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Métodos Quantitativos

Aplicados a Negócios
“No futuro, o pensamento estatístico será tão
necessário para a cidadania eficiente como saber
ler e escrever.”
H. G. Wells (1866 - 1946)
Nosso dia-a-dia....

É incrível a quantidade de
informação estatística a qual
somos expostos diariamente.
(gráficos, tabelas, manchetes que
falam sobre os resultados das
ultimas pesquisas de opinião,
experimentos e outros estudos
científicos).
Por que estudar Métodos Quantitativos?

O objetivo deste novo ramo do conhecimento é resolver


problemas de decisão nas áreas de economia, administração,
finanças e organização em geral.
O Método Quantitativo é um recurso indispensável,
uma vez que se apresenta como uma ferramenta
para a tomada racional de decisões gerenciais,
substituindo as decisões empíricas utilizadas em
grande escala.
Definição e Aplicação do MQ

O método de Pesquisa Quantitativa, como o próprio nome já diz


significa quantificar dados, fatos ou opiniões, nas formas de coleta de
informações, como também com o emprego de técnicas e recursos
simples de estatística, tais como média, percentagem, moda, desvio
padrão e mediana, como o uso de métodos mais complexos tais como
análise de regressão, coeficiente de correlação etc., bastante comum em
defesa de teses.
Definição e Aplicação do MQ

O Método Quantitativo é bastante usado no


desenvolvimento das pesquisas nos campos
social, de opinião, de comunicação,
mercadológico, administrativo e econômico,
representando de forma geral a garantia de
precisão dos resultados, evitando enganos e
distorções na interpretação dos dados.
(OLIVEIRA, 2002, p. 155).
Origem e Evolução

Surge com as sociedades primitivas. A origem


da palavra Estatística está associada à palavra
latina status (Estado).
Um passeio pela história

Há indícios de que 3000 anos A.C. já


se faziam censos na Babilônia, China
e Egito.
Na Bíblia...

O 4º livro do Velho Testamento faz referência a


uma instrução dada a Moisés, para que fizesse
um levantamento dos homens de Israel que
estivessem aptos para guerrear.
Roma - César Augusto

Usualmente, estas informações eram utilizadas para a


taxação de impostos ou para o alistamento militar. O
Imperador César Augusto, por exemplo, ordenou que
se fizesse o Censo de todo o Império Romano.

Censere em latim = taxar


Aplicação do MQ na civilização antiga
Guilherme o conquistador

Em 1085, Guilherme, O Conquistador,


solicitou um levantamento estatístico da
Inglaterra, que deveria conter informações
sobre terras, proprietários, uso da terra,
empregados e animais. Os resultados deste
censo foram publicados em 1086 no livro
intitulado “Domesday Book” e serviram de
base para o cálculo de impostos.

Domesday = Dia do juízo final


Resultado desse estudo
Um livro para os impostos...
Palavra Estatística

A palavra Estatística foi cunhada pelo


acadêmico alemão Gottfried Achenwall
(1719-1772), que foi um notável
continuador dos estudos de Hermann
Conrig (1606-1681).
Palavra Estatística

A escola alemã atingiu sua maturidade com August


Ludwig Von Schlzer (1735-1809), mas sempre com
ideias diferentes daquelas que fundamentaram a
Estatística Moderna. Com algum exagero, pode-se
dizer que o seu principal legado foi o termo
STAATENKUNDE, que deu origem à designação
atual.
Século XVII – Tábuas de Mortalidade

John Graunt, análises de nascimentos e mortes.


Verificou em seus estudos que o % de homens era
ligeiramente superior ao % de mulheres
Áreas da Estatística

Amostragem e planejamento de experimentos: mecanismo de coleta de


dados;
Estatística descritiva: organização, apresentação e sintetização de
dados;
Estatística inferencial: métodos de análise de dados visando a tomada
de decisões. Utiliza alguns resultados da teoria das probabilidades (a
qual tem por objetivo quantificar a incerteza existente em determinada
situação).
Conceitos elementares

Unidade experimental ou de observação é um objeto (isto é, pessoa,


objeto, transação ou evento) a partir do qual coletamos os dados.
População é o conjunto total de unidades experimentais que têm
determinadas características que se deseja estudar. Uma população
pode ser finita e infinita.

