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SEMINÁRIO INTERNACIONAL – DEMOCRACIA E CONSTITUCIONALISMO

Braga, Portugal – 22 e 23 de outubro de 2018.

“A HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E O HUMANISMO: NOVOS


DESAFIOS PARA O CONSTITUCIONALISMO NO SÉCULO XXI” – Prof. Dr.
Rafael Padilha dos Santos

- O terrorismo é instrumento de manipulação de massas.


- “Não importa se o gato é preto ou branco, desde que cace os ratos”, ou seja,
não importa quem seja o inimigo, desde que sirva para criar medo na
população.
- O poder internacional e o papel de direito são adversários em um jogo de
xadrez.
- Há duas frentes de poder no mundo: EUA (isolacionismo, populismo,
protecionismo) x CHINA E RUSSIA (integração, euroasiática). 
- EURÁSIA: coração da Terra, quem domina esse território domina o mundo. 
- EUA em crise por medo de perder o mundo. Guerra interna. Medidas de
politicas internas nos EUA: investimento em militarização. Doutrina Moore:
conquistar o mundo. Inimigo: criado com o 11 de setembro: Afeganistão,
Iraque, Síria, Líbano, Líbia, Somália e Sudão. Atualmente: Irã, Síria, Correia do
Norte, Venezuela, Rússia e China.
- CHINA E RÚSSIA: unidas e interativas; são contra o protecionismo;
multilateralismo: cada vez mais aproximação; nova civilização hegemônica.
- Mundo oriental ultrapassa o ocidental. 
- Politica externa de Trump: guerra e sanções.
- "Guerra é a continuidade da politica por outros meios". 
- A migração é um fenômeno essencial para os projetos de poder.
- O Direito não é capaz de solucionar as dialéticas de projetos de poder
internacional. 
- JUSTIÇA: conveniência dos mais fortes (segundo Platão em “A Republica”)
x Aristóteles
- Atualmente: "os fortes fazem o que querem e os fracos sofrem o que lhes é
imposto"
- Os países  atacados são os mais fortes e são sempre divididos para gerar
conflitos internos e os enfraquecer. 
- Jogo de espionagem, terrorismo, manipulação pública = espécies de guerras
hibridas que ocorrem nos dias de hoje.
- Polônia e EUA (raízes antigas) X Rússia e Alemanha. 
- Prisão secreta norte-americana na Polônia. CIA torturava os presos. 
- Os EUA é imune ao Direito. Pode declarar legalmente guerra militar ao TPI se
não concordar. No entanto, esta certa soberania internacional americana está
sendo neutralizada  e entrando em conflito com o crescente poder da Eurásia,
e aí está a grande preocupação dos EUA.
- HUMANISMO: centrar o homem no seu papel dentro do mundo. 

ESTRATÉGIAS DOS EUA:


- Grande influência sionista (financiaram Trump). Motivo da saída da Unesco:
Unesco contra Israel pois reconhece o Estado Palestino: patrimônio nacional
palestino: local onde estariam enterrados Adão e Eva e outras personagens
bíblicas. Saída de muitos outros acordos e tratados. 
- Desarmamento nuclear do Irã. 
- Tirar o Brasil dos BRICKS, para fortalecer seu alinhamento com os EUA. 
- Fechamento de portas para os países que comercializam com o Irã. 

ESTRATÉGIAS DA CHINA E RÚSSIA:


- "Temos que permanecer comprometidos com o livre comercio". China
comunista internamente porém, no âmbito internacional defende o livre
comércio. "Seguir o protecionismo é como se fechar em um quarto escuro,
onde o vento e a chuva podem ficar de fora porém também não há luz e sol". 
- A Turquia e o Irã são importantes pontos de passagem para as novas rotas
da seda.
- Integração de 65 países. China com artérias comerciais com diversos países. 
- Se a nova rota da seda se concluir surgirá um novo poder hegemônico para
concorrer com os EUA. 

“O DEVER FUNDAMENTAL DE PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA”


