A passagem do Império para a República não foi marcada
por uma grande revolução nem por uma significativa participação popular. O processo de transição aconteceu por meio de um golpe militar, que foi favorecido por alguns fatores importantes: O Exército teve papel fundamental no fim do Império brasileiro, o Marechal Deodoro da Fonseca tornou-se chefe do governo provisório e vários outros oficiais foram eleitos para o Congresso Constituinte. O desejo republicano estava presente em vários oficiais do Exército, que eram influenciados pelo pensamento Positivista; contou com o apoio da burguesia cafeeira como uma base social estável, que apoiou o Exército na época do golpe militar; O Imperador Dom Pedro II sofria de diabetes e se ausentou do trono, aumentando ainda mais as desavenças entre a elite imperial e os militares brasileiros, que se sentiam desprestigiados principalmente pela nomeação de civis para o Ministério da Guerra; A questão da sucessão do trono também contribui para o fim do Império, já que a princesa Isabel seria a sucessora caso o imperador https://www.politize.com.br/coronelismo-entenda-o- morresse, e o seu esposo, o conde d’Eu, era francês e não conceito/ Acesso em: 01/05/2023 agradava à elite cafeicultora. “Concebemos o coronelismo como resultado da O historiador Boris Fausto considera a transição entre a superposição de formas desenvolvidas do regime Monarquia a República como “quase um passeio”. Já o historiador Caio Prado Júnior afirma o seguinte: “Não que a representativo a uma estrutura econômica e social proclamação da República tivesse profundeza políticas ou inadequada (…) o coronelismo é sobretudo um sociais; a mudança de regime não passou efetivamente de compromisso, uma troca de proveitos entre o um golpe militar, com o concurso apenas de reduzidos poder público, progressivamente fortalecido, e a grupos civis e sem nenhuma participação popular”. Isto é, a decadente influência social dos chefes locais, leitura dos historiadores é de que a queda da monarquia brasileira ocorreu por disputas de interesses entre as elites notadamente, os senhores de terras” (LEAL, 1948). nacionais, não pelo clamor popular em deixar de ser governado por uma Família Real. As disputas entre a Oligarquia vem do grego, que significa Igreja e o Estado e a abolição da escravatura contribuíram “governo de poucos”, ou seja, por um para que o golpe militar ocorresse, mas tiveram menor importância no processo. grupo de pessoas ou famílias em prol de Leia também: uma mesma atividade econômica ou o que foi o coronelismo, uma das marcas da República partido político. Velha (https://www.politize.com.br/coronelismo-entenda-o A República Oligárquica foi o período de alternância do poder da nova república entre as oligarquias cafeeiras dos conceito/) estados de Minas Gerais e São Paulo. O poder se dava através do coronelismo, prática que mantinha os currais República/republicanismo eleitorais através da troca de favores e até mesmo [...] pode-se dizer que república é uma forma de governo violência; o voto de cabresto, ou seja, o poder exercido que se distingue da forma monárquica. Tal distinção deve- sobre os currais e as fraudes eleitorais, já que os votos se ao fato de que o fundamento do poder nas repúblicas eram abertos. não está associado à governo unipessoal e à sucessão dinástica, tal como nas monarquias, invariavelmente Questão 01 - IMA 2018 - “Forma de controle governadas por casas reais. [...] de modo geral a ideia político sobre o eleitor por meio da coação e do contemporânea de república aproxima-se da de abuso de autoridade, para que vote em democracia, posto que está associada à soberania popular, determinado candidato.” No contexto da História, o exercida por meio da participação em eleições regulares, fragmento acima conceitua: livres, competitivas e extensivas a todos os postos A) Voto de cabresto. politicamente relevantes. A tais traços devem ser B) Voto secreto. acrescentadas a distinção e a separação entre teologia e C) Voto obrigatório. política. LESSA, Renato. Confira o significado do termo D) Voto partidário. República segundo o Dicionário de Políticas Públicas. São Paulo: Editora Unesp, 2016. Disponível em: <http://editoraunesp.com.br/blog/confira-o-significado-do- termo-republica-segundo-o-dicionario-de-politicas- publicas>. Acesso em: 20 fev. 2019.