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Arthur Leone
Legislação Tributária Federal para RFB Aula 03

IPI
Legislação Tributária para Receita Federal
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Sumário
SUMÁRIO ..................................................................................................................... 2

BASE DE CÁLCULO. VALOR TRIBUTÁVEL. ...................................................................... 3

BASE DE CÁLCULO NA CONSIGNAÇÃO MERCANTIL ...................................................................... 10


BASE DE CÁLCULO ENVOLVENDO SITUAÇÕES ESPECIAIS COM VEÍCULOS................................................ 13
BASE DE CÁLCULO EM OPERAÇÕES SEM PREÇO DEFINIDO ................................................................... 14
VALOR TRIBUTÁVEL NA INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA ............................................................ 14
VALOR TRIBUTÁVEL MÍNIMO - VTM ................................................................................................ 17
ARBITRAMENTO DO VALOR TRIBUTÁVEL .......................................................................................... 21

IPI NA IMPORTAÇÃO ................................................................................................... 24

PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS - NT ............................................................................. 30

REDUÇÃO E MAJORAÇÃO ............................................................................................ 32

REGIMES ESPECIAIS .................................................................................................... 35

DOS PRODUTOS DESTINADOS A PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO (ART. 72) ................ 35


DOS PRODUTOS DESTINADOS AO PDTI E PDTA ............................................................................... 35
DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS POR ME OU EPP ................................................................................ 35

REGIMES FISCAIS REGIONAIS ...................................................................................... 36

DA ZONA FRANCA DE MANAUS ...................................................................................................... 36


DA AMAZÔNIA OCIDENTAL - AMOC ............................................................................................... 41
ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO ............................................................................................................ 42

QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................................... 44

LISTA DE QUESTÕES................................................................................................... 60

GABARITO.................................................................................................................. 65

RESUMO .................................................................................................................... 66

Fala pessoal, tudo bem? Depois de algumas aulas pesadas teremos uma bem levinha
agora. Essa você vai matar rapidinho.

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Base de cálculo. Valor tributável.


Assim como a definição do fato gerador dos impostos discriminados na Constituição
Federal, por força do art. 146, III, a), da própria Constituição Federal, cabe à lei complementar
definir também a base de cálculo desses impostos. Comece guardando essa circunstância, pois
apesar de termos certa flexibilidade no IPI para majoração de alíquotas via decreto, quanto à
definição da base de cálculo não há qualquer privilégio.

A base de cálculo é a delimitação da grandeza econômica sob a qual se fará incidir a


alíquota. Ao se combinar com a alíquota, elemento aritmético, indicará o quantum devido.

Base de
Alíquota
cálculo
(elemento quantum
(grandeza
artimético)
econômica)

Deste modo, a base de cálculo deve confirmar o aspecto material do tributo. É a tradução
em números (R$) do fato social ocorrido que corresponde à hipótese de incidência.

Assim, se afirmamos que a base de cálculo é R$ 500,00, estamos dizendo que o aspecto
material do IPI, ou seja, a industrialização de um produto com promoção de sua saída mediante
transmissão de posse ou propriedade foi executada em um negócio de R$ 500,00. O valor da
operação, portanto, foi de R$ 500,00.

Nesse sentido, torna-se obrigatória a observância das disposições do CTN, mais


especificamente do art. 47 que apresenta as seguintes bases de cálculo:

“Art. 47. A base de cálculo do imposto é:


I - no caso do inciso I do artigo anterior (ref.: fato gerador desembaraço aduaneiro), o
preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
II - no caso do inciso II do artigo anterior (ref. :fato gerador saída do industrial ou
equiparado):
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou
sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;

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III - no caso do inciso III do artigo anterior (ref.: leilão de produtos abandonados), o preço
da arrematação.”

Ignorando o inciso III, já que de acordo com o que estudamos até aqui a arrematação não
representa hipótese de incidência definida pelo legislador ordinário, vamos analisar cada uma
das possibilidades da base de cálculo previstas no CTN, que variam de acordo com o tipo de
operação.

No caso do desembaraço aduaneiro, a base de cálculo será o valor normal do bem definido
no art. 20 do CTN (base de cálculo do imposto de importação), acrescido do próprio imposto de
importação, das taxas exigidas na importação e dos encargos cambiais. Já temos aqui uma
informação muito importante: o imposto de importação compõe a base de cálculo do IPI.

RESUMINDO

Assim, a base de cálculo na importação (art. 47 I, CTN) é:

(+) Preço normal do produto base do II

(+) Imposto de importação

(+) Demais taxas e despesas para entrada no


país

(+) Encargos cambiais

(=) Base de cálculo

É importante observamos o que dispõe o art. 20 do CTN acerca do valor normal, base de
cálculo do II, ou seja, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da
importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar
de entrada do produto no país. É o valor CIF.

Valor normal
• o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria,
ao tempo da importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de
entrada do produto no país.

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Já no caso da saída de produtos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a


industriais, a base de cálculo será o valor da operação de saída.

É importante observar que podem ocorrer operações de saída sem que seja possível
identificar com precisão o valor dessa operação. Seria o caso, por exemplo, de uma saída
gratuita.

Nessa situação, há que se observar a determinação do inciso II, alínea b, que remete para
o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente.

Assim, pela disciplina do CTN, que determina a base de cálculo de acordo com o tipo de
operação, temos:

Na falta do valor, será


SAÍDA DO ESTABELECIMENTO
considerado o preço
INDUSTRIAL
corrente da mercadoria, ou
VALOR DA OPERAÇÃO sua similar, no mercado
atacadista da praça do
SAÍDA DO ESTABELECIMENTO remetente
EQUIPARADO

DESEMBARAÇO ADUANEIRO
BASE DE CÁLCULO DO II + II + TAXAS E ENCARGOS CAMBIAIS

Já estudamos a base de cálculo-BC na importação, vejamos agora o detalhamento da BC


quando da saída do industrial ou equiparado, resumindo o art. 47, II do CTN visto acima:

Preço do produto

(+) frete

Despesas acessórias cobradas do


(+) comprador

(=) Valor da operação

Fique atento:

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Observe que a BC é o valor da operação e não o preço do produto. Valor da operação é um


conceito muito mais amplo e engloba todas as despesas cobradas do comprador como fretes,
seguros, carga e descarga, despacho e outras.

Embora não haja qualquer contradição entre a BC definida pelo CTN e a BC definida pelo
RIPI, só precisamos ficar atentos com as suas redações.

O CTN definiu a BC tendo como enfoque os FGs: saída ou desembaraço.

Já a redação adotada no RIPI identifica as BC conforme seja a origem do produto: nacional


ou estrangeira.

Mas se trata apenas de uma redação diferente, pois ambos indicam “a mesma coisa”.

Vejamos então como o RIPI se expressa:

No seu art. 190 identifica o valor tributável de acordo com a procedência do produto, ou
seja, se o produto é estrangeiro ou nacional. Vejamos:

“Art. 190. Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui valor tributável:
I - dos produtos de procedência estrangeira:
a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por
ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos
encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; e
b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a
industrial; ou
II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.

Fica claro, à medida que esquematizamos o art. 190, I e II:

Valor CIF do produto


Na importação
+ II + demais taxas
Valor tributável
produtos de origem
estrangeira Valor total da
Na saída do
operação. Todas
equiparado a
despesas debitadas
industrial
ao destinatário

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Valor total da
operação. Todas
Na saída do Industrial
despesas debitadas
Valor tributável dos ao destinatário
produtos nacionais Valor total da
Na saída do
operação. Todas
equiparado a
despesas debitadas
industrial
ao destinatário

Observe: o valor tributável quanto ao fato gerador “saída” de um produto importado de


um equiparado a industrial é idêntica à operação de saída promovida por um industrial ou
equiparado com o produto nacional. Na realidade, apenas na importação, relativamente ao fato
gerador “desembaraço aduaneiro”, o valor tributável é definido em outras bases.
Assim, seja na forma da redação do RIPI ou do CTN, devemos fixar que na “saída” a BC é o
valor da operação. Apenas o desembaraço aduaneiro tem uma BC especial, que é o valor base
do II + II + outras despesas.
Fique atento:

Devemos lembrar que o RIPI determina que todas despesas acessórias, fretes e outras que
venham a ser debitadas ao vendedor incluem-se na base de cálculo.

Tenhamos atenção em relação ao frete. A questão da inclusão do frete enseja certa


polêmica. Contudo, o RIPI é claro que deve ser incluído no valor da base de cálculo. Para tanto
devemos fazer as seguintes considerações. Uma indústria ao vender seus produtos, pode fazê-
lo com cláusula FOB ou CIF. Vejamos:

FOB: o comprador se encarrega em retirar o produto. Logo, se responsabiliza pelo frete.

CIF: o vendedor se encarrega pelo frete e outras despesas acessórias, que será cobrado do
adquirente.

Nas vendas CIF, o frete deve ser incluído no valor da operação.

Nas vendas FOB, o frete não deve ser incluído no valor da operação.

Os incoterms (CIF, FOB...) apesar de serem mais frequentes no comércio internacional, são
largamente utilizados nas operações internas com a finalidade de sinalizar a natureza da
operação e as despesas debitadas aos destinatários.

Todas as despesas acessórias que se cobram do comprador são incluídas na base de


cálculo.

Além do Frete, quais as outras despesas acessórias que devem ser incluídas na base de
cálculo?

Despesas de carga e descarga, despacho, seguros e outras acessórias cobradas do


adquirente.

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Ainda sobre o frete, a legislação não diferencia se o frete é executado pelo vendedor ou
por pessoa ligada a ele (controladas, coligadas...), tratando os dois casos como situações
idênticas. Permite a exclusão, contudo, se for por um terceiro realmente independente.
A medida é bastante acertada para evitar o planejamento abusivo. Se não fosse por essa
previsão (inclusão do frete quando há pessoas ligadas), o industrial poderia constituir sempre
duas empresas: a industrial propriamente dita e uma terceira, cuja atividade empresarial seria
exclusivamente o “frete”. E assim, conseguiria pagar menos IPI segregando atividades de forma
que pudesse distribuir o custo da operação conforme seus interesses.
Por exemplo: poderia distribuir parcela significativa do valor da operação como “frete” e
assim eliminaria essa parcela da base de cálculo do IPI. Atento a esta possibilidade, a legislação
indica que quando houver empresas ligadas fazendo o frete, tal valor se inclui no valor da
operação para fins de definição de base de cálculo. No caso de ser um terceiro independente,
não se inclui o frete na BC do IPI.
Sobre o frete precisamos fazer uma reflexão.
Se no custo do frete houver produtos tributados a diferentes alíquotas, inclusive
isentos e NT, o que fazer com o valor do frete cobrado de forma única?
Como o frete compõe a BC, seu valor é somado ao valor do produto para ser multiplicado
pela alíquota prevista na TIPI. Ao se combinar com um produto alíquota 0%, naturalmente o
valor de IPI devido é zero; ao se combinar com um produto de alíquota 10%, o valor do IPI é
acrescido nesta proporção em relação à parcela do frete.
Então o industrial que está transportando dois produtos, um com alíquota 0% e o outro
com alíquota 10%, e cujo frete único foi definido em R$ 1000,00 para transporte dos dois
produtos, poderia maliciosamente indicar que o produto alíquota 0% tem um frete de R$ 900 e
o produto de alíquota 10% tem o frete de R$100. Note que assim, conseguiria eliminar R$ 900
de base de cálculo daquele que geraria o maior valor de IPI.
Bom, então é importante fazer um rateio honesto do frete quando ele é cobrado de forma
única. Como o frete normalmente leva em consideração o peso da carga, supondo uma carga
de dois produtos de alíquotas diferentes, cada um com 100Kg, o frete seria rateado na
proporção de 50% para cada, e nessa proporção comporia a base de cálculo submetendo-se à
alíquota aplicada a cada um dos produtos.
Importante:

Via de regra, nada pode ser deduzido da BC do IPI, como os descontos, abatimentos etc.
Entretanto, o STF decidiu que os descontos incondicionais devem ser expurgados da base de
cálculo. E isso contraria o que está escrito em nosso RIPI vigente, portanto muito cuidado ao ler
o RIPI, veja.

§ 3º Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou


abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente.

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A parte em vermelho, não é mais válida, apesar de ainda estar presente no RIPI (o RIPI não
sofre atualizações desde 2013).
Por unanimidade, o STF entendeu que os descontos incondicionais não integram a base
de cálculo do IPI. A decisão foi unânime e é uma grande novidade para a prova de IPI, já que este
entendimento ocorreu após os últimos certames para RFB.
A decisão do STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 14, parágrafo 2º, da Lei nº
4.502 que consta no parágrafo 3 do art. 190 do RIPI nos seguintes termos: “Não podem ser
deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a
qualquer título, ainda que incondicionalmente". A inconstitucionalidade atinge apenas os
descontos incondicionais.
Cuidado para não confundir com os descontos condicionais e os demais abatimentos,
que continuam fazendo parte da base de cálculo, isto é, não podem ser deduzidos.
Apenas os descontos incondicionais devem ser expurgados da base de cálculo.

