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A FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO E A

PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Mário Parreiras de Faria
Médico do Trabalho
Da Legislação
 CF 88
 Lei 7.853/89
 Lei 8.213/91 (Art. 93) “Lei de Cotas”
 Decreto 3.298/99 (competência do MTE) com alterações do Decreto 5.296/04
 Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008)
Ratificada pelo Brasil em 2009)
 Lei 12.470/2011
 IN 98/2012
 Lei 13146/2015 – LEI BRASILEIRA DA INCLUSÃO
Convenção da ONU – Dec. 6.949/09 -
25/08/2009

"Pessoas com deficiência são aquelas que têm


impedimentos de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade com as demais pessoas.“
Preâmbulo Convenção ONU

"... a deficiência é um conceito em evolução e que a


deficiência resulta da interação entre pessoas com
deficiência e as barreiras atitudinais e ambientais que
impedem sua plena e efetiva participação na sociedade
em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas".
Definição: Lei 13.146/2015

Art. 2°. Considera-se pessoa com deficiência aquela


que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.
Legislação: Art. 2o da Lei 13.146/2015
• § 3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de
recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e
periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação
profissional, bem como exigência de aptidão plena.
• § 4o A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos,
treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções,
bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em
igualdade de oportunidades com os demais empregados.
• § 5o É garantida aos trabalhadores com deficiência
Legislação
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
• Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma
espécie de discriminação.

• § 1o Considera-se discriminação em razão da deficiência toda


forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão,
que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular
o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
Legislação
• Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua
livre escolha e aceitação,, em ambiente acessível e inclusivo, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
• § 1o As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de
qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho
acessíveis e inclusivos.
• § 2o A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e
favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho
de igual valor.
INCLUSÃO DA PcD NO TRABALHO
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, nos termos da
legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser
atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de
recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no
ambiente de trabalho.

Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com


deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio
DA ACESSIBILIDADE
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma
independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação
social

Art. 55. ........................


§ 1o O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter
geral.
§ 2o Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal
não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
• Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a finalidade de coletar,
processar, sistematizar e disseminar informações georreferenciadas que
permitam a identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa com
deficiência, bem como das barreiras que impedem a realização de seus
direitos.
• § 1o O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executivo federal e
constituído por base de dados, instrumentos, procedimentos e sistemas
eletrônicos.
• § 5o Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utilizados para as
seguintes finalidades:
• I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas públicas para
a pessoa com deficiência e para identificar as barreiras que impedem a
realização de seus direitos;
• II - realização de estudos e pesquisas.
DOS CRIMES
• Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa
em razão de sua deficiência:
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
• Art. 98. A Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
Constitui crime punível com reclusão de 2 a 5 anos e multa:
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento
de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em
razão de sua deficiência;
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a
qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
em razão de sua deficiência;
Da Legislação
Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pessoa com
deficiência moderada ou grave que:
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da
Lei no 8.742, de 7/12/1993 (Dispõe sobre a organização da Assistência
Social e dá outras providências), e que passe a exercer atividade
remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS;
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei no 8.742, de
7/12/1993, e que exerça atividade remunerada que a enquadre
como segurado obrigatório do RGPS.
(Art. 94 da Lei 13.146/2015).
Da Competência do Ministério do Trabalho
Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a
sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência
Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às
entidades representativas dos empregados ou aos cidadãos
interessados.
(Art. 93 § 2º da Lei 13.146/2015 )
Das cotas a serem preenchidas
Artigo 93 da Lei 8.213/91
“A empresa com 100 ou mais empregados
está obrigada a preencher de 2% a 5% dos
seus cargos com beneficiários da Previdência
Social reabilitados ou com pessoas
portadoras de deficiência habilitadas, na
seguinte proporção:
Das cotas a serem preenchidas
I – até 200 empregados: 2%;
II – de 201 a 500 empregados: 3%;
III – de 501 a 1000 empregados: 4%;
IV – de 1001 em diante: 5%”

A cota é fixada considerando-se o número de


empregados da totalidade de todos
estabelecimentos da empresa (matriz+filiais)
Dos Direitos e Deveres

A pessoa com deficiência é um


empregado que tem os mesmos direitos
e deveres de qualquer outro.
Da Reserva de Postos para PCD
“ A dispensa de pessoa com deficiência ou de
beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final
de contrato por prazo determinado de mais de 90 dias
e a dispensa imotivada em contrato por prazo
indeterminado somente poderão ocorrer após a
contratação de outro trabalhador com deficiência ou
beneficiário reabilitado da Previdência Social.
Art. 93, par. 1º. da Lei 8.213 (Redação da Lei 13.146/2015
Empregados Reabilitados pela Previdência
Social