– Profª. Drª. Andreia Sofia Oliveira

- Obrigatoriedade  do voto.
- Votar é um ato social.
- Antigamente havia somente deveres e não direitos.
- Constituições liberais começaram a ser claras quanto aos deveres
(pagamento de impostos, defesa da pátria e cumprimento das leis) assim como
aos direitos.
- Primeira metade do século XX: aniquilação dos direitos e sua funcionalização
à obtenção de determinados fins (manutenção da ordem, totalitarismo)
- Segunda metade: ressurgimento social, reação negativa aos deveres. A Idade
dos Direitos de Norberto Bobbio.
- Pactos internacionais: direitos humanos: maior quantidade de direitos que
deveres.
- Constitucionalismo Português: direitos e deveres fundamentais (1ª parte). No
entanto, no corpo dos direitos fundamentais, os deveres são  particularmente
ausentes. Poucos deveres (mais em família, meio ambiente, patrimônio,
saúde). Desequilibro entre direitos e deveres, principalmente referente a
deveres fundamentais, que quase nunca são base para soluções judiciais. 
- Participação democrática: direito e dever de participar, de votar.
-  Dever cívico: é ou não é um dever jurídico? 
- CIDADANIA: compreende direitos e deveres. Pressupõe  e exige que os
cidadãos reconheçam que a comunidade é credora.
- Pensar somente nos direitos não é adequado. (Matéria ambiental: deve haver
mais deveres que direitos, pois os sujeitos devedores são próprios e claros,
enquanto os sujeitos credores, as futuras gerações, por exemplo, são um tanto
abstratas).
- O constrangimento do ato de votar não gera revigoramento cívico da
comunidade, que é o grande objetivo da participação democrática.
- Devem ser feitas facilitações e incentivos para o votar. 
- Abstenção: sintoma grave do desinteresse dos cidadãos, da falta de
civilidade).
-  Devem ser tomadas medidas para resolver os problemas e não sanar os
sintomas. 
- DEMOCRACIA: um cordeiro e dois lobos decidindo qual será o jantar. 
- Antigamente o voto tinha mais valor pois era uma conquista.

“O APOIO JUDICIÁRIO E A TUTELA JURISDICIONAL EFETIVA –


CONCRETIZAÇÕES DA TEORIA DA INTERCONSTITUCIONALIDADE
(Análise do acordão do Tribunal Constitucional n.º 242/2018)” – Profª. Drª.
Joana Rita de Sousa Covelo de Abreu

- Checks and balances.


- Direito da União Europeia não se baseia mais  nos direitos fundamentais.
- Teoria das redes, das constituições em redes.
- Fonte imediata: jurisprudência do Tribunal de Justiça: usada na UE, no
entanto, em Portugal, trata-se de fonte mediata.
- Não se fala em direitos humanos da UE, mas sim em direitos fundamentais.
- Dimensões desses direitos fundamentais: possibilidade de apoio judiciário
para que um particular possa se dirigir ao poder judiciário: isenção de taxas
para pessoas e entidades sem fins lucrativos, por exemplo.
- Descompasso entre os membros da UE quanto aos sujeitos da isenção, do
apoio judiciário. 
- CIDADANIA: protege cidadaos estaticos e dinamicas. Passou de meio para
fim. 

“DESAFIOS À AUTONOMIA CONSTITUCIONAL ESTADUAL ATRAVÉS DA


JURISDIÇÃO PENAL INTERNACIONAL” – Prof. Dr. Mário Ferreira Monte
- A criminalidade (corrupção, crimes financeiros, tráficos) põe em risco a
soberania dos Estados, bem como sua autonomia. Tantos crimes não podem
ser combatidos somente com os instrumentos que os Estados têm. Hoje, por
exemplo, atuam no combate aos crimes, muito as instituições internacionais
como ONU, OTAM. 
- Existem organizações mafiosas muito ricas e poderosas por trás de
movimentos políticos. 
- Branqueamento de capitais = lavagem de dinheiro.
- Estados corruptos não querem tratados internacionais ou lei supra
constitucionais, pois fazem branqueamento de capitais, e esses dispositivos
prejudicariam sua corrupção. Como justificativa, entretanto, alegam que esses
tratados afetam a sua soberania.
- Os instrumentos clássicos de proteção do Estado e dos cidadãos é obsoleto.
Queda do principio da territorialidade: criminalidade transnacional.
- Tribunal Penal Internacional (TPI): afeta a soberania dos Estados e a
democracia. Critica: tribunal somente dos países de 3º mundo. Problema: não
abrange a corrupção, apenas quatro crimes  específicos.
- Dependendo do contexto, da época e do local, alguns crimes adquirem maior
impacto que outros = a hierarquia dos direitos não se inverteu, apenas as
urgências, as necessidades de puni-los e evita-los. Os crimes de corrupção,
por exemplo, são menos repudiados que crimes sexuais, no entanto, a
corrupção põe em risco o Estado Democrático de Direito, e é uma urgência
protege-lo. 
- O Direito é a antítese do extremismo. 
- O Estado está em estado de necessidade. 
- O TPI respeita a soberania dos Estados  ao,  se as coisas correrem bem,
oferecer a causa ao Estado - art. 17.
- Brasil não pode investigar em outros países bem como os outros países não
podem investigar no Brasil. Assim, para crimes transnacionais não há
jurisdição, não há penas: impunidade, terra de ninguém em que se pode tudo.
Por isso a extrema e urgente necessidade de expandir as competências do
TPI.
- Artigo 28: Desafios do TPI: crime de culpa in vigilando e não por omissão.
Nao se utiliza  o termo culpa mas sim responsabilidade penal porque “a culpa
morre solteira”, nunca s sabe de quem ela realmente é.

