1642)
(1564 Galileu

“A Filosofia encontra-
encontra-se Viveu entre 1564 (Pisa) e 1642 (Florença)
escrita neste vasto livro que Aperfeiçoou a luneta e usou-
usou-a como instrumento científico
continuamente se abre
perante nossos olhos (o Choque da Igreja com Galileu foi choque entre
universo), que não se pode interpretação instrumentalista e realista de Copérnico
compreender antes de Igreja estava com o monopólio da interpretação das
entender a língua e os escrituras em jogo
caracteres com os quais está
escrito. E ele está escrito em Deus nos deu sentidos, discurso e intelecto: é por meio
linguagem matemática.” deles que podemos chegar à conclusões naturais pela
experimentação
Galileu Galilei
Princípio da inércia e do movimento retilíneo uniforme
“e no entanto, ela se move”
Relatividade do movimento explica porque Terra se move

3
Revolução Científica Revolução Científica
Galileu Galileu

Não é de experiências sensoriais que se faz a ciência, O Livro da natureza está escrito em linguagem matemática
mas de experimentos construídos Método científico consiste nas “sensatas experiências” e
“demonstrações necessárias”
Ciência não está a serviço da fé e tem objetivo diverso:
Se deduz racionalmente de uma teoria suas consequências
“saber como vai o céu” ou “saber como se vai ao céu” empíricas
Não se pede certidão de nascimento para a verdade, E se observa sensatamente na realidade sua ocorrência
mas razões e demonstrações através dos sentidos
A “sensata experiência” é o experimento
Ciência é realista e objetiva, não instrumentalista
Experimento mental revela dedutivamente absurdo de
Ciência só pode descrever propriedades quantitativas teorias
objetivas, não qualitativas subjetivas (ser humano fora) Galileu primeiro utilizador do método hipotético-
hipotético-dedutivo

Revolução Científica Descartes


Newton (1596--1650)
(1596

Considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, viveu entre 1642 e 1727
O fundador da filosofia
Publicou em 1687 a obra mais importante da história da ciência, o “Philosophiae
“Philosophiae moderna
Naturalis Principia Mathematica”
Mathematica”

A famosa lei da gravidade: dois corpos se atraem de forma diretamente proporcional ao


produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância Sujeito é o centro e a base
da filosofia
Se envolveu em várias acusações de plágio na carreira. As mais famosas por Hooke,
Hooke, em
relação a gravidade, e Leibniz, em relação ao cálculo diferencial

Newton assume uma metafísica que afirma que:


O novo racionalismo
 a dureza, a extensão, a impenetrabilidade e o movimento são qualidades essenciais dos corpos
O mecanicismo e a
 A natureza é simples e uniforme metafísica da ciência
“hypotheses non fingo”:
fingo”: suposições não derivadas do fenômeno não tem lugar na
ciência
“Cogito ergo sum” A matematização do espaço
O mundo é uma máquina, mas causa primeira não é mecânica

4
Descartes Descartes
1596--1650
1596 O método cartesiano

“Seria difícil imaginar algo tão estranho e incrível que já não 1) EVIDÊNCIA – A razão não pode aceitar como verdadeiro o
tenha sido dito por algum filósofo” que não for evidente e imune à dúvida, ou seja, claro e
distinto, imediato
Toda a filosofia e teologia tradicionais estão condenadas pela
falta de método 2) ANÁLISE – Dividir cada problema nas menores unidades
possíveis, o que leva à evidência por reduzir os problemas a
Filosofia precisa se inspirar na geometria, e esta, precisa ser ideias claras e distintas e libertar o verdadeiro que está
unificada com a álgebra num fundamento e método universal misturado com o falso
do conhecimento
3) SÍNTESE – Recompor as ideias agora simples de forma a
Razão precisa de método, de guia para a expansão cumulativa reconstruir, e portanto entender, o complexo. É ou real, ou
do conhecimento hipótese provável
Como a geometria, método deve partir de verdades evidentes 4) ENUMERAÇÃO – Enumerar e revisar todas as partes e
por intuição passos para checar se nada se omitiu no caminho

Descartes Descartes
A dúvida metódica O Cogito

Mas o que pode ser imune a dúvida? Qual o fundamento do A matemática sim, parece indubitável em todas as circunstâncias.
conhecimento? Seus raciocínios nos enchem de certeza
Mas é possível considerar que esse sentimento de certeza seja
Se a regra leva a uma única certeza que não pode ser resultado da obra de um deus enganador, um gênio maligno que nos
maculada por qualquer tipo de dúvida, é possível conhecer faz sentir a certeza diante de raciocínios matemáticos