Certificado de Reabilitação emitido


pelo Centro de Reabilitação
Profissional – CRP do INSS
Da Sistemática da Fiscalização
 Notificação Conjunta: Objetivo REGULARIZAÇÃO e não AUTUAÇÃO
 Retornos individuais

Importante:
● Não substituir a mão-de-obra já contratada por pessoas com deficiência
(acompanhamento CAGEDs)

● Incentivo à inclusão das pessoas com deficiência nas empresas por meio da
concessão de prazos para adequação à legislação (concessão de prazos
mediante apresentação de resultados)

● Apoio da SRTE/MG a projetos de qualificação profissional (aprendizagem e


outras formas)
AUTUAÇÃO

REITERADA • Não comparecimento


DEMONSTRAÇÃO DE
DESINTERESSE POR • Comparecimento sem apresentação de
PARTE DA EMPRESA resultados significativos no intuito de
cumprir a lei
Do não cumprimento da legislação

 Autuação
Multa: R$ 1.254,89, acrescido de até 50%
(por cargo não preenchido)

 Encaminhamento de relatório para o MPT


Das Normas para Imposição das Multas
Portaria nº 1.199, de 28 de outubro de 2003

– Percentual de acréscimo, variável de acordo com o


número de empregados
• 100 a 200 empregados ........... 0 a 20%
• 201 a 500 empregados ........... 20 a 30%
• 501 a 1.000 empregados ........ 30 a 40%
• mais de 1.000 empregados .... 40 a 50%
EXEMPLO DE CÁLCULO
• Total de empregados dos estabelecimentos da
empresa = 350
• Percentual de vagas para a Cota = 3%
• Cálculo do número de vagas para a Cota
– 350 X 0,003 = 10,5
- Arredondamento para mais :
INSTRUÇÃO NORMATIVA 36 DE
05/05/2003 C/C ART. 10 , § 4º DA
Instrução Normativa nº 20 de
11 26/01/2001
EXEMPLO DE CÁLCULO
• Número de vagas para a Cota após a aproximação =
11
• Número de empregados com deficiência ou
reabilitados = 6
• Número de empregados que faltam para completar a
Cota => 11 – 6 = 5
EXEMPLO DE CÁLCULO
• Cálculo do valor inicial da multa
– R$ 1.254,89 X 5 = R$ 6.274,45

• Acréscimo sobre o valor mínimo = 30%


• Valor final da multa
– R$ 6.274,45 X 1,3 = R$ 8.156,78

Podem ser lavrados diversos Autos de Infração enquanto


persistir a irregularidade.
Questionamentos

 Baixa qualificação da mão-de-obra existente (empresas devem


baixar o nível de exigências) – Foco na pessoa e não deficiência
 Perda do benefício de prestação continuada concedido pelo INSS
 Atividade econômica de alto risco
 Mercado de trabalho competitivo – com demanda crescente
 Empresas com alta e baixa rotatividade de mão-de-obra
 Falta de adequação dos postos de trabalho
 Dificuldades de inclusão nas tomadoras de serviços
• CAGEDs do período solicitado (Relatório dos Estabelecimentos Informados).
• CAGEDs de Inclusão das pessoas com deficiência

• Fichas de Registro de pessoas com deficiência ou reabilitados (originais e cópias)

• Laudos Médicos - conforme orientações fornecidas pela SRTE/MG e com base no Decreto 5.296 de
02.12.2004 (originais e cópias)

• No caso de empregados reabilitados apresentar Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo


INSS

• Documento de anuência do trabalhador para a divulgação da sua deficiência

• Formulário fornecido pela SRTE/MG devidamente preenchido (original)

Obs: Os documentos deverão vir acompanhados de cópias


CONCEITO LEGAL DE DEFICIÊNCIA, PARA
CUMPRIMENTO DAS COTAS e
INTERPRETAÇÃO MÉDICA
Base Legal
DECRETO Nº 5.296 DE 2/12/2004 (D.O.U. de
3/12/2004)

Regulamenta as Leis 10.048, de 8/11/2000, que dá


prioridade de atendimento às pessoas que
especifica, e 10.098, de 19/12/2000, que
estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências.
Caracterização legal

