Você está na página 1de 3

Passo a passo da técnica cirúrgica:

Esta revisão englobou sete estudos associados a tratamentos cirúrgicos


conservadores para a ONMIM, e observou-se certa eficácia relacionada a esta
modalidade de tratamento. Nisi et al. (2018) demonstraram que o
desbridamento supra gengival associado ao uso de enxaguatórios bucais com
clorexidina a 0,2% e Amoxicilina com Ácido Clavulânico por 14 dias foi capaz
de estabilizar a ONMIM e aliviar a dor nos pacientes, porém a cura só foi
alcançada após tratamento cirúrgico conservador, envolvendo sequestrectomia
e curetagem óssea limitada. Esta conclusão se assemelha com a alcançada
por outros autores (Lee et al., 2014; Fortuna et al., 2012). Apesar da alta taxa
de encontrada por Nisi et al. (2018) é válido pontuar que todos os pacientes do
estudo eram portadores de osteoporose, e utilizavam medicamento por via oral.
Talvez a maior taxa de sucesso possa estar associada ao tratamento e à
doença previamente tratada.
A taxa mais alta encontrada foi relacionada com a remoção completa do osso
até atingir osso sangrante em feridas estágio 2 e 3, com fechamento da ferida
em três camadas e interrupção do tratamento antirreabsortivo 4 semanas antes
e 6 semanas depois da cirurgia (Voss et al., 2012). Este estudo mostrou que o
fechamento confiável dos tecidos moles permite a obtenção de resultados
melhores e mais previsíveis. Esta técnica foi capaz de resultar em melhora de
95,2% dos pacientes, com período de acompanhamento de 24 meses. Em
contrapartida, a menor taxa de sucesso encontrada foi de 70% (Kim et al.,
2017). Este resultado encontrado pode estar associado à maior coorte de
estudo, com 325 pacientes e às lesões majoritariamente classificadas como
estágio 3.

file:///C:/Users/chirl/Downloads/12168-Article-161653-1-10-20210203.pdf

Na terapia do Câncer de Mama os bisfosfonatos são indicados visando


redução da dor e diminuição da incidência de novas metástases. Podem
ser administrados tanto por via oral quanto por via venosa, sendo esta
segunda mais comum na terapia das neoplasias.
São fatores de risco para osteonecrose: extração dentária concomitante
ao uso de bisfosfonatos, terapia com pamidronato/ácido zoledrônico (BF),
idade do paciente e tempo de diagnóstico da doença.
A infecção bucal é apontada por Saad et al. (2012) como importante fator de risco para o
desenvolvimento de MRONJ. Em seu estudo, observa-se a associação com a doença em 48,3%
dos casos. No estudo de Marx et al., (2005), a periodontite destaca-se como a comorbidade
dental mais comum, presente em 84% dos pacientes, sendo agressiva em 28,6%. Embora a
periodontite seja observada na maioria dos pacientes, os diversos relatos associam o
desenvolvimento de MRONJ a exodontias.

FARMACOLOGIA:
O recurso à antibioticoterapia é realizado quando existe infeção da região da
lesão evidenciada por supuração ou abcesso e inflamação local, associada ou
não a dor. Os antibióticos de primeira escolha, prescritos isoladamente ou em
associação, são os que apresentam largo espectro, nomeadamente a
amoxicilina com ácido Clavulânico, ampicilina, metronidazol ou clindamicina.
Outros antibióticos como a eritromicina, ciprofloxacina, e doxiciclina também
surgem descritos. A administração é frequentemente oral, apesar de poder ser
necessária, em casos severos e refratários, a administração intravenosa. A
existência de um complexo biofilme no osso necrótico com bactérias, fungos e
vírus pode exigir terapias mais sofisticadas. Quando diagnosticada BRONJ, é
aconselhada a prescrição de antibióticos antes e após tratamentos dentários
juntamente com bochechos com clorexidina na tentativa de prevenir o
surgimento de complicações e evitar a progressão da lesão. Existem, no
entanto, autores que preconizam uma administração cíclica de antibióticos que
consiste na toma do fármaco durante 8 dias com um período de 10 dias de
interrupção, num mínimo de 3 ciclos. O grande problema da terapêutica
antimicrobiana oral ou sistémica são os resultados clínicos curtos, isto é, a
melhoria do abcesso, dor e salivação é, muitas vezes, seguida de uma recaída
com o reaparecimento de sintomas e de infeção após um período de cerca de
3 semanas. Outra desvantagem com a aplicação isolada desta terapêutica
relaciona-se com a incapacidade de os pacientes suportarem os efeitos laterais
da toma da mesma a longo prazo. A evolução da doença para um estádio
superior também não é rara, bem como a possibilidade do desenvolvimento de
resistências com a toma prolongada. A ineficácia de muitos antibacterianos
pode ser explicada pela constante exposição os microrganismos característicos
do meio oral. O tempo de terapêutica varia de 10 dias a 3 semanas
Paciente do sexo feminino, 67 anos de idade. Relata a seguinte queixa: “apareceu essa
abertura na minha boca com um osso que cheira muito mal e sai pus”. O prontuário clínico da
paciente revela que ele utiliza o medicamento chamado AREDIA® há cerca de um ano e meio
para controle de tumor de mama com foco metastático em coluna cervical.
Foi solicitado

Você também pode gostar