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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"


Campus de Bauru

Constante de dissociação
Ácida, Ka. Experimento IV

Laboratório de Química Geral II


Laboratório de Química Geral II

Índice:

1. Objetivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 2

2. Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 2

3. Introdução Teórica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 3

3.1. Classificação dos ácidos e bases. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 3


3.2. 3.2. Força dos ácidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 4
3.3. pH. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 5

4. Experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 5

4.1. Material e Reagentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 5


4.2. Procedimento Experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6

5. Resultados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6
5.1. Valores Obtidos Experimentalmente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6
5.2. Calculo da concentração de H+, C2H3O2- e CH3COOH. . . . . . Página 7
5.3. Calculo da Constante de Dissociação Ácida, Ka. . . . . . . . . . . Página 7

6. Discussão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 8

7. Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 8

8. Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 8

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1. Objetivo
Comprovar através de experimentos a lei de dissociação ácida e achar o valor
numérico da constante de dissociação ácida, Ka.

2. Resumo
Foi-se preparada uma solução de 2molar de ácido acético, a partir dessa solução
base foi feito outras soluções de concentrações diferentes.
Mediu-se o pH das soluções feitas e calculou-se o Ka através das concentrações
de [H ], [C2H3O2-] e [CH3COOH] através da relação Ka= [H+][A-] / [HA].
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3. Introdução Teórica

3.1. Classificação dos ácidos e bases:

3.1.1. Idéias preliminares


A palavra ácido provém do latim acidus, que significa azedo. Foi empregada
originalmente para referir-se ao vinagre, fabricado desde as primeiras civilizações
mediante fermentação de sucos de frutas, especialmente uva, produzindo assim o vinho,
que contém álcool etílico, CH3CH2OH,
C6H12O6 2 CH3CH2OH + 2 CO2
Ao deixar azedar o vinho, formava-se o vinagre, uma solução aquosa diluída de
ácido acético CH3COOH,
CH3CH2OH + O2 CH3COOH + H20
Por outro lado, as palavras base e álcali não são tão conhecidas, embora muitos
produtos de limpeza usados diariamente nos lares sejam bases, como os limpadores com
'amônia' ou a soda cáustica usada pra desobstruir encanamentos entupidos.
Ao final do século XVII, Robert Boyle enunciou as seguintes definições:
Os ácidos são soluções de sabor azedo, produzem efervescência ao entrar em
contato com certos metais como o zinco, mudam a cor de certos extratos vegetais como
o chá preto (substâncias hoje chamadas de indicadores ácido-base) e perdem todas essas
característica quando reagem com as bases.
As bases se caracterizam por soluções que têm sabor amargo, são escorregadias
as tato, mudam a coloração dos indicadores produzida pelos ácidos e também perdem
suas propriedades quando reagem com os ácidos.
Em 1680, na França, F. André explicou essas propriedades propondo que os
ácidos deveriam ter formato de agulha e as bases, formato redondo. Antoine L.
Lavoisier identificou todos os ácidos de sua época como substâncias que continham
oxigênio. Segundo ele, esse elemento era o responsável pela acidez. Anos mais tarde,
Humphry Davy propôs que, em vez do oxigênio, o hidrogênio era o elemento
primordial.

3.1.2. A teoria de Arrhenius


“Ácido é toda substância que, em solução aquosa, se dissocia, fornecendo
íons H+, como único tipo de cátion”.
“Base é toda substância que, dissolvida em água, se dissocia, fornecendo íons
OH- (hidróxido), como único tipo de ânion.”

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3.1.3. A teoria de Brönsted e Lowry


Ácido: é qualquer espécie química (molécula ou íon) que doa próton, H+.
Base: é qualquer espécie química (molécula ou íon) capaz de aceitá-lo.

