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1. Introdução
- No campo da Saúde Mental, o apelo à participação da comunidade tem assumido
a forma de uma convocação à responsabilidade dos atores sociais envolvidos no
cuidado. Profissionais, familiares, vizinhos e todos aqueles que cercam ou estão
vinculados ao portador de transtorno mental são convidados, de diferentes
maneiras, a tomar para si uma parcela do encargo pela assistência.
- Pode-se dizer que a reforma diz respeito, necessariamente, a uma mudança nas
políticas públicas de saúde mental, no sentido de priorizar o atendimento
comunitário do paciente psiquiátrico em detrimento da internação asilar.
- O serviço deve ter atribuições gerenciais sobre uma área administrativa municipal
de saúde, sendo o organizador da demanda de atendimento psiquiátrico (não o
executor exclusivo do cuidado).
- Essa dicotomia se desdobra em outra: entre aqueles que “atendem” e aqueles que
“fazem reunião”.
4. Conclusão
- Podemos concluir, desta maneira, que a “tomada de responsabilidade pelo
território”, o “aumento da responsabilidade do profissional pelo processo de
trabalho” e a “possibilidade de o sujeito advir como responsável pela própria
condição" são um conjunto de discursos que operacionalizam essa convocação à
responsabilidade. Eles estão ligados à saúde pública, à análise institucional e à
psicanálise, com incidência tanto sobre a prática psi de atendimento individual,
quanto sobre a organização dos serviços e a gestão de recursos humanos.
- De modo mais esparso, sem que assumam a forma de prática discursiva, algumas
formulações procuram responsabilizar não só serviços, profissionais e usuários,
mas também a comunidade, através do estabelecimento de “parcerias” e “co-
responsabilidades”.