Conjunto de assal-
tos a banco numa
Conjunto de estudan- grande cidade.
tes do Ensino Médio
Conjunto de todos os de uma escola.
eleitores que formam
a população.
População finita

População finita: nesses casos o número de elementos de um grupo


não é muito grande, a entrevista e a análise das informações devem
abordar a todos do grupo. Por exemplo: As condições das escolas
particulares na cidade de Manaus. Se observarmos o grupo
chegaremos à conclusão de que o número de escolas particulares em
Manaus é considerado finito.
Indicamos o tamanho de uma população finita por N.
População infinita

População infinita: o número de elementos nesse caso é muito


elevado, sendo considerado infinito. Por exemplo:
A população da cidade de Manaus.
Noções de estatística

Em uma pesquisa sobre a Vamos identificar a população e a


quantidade de horas que os amostra nessa situação.
brasileiros passam assistindo TV,
foram entrevistados 54.000 Com base nas definições anteriores
brasileiros. temos que a população são todos
os brasileiros e a amostra são os
54.000 brasileiros entrevistados.

População do Brasil é 207,7 milhões


(dado do IBGE 2016)
Vamos entender Amostra

Em Estatística, amostra é o conjunto de elementos extraídos de um


conjunto maior, chamado População.
É um conjunto constituído de indivíduos (famílias ou outras
organizações), acontecimentos ou outros objetos de estudo que o
investigador pretende descrever ou para os quais pretende generalizar
as suas conclusões ou resultados.
Fique atento aos termos!!!
Censo ou recenseamento é o estudo que considera todos os elementos
da população. Nesse a amostra estudada é igual à população.
Desvendando Amostra

Principais razões para se trabalhar com uma amostra:


 A população é infinita, ou considerada como tal, não podendo por
tanto ser analisada na íntegra;
 Custo excessivo do processo de recolha e tratamento dos dados,
como resultado da grande dimensão da população ou da
complexidade do processo de caracterização de todos os elementos
da população;
 Tempo excessivo do processo de escolha e tratamento dos dados,
conduzindo à obtenção de informação desatualizada;
Desvendando Amostra

Continuando... principais razões para se trabalhar com uma amostra:


 As populações são dinâmicas, de  Escolha de informação através
onde resulta que os elementos de processos destrutivos (que,
ou objetos da população estão se aplicada exaustivamente,
em constante renovação, de conduziria à completa destrui-
onde resulta a impossibilidade ção da população);
de analisar todos os elementos
desta população;
Desvendando Amostra

Continuando... principais razões para se trabalhar com uma amostra:


 Inacessibilidade a alguns elementos da
população, por diversas causas.
 Se a constituição da amostra obedecer a
determinadas condições, a análise das
características da amostra pode servir
para se fazer inferências sobre a
população.
Desvendando Amostra

A dimensão da amostra é Pode-se dividir as técnicas de


significativamente inferior à amostragem em vário tipos:
dimensão da população, de forma a
 Amostragem probabilística
justificar a constituição da amostra.
– procedimento em que
A amostragem é, por sua vez, um
todos os elementos da
conjunto de procedimentos através
população têm uma
dos quais se seleciona uma amostra
probabilidade conhecida e
de uma população.
superior à zero de integrar
a amostra;
Desvendando Amostra

Amostragem não probabilística:


 Amostragem intencional – amostragem não probabilística
subordinada a objetivos específicos do investigador;
 Amostragem não intencional – amostragem não probabilística
regida por critérios de conveniência e/ou de disponibilidade dos
inquiridos.
Desvendando Amostra

Os três métodos de elaboração de uma amostra mais utilizados no


ensino básico e secundário são:

 Amostragem aleatória – todos os


indivíduos da população têm uma mesma
probabilidade de serem selecionados.
 Amostragem estratificada – selecionam-
se aleatoriamente os grupos em vez dos
indivíduos.
 Amostragem sistemática – a seleção é
feita por uma regra ou um teste padrão
aplicado à população.
Vamos entender mais um pouco...

Os parâmetros: são medidas descritivas de toda uma população que


podem ser usadas como entradas para uma função de distribuição de
probabilidade para gerar curvas de distribuição. Os parâmetros são
normalmente representados por letras gregas para distingui-los de
estatísticas amostrais. Por exemplo, a média populacional é
representada pela letra grega mu (μ) e o desvio padrão da população
pela letra grega sigma (σ). Os parâmetros são constantes fixas, isto é,
eles não variam como as variáveis. Contudo, seus valores são
normalmente desconhecidos, porque é inviável medir uma população
inteira.
Vamos entender mais um pouco...