Assim temos:

O Senado, editou a resolução 01/2017 (março/2017) suspendendo a execução do art. 14 acima


mencionado.

Então ficamos assim:

Desconto
Desconto
condicional e
incondicional
outros

Não exclui Exclui da


da BC BC

CESGRANRIO-Petrobras- Téc. de Comercialização Logística Jr./2011 {{{Q.428811}}}

São duas as principais hipóteses do fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados -
IPI:

• na importação: o desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira;

• na operação interna: a saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a


industrial.

Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/ PessoaJuridica/IPI/conceito.htm > Acesso


em: 03 jul. 2011.

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Em relação à operação interna, a base de cálculo do IPI é o valor

A. da operação acrescido da CSLL


B. da operação deduzido do ICMS

C. da operação acrescido de 10%

D. reduzido a 32%

E. total da operação

Resolução:

Nas saídas de industrial ou equiparado a industrial, a BC será o valor da operação, o que inclui
também as despesas acessórias como carga, descarga, frete cobrado do comprador etc.
Atenção: os descontos incondicionais são excluídos da base de cálculo, os descontos
condicionais não são excluídos da BC.
Resposta: E

Base de cálculo na consignação mercantil


Dando sequência a definição do valor da operação, temos um caso especial, a consignação
mercantil:

§ 4º Nas saídas de produtos a título de consignação mercantil, o valor da operação


referido na alínea “b” do inciso I e no inciso II do caput, será o preço de venda do
consignatário, estabelecido pelo consignante.

Antes de aprofundar o tema, já vamos logo definindo que no momento da saída do


produto do consignante, já temos o destaque do IPI, mas pelo valor de venda no consignatário.
É esta nossa base cálculo.
Isto é o essencial:

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Agora vamos cuidar de detalhar a operação de consignação:


A consignação mercantil é uma operação em que um estabelecimento consignante
remete seus produtos para outro estabelecimento - o consignatário - para que este efetue a
venda sob preço previamente pactuado ou definido pelo consignante. Embora seja ampla a
possibilidade de consignação, trataremos daquela em que o consignante é um industrial ou
equiparado, remetendo seus produtos para venda pelo consignatário.
Um rápido glossário para que não restem dúvidas sobre os envolvidos:

Consignante: o estabelecimento que remete produtos em consignação a outro.

Consignatário: o estabelecimento que recebe produtos em consignação para que seja


efetuada a venda.

Quando o consignatário recebe os produtos passa a agir em nome do consignante, mas


não detém a propriedade desses produtos. Daí, duas destinações possíveis podem ter os
produtos:
(1) a venda ao consumidor final
(2) a devolução caso a venda não seja efetuada.
Na consignação mercantil, os produtos são enviados para o consignatário com um preço
de venda já estabelecido pelo consignante.
O RIPI não é “bobo”, por isso determina que será “esse preço” que servirá de base de
cálculo para o IPI, ou seja, o preço final de venda ao consumidor, que foi estabelecido pelo
fabricante que enviou os produtos ao seu representante.
Isso significa que não podem ser excluídos, por exemplo, a parcela de remuneração do
consignatário pela intermediação do negócio.
Ocorrendo a venda pelo consignatário, teremos a materialização de duas operações de
venda simultâneas. A 1ª do consignante para o consignatário. E a 2ª do consignatário ao
adquirente.

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Para definir o valor da operação, devemos tomar por base o valor de venda definido pelo
consignante, normalmente fixado contratualmente com o consignatário.
Se o consignatário repassou os produtos ao consignatário por $100 e fixou que deveriam
ser vendidos por $150, o valor da operação para efeito de BC de IPI será $150.
No momento que estes produtos saem do consignante, o IPI é destacado imediatamente
nas notas fiscais, pois já temos o FG do IPI. O consignatário ao vender, deverá informar ao
consignante, elaborando NF de “devolução simbólica” e o consignante, por sua vez, emite NF
de “simples faturamento”, sem IPI, para formalizar a venda. Antes desse momento, tínhamos
uma remessa em consignação; agora já temos uma venda efetiva entre o consignante e o
consignatário.

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Base de cálculo envolvendo situações especiais com veículos


Na sequência, vejamos situação que contempla vendas de veículos...
Trago os parágrafos 5° e 6° para facilitar suas consultas ao RIPI. Apesar de parecer bem
complexo, veremos que é muito simples, portanto sugiro que ao invés de fixarem o texto do
RIPI, fixem o RIPI “reescrito” logo abaixo em linguagem simplificada.

§ 5º Poderão ser excluídos da base de cálculo do imposto os valores recebidos pelo


fabricante ou importador nas vendas diretas ao consumidor final dos veículos
classificados nas Posições 87.03 e 87.04 da TIPI, por conta e ordem dos concessionários
de que trata a Lei nº 6.729, de 28 de novembro de 1979, a estes devidos pela
intermediação ou entrega dos veículos, nos termos estabelecidos nos respectivos
contratos de concessão.
§ 6º Os valores referidos no § 5º não poderão exceder a nove por cento do valor total da
operação.”

Reescrevendo os parágrafos acima de forma


simplificada temos:

RIPI SIMPLIFICADO
Quando o fabricante/importador vende veículo direto ao consumidor final (sem passar
pela concessionária), ainda que a concessionária faça a entrega, poderá deduzir a
comissão da concessionária de até 9 % da base de cálculo.
(É isso que esclarece os complicados §5° e 6°)

Normalmente a venda de veículos ocorre na concessionária, que providencia o


faturamento do veículo. Esse dispositivo do RIPI trata da hipótese de faturamento direto do
fabricante para o cliente, sem que a concessionária fature o veículo.
Sendo assim, nesse tipo de operação é permitido que seja deduzido da base de cálculo do
IPI, o valor da comissão que será pago à concessionária pela intermediação do negócio, desde
que não seja superior a 9%.

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Base de cálculo em operações sem preço definido


Merecem destaque ainda duas disposições do RIPI. A primeira delas é que na saída do
produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, quando esta se der a título de
locação ou arrendamento mercantil ou decorrer de operação a título gratuito, assim
considerada também aquela que, em virtude de não transferir a propriedade do produto, não
importe em fixar-lhe o preço, será considerado tributável o preço corrente do produto ou seu
similar no mercado atacadista da praça do remetente.
Por fim, determina o RIPI que o IPI incidente sobre produtos usados, adquiridos de
particulares ou não, que forem renovados ou recondicionados, será calculado sobre a diferença
de preço entre a aquisição e a revenda.
Essa determinação decorre de um dos fundamentos da não-cumulatividade, fazendo com
que a incidência do IPI ocorra apenas sobre o valor agregado na operação.

Valor tributável na industrialização por encomenda


Analisemos agora a base de cálculo do IPI na industrialização por encomenda, prevista no
art.191 do RIPI.

Antes vamos compreender o que é a industrialização por encomenda. Já conhecemos o


conceito de industrialização segundo o RIPI. Com base no art. 4º do RIPI/2010, industrialização
é qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como a
transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento ou reacondicionamento,
renovação ou recondicionamento.

A industrialização por encomenda é a operação em que um estabelecimento promove a


saída de produtos cuja industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento,
mediante a remessa, pelo autor da encomenda, de matérias-primas, produtos intermediários,
embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos.
Exemplificando:

Executor da
encomenda

Remete
Devolve
tecidos, linhas
roupas acabadas
etc

Encomendante

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Fique atento:

Se não ocorrer a remessa de insumos pelo encomendante, ainda que de forma indireta, não teremos uma
industrialização por encomenda. A simples solicitação de produto ao industrial com fornecimento de
características técnicas, não se caracteriza industrialização por encomenda.

Esclarecendo:

Vamos imaginar que a RFB, sua futura casa, seja um estabelecimento privado e faz a
encomenda das carteiras funcionais dos novos Auditores e Analistas.

Para tanto, indica ao executor da encomenda os modelos e as especificações técnicas


abaixo:

O executor da “encomenda” deve se manter fiel às especificações, pois se trata de produto


personalizado.

Seria um caso de industrialização por encomenda?

Nesse caso não teríamos uma industrialização por encomenda, mas a simples remessa de
especificações técnicas. Se todos os insumos são providenciados pelo executor da “encomenda”
não temos uma ind. por encomenda nos termos do IPI.

Para se caracterizar como industrialização por encomenda, a RFB deveria remeter alguns
(ou todos) insumos como a tinta, papel etc.

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Entendido esse processo, vejamos o que diz o RIPI. Assim prevê o art. 191 do
Regulamento:

Art. 191. Nos casos de produtos industrializados por encomenda, será acrescido, pelo
industrializador, ao valor da operação definido no art. 190, salvo se se tratar de insumos
usados, o valor das matérias-primas, dos produtos intermediários e dos materiais de
embalagem, fornecidos pelo encomendante, desde que este não destine os produtos
industrializados:
I - a comércio;
II - a emprego, como matéria-prima ou produto intermediário, em nova industrialização;
ou
III - a emprego no acondicionamento de produtos tributados.

O industrializador é aquele que irá fabricar os produtos, ou seja, aquele que recebeu a
encomenda. No caso da industrialização por encomenda quando os insumos são enviados pelo
encomendante, o valor da operação representa simplesmente o valor do serviço de
industrializar o produto.

Vejamos no caso da encomenda das roupas:

O encomendante envia para o executor da encomenda os tecidos, a linhas, os botões, etc.,


e o executor da encomenda cobra do encomendante um valor de R$ 5000,00 pelo serviço. O
valor da operação é simplesmente o valor do serviço, já que os insumos foram todos fornecidos.

Acontece que, de acordo com o art. 191 do RIPI, quando os materiais forem enviados pelo
encomendante, os valores de tais insumos irão compor a base de cálculo do IPI se, ao receber
esses produtos encomendados, a destinação dada seja a uma operação em que não haja
tributação, como por exemplo, o consumo pelo próprio encomendante. Sendo assim, os
insumos compõem a base de cálculo exceto nas três situações previstas no art. 191, que
podemos sintetizar em apenas duas conforme abaixo:

comércio
Não compõe o
se a destinação é
valor tributável utilização com
insumo (MP, PI,
ME)

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Dito isto de outra maneira, significa que se o encomendante deseja utilizar para consumo
próprio, teremos os insumos incluídos na BC e não apenas o valor do serviço quando da
devolução pelo executor da encomenda. Seria o caso, por exemplo, de um empresário
encomendando o fardamento dos seus funcionários.

Qual é a lógica nesta exceção?

A lógica é simples. Quando a cadeia do IPI persiste o seu fluxo após a industrialização por
encomenda, a tributação da última operação já leva em consideração todo o valor agregado na
industrialização e nas operações anteriores. Daí as exceções para quando se utiliza o produto
encomendado como insumo ou venda, pois teremos saídas tributadas, já que aquele que
promove a saída é industrial ou equiparado.

Por outro lado, quando o encomendante utiliza para consumo próprio, o produto
resultante da encomenda, ele fulmina a cadeia do IPI, já que não teremos novas operações.
Então, a base de cálculo precisa incorporar desde logo todo o valor agregado nas operações para
preservar o valor tributável.

Faça as seguintes reflexões e experimente completar as frases com: industrial,


equiparado a industrial, comerciante, usuário final.

1- Se o encomendante utilizar as roupas como insumo na fabricação de outras roupas para,


em seguida, vende-las a terceiros, ele será ______________.

2-Se o encomendante revender as roupas recebidas, sem qualquer nova industrialização


será ______________.

3- Se o encomendante resolver utilizar as roupas para consumo próprio e vestir seu quadro
de funcionários será ____________.

Nosso gabarito seria:


1- Industrial, 2 – equiparado a industrial, 3 – usuário final

Valor tributável mínimo - VTM


Acabamos de estudar o valor tributável em diversas operações. Veremos agora a disciplina
do Regulamento do IPI quanto ao valor tributável mínimo, detalhando cada situação.

O estabelecimento de um valor mínimo para as operações revela a preocupação do


legislador em evitar a simulação de valores inferiores àqueles reais praticados na operação entre
as partes, fazendo com que, pelo menos, o mínimo tributável seja garantido. Normalmente, o
risco de valores manipulados surge quando há empresas que mantém relações de
interdependência. É este o ambiente propício a celebração de “acordos”. O assunto é
disciplinado pelos art. 195 e 196 do RIPI/10. As bases mínimas, que na maior parte dos casos
tomam por base o preço de venda, são as seguintes:

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Preliminarmente, vejamos a fixação dos valores mínimos de forma sintética, em forma de


tabela, conforme estabelece o art. 195 (PV = preço de venda).