“A DEMOCRACIA ECONÓMICA NA ERA DA ECONOMIA DIGITAL: MERA


REALIDADE VIRTUAL?” –  Prof. Dr. Pedro Froufe
 
- O territorialismo estatal é obsoleto.
- O Direito é racional mas tem um impulso afetivo.
- O Estado impõe uma zona de conforto ao individuo e ele, individualista,
aceita.
- Negação do Estado.
- Relações no somente verticais mas horizontais~.
- DEMOCRACIA DIGITAL
- Os efeitos e as influências da tecnologia criaram o homos digitaus (Natasha
Skashir - ucraniana dinamarquesa).
- Democracia hoje é um upgrade da democracia da forma clássica, não
substancial mas sim instrumental. 
- Os hábitos do homem digital mudam, então sua democracia deve mudar
também.
- No entanto, há ainda a formação de uma nova democracia, pois já viu-se que
as crianças da nova geração possuem uma estrutura cerebral diferente em
relação e em função da tecnologia.  
- Democracia: modo de exercício de poder.
- No âmbito das relações econômicas não há geralmente o principio
democrático, mas pode acontecer.
- REDE: inteligência artificial, foge ao controle da democracia, pois não há
valores ou transparência.
- Equilíbrio entre a comunicação em rede e a democracia.
- Democracia europeia: transparência e valores. 
- A soberania e a democracia em termos extranacionais são ficção,  entretanto,
dever-se-iam existir, principalmente em função da tecnologia.
- Inventor do para-raios: escreveu um texto sobre a democracia.
- DEMOCRACIA: primeiro estabelece-se um consenso, depois a votação.
Atualmente, porém, isso está invertido.
- A logica digital reclama novas leis.

"LIMITES AO ATIVISMO JUDICIAL DIANTE DA CRISE DO ESTADO E DA


DEMOCRACIA" – Prof. Dr. Clovis Demarchi

- Pascal: a justiça é diferente nas duas margens de um rio.


- Os problemas dos homens, no entanto, são sempre os mesmos.
- DIREITO É UMA CRIAÇÃO CULTURAL, É TOTALMENTE SOCIAL.
- REPÚBLICA: maioria em detrimento da minoria.
EMENTO CIENTÍFICO
- Método e técnica.
- Radicalismo - sem ser extremismo, radical: parte da palavra que não muda,
as clausulas. Rigor: crise
 CRISE
- Estabelecimento de critérios depois de uma critica a situação em que se
encontra. 
- Ideia relacionada fundamentalmente em filtro natural (eliminar o mau e deixar
o bom). Obrigação de fortalecer os pontos fortes e minimizar os efeitos
negativos. Reforçar valores e rever conceitos. Estímulo da criatividade (falta de
qualidade na educação brasileira e “repeteco” de informações). Possibilidade
de repensar ou fazer algo novo.
DEMOCRACIA - a crise da democracia – Bauman.
- Poder do povo.
- Em termos aristotéliscos ela não existe nos dias de hoje. Impossível. Se a
democracia for corrompida virará DEMAGOGIA: representatividade.
REPRESENTATIVIDADE
- Os representante não nos representam: não há democracia, mesmo ela
sendo nesta forma. 
GOVERNABILIDADE
- O Brasil tem o presidencialismo de coalizão (funciona mais ou menos em
sistemas parlamentares), presidencialismo não. As pessoas se reúnem por
grupos de interesse, não defendendo ideias = muitos partidos sem ideologia
definida. 
VÍCIOS DA POLÍTICA = corrupção e clientelismo. 
- Brasil não tem projeto de Estado e sim de governo, o que é ruim pois
prevalecem os interesses pessoais. Ministros mudam de decisões toda hora
para vender seus livros e palestras, quebrando a segurança jurídica. 
ESTADO
- Tratado de Vestefália: povo, território e soberania = progressiva ruptura desse
conceito. 
- Mudança de relações socioculturais e econômicas, globalização  (quebra a
ideia tríplice do Estado).
- Um Estado, país, não consegue mais controlar seu povo.
-Fronteiras: clima e tecnologia: interferem no território e na soberania.
- 3 poderes: impacta na ideia de judicialização: atuar judicialmente, com o
poder judiciário.
- Judicialização da politica: candidatos apresentam projetos, não cumprem
(executivo). O cidadão, que tem o direito, aciona o judiciário para exigir o direito
e o juiz sentencia os governantes a cumprir o se dever (caso das creches).
- Ativismo judicial: perda da segurança jurídica. Mal copiadas do Direito
Alemão. Decisões tomadas pelo judiciário quando não deveriam, renunciando a
sua pronunciação. Quando vai além da legislação, sendo de competência do
poder legislativo (casamento homo afetivo, aborto de anencefálicos)
- Repensar um Estado novo.

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