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Aula

4 e 5 - 03/03
segunda-feira, 13 de março de 2023 21:28

BECK, J. S. Terapia Cognitivo-Comportamental. Teoria e Prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,


2013, cap. 3 e 9.

RELAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTO E PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

• As emoções, os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas


percepções que ela tem dos eventos.

pensamentos automáticos
• Parecem surgir espontaneamente
• Geralmente são muito rápidos e breves
• É muito provável que esteja consciente da emoção ou do comportamento que se
segue
• É provável que os aceite sem nenhuma crítica, acreditando que eles são verdadeiros
• Você nem mesmo pensa em questioná-los

Entretanto, poderá aprender a identificar seus pensamentos automáticos, dando atenção às


mudanças no seu afeto, comportamento e/ou fisiologia.

Crenças nucleares:
• são compreensões duradouras tão fundamentais e profundas que frequentemente
não são articuladas nem para si mesmo. A pessoa considera essas ideias como
verdades absolutas – é como as coisas “são”.
• são o nível mais fundamental da crença; elas são globais, rígidas e supergeneralizadas.

Crenças intermediárias:
• As atitudes, as regras e os pressupostos.

• Exemplo:
Atitude: “É terrível falhar.”
Regra: “Desistir se um desafio parece muito grande.”
Pressupostos: “Se eu tentar fazer alguma coisa difícil, vou falhar. Se eu evitar fazer,
ficarei bem.”

As situações desencadeantes de PA podem ser:

• Eventos específicos (como receber uma nota baixa em um trabalho acadêmico).


• Um fluxo de pensamentos (como pensar em fazer os exercícios de casa ou
pensamentos intrusivos).
• Uma lembrança (como ter tirado uma nota baixa no passado).
• Uma imagem (como a cara de reprovação de um professor).
• Uma emoção (como notar como é intensa a própria disforia).
• Um comportamento (como ficar na cama).
• Uma experiência fisiológica ou mental (como observar o batimento cardíaco rápido ou
o pensamento ficando lento)

A conceituação já começa no primeiro contato com o paciente e é aprimorada a cada


contato posterior. Você levanta hipóteses sobre o paciente com base não somente na
formulação cognitiva do caso, mas também nos dados específicos que o paciente lhe
apresenta. Você confirma, rejeita ou modifica suas hipóteses à medida que o paciente
apresenta novos dados. A conceituação, portanto, é variável. Em momentos estratégicos,
você vai checar diretamente com o paciente as suas hipóteses e a formulação. Em geral, se a
conceituação for adequada, o paciente confirmará que “parece certa” – ele concorda que o
quadro que o terapeuta apresenta lhe soa verdadeiro.

IDENTIFICAÇÃO DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

• Os pensamentos automáticos frequentemente estão na forma “abreviada”, mas


podem ser facilmente explicitados quando você pergunta sobre o significado do
pensamento. Por exemplo, quando um paciente teve o pensamento “Ah, não!”, o
significado era: “[Meu chefe] vai me dar muito trabalho”. “Droga!”, para outro
paciente, foi a expressão da ideia: “Eu fui um idiota por deixar meu telefone celular
em casa”.
• Os pensamentos automáticos podem ser na forma verbal, forma visual (imagens) ou
ambas.
• Os pensamentos automáticos podem ser avaliados de acordo com sua validade e
utilidade.
• O tipo mais comum de pensamento automático é uma distorção, e ocorre apesar das
evidências objetivas em contrário. Um segundo tipo de pensamento automático é
correto, mas a conclusão a que o paciente chega pode ser distorcida. Um terceiro tipo
de pensamento automático também é válido, mas decididamente disfuncional.
• Os pensamentos automáticos coexistem com um fluxo mais manifesto de
pensamentos, surgem espontaneamente e não estão baseados na reflexão ou
deliberação.

EVOCANDO PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

Pergunta básica que deve ser feita para identificar pensamentos automáticos:
“O que estava passando pela sua cabeça?”

Você vai fazer essa pergunta:


1. quando o paciente descrever uma situação problemática que surgiu, geralmente
desde a última sessão que vocês tiveram juntos;
2. ou quando você notar uma alteração ou intensificação de afeto negativo durante uma
sessão.

O paciente poderá ter tido pensamentos automáticos angustiantes:


1. antes de uma situação, como uma antecipação do que poderia acontecer (“E se ela
gritar comigo?”)
2. durante uma situação (“Ela acha que eu sou burra”)
3. e/ou depois de uma situação, refletindo sobre o que aconteceu (“Eu não consigo
fazer nada direito; eu nunca deveria ter tentado”).

ENSINANDO O PACIENTE A IDENTIFICAR PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

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