Valor PV corrente na praça atacadista do remetente quanto


produtos saídos para empresas interdependentes
mínimo
90% do PV ao consumidor quando remetido a
estabelecimento da mesma firma, eclusivamente
varejista

Custo + despesas + lucro adicionados a operação


quanto aos produtos saídos pra autônomos o
ambulantes p/ venda direta ao consumidor

70% do PV ao consumidor, quanto ao café torrado que o


moageiro envia para o varejista que tem atividade
acessória de moagem

Agora passemos a analisar os art. do RIPI que detalham o VTM. Note que já estão
resumidos na tabela acima, entretanto, vamos apresentar os respectivos artigos para nos
acostumarmos com a linguagem do regulamento e para aprofundar alguns deles:

Após a leitura desses dispositivos, cumpre-nos esclarecer cada uma das situações. O art.
195 estabelece que o VTM não será inferior a...

I - ao preço corrente no mercado atacadista da praça do remetente quando o produto


for destinado a outro estabelecimento do próprio remetente ou a estabelecimento de
firma com a qual mantenha relação de interdependência;

Nessa situação, o objetivo é evitar que empresas interligadas simulem, para fins de
tributação, valor inferior ao da transação real. Havendo relação entre os estabelecimentos, há
que se observar a maior facilidade para fazer acordos e simulações visando ao recolhimento
menor do imposto. São nessas situações, quando envolve pessoas ligadas, que são introduzidos
riscos a cadeia do IPI.

Assim, determina o RIPI que no caso de estabelecimentos da mesma firma ou de empresas


com relação de interdependência, ao valor mínimo será o preço corrente no mercado atacadista
da praça do remetente.

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Logo, se os estabelecimentos estiverem em regiões diferentes, é o valor corrente na praça


do remetente que representa o valor tributável mínimo.

A praça não significa, necessariamente, a mesma cidade, mas uma região que reúne
características sócio econômicas parecidas.

No imposto de renda temos o instituto dos preços de transferência, que tem motivação
similar ao VTM do IPI, no sentido de preservar o valor tributável.

Passemos a mais uma metodologia de VTM:

II - a noventa por cento do preço de venda aos consumidores, não inferior ao previsto no
inciso I, quando o produto for remetido a outro estabelecimento da mesma empresa,
desde que o destinatário opere exclusivamente na venda a varejo;

Trata-se da mesma situação prevista no inciso I que acabamos de ver. A diferença é que
nesse caso o destinatário opera exclusivamente na venda a varejo.

Nessa situação é utilizado como parâmetro o preço de venda ao consumidor final por esse
estabelecimento. O valor tributável mínimo nessa operação entre os estabelecimentos será o
correspondente a 90% do valor de venda ao consumidor, observado ainda o valor do mercado
atacadista na praça do remetente. Vamos entender melhor com um exemplo.

Suponha que a empresa X envia para Y, estabelecimento da mesma firma que opera
exclusivamente com vendas a varejo, um produto por R$50,00. O preço desse produto na praça
atacadista de X é de R$80,00 e Y vende ao consumidor final por R$100,00.

Aplicando a regra do RIPI, podemos perceber que o valor declarado pelas empresas não
tem fundamento em uma base real, trata-se de um preço artificial visando um planejamento
tributário abusivo. Logo, aplicaríamos o valor tributável mínimo, que nesse caso deveria ser de
90% sobre o valor da venda ao consumidor: 90% de R$100,00 = R$90,00.

Porém, se o valor de venda no mercado atacadista da praça de X fosse R$92,00, por


exemplo, esse deveria ser o mínimo observado, em obediência ao inciso I que estudamos há
pouco.

Tanto nesse caso como em outros casos em que há um valor mínimo, poderíamos ter a
seguinte dúvida:

O produto é meu, posso vende-lo por qualquer valor considerando as metodologias do


VTM?

Sim, pode! Contudo, para efeito de cálculo do IPI devido, o valor base é o valor mínimo
estabelecido pela legislação. Nada impede que uma empresa venda um produto com preço
inferior, até mesmo ao custo de produção, entretanto para efeito de IPI será tributada em bases
mais próximas da realidade. Diga-se de passagem, essa sistemática ocorre em vários tributos.

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Mais uma metodologia:

III - ao custo de fabricação do produto, acrescido dos custos financeiros e dos de venda,
administração e publicidade, bem como do seu lucro normal e das demais parcelas que
devam ser adicionadas ao preço da operação, no caso de produtos saídos do
estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, com destino a comerciante
autônomo, ambulante ou não, para venda direta a consumidor; e

Aqui o RIPI adota o critério do custo de fabricação + demais custos + lucro. Como o produto
está sendo comercializado a vendedor autônomo, infere-se que ele não possui ligação com a
empresa. Por conseguinte, não poderíamos adotar o preço de venda dele para o consumidor
final, eis que a empresa vendedora não tem influência sobre essa formação de preço.

Assim, determina o RIPI que o valor será apurado pela soma dos custos com o lucro da
empresa, chegando ao valor aproximado da transação.

IV - a setenta por cento do preço da venda a consumidor no estabelecimento moageiro,


nas remessas de café torrado a estabelecimento comercial varejista que possua
atividade acessória de moagem.

Essa é uma situação bastante específica e para um produto também específico: a remessa
de café torrado a estabelecimento varejista que possua a atividade acessória de moagem.

Essa situação ocorre da seguinte forma: imagine um supermercado ou padaria que venda
café moído na hora em máquinas, embalado na presença do consumidor. Esses
estabelecimentos adquirem o café torrado do produtor e ficam responsáveis pela moagem e
embalagem.

Nessa situação, a inteligência do regulamento é de o custo dessas atividades, somado ao


lucro do varejista, correspondem a 30% do preço final ao consumidor. Assim, o valor tributável
mínimo será de 70% desse preço final, representando, então, o valor da transação entre o
produtor e o varejista.

Importante:
Note que estamos definindo a BC do IPI para o estabelecimento que envia o produto ao
supermercado. Estamos tratando do FG saída do produtor para o supermercado. Via de regra,
a atividade no supermercado varejista operada por meio de máquinas como atividade acessória
para fazer o tal “café torrado e moído na hora” é conceito excluído de industrialização, logo não
há IPI nesta operação, embora envolva “beneficiamento” e “acondicionamento”, que em tese
são operações de industrializações previstas no art. 4° do RIPI. Note que a incidência do IPI
ocorre na saída do café do moageiro, não do supermercado.

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Esclarecendo:

O supermercado vende o café “moído na hora” por R$ 10,00KG.


Quando o industrial encaminha o café para o supermercado, deve considerar como BC, no
mínimo, R$ 7,00.

Isso evita, por exemplo, que na saída do moageiro (que é quando temos o FG), o café seja
vendido ao supermercado por um preço fictício de R$ 1,00, por exemplo, escapando boa parte
do IPI. No supermercado, como não há mais a incidência do IPI, ao vender por R$ 10,00, há um
lucro maior que pode ser “dividido” entre os participantes (moageiro e supermercado, se for o
caso de uma fraude), pois boa parte da BC do IPI foi manipulada na operação anterior.

Arbitramento do valor tributável


O pressuposto do arbitramento pelo Fisco da base de cálculo do tributo é a ausência de
informações ou a inidoineidade das informações disponíveis. Previsto também o arbitrameto nas
operações a título gratuito, quando for de difícil apuração o preço corrente no mercado da praça do
remetente.
É uma medida excepcional que fundamenta o lançamento de ofício em substituição ao
lançamento por declaração ou por homologação e é realizado em procedimento de fiscalização em
face do sujeito passivo.
Obviamente, se conhecido o valor real da transação não há que se falar em arbitramento.
O arbitramento segue uma ordem de precedência. O primeiro critério, quando não conhecido
o valor real, será o preço médio do produto no mercado do domicílio do contribuinte. Apenas depois
da tentativa de utilização deste critério passa-se ao segundo critério, qual seja, o preço nos principais
mercados nacionais, no trimestre civil mais próximo da ocorrência do fato gerador.

• Preço médio no domicílio do contribuinte no trimestre


1° critério civil mais próximo

• Preço médio nos principais mercados nacionais no


2° critério trimestre civil mais próximo

Entenda trimeste civil mais próximo como o trimestre civil imediatamente anterior, já que o
preço médio deve ser conhecido para que, então, possa ser usado como base.
Por fim, há que se observar que na impossibilidade de se apurar os preços, o RIPI determina
a observância do valor tributável mínimo.

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Tome nota

O arbitramento está sujeito à avaliação contraditória mediante perícia.

Exemplificando:
Imagine que a Fiscalização da RFB constatou que a indústrial/equiparado promoveu venda de
veículos sem lançamento do imposto, caracterizada pela falta de emissão de Nota Fiscal.
O auditor fiscal da RFB, ao constatar o fato irá reconstituir a escrituração do IPI considerando
os respectivos débitos do imposto que foram omitidos pela indústria lavrando o auto de infração.
Mas para definir o valor, precisará conhecer a base de cálculo sobre a qual serão aplicadas as
alíquotas respectivas.
Como a empresa omitiu informações “escondendo” essas operações, o auditor poderá arbitrar
o valor da operação de saída, inexistindo outro meio de identificar o valor real das operações.
Evidente que a técnica do arbitramento não pode dar margem ao “arbítrio puro e simples” por
parte da autoridade autuante e deverá se pautar pelos critérios preconizados nas explicações e
legislação acima.
O auditor, para identificar o preço médio de tais produtos, baseou-se em revistas
especializadas como a “Revista Quatro Rodas” e tabelas comerciais do ramo, arbitrando o valor de
cada unidade do produto em R$ 50.000.
O contribuinte concorda com a atuação, mas questiona o valor de cada unidade, alegando e
comprovando por meio de perito que os veículos vendidos não possuem um determinado item de
série, o que reduz o seu preço de mercado para 35.000.
Se aceito pelo órgão julgador as alegações do autuado, o auto de infração seria revisto no
sentido de modificar a base de cálculo do arbitramento de 50.000 para 35.000 administrativamente
ou poderia ser levado ao judiciário.
Para facilitar a consulta ao RIPI, vejamos as disposições acerca do arbitramento da base de
cálculo do IPI:

Art. 197. Ressalvada a avaliação contraditória, decorrente de perícia, o Fisco poderá


arbitrar o valor tributável ou qualquer dos seus elementos, quando forem omissos ou
não merecerem fé os documentos expedidos pelas partes ou, tratando-se de operação
a título gratuito, quando inexistir ou for de difícil apuração o valor previsto no art. 192.
§ 1o Salvo se for apurado o valor real da operação, nos casos em que este deva ser
considerado, o arbitramento tomará por base, sempre que possível, o preço médio do
produto no mercado do domicílio do contribuinte, ou, na sua falta, nos principais
mercados nacionais, no trimestre civil mais próximo ao da ocorrência do fato gerador.
§ 2o Na impossibilidade de apuração dos preços, o arbitramento será feito segundo o
disposto no art. 196.
Art. 198. Na impossibilidade de identificação da mercadoria importada, em razão de
seu extravio ou consumo, e de descrição genérica nos documentos comerciais e de

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transporte disponíveis, para fins do disposto na alínea “a” do inciso I do art. 190, a base
de cálculo do Imposto de Importação será arbitrada em valor equivalente à média dos
valores por quilograma de todas as mercadorias importadas a título definitivo, pela
mesma via de transporte internacional, constantes de declarações registradas no
semestre anterior, incluídas as despesas de frete e seguro internacionais, acrescida de
duas vezes o correspondente desvio padrão estatístico.
Parágrafo único. Na falta de informação sobre o peso da mercadoria, adotar-se-á o
peso líquido admitido na unidade de carga utilizada no seu transporte.
Art. 199. Será aplicada, para fins de cálculo do IPI na hipótese do art. 198, a alíquota de
cinquenta por cento.

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IPI na importação
Conforme já estudamos, um dos fatos geradores do IPI é o desembaraço aduaneiro de
produtos estrangeiros.

Com base simplesmente nesse enunciado, já podemos destacar duas observações:

O IPI, logicamente, não incide sobre qualquer produto de origem estrangeira. Apenas
ocorrerá o fato gerador se o produto for industrializado.

O fato gerador é o desembaraço aduaneiro. Dessa forma, há situações em que a


mercadoria ingressa no território nacional sem que ocorra a incidência do IPI. É o caso da
admissão temporária, por exemplo. E há também aqueles casos em que apesar de ocorrer um
desembaraço aduaneiro, não teremos o FG, pois se trata de situação excluída do conceito, como
as devoluções de exportações por motivos de guerra ou calamidade no destino, retorno de
consignação e outras por motivos alheios à vontade do vendedor.