3.2. Força dos ácidos:

A definição de Lowry e Brönsted sugere que um ácido forte é aquele que possui
uma maior tendência para transferir um próton para outra molécula. E, uma base forte é
aquela que possui uma grande afinidade por prótons. Então, podemos medir
quantitativamente a força de um ácido determinando a fração dos reagentes que se
transformam nos produtos, em reações análogas àquela dada abaixo:

Ácido 1 + base 2 ácido 2 + base 1

Todavia, uma pequena reflexão é suficiente para nos fazer concluir que a
extensão na qual os reagentes formam os produtos não é ditada, simplesmente, pela
tendência do ácido 1 em perder um próton mas, também, pela tendência da base 2 em
aceitar próton. Assim, dado que a transferência de próton depende tanto das
propriedades do ácido 1 como da base 2, é óbvio que a única maneira de compararmos a
força dos ácidos individualmente é por meio da determinação de suas tendências em
transferir um próton para uma mesma base, geralmente a água.
Então, determinando-se a habilidade dos vários ácidos em transferir um próton
para a água, podemos ordená-los de acordo com suas forças. A medida quantitativa da
força dos ácidos é fornecida pela constante de dissociação dos ácidos, Ka, a qual é a
constante de equilíbrio da seguinte reação geral:

A Tabela 1 contém as constantes de dissociação de vários ácidos importantes.


Nesta tabela, os ácidos estão arranjados em ordem decrescente de constante de
dissociação. Os ácidos fortes, tais como HCl, HNO3 e HClO4 deveriam estar no início
da tabela, mas suas constantes são tão grandes que não podem ser medidas em água. No
final da tabela, também, deveriam aparecer vários ácidos cujas constantes são
demasiadamente pequenas para serem medidas em água, tais como NH3, OH- e CH3OH.

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Tabela 1: Constantes de dissociação de ácidos


Nome Ka (25°C)
Ácido oxálico 5,6 x 10ˉ²
Ácido sulfuroso 1,2 x 10ˉ²
Íon hidrogenossulfato 1,0 x 10ˉ²
Ácido fosfórico 7,1 x 10ˉ³
Ácido cloroacético 1,4 x 10ˉ³
Ácido nitroso 0,71 x 10ˉ³
Ácido fluorídrico 0,68 x 10ˉ³
Ácido fórmico 0,18 x 10ˉ³
Ácido láctico 0,14 x 10ˉ³
Ácido acético 1,8 x 10-5
Íon metilamônio 2,3 x 10ˉ¹¹
Peróxido de hidrogênio 2,2 x 10ˉ¹²

3.3. pH:
O pH, potencial hidrogenionico, é um índice que indica a acidez, neutralidade ou
alcalinidade de um meio qualquer.
A escala do pH pode variar de 0 até 14, sendo que quando o pH for menor que 7
indica que tal substância é ácida, para pH maior que 7 indica que a substância é básica e
para substância com pH 7 indica que ela é neutra.
O valor do pH está diretamente relacionado com a quantidade de íons hidrogênio
de uma solução e pode ser obtido com o uso de indicadores.

4. Experimental
4.1. Material e Reagentes:

- Balão volumétrico de fundo chato de 100 mL;


- Pipeta volumétrica de 10 mL e 20 mL;
- Pisseta;
- Béquer de 100 mL e 250 mL;
- Solução tampão pH=4 e pH=7;
- Ácido Acético 2M.

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4.2. Procedimento experimental:

Primeiramente foram lavadas todas as vidrarias utilizadas no experimento, e em


seguida calibrar a balança analítica.

4.2.1. Preparação das soluções de Ácido Acético 0,2M e 0,4M:


0,2M - Com o auxilio de uma pipeta volumétrica de 10 mL foram-se pipetados
10 mL de solução de ácido acético 2M para um balão volumétrico de 100 mL e o
conteúdo do balão preenchido com água destilada e o balão agitado.
0,4M - Utilizando uma pipeta volumétrica de 20 mL foram-se pipetados 20 mL
de solução de ácido acético 2M para um balão volumétrico de 100 mL e o conteúdo do
balão preenchido com água destilada e o balão foi agitado para homogeneização.

4.2.2. Medição do pH:

O peagâmetro foi calibrado, através das soluções tampão de pH=4 e pH=7


através do ajuste analógico do instrumento. Os eletrodos do peagâmetro foram muito
bem lavados várias vezes durante cada etapa de cada procedimento descrito.
Após a calibração do instrumento, as soluções foram colocadas em um béquer de
250 mL e o pH de ambas as soluções foram mediados.