Estatística é a parte da ciência


responsável pela coleta, organização e
interpretação de dados experimentais
e pela extrapolação dos resultados da
amostra para a população.
População e Amostra

Consistência dos dados,


Estatística Descritiva interpretações iniciais

População
Amostra

Inferência Estatística
Caracteriza (ou inferi sobre) uma população a partir
de uma parte dela (a amostra).
Passos para seleção de amostra

1 Definir a população da amostra

2 Identificar uma lista de todas as unidades amostrais

3 Decidir o tamanho da amostra

4 Selecionar um procedimento específico de determinação da amostra

5 Selecionar fisicamente a amostra


Tipos de dados

As informações contidas num Variável é uma característica da


conjunto de dados são referentes unidade experimental*.
a determinadas variáveis em Há dois tipos de variáveis:
estudo. numéricas e não numéricas. As
numéricas são denominadas
quantitativas, e as não numéricas,
qualitativas.
Variáveis....

Por definição, as características de Exemplo:


interesse de uma população são Na compra de um aparelho de TV,
chamadas de variáveis. além da marca, podemos escolher
o tamanho da tela, os recursos
disponíveis, bem como o preço.
Cada uma dessas características -
marcas, tamanho da tela, recursos
disponíveis e preço - é chamada de
variável.
Classificação das variáveis

Variáveis qualitativas: Variáveis quantitativas:


Seus valores são expressos por Seus valores são expressos por
qualidades (atributos do fenômeno números.
pesquisado).
Por exemplo: altura, massa, idade,
Por exemplo: cor dos olhos, estado número de irmãos, espessura.
civil, time preferido, classe social,
grau de instrução.
Variáveis qualitativas

Ordinais: Nominais:
São medidas dispostas em certa São aquelas distribuídas em
ordem, posição hierárquica ou categorias mutuamente exclusivas,
sequência classificatória. mas com as mesmas propriedades.
Exemplo: classificação do IDH do Exemplos: nacionalidade, esporte
Brasil. preferido, cor dos olhos.
Variáveis quantitativas

Discretas Contínuas
Quando é proveniente de Quando é proveniente de
contagem, ou seja, é expressa medida, ou seja, é expressa por
por números inteiros. número real (inteiro ou não).
Por exemplo: número de irmãos, Por exemplo: massa, altura,
quantidade de computadores, temperatura, volume.
número de animais, idades em Exemplos: (1,55 cm, 2,300 g,
anos completos. 7,8 ºC...)
Exemplos: (0, 1, 2, 49, 100...)
Tipos de variáveis de uma pesquisa

Ordinal
Qualitativa
Nominal
Variável
Discreta
Quantitativa
Contínua
Exercitando...

Determinando a população, amostra, e


variáveis:
Uma academia de ginástica tem 5.000
alunos. Seus proprietários resolveram
realizar uma pesquisa com 500 de seus
alunos para identificar a(s) modalidade(s)
esportiva(s) preferida(s), o(s) períodos(s)
(manhã, tarde e noite) mais utilizado e a
massa muscular (em Kg) adquirida pelos
alunos após um ano de exercícios.
Exercitando...

Com base no exemplo citado temos que a


população está sendo caracterizada por
todos os alunos da academia e a amostra
são os 500 alunos da academia com quem
foi feita a pesquisa. A(s) modalidade(s)
esportiva(s) preferida(s) e o(s) período(s)
(manhã, tarde e noite) são as variáveis
qualitativas; já a massa muscular (em Kg)
adquirida pelos alunos é a variável
quantitativa contínua.
Frequência absoluta

Iniciaremos a definir frequência absoluta e frequência relativa a partir de


um exemplo prático. Observe:
Suponha que entre um grupo de Pedro: brasileiro; Ana: brasileira;
turistas, participantes de uma Romero: espanhol; Laura: espanhola;
excursão, tenha sido feita uma Cláudia: brasileira; Sérgio: brasileiro;
pesquisa sobre a nacionalidade de Raúl: argentino; Nélio: brasileiro;
cada um e que o resultado dela Sandra: brasileira; Paulo: espanhol.
tenha sido o seguinte
Frequência absoluta

O número de vezes que o valor da variável é citado representa a frequência


absoluta daquele valor.
Nesse exemplo, a variável é “nacionalidade” e a frequência absoluta de cada
um de seus valores é:
Brasileira, 6;
Espanhola, 3;
Argentina, 1.