Devemos perceber, de início, que a legislação não faz qualquer distinção da incidência do
IPI sobre produtos estrangeiros em relação a quem promove o fato gerador. Ou seja, é
indiferente se o importador é pessoa física ou pessoa jurídica; importa para revenda,
industrialização ou consumo próprio. Havendo o desembaraço de produtos industrializados
oriundos do exterior, ocorrerá o fato gerador do IPI.

O Código Tributário Nacional, como vimos, considera como aspecto material da norma de
incidência “o desembaraço aduaneiro”. Há que se fazer uma crítica à disciplina do CTN.

Conforme estudamos no Direito Tributário, os impostos têm por fato gerador uma
situação que independe de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte, o que, na
maioria dos casos, guarda profunda relação com uma manifestação de riqueza do contribuinte.

O desembaraço aduaneiro nada mais é do que o ato final do procedimento de importação.


Trata-se, pois, de um ato administrativo, mediante o qual a mercadoria é entregue ao
importador.

Sendo assim, o desembaraço coincide com o aspecto temporal do fato gerador. É,


portanto, a coordenada no tempo em que se considera ocorrido o FG, como explica Lacombe.

Esse entendimento é defendido por Américo Lacombe:

“... a redação da lei (Código Tributário Nacional) é cientificamente lastimável, pois tanto
o desembaraço aduaneiro, a saída do estabelecimento, como a arrematação,
constituem mera coordenada de tempo da hipótese de incidência e não a própria
incidência, como pretende a verbalização do legislador.”

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Apesar de o importador não realizar qualquer operação de industrialização, a legislação


tributária equipara o importador a um estabelecimento industrial, exigindo-lhe o IPI nas
operações de importação que realizar, bem como na posterior saída do produto.

A incidência do IPI na importação revela um aspecto bastante interessante e muito


discutido ainda.

Se não houver essa incidência na importação, certamente os produtos estrangeiros


estariam sendo beneficiados em detrimento dos produtos nacionais, que acabariam sofrendo
uma carga tributária mais elevada (claro que estamos desconsiderando a incidência do imposto
de importação).

“O importador atua como substituto tributário do exportador não tributado pelas leis
brasileiras” (José Eduardo S. de Melo).

Por esta razão, a legislação não faz distinção se o importador é pessoa física ou jurídica.
Se houve a entrada no território nacional de um produto industrializado, haverá a incidência do
IPI. Como vemos, o art. 24, I do RIPI, cuja redação advém da Lei 4.502/64, assim determina:

“equiparam-se a estabelecimento produtor, para todos os efeitos desta lei os


importadores...”

Cabe-nos destacar uma mudança de entendimento relevante do STF, com decisão em


repercussão geral sobre o tema. Como se trata de novidade ocorrida após as últimas provas para
RFB, ganha importância para as provas futuras.

O STF vinha decidindo que o IPI não deveria incidir na importação (de veículo) efetuada
por pessoa física, defendendo o entendimento de que, havendo a incidência nessa ocasião, a
não-cumulatividade não estaria sendo observada, o que seria uma ofensa à determinação
constitucional de sua observância ao IPI em todas as operações. Veja a jurisprudência até
meados de 2016 e a novidade pós 2016, válido para as nossas provas 2019 em diante:

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Veja que o STF pacífica o entendimento e, para nós concurseiros, simplificamos a


“conversa” do seguinte modo: vale o que está no RIPI! Não devemos dar atenção a outras teses
em relação ao tema.

E o que está no RIPI?

O RIPI indica que: importou produto industrializado, há IPI no desembaraço aduaneiro,


pois este é um FG do IPI e pronto! Não interessa se é pessoa física ou jurídica. Importou um
veículo ou um IPHONE, há IPI.

Desse modo, a fim de guardar bem o entendimento que deve ser levado para a prova,
trago à colação uma decisão bastante esclarecedora proferida pelo TRF da 3ª Região. Embora
anterior, a decisão esclarece de forma eficaz que “vale o que consta no RIPI”:

“(...) É fato gerador do IPI desembaraçar produtos industrializados de procedência


estrangeira (art. 46 da Lei 5.172/66). Contribuinte do imposto é o importador ou a quem
a lei a ele equiparar. Se a lei não faz distinção entre pessoa jurídica ou física, ao
intérprete não cabe distinguir. Precedente: TRF da 5ª R., REO nº 41526...” (TRF3, 4ª T.,
MAS 3103734, Rel. Juíza Lucia Figueiredo, um/95)

Por enquanto, isso basta. Vamos ficar atentos ao futuro (doutrina) pois já há quem diga
que a decisão do STF é referente apenas aos veículos, não extensiva aos outros produtos. O mais
provável é que essa nova tese não prospere.

Ainda sobre o IPI na importação...

Não obstante as críticas efetuadas quanto ao aspecto material da incidência do IPI na


importação, no que diz respeito ao aspecto temporal, o RIPI estabelece, em seu art. 36, III, que
ocorre o fato gerador do IPI na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro,
quando os produtos forem remetidos diretamente a terceiros.

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Ainda segundo o RIPI, considera-se ocorrido o desembaraço aduaneiro (fato gerador do


IPI) da mercadoria que constar como tendo sido importada e cujo extravio ou avaria venham a
ser apurados pela autoridade fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo
de tributação. Esse dispositivo é muito cobrado em prova. Guarde-o.

Para ilustrar o entendimento do que vimos até aqui, gostaria de deixar duas decisões
proferidas no âmbito administrativo.

“IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS. Estabelecimento que importa


produtos tributados de procedência estrangeira é contribuinte do IPI, sujeito à obrigação
principal (pagamento do tributo) e às acessórias, tais como a emissão de notas fiscais,
escrituração de livros, etc. Isto porque o importador é equiparado a industrial de forma
ampla, para todos os efeitos legais (PN CST 367/71).” (AC. 202-03.290/90, da 2ª Câmara
do 2º Conselho de Contribuintes)
“FATO GERADOR DO IMPOSTO. O estabelecimento que dá saída a produtos de sua
própria importação é equiparado a industrial, sendo irrelevante o título jurídico da saída.
Nas hipóteses de a mercadoria serem desembaraçadas e remetidas à matriz ou filial, o
fato gerador ocorre na posterior saída dos produtos dessas últimas. Já no caso de o
produto ser remetido diretamente da repartição aduaneira a estabelecimento de
terceiro, o fato gerador ocorre na saída da alfândega. Sendo contribuinte do imposto, o
importador fica sujeito às respectivas obrigações acessórias, tais como a emissão de
notas fiscais e escrituração dos livros mencionados na legislação de regência.
Dispositivos legais: CTN art. 46; RIPI/98, arts. 9º, 23, 32, 33, 118, 120, 289 a 402, e 487;
PN 367 e 452/71.” (Decisão nº 250, de 17/09/99 – Divisão de Tributação da 7ª Região
Fiscal – DOU 15/12/99)

Muito importante observar que o art. 38, I, do RIPI traz algumas situações de produtos que
ingressam no território nacional e apesar de submeterem-se ao desembaraço aduaneiro, não se
considera ocorrido o fato gerador do IPI.

Trata-se na realidade do retorno de produtos nacionais enviados ao exterior em situações


bem específicas. Vejamos o que diz o Regulamento, analisando cada uma dessas situações.
Sugiro que comece a leitura pela alínea e), de “trás para frente” pois é o item “coringa” que
resume todos os demais. Segue abaixo na sequência original:

Art. 38. Não constituem fato gerador:


I - o desembaraço aduaneiro de produto nacional que retorne ao Brasil, nos seguintes
casos:
a) quando enviado em consignação para o exterior e não vendido nos prazos
autorizados;

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Conforme acabamos e estudar, quando o produto sai a título de consignação mercantil


não há transferência de propriedade enquanto o produto estiver de posse do consignatário,
podendo resultar em duas situações: a venda do produto ou a devolução deste ao consignante.
Determina o RIPI que se o produto não for vendido ao consumidor final no prazo
estipulado seu retorno ao país não será considerado fato gerador do IPI.

b) por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo ou substituição;

O produto que foi enviado ao exterior e lá foi constatado defeito técnico, fazendo com que
se torne inservível para o uso, não será tributado pelo IPI no desembaraço aduaneiro realizado
na sua devolução.

c) em virtude de modificações na sistemática de importação do país importador;

Se o produto chegou ao país de destino e lá não foi aceito, tendo que retornar ao Brasil em
decorrência de modificações na sistemática de importações desse país, retornará ao Brasil sem
a incidência do IPI no desembaraço aduaneiro.

d) por motivo de guerra ou calamidade pública;

O RIPI não deixa claro se a guerra ou calamidade pública é no país de destino ou no Brasil.
Assim, poderíamos ter uma situação de guerra no país de destino em que o controle das
importações passasse a ser mais rigoroso e barrasse alguns produtos estrangeiros ou então
inviabilizasse a utilização dos portos e aeroportos.
Por outro lado, uma guerra ou calamidade no Brasil poderia ensejar a necessidade de
termos esses produtos de volta ao país para suprir as necessidades internas.
Nesses casos, o retorno do produto ao Brasil não sofreria a incidência do IPI quando do
desembaraço aduaneiro.

e) por quaisquer outros fatores alheios à vontade do exportador.

Essa última hipótese, na realidade, resume a “regra geral” da não ocorrência do FG IPI em
determinadas situações em que há o desembaraço aduaneiro: o retorno ao país por fatores
alheios à vontade do exportador.

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Se observamos bem as situações acima, nenhuma delas foi gerada pela vontade do
exportador.

O RIPI abre um leque para que as situações cujos fatores sejam alheios à vontade do
exportador permitindo o retorno do produto ao país sem a incidência do IPI.

Dica:

Note que a alínea e) resume as demais hipóteses de exclusão do conceito de fato


gerador relativo desembaraço aduaneiro. É um verdadeiro item “coringa”, pois afirma
que “qualquer motivo alheio a vontade do exportador” faz com que o desembaraço
aduaneiro não se constitua em fato gerador do IPI.

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Produtos não tributados - NT


Os produtos não tributados são aqueles que constam na TIPI com a notação NT.

Esses produtos estão fora do campo de incidência do IPI. Vejamos o esquema abaixo:

Observe que o campo de incidência do IPI compreende os produtos nacionais e


estrangeiros, industrializados, marcados com alíquota na IPI, inclusive alíquota 0%. Ficam de
fora os produtos NT, já que não há autorização para se cobrar IPI sobre eles.
Esclarecendo:

São os produtos do reino animal, vegetal, mineral como um boi ou um cavalo, frutas in
natura etc. que, obviamente, não são produtos industrializados.

Estando fora do campo de incidência do IPI, aqueles que promoverem a saída


exclusivamente desses produtos não será enquadrado como industrial nem como equiparado a
industrial.
Para deixar claro esse entendimento, vejamos o posicionamento da própria Receita
Federal:

“EQUIPARADO A ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. OPERAÇÕES POR


ECNCOMENDA. COMERCIANTE DE PRODUTO ‘N/T’. Não é equiparado a
estabelecimento industrial o comerciante de café não torrado em grão (produto
N/T), ainda que o produto comercializado seja resultante de processos (de descascar
e limpar, e de separar por tamanho, forma e cor) a que o produto ‘in natura’ (café em
coco ou em grão) tenha sido submetido, em estabelecimento de terceiro, sob
encomenda do próprio comerciante, com fornecimento do café ‘in natura’, tendo em
vista que o produto resultante desses processos é não tributado pelo IPI (N/T). O
executor das operações não é considerado estabelecimento industrial,
independentemente de as mesmas serem ou não caracterizadas como
industrialização, pois delas não resulta produto alcançado pelo campo de incidência

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do IPI.” (Solução de Consulta nº 236, de 30/08/05, Divisão de Tributação da 9ª Região


Fiscal, DOU de 04/10/05)

O próprio RIPI define como estabelecimento industrial, aquele que executa qualquer
modalidade de industrialização (previstas no art. 4°) da qual resulte um produto tributado.
Logo, quem produz produtos NT, ainda que do ponto de vista da engenharia execute uma
industrialização, não será considerado estabelecimento industrial para efeitos de IPI.

Deste modo, quem fabrica um produto NT incorre nas seguintes consequências:

Não é considerado
Exclusão do produto
industrial ( exceto se
do campo de
produzir outros
incidência do IPI
produtos tributados)
Façamos uma reflexão:
Se o produto é NT, logo não há autorização para incidência do IPI.

É correto afirmarmos que os produtos NT são imunes ao IPI?

Não. Apenas não há autorização constitucional para a cobrança. Não incide IPI numa
operação de venda de Cavalos e Bois porque não há o aspecto material do IPI, qual seja:
industrializar um produto e promover a sua saída.

