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Aplicação mais prática

A aplicação prática da TREC tem como um objetivo primário ensinar o paciente a


lidar com a frustração e tolerá-las buscando respostas mais adaptativas, já
que nenhuma situação é 100% negativa. A TREC intervém na desconstrução do
pensamento dogmático.

Em semelhança com a TCC, Ellis reconhece as distorções cognitivas e cria o


conceito de MUST - “musturbation” que pode ser compreendido através das
auto regras estabelecidas pelo paciente que ficam evidentes quando
aparecem discurso como: “eu poderia ter feito de outra maneira… “eu
deveria” ou “eu tenho que...” (tiranias do dever). Albert Ellis considera que esse
tipo de discurso e pensamentos são improdutivos e pioram o estado emocional,
com isso o profissional deverá fazer confrontações a fim de combater os
pensamentos dogmáticos. O foco central do terapeuta será em estimular o paciente
a desenvolver pensamentos pautados na racionalidade.

Segundo Albert Ellis, para avaliar as situações vividas pelo paciente e o grau do seu
distúrbio emocional, o terapeuta deve seguir as seguintes orientações:

1. Avaliar o tipo de distúrbio emocional do paciente.


2. Determinar o quão sério é o problema e escolher as técnicas a partir daí.
3. Averiguar quais são as dificuldades que o paciente pode apresentar no
processo terapêutico.
4. Determinar qual será a melhor conduta a ser adotada para a condução do
tratamento.
5. Analisar qual tipo de deficiência que o paciente possui e qual tratamento
melhor irá beneficiá-lo, desenvolvendo a racionalidade do paciente.

As principais suposições que norteiam a prática da TREC:

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● Distúrbios emocionais e comportamentais possuem antecedentes cognitivos;


● As pessoas têm a medida da sua autodeterminação e não são escravos das
suas bases biológicas - validando a influência do contexto social em que o
sujeito está inserido.
● As pessoas podem implementar algo para melhorar ou maximizar sua
liberdade para ativar e mudar seus pensamentos irracionais.
● Uso de técnicas comportamentais são requeridas como auxílio emergencial
para o paciente e incluem o plano de ação, bibliografia, dessensibilização
sistemática.

A TREC defende fortemente o princípio da auto aceitação. Albert Ellis defende:


“Aceite a si mesmo e aos outros incondicionalmente. Não o que você faz ou o que
os outros fazem. É comum errar, cometer um deslize, fazer papel de bobo ou
comportar-se de maneira inadequada. Isso acontece com você e com todo
mundo. Não rotule, não julgue, não condene, nem a você mesmo nem aos outros.
Não meça o seu valor essencial ou de seja lá o que for. Aceite o pecador, mas não
o pecado.”

Ter uma ou mais crenças irracionais de maneira enraizada origina um dos principais
problemas relatados por pacientes: a frustração e a sensação de incapacidade
de lidar com as situações. Ellis pontua três principais crenças irracionais que
devem ser avaliadas no paciente:

1. Devo ser excepcionalmente competente, amado pelos outros e devo fazer


tudo para ser assim. Tenho que absolutamente conseguir isso a qualquer
preço.
2. É muito importante que os outros me tratem com consideração e lealdade,
assim eles devem absolutamente fazê-lo e têm que fazer, do contrário são
pessoas detestáveis ou execráveis, e merecem ser literalmente condenadas
quando não me tratam assim.

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3. É preferível experimentar prazer do que dor, o mundo tem que absolutamente


de me proporcionar prazer e não dor, e a vida é horrenda, e não consigo
suportar, quando o mundo não é desta maneira.

O objetivo do tratamento será avaliar essas crenças e torná-las mais racionais.


As pessoas podem ter uma, duas ou até mesmo três dessas crenças irracionais e
segundo Ellis, tornam-se ansiosas e deprimidas. A vivência de uma realidade cuja
interpretação é feita pelo viés dessas crenças irracionais leva a pessoa ao
sofrimento - uma vez que, de forma inconsciente, ela filtra a sua experiência através
dessas crenças desadaptativas.

A TREC ressalta a importância de trabalhar o paciente para que ele


desenvolva um modelo de pensamento mais flexível, a fim de que tenha uma
visão mais realista e adaptativa do mundo. Trabalhar a racionalização do
pensamento e explicar como essas crenças irracionais e determinados
acontecimentos da vida disparam esse modelo de pensamento disfuncional, é a
base do modelo ‘’abc’’.

Combatendo essas crenças irracionais é possível ter um paciente mais ajustado,


com um raciocínio mais funcional e consequentemente com menos sofrimento. A
partir do momento em que o paciente consegue pensar com mais
racionalidade é possível fazer a mudança de uma emoção extremamente
prejudicial por outra mais adaptativa.

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