Pedro: brasileiro; Ana: brasileira; Romero: espanhol; Laura: espanhola; Cláudia:


brasileira; Sérgio: brasileiro; Raúl: argentino; Nélio: brasileiro; Sandra:
brasileira; Paulo: espanhol.
Frequência relativa

A frequência relativa é aquela que registra a frequência absoluta em


relação ao total de citações. (É a razão entre a frequência absoluta e o
total de observações). Nesse exemplo temos:
Frequência relativa

Como foi observado a frequência Para achar a frequência em


relativa pode ser expressa em porcentagem:
fração, nº decimal ou percentagem. Basta fazer uma regra de três,
Obtêm-se a frequência relativa a vejamos:
partir do cálculo: Para o exemplo da nacionalidade
brasileira:
10  100%
6 X
10 . X = 6 . 100
X = 600 / 10
X = 60%
Tabela de frequência

• Vamos então construir o que chamamos de tabela de frequência


referente à situação problema acima:

• A tabela que mostra a variável e suas realizações (valores), com as


frequências absoluta (FA) e relativa (FR).
Exercitando frequência

• Um professor de educação física mediu a altura de 15 alunos de uma


classe e organizou os dados em uma tabela para facilitar sua utilização,
com o respectivo número de chamada de cada aluno.

• No entanto, para melhor analisar os dados é preciso organizar os


dados, para que o professor obtenha melhores informações.
Exercitando frequência

Colocando as alturas em ordem crescente:

• Nessa apresentação, podemos ver claramente a altura


mínima(1,56m) e a máxima (1,82m) e perceber uma concentração
maior de alunos com altura entre 1,65m e 1,70.
• Mas ela ainda pode ser condensada em intervalos, e posteriormente
representada em um histograma.
Exercitando frequência

• Dividindo as altura em intervalos, • Essa tabela de frequências indica


temos: quantos alunos têm altura
pertencente a um determinado
intervalo. Existem, por exemplo,
2 alunos dessa classe com altura
entre 1,55m e 1,60m.
• Observe, que a maior frequência
está no intervalo entre 1,65 a
1,70 e a menor frequência está
nos intervalos, 1,70 a 1,75 e
1,80 a 1,85.
Histograma

A tabela de frequências pode ser traduzida por um gráfico chamado


histograma.

O histograma é um gráfico formado por retângulos. No eixo


horizontal colocamos os intervalos e no vertical, as frequências.
Observe como ficam evidentes os intervalos de maior e menor
frequência.
Exercitando frequência

• A tabela também pode ser feita com as frequências relativas na


forma de porcentagem:

• Agora, faça em seu caderno o histograma usando no eixo vertical


as frequências reativas da tabela acima.
Atividade para fixa o conteúdo

Elabore um estudo das alturas dos alunos de sua classe


• Meçam coletivamente a altura de cada um com trena, registrando
os dados numa tabela do tipo número do aluno X altura.
• Individualmente, em seus cadernos:
• organizem a tabela, colocando as alturas em ordem crescente ou
decrescente;
• construam as tabelas de frequência absoluta e frequência relativa;
• representem a tabela por meio de histogramas;
• interpretem os histogramas: intervalo de maior e menor
frequência.
Para refletir

• Sua classe pode ser considerada uma amostra significativa dos


alunos de sua faculdade?
• Vocês poderiam generalizar os dados dessa pesquisa para a
população da faculdade?

Lembrando:
Coletar, registrar, organizar, representar, interpretar dados são
competências da estatística descritiva!
Obter e generalizar conclusões para o todo, com base na parte são
competências da estatística indutiva!
Referências Bibliográficas
BARBETA, P. A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. 9º.ed. Florianópolis:
UFSC, 2014.
BRUNI, A. L. Estatística Aplicada à Gestão Empresarial. 4º.ed. São Paulo;
Atlas, 2013.
BRUNI, A. L. Excel Aplicado à Gestão Empresarial. 2º.ed. São Paulo; Atlas,
2011.
CRESPO, A. A. Estatística Fácil. 19.ed. São Paulo; Saraiva, 2012.
LEVIN, J.; LEVIN, J.; FOX,J.A.; FORDE , D.R. Estatística Aplicada às Ciências
Humanas. 11º.ed. São Paulo: Pearson, 2012.
SPIEGEL, M. R. Estatística Aplicada à Administração e Economia. 8º.ed. São
Paulo: Makron Books, 2004.
STEVENSON, W. J. Estatística Aplicada à Administração. São Paulo: Harbra,
2007.
“Ter sucesso é falhar repetidamente, mas sem perder o entusiasmo”

Obrigado pela atenção,


até o próximo sábado!
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