Fique atento:

Apesar de imunidade não se confundir com os produtos naturalmente marcados com a


notação “NT”, na TIPI os produtos imunes acabam recebendo a notação “NT” para identificar
que não deve ser cobrado o IPI. Deste modo teremos:

✓ Cavalo figura na TIPI como “NT” pois não há autorização para se cobrar IPI em
animais vivos.
✓ Livros figuram na TIPI como “NT” pois são constitucionalmente qualificados como
imunes.

Observe, portanto, que na TIPI tanto os cavalos como os livros são “NT”, mas cada um por
um motivo e que não pode nos levar a confundir a simples marcação NT com a imunidade.

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Redução e majoração
Sabemos que, em função do caráter predominantemente extrafiscal do IPI, o Poder
Executivo pode alterar suas alíquotas, o que constitui uma exceção ao princípio da legalidade.
O art. 69 do Regulamento do IPI estabelece que:

"Art. 69 O Poder Executivo, quando se tornar necessário para atingir os objetivos da


política econômica governamental, mantida a seletividade em função da essencialidade
do produto, ou, ainda, para corrigir distorções, poderá reduzir alíquotas do imposto até
zero ou majorá-las até trinta unidades percentuais."

O RIPI fala expressamente em majoração “até trinta unidades percentuais”. Devemos


observar que elevar até 30% é diferente de elevar em até 30%.

Assim, a interpretação para o dispositivo supracitado é de que:

- Até 30% = elevar até atingir 30%, não podendo ser ultrapassado este percentual.

- Em até 30% = acrescentar até 30% à alíquota vigente.

Nessa linha, a interpretação de forma isolada do disposto no RIPI é de que o Executivo


poderia majorar até chegar a 30%. Caso contrário, o Regulamento deveria trazer a expressão
"em até".

Entretanto, há que se observar que o próprio art. 69 do Regulamento faz referência ao art.
4º do Decreto-Lei nº 1.199/71, que assim dispõe:

"majorar alíquotas, acrescentando até 30 (trinta) unidades ao percentual de incidência


fixado na lei."

Percebemos que o Decreto-Lei permite ao Executivo acrescentar 30% à alíquota vigente,


o que é diferente do que prevê a literalidade do RIPI.

Por força da hierarquia das normas, o Regulamento (ato infralegal) não pode restringir os
efeitos do Decreto-Lei (ato normativo com força de lei).

Devido ao fato de o RIPI fazer menção expressa ao Decreto-Lei, sua intenção era permitir
ao Executivo majorar em até 30 unidades percentuais. É isso que vale na prática.

Exemplificando:

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Se a alíquota original é 15%, ela poderia ser elevada até atingir 45% (15% + 30%) que
estaria dentro dos limites legais. Entretanto, essa permissão legal deverá ter como parâmetros
as imposições constitucionais como a seletividade. Isso significa que, mesmo diante deste
parâmetro matemático, seria inaceitável, por exemplo, um produto da cesta básica, por
exemplo, ter sua alíquota majorada de 0% para 30%.
Deste modo, o limite de majoração é uma simples soma algébrica, adicionando mais 30
unidades percentuais às alíquotas padrão.

É facultado ao poder executivo, atendendo aos parâmetros do art. 69/RIPI reduzir a zero
as alíquotas.

Importante:

Para fins de definição de qual é a alíquota base para que se chegue ao limite máximo de majoração,
devemos nos reportar à TIPI/2001. Ou seja, ao somarmos as 30 unidades percentuais para majorar a
alíquota, deve-se observar a alíquota inicial do produto (em 2001) e não a alíquota vigente.

Exemplificando:

Alíquota do produto na TIPI 2001 ...... 20%

Alíquota vigente em 2016...................35%

Qual seria a alíquota máxima decorrente de majoração pelo poder executivo?

Seria 50% (20% + 30%), ou seja, em 2016 deve-se acrescentar até 15 unidades (15% + 35%)
percentuais para não “estourar” o limite. O marco inicial é alíquota constante na TIPI/2001.

Importante:

A previsão contida no art. 69 é para majoração e redução de alíquotas. O Poder executivo não tem
permissão para alterar a base de cálculo.

ESAF-ATRFB/2009

“A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas
de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi
prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela
cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de
acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos
desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31
de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de
15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os

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produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da
classe “B” passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído
do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009).

Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos


Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal
aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou.

a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo
com o seu grau de essencialidade.

b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois


estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no
mercado.

c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a
qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas.

d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas


nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário
muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica.

e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas,


estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos
consumidores.

Resolução: A justificativa para a redução foi fundamentada no privilégio que se pretende atribuir
a um determinado comportamento (produtos mais eficientes do ponto de vista energético).
Logo, fica claro que o interesse é extrafiscal e não se confunde com o princípio da seletividade.
Não está se desonerando os produtos mais ou menos supérfluos ou mais ou menos caros. Está
se estimulando o produto mais eficiente o que se coaduna com uma política extrafiscal.
Resposta: E.

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Regimes especiais
Dentro do capítulo de “redução e majoração” de alíquotas, o RIPI trata ainda de alguns
benefícios fiscais. Cuidaremos de conhecê-los.

Dos produtos destinados a Pesquisa e ao Desenvolvimento tecnológico


(art. 72)
Tais produtos (máquinas, equipamentos e seus acessórios) fazem jus ao benefício de 50%
de redução do IPI quando destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico.

O beneficiário do regime deverá comprovar os requisitos para fruição do benefício à RFB


e ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A redução do IPI ocorre no momento da saída do vendedor.

Note-se que esse benefício não tem relação com a técnica da não cumulatividade, já que
não se refere aos insumos, mas as máquinas e equipamentos. Trata-se de mera redução do IPI
sobre máquinas e equipamentos nos termos do programa.

Dos produtos destinados ao PDTI 1e PDTA2


Confere redução de 50% do IPI incidente sobre máquinas, equipamentos e seus acessórios
adquiridos por empresas industriais e agropecuárias nacionais habilitadas no programa.

Dos produtos adquiridos por ME ou EPP


A união poderá reduzir a zero o IPI referente a máquinas, equipamentos e seus acessórios
adquiridos por microempresas ou empresas de pequeno porte.

1
Programa de desenvolvimento tecnológico industrial
2
Programa de desenvolvimento tecnológico agropecuário

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Regimes fiscais regionais


Da zona Franca de Manaus
A ZFM é uma área de livre comércio de importação e exportações sujeita a diversos
incentivos fiscais. No âmbito do IPI, temos que são isentos os produtos industrializados na ZFM
destinados ao seu consumo interno, exceto armas, munições, fumo, bebidas alcoólicas e
automóveis de passageiros.

São também isentos os produtos produzidos na ZFM quando destinados à venda em outro
ponto do território nacional. Ficam excluídos, aqueles produtos acondicionados ou
reacondicionados.

Consumo interno
Produtos
Industrializados ISENTOS(**)
na ZFM
Venda ao
“Brasil”(*)

** há exceções

* conforme projetos aprovados pela SUFRAMA

A isenção relativa à industrialização na ZFM cuidou de excepcionar a modalidade de


industrialização por (re) acondicionamento, para assim evitar que industriais localizados fora da
ZFM, executem o processo de industrialização propriamente dito fora dos limites da ZFM, e
apenas remetam à ZFM os produtos para serem acondicionados em embalagem e assim se
beneficiar da isenção.

Medida bastante coerente não é mesmo?

Afinal, qual é o projeto por trás da criação da ZFM?

É criar um centro industrial, comercial e agropecuário estabelecido no interior da


Amazônia dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos
fatores locais e da grande distância, a que se encontram, os centros consumidores de seus
produtos, conforme art. 1° do DL 288/67.

Seria bastante cômodo para uma indústria, especialmente por volta dos anos 70,
estabelecer-se em São Paulo. Para levar essa indústria para a região Norte do País, teria que ser
à custa de benefícios fiscais. Em compensação, essa indústria deveria fazer a parte “pesada” ou
substancial da industrialização no território da ZFM. A rigor, o simples acondicionamento é
modalidade de industrialização. Entretanto, trata-se de etapa, grosso modo, de baixo valor

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agregado e acertadamente foi excluída do benefício, pois não teria o condão de gerar os
benefícios como emprego em massa e valor agregado razoável das operações etc.

Ao excetuar o (re) acondicionamento, cumpre assim o papel do benefício fiscal, que é o de


promover o desenvolvimento da região norte do país, impondo que o processo principal de
agregação de valor seja executado nos limites da ZFM.

Acrescente-se que, quanto às vendas da ZFM para outro ponto do território nacional,
apenas fará jus ao benefício da isenção do IPI, aqueles industriais que possuam projetos
aprovados pela SUFRAMA.

Iremos resumir na forma de tabela mais adiante, e ficará muito fácil!

Não se incluem entre os produtos beneficiados: armas, munições, bebida alcoólica,


automóveis de passageiros e perfumaria, salvo, quanto a este último, se utilizar matéria prima
regional conforme PPB 3 aprovado pelos órgãos controladores.

Além dos produtos produzidos na ZFM, o benefício se estende ainda aos produtos
“importados do Brasil” pela ZFM para consumo interno ou remessa a Amazônia Ocidental, a
exceção dos tradicionais armas, munições, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros.

Complementam o leque de isenções, os bens de informática produzidos conforme PPB


destinados a consumo interno ou venda em outro ponto do território nacional.

Resumindo então, temos:

3
Projeto produtivo básico.

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*Exceto se utilizar MP da fauna e flora regionais conforme projetos aprovados pela


SUFRAMA

Tome nota:

Observe que quanto aos produtos industrializados na ZFM destinados a venda “para o Brasil”, devemos
acrescentar à lista de produtos excluídos, os perfumes, observado a nota (*) acima (utilização de MP
regional).

CESPE-SUFRAMA/2014 {{{Q.369477}}}

Considere que determinada empresa tenha produzido equipamentos eletrônicos na ZFM


destinados à comercialização no estado de São Paulo. Nessa situação, todas essas mercadorias
estarão isentas do IPI.

Resolução: As “exportações” da ZFM para o resto do Brasil são isentas, exceto quanto a armas,
fumo, bebidas alcoólicas, automóveis de passageiros e perfumaria ( quanto a esses últimos há
exceção quando há processo produtivo básico aprovado pela SUFRAMA e matéria prima
regional)

Resposta: Certo

CESPE-SUFRAMA/2014 {{{Q.369469}}}

Considere que determinado produto de perfumaria tenha sido importado para a ZFM a fim de
ser exportado a uma zona de fronteira do estado do Acre. Nessa situação, esse produto estará
isento do IPI.

Resolução: Perfumes e artigos de toucador dependem do processo produtivo. Logo, não é


possível afirmar a priori.
Resposta: errado:

Em relação às matérias-primas reginais, fique atento que a lei expressamente exclui a


pecuária, veja:

DL 1435/76
Art 6º Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados os produtos elaborados
com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as
de origem pecuária, por estabelecimentos localizados na área definida pelo § 4º do art.
1º do Decreto-lei nº 291, de 28 de fevereiro de 1967.

E esse ponto já foi objeto de prova, veja:

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CESPE-SUFRAMA/2014 {{{Q.371860}}}

Considere que determinada empresa possua projeto industrial, na Zona Franca de Manaus, para
processamento de produtos de origem pecuária. Nessa situação, verifica-se hipótese de isenção
do IPI sobre os referidos produtos.

Resolução:

DL 1435/76

Art 6º Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados os produtos elaborados com
matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem
pecuária, por estabelecimentos localizados na área definida pelo § 4º do art. 1º do Decreto-lei
nº 291, de 28 de fevereiro de 1967.
Resposta: errado

Dica:

Para compreender como ocorrem as operações com a ZFM, podemos utilizar uma
analogia com as exportações: Quando o Brasil “exporta” para a ZFM, não teremos o IPI. Quando
a ZFM exporta para o Brasil, também não teremos o IPI.

Entretanto, como não estamos tratando de uma venda para o exterior, não há que se falar
em imunidade das exportações. Mas a legislação cuidou de fixar regras que na prática tem
efeitos semelhantes. Observe:

Ao sair do “Brasil” para a ZFM a transação ocorre ao abrigo da suspensão. Ao entrar na


ZFM e confirmando-se a condição (destino), transforma-se em isenção.

Nos mesmos moldes ocorre a saída de produtos, da aduana, importados pela ZFM.

Confira no esquema:

Veja que a isenção é condicionada à entrada na ZFM. Então, primeiro aplica-se a


suspensão (“stand-by”). Ao se confirmar o ingresso do produto na ZFM, converte-se em isenção.
A isenção não é concedida imediatamente, mas fica no aguardo do implemento da condição (o
ingresso na ZFM)

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Agora, vamos imaginar que apesar de importado pela ZFM, o produto não seja destinado
a consumo interno. Isto é, será remetido simplesmente, sem qualquer aplicação em processo de
industrialização, a outro ponto do território nacional. Como ficaria o IPI?

