O documento descreve como a sociedade portuguesa do século XIX era dominada pelo romantismo, limitando o progresso. Eça de Queirós criticou essa sociedade em sua obra-prima "Os Maias", retratando o tédio e marasmo de Portugal. Apesar de querer uma sociedade mais moderna, Eça acabou se resignando ao ver que Portugal não evoluía.
O documento descreve como a sociedade portuguesa do século XIX era dominada pelo romantismo, limitando o progresso. Eça de Queirós criticou essa sociedade em sua obra-prima "Os Maias", retratando o tédio e marasmo de Portugal. Apesar de querer uma sociedade mais moderna, Eça acabou se resignando ao ver que Portugal não evoluía.
O documento descreve como a sociedade portuguesa do século XIX era dominada pelo romantismo, limitando o progresso. Eça de Queirós criticou essa sociedade em sua obra-prima "Os Maias", retratando o tédio e marasmo de Portugal. Apesar de querer uma sociedade mais moderna, Eça acabou se resignando ao ver que Portugal não evoluía.
Apreciação crítica sobre o documentário da RTP “Grandes Livros – Eça
de Queirós”
Era o romantismo do Portugal do Séc. XIX que dava o mote às instituições
que regiam o país. Desde o ensino, à administração das cidades e às igrejas, entre outros, as gerências eram mais dadas à emoção do que à razão. O progresso era lento ou inexistente, graças ao peso perversor da igreja, que não concordava com avanços tecnológicos, de pensamentos, ou de sistemas de governo ou ensino mais modernos. A sociedade era provinciana, muito ligada à igreja e ao romantismo. Tendia para o sentimentalismo, para o idealismo e para o exagero das emoções, muito devido à educação e a leituras românticas. Portugal era incapaz de pensamentos próprios. Baseava as suas ideias na cópia das ideias provenientes de países como Inglaterra e França. Era, assim, construído, tendo como base a burguesia romântica e constitucional, o que condicionava a vida pública, cultura e social. Eça de Queirós era um acérrimo defensor do realismo e do naturalismo e, por consequência, um acérrimo opositor do romantismo. Integrou a famosa Geração de Setenta, em conjunto com Antero de Quental, Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins, entre outros autores reconhecidos, onde se discutiam pensamentos e obras de autores realistas e naturalistas e onde se caricaturava a sociedade, o clericalismo, a religião, a nobreza, a pequena burguesia, onde se caricaturava todo o tédio romântico. Com o passar dos anos e com uma consequente série de viagens, Eça foi perdendo o contacto com a realidade do país, mas foi neste entretanto que, entre outras obras, escreveu a sua obra-prima, denominada “Os Maias”, com o subtítulo “Episódios da vida romântica”. “Os Maias” é uma critica e uma caricatura à sociedade portuguesa do Séc. XIX, no que concerne ao romantismo, ao marasmo e ao tédio de um país onde não acontece nada. Eça revê-se em algumas das personagens da sua obra, especialmente na de Carlos, oriundo de uma família desfeita, que não se revê na sociedade romântica portuguesa. Eça pretendia uma nova sociedade, mais moderna nas ações e nos pensamentos. A obra “Os Maias” seria uma critica, mas também uma forma de demonstrar que a sociedade teria de evoluir. Acabou por esmorecer nessa pretensão, resignando-se. Como foi perdendo o contacto com a realidade portuguesa do fim do século, por não se encontrar em Portugal, não acompanhou a rápida evolução do país perpetrada pelo primeiro-ministro de então, Fontes Pereira de Melo. A obra “Os Maias” termina com o marasmo de sempre do país, demonstrando a falta de evolução, o que levou os críticos da obra a não concordar com o desfecho, facto que provocou uma baixa procura do livro. Só após a sua morte lhe foi feita justiça, com a impressão de inúmeras novas edições, o que ainda acontece, na segunda década do Séc. XXI, 134 anos depois.