O saber tradicional pode oferecer isso? Mas se ele me engana quanto a matemática, então eu existo pra ser
enganado
A tradição já demonstrou sua vacuidade em lidar com o mundo
Ele não pode enganar-
enganar-me quanto a minha existência, pois preciso
existir para ser enganado. Logo, se penso, sou.
Os sentidos são enganadores e apresentam dados absurdos
Pensamento aqui abrange operações do intelecto, sentido,
A lógica tradicional leva a raciocínios falsos por serem imaginação e vontade: somos res cogitans
fundados em premissas obscuras e sem fundamento
O “penso logo existo” não é um argumento, mas uma intuição
Todos esses ramos estão rejeitados por princípio imediata

5
Descartes Descartes
As ideias Deus

Mas como provar a partir da consciência o mundo externo? Ora, a causa eficiente deve ter tanta realidade como seu efeito
Como reconstruir o saber?
O autor dessa ideia não pode ter sido eu, que não tenho esses
Ora, quem pensa, pensa ideias. O primeiro tipo de ideias que atributos, nem outro ser que não tenha esses atributos
parece evidente são as vindas dos sentidos: as adventícias
Portanto a ideia de Deus em mim necessariamente foi criada
Com elas, combinamos e criamos com a faculdade da por um ser que tenha esses atributos: Deus
imaginação ideias novas: as fictícias
A ideia de Deus é a assinatura do Criador na criatura
Mas há ideias em nós que não vieram dos sentidos, e portanto
não foram também fruto da imaginação Deus portanto é o fundamento que garante a capacidade de
nossa razão e confiabilidade de sentidos considerados como
São por exemplo as ideias de perfeição, absoluto, infinito, ideias claras e distintas
eternidade, imutabilidade
Deus também é o fundamento da estabilidade das leis
Entre elas a ideia de Deus, que reúne essas e outros atributos, naturais, porque elas são expressão de sua vontade, mas esta
e portanto, é inata é imutável

Descartes Descartes
O erro Mecanicismo

O erro não vem de Deus, nem é pecado original, mas é O mundo corpóreo é possível por causa da ideia de
fruto do mal uso da razão extensão, e é dado pela sensação através da imaginação
O mal uso da razão nasce da interferência da vontade no Deus garante a segurança das sensações
intelecto
No entanto devemos aplicar o critério das ideias claras e
Ela o leva a considerar ideias obscuras e confusas como distintas às sensações: só a extensão é distinta
claras e distintas
Essência da matéria é a extensão, res extensa
O erro é fruto da operação, e não do ser (humano)
Qualidades são expurgadas da nova ciência
O mundo é extensão e movimento, criado por Deus

6
Descartes Descartes
Mecanicismo Geometria Analítica

Princípio da inércia: se a matéria não tem qualidades, só Matemática moderna: a álgebra


aplicada à geometria
pode mudar de direção pela impulsão de outros corpos
Curvas, superfícies e figuras
Princípio da conservação: movimento geral sempre geométricas se tornam equações
permanece constante, contra a entropia
Qualquer equação pode ser
Princípio do movimento retilíneo: toda coisa tende a se interpretada geometricamente
mover em linha reta originariamente 2 coordenadas para o plano, 3
duas retas com extensão para a mecânica, 4 para a
Corpo animal é uma máquina dividida por uma unidade de relatividade
medida, permitem associar
O Deus cartesiano criou o mundo, deu corda nele e o qualquer ponto no plano dois A física permitida pela nova
números: a abscissa (vertical)
abandonou e a ordenada (horizontal)
matemática muda a face da Terra

Descartes Descartes
O Dualismo Críticas

Alma é pensamento e não vida. A morte se dá por causas Hume: aquele que pensa já não é o que existe, e
fisiológicas, não por sua separação do corpo argumento é circular
Alma é inextensa (res cogitans), corpo é extenso (res
extensa) não há interseção entre as duas substâncias Se as duas substâncias não tem interseções, não podem
interagir
Interacionismo:: alma não é piloto, mas também sofre
Interacionismo
efeitos do corpo Deus de Descartes não está no mundo (nullibilismo
(nullibilismo))

Espíritos animais circulam no sangue até afetarem e Método cartesiano é especulativo e não capta o espírito
serem afetados pela glândula pineal da ciência moderna em sua essência
Como poderia a alma inextensa exercer impulsão sobre Leibniz: matéria não pode ser extensão, mas como todo o
um corpo extenso? ser, é atividade

7
Descartes
Legado

RACIONALISMO MECANICISMO
(Empirismo)

Malebranche Hobbes

Spinoza Locke

Leibniz Hume

Você também pode gostar