Observe que aqui não deve ser concedido qualquer benefício. O importador utilizou um
porto ou aeroporto na ZFM e nada mais, não há qualquer vinculação do produto importado com
a ZFM. Não há a intenção de consumi-lo internamente nem utilizá-lo como insumo. Logo,
haveria a desfiguração da real intenção do benefício fiscal. Deste modo, não teremos a
transformação da suspensão em isenção como nos demais casos e teremos o IPI na operação
seguinte de venda a outro ponto do território nacional. Veja que a operação ocorre ao abrigo da
suspensão, aguardando o implemento da condição. Como a condição (consumo
interno/industrialização na ZFM) não ocorrerá, não teremos a conversão da suspensão em
isenção, sendo devido o IPI ora suspenso, desde a sua origem.

Tome nota:

Em ambos os casos, observe que a suspensão precede a isenção.

Didaticamente, estamos trabalhando as vendas da ZFM para o Brasil como “exportações”


e isso tem um motivo: de fato, são equiparadas às exportações, inclusive atraindo a figura do
crime de contrabando. Veja a seguir:

Decreto n.º 61.244/1967

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Art 17. Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a
autorização legal expedida pelas autoridades competentes.

CESPE-SUFRAMA/2014 {{{Q.369470}}}

A saída de mercadoria produzida na ZFM, sem autorização legal expedida pelas autoridades
competentes, configura contrabando.

Resolução:

Decreto n.º 61.244/1967

Art 17. Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a autorização
legal expedida pelas autoridades competentes.

Resposta: certo

Da Amazônia Ocidental - AMOc

De forma similar à ZFM, são isentos os produtos industrializados ou consumidos na AMOc,


porém, desde que por estabelecimentos com projetos aprovados pela SUFRAMA ou adquiridos
através da ZFM.

São isentos os seguintes produtos importados oriundos da ZFM, destinados a consumo


interno:

Motores marítimos

Máquinas e insumos de agricultura e afins

Máquinas de construção rodoviárias

Máquinas, motores e acessórios para instalação industrial

Alimentos

Medicamentos

Produtos elaborados com matéria prima agrícola, extrativa de produção regional.

Obs.: os produtos devem ingressar na AMOc por intermédio da ZFM.

CESPE-SUFRAMA/2014 {{{Q.370773}}}

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Considere que uma máquina usada na construção de rodovias tenha sido importada e esteja na
Zona Franca de Manaus aguardando para ser enviada a determinada zona de fronteira, no
estado do Acre, onde finalmente será utilizada. Nessa situação, esse produto estará isento dos
impostos de importação e sobre produtos industrializados.

Resolução:

O ingresso de produtos na Amazônia ocidental se dará pela ZFM. Preenchido esse requisito e
sendo o tipo de produto um dos contemplados, está habilitado para isenção.

Produtos: Motores marítimos

Máquinas e insumos de agricultura e afins

Máquinas de construção rodoviárias

Máquinas, motores e acessórios para instalação industrial

Alimentos

Medicamentos

Produtos elaborados com matéria prima agrícola, extrativa de produção regional.

Resposta: Certo

Áreas de livre comércio


São áreas de livre comércio de importação e de exportação, sob regime fiscal especial,
estabelecidas com a finalidade de promover o desenvolvimento de áreas fronteiriças específicas
da Região Norte do País e de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, segundo
a política de integração latino-americana, conforme Dec. 6759/09, art. 524.

O ingresso de produtos nacionais ou estrangeiros enviados às ALC serão obrigatoriamente


destinados às empresas autorizadas e se dará por porto, aeroporto ou posto de fronteira da ALC.

Os produtos industrializados são isentos de IPI quando destinados a consumo interno,


utilização como insumo na industrialização ou ainda quando destinado à venda para outro
ponto do território nacional.

As áreas de livre comércio são:

Tabatinga – ALCT

Guajará Mirim – ALCGM

Boa Vista – ALCBV

Bonfim – ALCB

Macapá e Santana – ALCMS

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Brasileia – ALCB

Cruzeiro do Sul – ALCCS


Em geral, são excluídos da isenção os tradicionais produtos também excluídos do
benefício na ZFM (armas, munições, fumo, bebidas alcoólicas, automóveis de passageiros e
perfumes, exceto se utilizar MP regional e projeto aprovado pela SUFRAMA). Em algumas ALC,
o rol de produtos sofre algumas modificações. Entendemos que o detalhamento do assunto não
é producente por envolver rol de produtos contemplados e não contemplados, além rotinas de
entrada e saída de produtos. O assunto está disposto nos arts. 99 a 120.

Passemos às questões desta aula:

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Questões comentadas
1. ESAF - AFRF/2003

Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas;
em seguida, marque a opção correta.

( ) Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se incluem na base
de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso de importação de produto de
procedência estrangeira.

( ) A base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, em se tratando de


produto de procedência estrangeira apreendido ou abandonado e levado a leilão, é o preço da
arrematação, acrescido do valor dos demais tributos exigíveis na importação regular do
produto.

( ) O imposto de importação não integra a base de cálculo do imposto sobre produtos


industrializados, no caso de importação de produto de procedência estrangeira.

a) V, V, F

b) V, F, V

c) V, V, V

d) F, V, F

e) F, F, F

Resolução:

Essa questão foi cobrada em prova de Direito Tributário, exigindo o conhecimento das
disposições do CTN acerca do fato gerador do IPI.

Por isso a importância de conhecermos o que diz o CTN e o RIPI.

De acordo com o art. 47 do CTN, a base de cálculo do IPI é:

Tratando-se de produtos de procedência estrangeira, o preço normal que o produto, ou


seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País, acrescido do
montante: do imposto sobre a importação, das taxas exigidas para entrada do produto no País
e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.

▪ No caso da saída do estabelecimento industrial, o valor da operação de que decorrer a saída


da mercadoria ou, na falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no
mercado atacadista da praça do remetente.

No caso de arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão, o preço da


arrematação (esta hipótese não está contemplada no RIPI como fato gerador do imposto.).

Item I – Falso. Os encargos cambiais compõem a base de cálculo do IPI.

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Item II – Falso. É simplesmente o preço da arrematação. Ali já estão incluídos todos os


encargos.

Item III – Item falso. O imposto pago sobre a importação compõe a base de cálculo do IPI.

Resposta: E

2. Leone/2019

Um estabelecimento industrial efetuou a venda de uma máquina concedendo um


abatimento, em razão do pagamento antecipado. O vendedor se encarregou de realizar o frete,
carga e descarga, cobrando do destinatário. Foram incorridas as seguintes despesas e valores
na operação:

Valor do produto...................... 100.000

Frete ........................................1.000

Abatimento concedido..................1.000

Despesas com carga e descarga ...1.000

Nessas condições, podemos afirmar que o valor tributável é de R$:

a) 103.000 b) 102.000 c) 101.000 d) 100.000 e) 99.000

Resolução:

O valor tributável do IPI é definido no art. 190 do RIPI, que assim resumimos.

(+) Preço do produto

(+) frete

Despesas acessórias cobradas do


(+) adquirente

(=) Valor da operação

Em seu § 3º, temos a vedação para expurgar da BC abatimentos e descontos, exceto os


descontos incondicionais (em vermelho, abaixo), cuja decisão STF declarou a
inconstitucionalidade da respectiva lei.

Art. 190
§ 3º Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou
abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente.

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Então devemos somar todos os valores que determinam a grandeza econômica da


operação, ou seja: valor do produto + frete + despesas acessórias, sem qualquer redução em
razão do abatimento condicional. Assim:

Produto............................... 100.000

Frete ........................................1.000

Carga e descarga...................... 1.000

= 102.000

Resposta: B

3. ESAF - Analista MDIC/2002

O cálculo do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), quando vinculado à


importação, toma por base o valor que servir de base para o cálculo do Imposto de Importação
somado aos encargos cambiais incorridos pelo importador.

Resolução:

Devemos adicionar à BC as demais despesas, além dos encargos cambiais. A base de


cálculo é:

(+) Preço normal do produto base


do II

(+) Imposto de importação

(+) Demais taxas e despesas para


entrada no país

(+) Encargos cambiais

(=) Base de cálculo

Resposta: Errado

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4. Leone/19

Conforme entendimento vigente, os descontos incondicionais concedidos integram a


base de cálculo do IPI.

Resolução:

Essa questão ainda não apareceu em prova, é uma decisão de 2014 do STF, com resolução
do Senado de 2017. É uma boa aposta para a próxima prova da RFB porque modifica a base de
cálculo e até o momento não tivemos a atualização do RIPI.

Segundo o STF, os descontos incondicionais não devem compor a base de cálculo do IPI.

A decisão declarou a inconstitucionalidade do artigo 14, parágrafo 2º, da Lei nº 4.502 que
consta no parágrafo 3 do art. 190 do RIPI:

“Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou


abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente".

A inconstitucionalidade atinge apenas os descontos incondicionais. O Senado já publicou


a resolução, portanto é tema de vigência plena

Segundo o RIPI → nenhum desconto, condicional ou incondicional pode ser excluído. (O


texto do RIPI está desatualizado).

Segundo o STF→ o desconto incondicional pode ser excluído.

Resposta: Errado

5. ESAF AFRF/2003

Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se incluem na base de
cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso de importação de produto de
procedência estrangeira.

Resolução:
Tratando-se de produtos de procedência estrangeira, a BC será o preço normal que o
produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de
livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País, acrescido do
montante: do imposto sobre a importação, das taxas exigidas para entrada do produto no País
e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis (art. 47, CTN)

Resposta: Errado

6. ESAF - Analista MDIC/2002

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O cálculo do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) quando vinculado à


importação, toma por base o preço da mercadoria importada quando de sua saída do
estabelecimento industrial em que tenha sido processada acrescido dos custos de frete e seguro
e dos encargos cambiais incorridos pelo importador.

Resolução:

A base de cálculo é:

(+) Preço normal do produto base do II

(+) Imposto de importação

(+) Demais taxas e despesas para entrada no


país

(+) Encargos cambiais

(=) Base de cálculo

Resposta: Errado

7. MAKIYAMA – Procurador Municipal – Jundiaí/2013

A base de cálculo do imposto, no caso de produtos de procedência estrangeira, é, entre


outros, o preço normal acrescido do montante dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis.

Resolução:

Na importação, a base de cálculo será a soma de todas as taxas, despesas e encargos


cambiais acrescidos ao valor normal do produto (inclui-se o II). Valor normal é o preço normal
que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país.

Resposta: Certo

8. FCC - Contador-SP/2010

Sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), é correto afirmar que a base de
cálculo do imposto na importação de produtos estrangeiros é o valor CIF da importação.

Resolução:

Na importação, a base de cálculo será a soma de todas as taxas, despesas e encargos


cambiais acrescidos ao valor normal do produto (se inclui o II). Valor normal é o preço normal

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que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país.

A base de cálculo é valor CIF + II + outras taxas e encargos acrescidos ao valor do produto.

Aproveite e compare a BC na saída do industrial e na importação

BC na importação

(+) Preço normal do produto base do II

(+) Imposto de importação

(+) Demais taxas e despesas para entrada no país

(+) Encargos cambiais

(=) Base de cálculo

BC na saída do industrial

(+) Preço do produto

(+) Frete

(+) Despesas acessórias cobradas do


comprador

(=) Valor da operação

Resposta: Errado

9. ESAF - AFRFB/2003 (atualizada)

Em relação ao Simples nacional, aplicam-se aos impostos e contribuições devidos pela


microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES, as normas relativas aos
juros e às multas de mora e de ofício previstas para o imposto sobre produtos industrializados.

Resolução:

Embora o Simples Nacional englobe também o IPI, resultando em majoração dos


percentuais de alíquota em 0,5% para os optantes que também sejam contribuintes do IPI, a sua
apuração e recolhimento não implica em apropriação de débitos e créditos do IPI, já que é

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calculado com base no faturamento e de forma unificada para um conjunto de tributos, inclusive
o IPI. O cálculo de multas e juros são feitos como os demais tributos federais: multa de 0,33%
por dia limitado a 20% mais juros Selic. Como no SIMPLES não há apuração do IPI
individualmente, não é possível observar as regras pertinentes ao IPI.

Resposta: Errado

10. ESAF - Curso de Formação/2010

As alíquotas ad valorem estão definidas na TIPI, e são as mesmas para os produtos


nacionais e estrangeiros.

Resolução:

A alíquota depende da classificação fiscal do produto. Possuindo idêntica classificação


fiscal, possuirão idênticas alíquotas não importando se é produto nacional ou estrangeiro.