5. Resultados
5.1. Valores Obtidos Experimentalmente:

Tabela1: Valores obtidos no experimento

Concentração 0,2M 0,4M

Medida do pH 2,8 2,63

Expressão, Ka Ka = [H+][C2H3O2-] / [C2H3O2-] Ka = [H+][C2H3O2-] / [C2H3O2-]

Volume Ác. Acético 2M 10 mL 20 mL

[H+] aq 0,0015849 0,00229090

[C2H3O2-] aq 0,0015849 0,00229090

[CH3COOH] aq 0,1984151 0,3977091

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Tabela2: Valores de pH e volume de solução.

0,200 M 0,400 M

V 100 mL 100 mL

pH 2,8 2,63

5.2. Calculo da concentração de H+, C2H3O2- e CH3COOH :

1. Sendo pH = -log [H+] , temos [H+] = 10-ph .


2. Como os coeficientes estequiométricos são 1, teremos [H+] = [C2H3O2-].
3. A concentração de CH3COOH será a subtração concentração inicial e a concentração
de H+.

0,200M : [H+] = 10-ph = 10-2,8 = 0,0015849


[C2H3O2-] = 0,0015849
[C2H3O2-] = 0,1984151

0,400M : [H+] = 10-ph = 10-2,64 = 0,00229090


[C2H3O2-] = 0,00229090
[CH3COOH] = 0,3977091

5.3. Calculo da Constante de Dissociação Ácida, Ka:

Ka = [H+][C2H3O2-] / [C2H3O2-]
0,200M: Ka = [0,0015849][ 0,0015849] / [0,1984151] Ka = 1,26 x 10-5
0,400M: Ka = [0,00229090][ 0,00229090] / [0,3977091] Ka = 1,31 x 10-5

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6. Discussão
Como a solução apresenta-se diluída em água é quase pura, a atividade pode ser
como sendo igual a 1. A expressão resultante é chamada de constante de acidez, Ka que
também é conhecida como constante de dissociação ácida ou constante de ionização.
O valor experimental de Ka para o ácido acético, em 25ºC, é 1,8.10ˉ5.Esse valor
pequeno indica que só uma pequena parte das moléculas de ácido acético doa seus
prótons quando dissolvida em água. Os valores obtidos são muito próximos, e a
diferença no valor é baixa se considerarmos os valores são da ordem de 10ˉ5. A
diferença entre a constante encontrada para a teórica se dá devido a imprecisão de
instrumentos e diferença na temperatura.

7. Conclusão
Após a conclusão do experimento, e o estudo da literatura, notou-se que o
experimento baseia-se na medida do pH de um ácido fraco, ácido acético CH 3COOH,
que pode ser considerado um ácido de Bronsted com um átomo de hidrogênio ácido,
portanto pode-se imaginar que a solução em questão continha, moléculas ou íons ácidos,
pequena concentração de íons H3O+ da base conjugada do ácido formado por
transferência de prótons para as moléculas de água, e uma concentração extremamente
pequena de íons OH- que mantém o equilíbrio de autoprólise, onde a reação em que um
próton é transferido entre duas moléculas da mesma substância, assim os produtos são
uma ácido ou base conjugada da substância.
Os químicos comumente interpretam as tendências das propriedades dos
compostos em termos da estrutura de suas moléculas. Entretanto as forças relativas dos
ácidos e bases são difíceis de prever por duas razões. Primeiro Ka e Kb são constantes
de equilíbrio,e , portanto estão relacionadas à energia livre da reação de transferência de
prótons.Seus valores, conseqüentemente, dependem de considerações de entropia e de
energia.Segundo o solvente desempenha papel importante nas reações de transferência
de prótons, logo, não podemos esperar relacionar a força dos ácidos somente a suas
estruturas moleculares.

8. Bibliografia

ATKINS, Peter; JONES. Loretta. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna


e o Meio Ambiente. 3ªedição. Bookman, 2006. 965p.
SALLES, Antônio Mário. Físico-Química I. São Paulo: Coleção Objetivo, 2007.243p.
FELTRE, R.; "Química: Físico-Química"; Ed. Moderna, 6a Ed. Vol. 2. São Paulo, 2004.
LEMBO; “Química: Realidade e Contexto”; Ed. Ática, 1a Ed.. São Paulo, 2000.
MAHAN, B. M. & Myers R. J.; “Química”; Ed. Edgard Blücher, 5a Ed. São Paulo, 2002.

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