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Mensagem – Fernando Pessoa

Brasão
A primeira parte da Mensagem abrange os primórdios da nação portuguesa
e os que contribuíram e levaram o país ao Império Marítimo Português.
Predomina a ascensão de Portugal e o alargamento de fronteiras. (TERRA)
O dos Castelos: Fernando Pessoa descreve Portugal como a cara da
Europa, no sentido em que temos o papel de despertar a Europa da inação e
imobilidade, presa nas recordações do passado e sem vontade de avançar.
São os portugueses que a partir do “futuro que é passado”, o mar, vão
expandir as fronteiras na criação do Império Marítimo Português.
Ulisses: caracterização do mito como “o nada que é tudo”, pois este,
embora seja ficção e não tenha de facto existido, é o que inspira os sonhos
e ambições das pessoas, para transformar a realidade. O mito faz florescer a
vontade e a capacidade de sonhar, necessidade humana, sem a qual a vida
não teria sentido, “morre”.
D. Sebastião, Rei de Portugal: Pessoa utiliza esta figura histórica para
fechar o “Brasão”, sendo este símbolo de esperança e ambição (“louco,
porque quis grandeza Qual a sorte a não dá”), pois, embora tenha morrido,
o seu espírito prevalece para motivar as pessoas. Esta é então a chave para
a expansão marítima. De que serve viver sem ambição?
nota: os heróis são predestinados e escolhidos por Deus a inspirar as
pessoas.

Mar Português
A segunda parte da obra explicita a importância do mar, não como barreira
e impedimento, mas como ponte de ligação e possibilidade de chegar mais
longe e conhecer mais. Mar este que é a realização do sonho. Com o
decorrer dos Descobrimentos, Portugal passa por um processo de
autodescoberta. (ÁGUA)
O Infante: este poema representa a concretização da obra e vontade de
Deus: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”. Esta vontade é a de
fazer com que o mar (barreiras naturais) não seja impedimento, mas sim
fator de união entre os povos. Deus sagrou (escolheu D. Henrique, aquele
que fundou a escola Sagres, que permitiu lançar os Descobrimentos) o
Infante, “criou-te português”. Aconteceu a expansão. “falta cumprir-se
Portugal!” (porta para o novo império: o Quinto Império).
Horizonte: invocação do mar e do que de si era desconhecido e assustador.
“Linha severa da longínqua costa”, ultrapassar as dificuldades e chegar ao
sonho, levar a ambição a descobrir mais (o sonho é imaginar o que haverá
para lá dessa linha). Referência à recompensa pelo esforço: beijos da
Verdade.
Mar Português: retrato do sofrimento vivido pelo povo português, através
da enumeração das mães que ficaram sem filhos e esposas que ficaram por
casar. “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!”. O
poeta termina esta parte da Mensagem afirmando que o esforço vale a pena,
e que para alcançar grandes feitos há que passar por tormentas. “Tudo vale
a pena se a alma não é pequena.”.

O Encoberto
A terceira e última parte da Mensagem vem como apelo à mudança,
perante o estado deprimente da nação portuguesa, que declinou. O AR é
símbolo de futuro e do que ainda se vai alcançar -- Quinto Império.
O Quinto Império: critica a tristeza dos que não saem da zona de conforto
e não seguem o sonho (não arriscam). O sujeito poético revolta-se perante a
acomodação que a felicidade traz e os que vivem por viver (“ter vida a
sepultura”). “Ser descontente é ser homem”: é natural o homem ficar
insatisfeito e querer mais, sonhar. Vai nascer um novo dia
(luz=conhecimento) para lá dos impérios já cumpridos. Quem vai
concretizar o plano de Deus?
Nevoeiro: sintetização do que aconteceu após os tempos de glória: caos
(nem rei, nem lei), crise de valores e política e estado de desânimo e
tristeza. Portugal perdeu o brilho que tinha e não há ninguém que saiba
como avançar para lá deste estado. O Nevoeiro é símbolo de um país
disperso, mas também de esperança e reaparecimento da luz. “É a Hora!
Valete, Fratres.” (valor exortativo). Está na hora de iniciar o Quinto
Império.

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