Por exemplo: Uma arma de fogo nacional ou importada está sujeita a um IPI de 45%
conforme sua classificação fiscal.
9303.10.00 - Armas de fogo carregáveis exclusivamente pela boca 45

9303.20.00 - Outras espingardas e carabinas de caça ou de tiro ao alvo, com pelo menos
um cano liso 45

9303.30.00 - Outras espingardas e carabinas de caça ou de tiro ao alvo 45

9303.90.00 - Outros 45

Resposta: Certo

11. OAB/2006 – adaptada


Consoante a Constituição Federal a majoração das alíquotas do IPI deverá ser realizada
somente por lei ordinária.

Resolução:

O Poder Executivo, quando se tornar necessário para atingir os objetivos da política


econômica governamental, mantida a seletividade em função da essencialidade do produto, ou,
ainda, para corrigir distorções, poderá reduzir alíquotas do imposto até zero ou majorá-las até
trinta unidades percentuais. Logo, cabe majoração via decreto.
Importante:

Registre-se que seja a alteração efetuada por decreto ou por lei, em quaisquer dos casos
deve respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal para sua exigência.

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Resposta: Errado

12. ESAF - AFRFB/2012

Os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, destinados ao seu consumo


interno, não são isentos de IPI.

Resolução:

São isentos, excluídos as armas e munições, fumo, bebidas alcóolicas e automóveis de


passageiros.

Para estudar o assunto, consulte o art. 81 do RIPI.

São excluídos ainda aqueles submetidos a modalidade de industrialização


acondicionamento.

Resposta: Errado

13. CESPE – TJ-PA – Juiz/2011


Medida provisória que determine a majoração do IPI só poderá produzir efeitos no
exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício em que seja
editada.

Resolução:
A nova alíquota poderá se tornar exigível após o prazo de noventa dias da edição da MP,
em respeito ao princípio da noventena, sem que haja necessidade de conversão em lei da
referida MP até o fim do exercício, uma vez que o IPI não se submete ao princípio da
anterioridade de exercício e ao prescrito no art. 62 § 2° CF abaixo transcrito.

Art. 62, CF
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os
previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada.

Resposta: Errado

14. ESAF – Sefaz-CE - Analista Jurídico/2006

O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de


tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria

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Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial.
Entre estes, se inclui Imposto Sobre Produtos Industrializados.

Resolução:

Os tributos devem ser criados e majorados por lei (legalidade). O IPI é excepcionado do
princípio da legalidade, quanto à alteração de suas alíquotas. Assim, temos o IPI como exceção
ao princípio da legalidade.
Já apareceu em prova assim:

O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode,
a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas (ESAF/ATRFB/2009).

Resposta: Certo

15. FGV - OAB/ 2010 adaptada


Visando fomentar a indústria brasileira, uma nova lei, publicada em 18/02/2010, majorou
a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como majorou a alíquota do
Imposto sobre Exportação (IE). A nova alíquota poderá ser exigida 90 dias após a publicação da
lei para o IPI e imediatamente para o IE.

Resolução:

O IPI deve obedecer ao princípio da noventena. O II e IE e IOF não. Fundamenta a questão


o art. 150 par. 1° CF/88.

Resposta: Certo

16. FCC – TRF4 – Analista/2014

Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados, pode ser instituído ou majorado por
ato do Poder Executivo, sendo exceção à regra da legalidade.

Resolução:

O art. 153 § 1° da CF faculta ao poder executivo a alteração das alíquotas o IPI e outros
tributos, desde que atendidos os limites de lei. Temos então uma relativização do princípio da
legalidade. Vale ressaltar que essa atenuação da legalidade se refere à modificação de alíquotas,
e não de base de cálculo ou a sua instituição. O RIPI assim prevê:

RIPI
Art. 69. O Poder Executivo, quando se tornar necessário para atingir os objetivos da
política econômica governamental, mantida a seletividade em função da essencialidade

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do produto, ou, ainda, para corrigir distorções, poderá reduzir alíquotas do imposto até
zero ou majorá-las até trinta unidades percentuais (Decreto-lei no 1.199, de 1971, art.
4o).

Deve-se observar que o limite de majoração de alíquota, desde que respeite ao princípio
da seletividade, é de até 30 unidades percentuais. Logo, é permitido adicionar 30 unidades
percentuais às alíquotas referenciadas na TIPI 2001.

Exemplo:

Se alíquota base é 15%, teoricamente pode-se majorá-la para até 45% (15% + 30%).

Resposta: Errado

17. FGV – OAB/2015


A Presidência da República, por meio do Decreto 123, de 1º de janeiro de 2015, aprovou
novas alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dentro das balizas fiadas
na lei tributária, a saber:

Cigarro – alíquota de 100%


Vestuário – alíquota de 10%
Macarrão – alíquota zero
Sobre a hipótese, é possível afirmar que o referido decreto é inconstitucional, uma vez que
viola o princípio da legalidade.

Resolução:
O Poder Executivo, quando se tornar necessário para atingir os objetivos da política
econômica governamental, mantida a seletividade em função da essencialidade do produto, ou,
ainda, para corrigir distorções, poderá reduzir alíquotas do imposto até zero ou majorá-las até
trinta unidades percentuais. Logo, cabe a majoração via decreto, uma vez que o IPI se constitui
em exceção ao princípio da legalidade. Observe-se ainda que foi respeitado o princípio da
seletividade na fixação das alíquotas.

Resposta: Errado

18. CESGRANRIO – Liquigás – Auditor/2012

Determinado decreto publicado em 20/12/2011 pelo Poder Executivo Federal majorou a


alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cosméticos. À vista
disso, a nova alíquota do IPI poderá ser exigida imediatamente.

Resolução:

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Não faz diferença a natureza do produto, sejam eles mais onerados pelo IPI como armas,
cigarros e bebidas; ou aqueles essenciais à sobrevivência como os alimentos, ou ainda aqueles
mais suscetíveis de uso por camadas abastadas da população como perfumes e cosméticos etc.
As alterações de alíquotas do IPI, sejam por meio de lei, MP ou decreto independentemente do
produto, deve respeitar o prazo de 90 dias para sua exigência ( princípio da noventena ou
anterioridade nonagesimal)

Resposta: Errado

19. FCC – TJ-CE – Juiz/2014 (adaptada)

O IPI pode ter suas alíquotas aumentadas por decreto.

Resolução:

Correto, conforme CF/88 art. 153, par. 1° e art. 97 do CTN. Ou ainda nos termos do
RIPI:

RIPI
Art. 69. O Poder Executivo, quando se tornar necessário para atingir os objetivos da
política econômica governamental, mantida a seletividade em função da essencialidade
do produto, ou, ainda, para corrigir distorções, poderá reduzir alíquotas do imposto até
zero ou majorá-las até trinta unidades percentuais (Decreto Lei no 1.199, de 1971, art.
4o).

Devemos salientar que a permissão é para alterar as alíquotas. Não pode o poder
executivo alterar, por exemplo, a base de cálculo
Resposta: Certo

20. ESAF - TRF/2002.2

A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de


Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está sujeito à tributação pelo preço da
operação.

Resolução:

Produtos NT não são tributados. Logo não se aplica nenhuma regra para definição da base
de cálculo, que quanto aos outros produtos, em geral é o valor da operação.
Resposta: Errado

21. ESAF - TRF/2002.2

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A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de


Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está imune.

Resolução:

Significa que o produto é não tributado - NT. Logo, fora do campo de incidência.

Exemplo:

No campo dos produtos NT, temos aqueles produtos para os quais não há autorização
para se cobrar o IPI. Não há que se falar em imunidade, mas ausência de autorização
constitucional. São produtos do reino animal, vegetal e mineral, que não sofreram
industrialização como os animais vivos acima citados na TIPI.

Entretanto, os produtos imunes precisam ser sinalizados na TIPI. Por exemplo: os livros
são imunes, e, para indicar que não há tributação, também foi marcado com a notação NT.
Embora os livros recebam a notação NT, não se confunde a imunidade com a marcação NT.

Resposta: Errado

22. ESAF - TRF/2002.2

A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de


Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está isento.

Resolução:

Errado. Significa que o produto é não tributado. Logo, fora do campo de incidência.

O produto isento está no campo de incidência, mas devido a hipótese de incidência da


norma isentiva, a norma de tributação perde a sua eficácia. Uma vez revogada a norma
isentiva, automaticamente a norma de tributação tem efetividade.
Acompanhe os produtos abaixo, ambos no campo de incidência. A lei contemplou com a
isenção as urnas eletrônicas e panelas rústicas. Observe que não saíram do campo de incidência,
mas estão protegidos pela norma isentiva identificada pela linha tracejada.

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O que aconteceria se a norma de isenção fosse revogada?

Ao romperem-se as fronteiras da linha tracejada que protegem a urna eletrônica e as


panelas, automaticamente estariam alcançadas pela efetividade da norma de incidência, já que
nunca deixaram de estar no campo de incidência.

Resposta: Errado

23.ESAF - TRF/2002.2
A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de
Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está sujeito a pauta de valores.

Resolução:

Significa que o produto é não tributado. Logo, fora do campo de incidência.


Resposta: Errado

24. ESAF – AFRFB/2012

As bebidas alcoólicas, os produtos de perfumaria ou toucador e as preparações cosméticas


industrializadas na Zona Franca de Manaus, com utilização de matérias-primas da fauna e flora
regionais, em conformidade com processo produtivo básico, por estabelecimentos com
projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de
Manaus – SUFRAMA, são isentos de IPI, quando destinados à comercialização em qualquer
outro ponto do território nacional.
Resolução:
Os produtos industrializados na ZFM, por estabelecimentos com projetos aprovados pela
Suframa, que não sejam industrializados pelas modalidades de (re) acondicionamento,
destinados a comercialização em qualquer outro ponto do Território Nacional, excluídos as
armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros e produtos de
perfumaria ou de toucador, preparados ou preparações cosméticas, salvo quanto a estes
(posições 33.03 a 33.07 da TIPI) se produzidos com utilização de matérias-primas da fauna e flora
regionais, em conformidade com processo produtivo básico, são isentos de IPI.
RESUMINDO...

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Resposta: Errado

25. Leone/2019
No que se refere ao IPI, a venda de produtos para serem consumidos ou industrializados
em Manaus/AM, sem desvios dessa finalidade, serão processadas ao abrigo da isenção
condicionada à destinação do produto.

Resolução:

Temos a isenção condicionada à destinação do produto a Zona Franca de Manaus.


Ocorrendo o consumo ou industrialização fora da ZFM, é devido o IPI. É preciso ter cuidado com
a interpretação nessa questão, pois enquanto o produto está “viajando” para a Zona Franca de
Manaus, ele está com o IPI suspenso. Confirmando-se a entrada no território da ZFM a
suspensão converte-se em isenção. Veja, portanto, que a suspensão precede a isenção.
Resposta: Certo

26. CESPE-SUFRAMA/2014

Considere que determinada empresa tenha produzido equipamentos eletrônicos na ZFM


destinados à comercialização no estado de São Paulo. Nessa situação, todas essas mercadorias
estarão isentas do IPI.

Resolução: As “exportações” da ZFM para o resto do Brasil são isentas, exceto quanto a
armas, fumo, bebidas alcoólicas, automóveis de passageiros e perfumaria ( quanto a esses
últimos há exceção quando há processo produtivo básico aprovado pela SUFRAMA e matéria
prima regional)
Resposta: Certo

27.CESPE-SUFRAMA/2014

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Considere que determinado produto de perfumaria tenha sido importado para a ZFM a
fim de ser exportado a uma zona de fronteira do estado do Acre. Nessa situação, esse produto
estará isento do IPI.

Resolução: Perfumes e artigos de toucador dependem do processo produtivo. Logo, não


é possível afirmar a priori.

Resposta: errado

28. CESPE-SUFRAMA/2014

Considere que determinada empresa possua projeto industrial, na Zona Franca de


Manaus, para processamento de produtos de origem pecuária. Nessa situação, verifica-se
hipótese de isenção do IPI sobre os referidos produtos.

Resolução:

DL 1435/76

Art 6º Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados os produtos elaborados


com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de
origem pecuária, por estabelecimentos localizados na área definida pelo § 4º do art. 1º do
Decreto-lei nº 291, de 28 de fevereiro de 1967.

Resposta: errado

29. CESPE-SUFRAMA/2014

A saída de mercadoria produzida na ZFM, sem autorização legal expedida pelas


autoridades competentes, configura contrabando.

Resolução:

Decreto n.º 61.244/1967

Art 17. Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a
autorização legal expedida pelas autoridades competentes.

Resposta: certo

30. CESPE-SUFRAMA/2014

Considere que uma máquina usada na construção de rodovias tenha sido importada e
esteja na Zona Franca de Manaus aguardando para ser enviada a determinada zona de fronteira,
no estado do Acre, onde finalmente será utilizada. Nessa situação, esse produto estará isento
dos impostos de importação e sobre produtos industrializados.

Resolução:

O ingresso de produtos na Amazônia ocidental se dará pela ZFM. Preenchido esse


requisito e sendo o tipo de produto um dos contemplados, está habilitado para isenção.

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Produtos: Motores marítimos

Máquinas e insumos de agricultura e afins


Máquinas de construção rodoviárias

Máquinas, motores e acessórios para instalação industrial

Alimentos

Medicamentos

Produtos elaborados com matéria prima agrícola, extrativa de produção regional.

Resposta: Certo

31.CESPE- EBSERH- Analista Administrativo /2018


No caso de importação de produtos de bens estrangeiros industrializados, a base de
cálculo do IPI equivale ao preço normal do produto, acrescido não só das taxas exigidas para a
entrada do produto no país, mas também dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis.

Resolução:

(+) Preço normal do produto base do II

(+) Imposto de importação

(+) Demais taxas e despesas para entrada no


país

(+) Encargos cambiais

(=) Base de cálculo

Há omissão do próprio II, que também compõe a BC.

Resposta errado.

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Lista de questões
1. ESAF - AFRF/2003

Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas;
em seguida, marque a opção correta.

( ) Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se incluem na base
de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso de importação de produto de
procedência estrangeira.

( ) A base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, em se tratando de


produto de procedência estrangeira apreendido ou abandonado e levado a leilão, é o preço da
arrematação, acrescido do valor dos demais tributos exigíveis na importação regular do
produto.

( ) O imposto de importação não integra a base de cálculo do imposto sobre produtos


industrializados, no caso de importação de produto de procedência estrangeira.

a) V, V, F

b) V, F, V

c) V, V, V

d) F, V, F

e) F, F, F

2. Leone/2019

Um estabelecimento industrial efetuou a venda de uma máquina concedendo um


abatimento, em razão do pagamento antecipado. O vendedor se encarregou de realizar o frete,
carga e descarga, cobrando do destinatário. Foram incorridas as seguintes despesas e valores
na operação:

Valor do produto...................... 100.000

Frete ........................................1.000

Abatimento concedido..................1.000

Despesas com carga e descarga ...1.000

Nessas condições, podemos afirmar que o valor tributável é de R$:

a) 103.000 b) 102.000 c) 101.000 d) 100.000 e) 99.000

3. ESAF - Analista MDIC/2002

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O cálculo do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), quando vinculado à


importação, toma por base o valor que servir de base para o cálculo do Imposto de Importação
somado aos encargos cambiais incorridos pelo importador.

4. Leone/19

Conforme entendimento vigente, os descontos incondicionais concedidos integram a


base de cálculo do IPI.

5. ESAF AFRF/2003

Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se incluem na base de
cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso de importação de produto de
procedência estrangeira.

6. ESAF - Analista MDIC/2002


O cálculo do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) quando vinculado à
importação, toma por base o preço da mercadoria importada quando de sua saída do
estabelecimento industrial em que tenha sido processada acrescido dos custos de frete e seguro
e dos encargos cambiais incorridos pelo importador.

7. MAKIYAMA – Procurador Municipal – Jundiaí/2013

A base de cálculo do imposto, no caso de produtos de procedência estrangeira, é, entre


outros, o preço normal acrescido do montante dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis.

8. FCC - Contador-SP/2010

Sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), é correto afirmar que a base de
cálculo do imposto na importação de produtos estrangeiros é o valor CIF da importação.

9. ESAF - AFRFB/2003 (atualizada)

Em relação ao Simples nacional, aplicam-se aos impostos e contribuições devidos pela


microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES, as normas relativas aos
juros e às multas de mora e de ofício previstas para o imposto sobre produtos industrializados.

10. ESAF - Curso de Formação/2010

As alíquotas ad valorem estão definidas na TIPI, e são as mesmas para os produtos


nacionais e estrangeiros.

11.OAB/2006 – adaptada
Consoante a Constituição Federal a majoração das alíquotas do IPI deverá ser realizada
somente por lei ordinária.

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12. ESAF - AFRFB/2012

Os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, destinados ao seu consumo


interno, não são isentos de IPI.

13.CESPE – TJ-PA – Juiz/2011


Medida provisória que determine a majoração do IPI só poderá produzir efeitos no
exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício em que seja
editada.

14. ESAF – Sefaz-CE - Analista Jurídico/2006

O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de


tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria
Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial.
Entre estes, se inclui Imposto Sobre Produtos Industrializados.

15.FGV - OAB/ 2010 adaptada


Visando fomentar a indústria brasileira, uma nova lei, publicada em 18/02/2010, majorou
a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como majorou a alíquota do
Imposto sobre Exportação (IE). A nova alíquota poderá ser exigida 90 dias após a publicação da
lei para o IPI e imediatamente para o IE.

16. FCC – TRF4 – Analista/2014


Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados, pode ser instituído ou majorado por
ato do Poder Executivo, sendo exceção à regra da legalidade.

17.FGV – OAB/2015
A Presidência da República, por meio do Decreto 123, de 1º de janeiro de 2015, aprovou
novas alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dentro das balizas fiadas
na lei tributária, a saber:

Cigarro – alíquota de 100%


Vestuário – alíquota de 10%
Macarrão – alíquota zero
Sobre a hipótese, é possível afirmar que o referido decreto é inconstitucional, uma vez que
viola o princípio da legalidade.

18. CESGRANRIO – Liquigás – Auditor/2012

Determinado decreto publicado em 20/12/2011 pelo Poder Executivo Federal majorou a


alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cosméticos. À vista
disso, a nova alíquota do IPI poderá ser exigida imediatamente.

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19. FCC – TJ-CE – Juiz/2014 (adaptada)

O IPI pode ter suas alíquotas aumentadas por decreto.

20. ESAF - TRF/2002.2

A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de


Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está sujeito à tributação pelo preço da
operação.

21. ESAF - TRF/2002.2

A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de


Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está imune.

22. ESAF - TRF/2002.2

A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de


Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está isento.

23. ESAF - TRF/2002.2


A notação NT (não-tributado) aposta diante do código TIPI, constante da Tabela de
Incidência do IPI, implica considerar-se que o produto está sujeito a pauta de valores.

24. ESAF – AFRFB/2012

As bebidas alcoólicas, os produtos de perfumaria ou toucador e as preparações cosméticas


industrializadas na Zona Franca de Manaus, com utilização de matérias-primas da fauna e flora
regionais, em conformidade com processo produtivo básico, por estabelecimentos com
projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de
Manaus – SUFRAMA, são isentos de IPI, quando destinados à comercialização em qualquer
outro ponto do território nacional.

25.Leone/2019
No que se refere ao IPI, a venda de produtos para serem consumidos ou industrializados
em Manaus/AM, sem desvios dessa finalidade, serão processadas ao abrigo da isenção
condicionada à destinação do produto.

26. CESPE-SUFRAMA/2014

Considere que determinada empresa tenha produzido equipamentos eletrônicos na ZFM


destinados à comercialização no estado de São Paulo. Nessa situação, todas essas mercadorias
estarão isentas do IPI.

27. CESPE-SUFRAMA/2014

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Considere que determinado produto de perfumaria tenha sido importado para a ZFM a
fim de ser exportado a uma zona de fronteira do estado do Acre. Nessa situação, esse produto
estará isento do IPI.

28. CESPE-SUFRAMA/2014

Considere que determinada empresa possua projeto industrial, na Zona Franca de


Manaus, para processamento de produtos de origem pecuária. Nessa situação, verifica-se
hipótese de isenção do IPI sobre os referidos produtos.

29. CESPE-SUFRAMA/2014

A saída de mercadoria produzida na ZFM, sem autorização legal expedida pelas


autoridades competentes, configura contrabando.

30. CESPE-SUFRAMA/2014

Considere que uma máquina usada na construção de rodovias tenha sido importada e
esteja na Zona Franca de Manaus aguardando para ser enviada a determinada zona de fronteira,
no estado do Acre, onde finalmente será utilizada. Nessa situação, esse produto estará isento
dos impostos de importação e sobre produtos industrializados.

31.CESPE- EBSERH- Analista Administrativo /2018


No caso de importação de produtos de bens estrangeiros industrializados, a base de
cálculo do IPI equivale ao preço normal do produto, acrescido não só das taxas exigidas para a
entrada do produto no país, mas também dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis.

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Gabarito
1. E 16. E
2. B 17. E
3. E 18. E
4. E 19. C
5. E 20. E
6. E 21. E
7. C 22. E
8. E 23. E
9. E 24. E
10. C 25. C
11. E 26. C
12. E 27. E
13. E 28. E
14. C 29. C
15. C 30. C
31. E

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RESUMO

Base de cálculo importação

(+) Preço normal do produto base do II

(+) Imposto de importação

(+) Demais taxas e despesas para entrada no país

(+) Encargos cambiais

(=) Base de cálculo

Base de cálculo saída do industrial/equiparado industrial

Preço do produto

(+) frete

Despesas acessórias cobradas do


(+) comprador

(=) Valor da operação

Base de cálculo específica:

Consignação mercantil: valor de venda no consignatário

Venda de veículos em peculiar situação: Quando o fabricante/importador vende veículo


direto ao consumidor final (sem passar pela concessionária), ainda que a concessionária faça a
entrega, poderá deduzir a comissão da concessionária de até 9 % da base de cálculo.

Operação sem preço definido: preço corrente do produto ou seu similar no mercado
atacadista da praça do remetente.
Industrialização por encomenda:

Art. 191. Nos casos de produtos industrializados por encomenda, será acrescido, pelo
industrializador, ao valor da operação definido no art. 190, salvo se se tratar de insumos
usados, o valor das matérias-primas, dos produtos intermediários e dos materiais de

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embalagem, fornecidos pelo encomendante, desde que este não destine os produtos
industrializados:
I - a comércio;
II - a emprego, como matéria-prima ou produto intermediário, em nova industrialização;
ou
III - a emprego no acondicionamento de produtos tributados

Valor tributável mínimo – VTM

Valor PV corrente na praça atacadista do remetente quanto produtos saídos


para empresas interdependentes
mínimo

90% do PV ao consumidor quando remetido a estabelecimento da


mesma firma, eclusivamente varejista

Custo + despesas + lucro adicionados a operação quanto aos produtos


saídos pra autônomos o ambulantes p/ venda direta ao consumidor

70% do PV ao consumidor, quanto ao café torrado que o moageiro envia


para o varejista que tem atividade acessória de moagem

Arbitramento da base de cálculo:

• Preço médio no domicílio do contribuinte no trimestre civil mais


1° critério próximo

• Preço médio nos principais mercados nacionais no trimestre civil


2° critério mais próximo

IPI na importação:

O desembaraço aduaneiro de produto industrializado é fato gerado do IPI.

Superada a jurisprudência do STF indicando que importar veículo para uso próprio não é
FG do IPI.

Produto NT

Estão fora do campo de incidência

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Redução e majoração do IPI

O poder executivo pode majorar até 30 pontos percentuais ou reduzir a zero as alíquotas.

Dos produtos destinados a Pesquisa e ao Desenvolvimento tecnológico (art. 72)


Tais produtos (máquinas, equipamentos e seus acessórios) fazem jus ao benefício de 50%
de redução do IPI quando destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico.

O beneficiário do regime deverá comprovar os requisitos para fruição do benefício.

A redução do IPI ocorre no momento da saída do vendedor.

Dos produtos destinados ao PDTI 4e PDTA5

Confere redução de 50% do IPI incidente sobre máquinas, equipamentos e seus acessórios
adquiridos por empresas industriais e agropecuárias nacionais habilitadas no programa.

Dos produtos adquiridos por ME ou EPP

A união poderá reduzir a zero o IPI referente a máquinas, equipamentos e seus acessórios
adquiridos por microempresas ou empresas de pequeno porte.

4
Programa de desenvolvimento tecnológico industrial
5
Programa de desenvolvimento tecnológico agropecuário

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Zona franca de Manaus

Consumo interno
Produtos
Industrializados ISENTOS(**)
na ZFM Venda ao
“Brasil”(*)

** há exceções

* conforme projetos aprovados pela SUFRAMA

*Exceto se utilizar MP da fauna e flora regionais conforme projetos aprovados pela


SUFRAMA

Isenção na ZFM

Antes da isenção vem a suspensão:

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Amazônia ocidental

De forma similar à ZFM, são isentos os produtos industrializados ou consumidos na AMOc,


porém, desde que por estabelecimentos com projetos aprovados pela SUFRAMA ou adquiridos
através da ZFM.

Até a próxima! Acompanhe a nossa aula sobre créditos do IPI e suspensão que será
gravada ao vivo e transmitida pelo youtube do Direção Concursos no dia 9/2, a partir das 8:30 h
(Brasília). São assuntos do nosso PDF anterior. É um dos temas principais do IPI. Até mais.

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