Constatação da deficiência de acordo com os


critérios do Decreto Federal 5.296, de
02/12/2004,verificando em caso de dúvidas o
Anexo III do regulamento da Previdência Social, por
profissional de saúde competente (LAUDO)
LAUDO/ATESTADO MÉDICO
Pode ser fornecido por qualquer médico seja ele empregado da empresa ou não

Dependendo da deficiência, a avaliação deverá seja feita por especialista,


devendo nos casos de deficiente auditivo e visual apresentarem os exames de
audiometria e oftalmológico, respectivamente

Deficiência mental aceita-se o laudo elaborado por psicólogo

O trabalhador contratado para o preenchimento da cota, seja na condição de


pessoa com deficiência ou reabilitada profissionalmente, deve manifestar sua
anuência com relação a tornar pública a sua condição
Documentos
• Laudo caracterizando a deficiência.
• Laudo de especialista em caso de doença mental.
• Audiograma para perdas auditivas.
• Documento de anuência do trabalhador para a
divulgação da sua deficiência.
• Atestado de Saúde Ocupacional
– Exame Médico Pré-Admissional
CONCEITO LEGAL DE REABILITADO
PROFISSIONAL PARA CUMPRIMENTO
DAS COTAS
REABILITADO
conceito e comprovação
• Todos os segurados vinculados ao Regime
Geral da Previdência Social submetidos ao
processo de reabilitação profissional
desenvolvido ou homologado pelo INSS.
CRP
• Certificado da Previdência Social
Art. 5º do DEC. Nº 5.296
• § 1º Considera-se, para os efeitos deste Decreto:
I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas
na Lei no 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui
limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e
se enquadra nas seguintes categorias:
a) deficiência física
b) deficiência auditiva
c) deficiência visual
d) deficiência mental
e) deficiência múltipla
Definição de deficiência física

Alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física.
Formas de apresentação
1. paraplegia 11. ostomia
2. paraparesia 12. amputação ou ausência de
membro
3. monoplegia
13. paralisia cerebral
4. monoparesia 14. nanismo
5. tetraplegia 15. membros com
6. tetraparesia deformidade congênita ou
7. triplegia adquirida, exceto as
deformidades estéticas e
8. triparesia as que não produzam
9. hemiplegia dificuldades para o
desempenho de funções
10. hemiparesia
Paralisias
• Paraplegia e paraparesia: membros inferiores
• Monoplegia e monoparesia: apenas um
membro
• Tetraplegia ou tetraparesia: os quatro
membros
• Triplegia e triparesia: três membros
• Hemiplegia e hemiparesia
– lado direito ou lado esquerdo do corpo
Graus de Força Muscular

 Grau 0 – ausência de contração muscular


 Grau 1 – presença de contração muscular, sem
movimento
 Grau 2 – movimentos com eliminação da força da
gravidade
 Grau 3 – movimento vence a força da gravidade
 Grau 4 – movimento contra a força da gravidade
e alguma resistência
 Grau 5 - normal
Articulação Movimento Graus de amplitude
Ombro Flexão 0 a 150
Extensão 0 a 50
Abdução 0 a 180
Rotação medial 0 a 90
Rotação lateral 0 a 90
Cotovelo Flexão 0 a 140
Antebraço Pronação 0 a 80
Supinação 0 a 80
Punho Extensão 0 a 60
Flexão 0 a 60
Desvio radial 0 a 20
Desvio ulnar 0 a 30
Quadril Flexão 0 a 100
Extensão 0 a 30
Abdução 0 a 40
Adução 0 a 20
Rotação lateral 0 a 40
Rotação medial 0 a 50
Joelho Flexão 0 a 150
Tornozelo Flexão dorsal 0 a 20
Flexão Plantar 0 a 40
Inversão 0 a 30
Eversão 0 a 20
Coluna Cervical Flexão 0 a 60
Coluna Torácica Extensão 0 a 75
Flexão lateral 0 a 80
Rotação -
Flexão -
Coluna Lombar Extensão -
Flexão lateral -
Ostomias
Colostomia

Ileostomia

Urostomia

Traqueostomia
Caracterização de incapacidade decorrente de
amputação

Anexo III do Regulamento da Previdência Social


– Decreto No 3.048, de 6/5/99, modificado pelo

Decreto No 4.032, de 26/11/2001.


Situações
• Perda de segmento ao nível ao acima do carpo;
• Perda de segmento do primeiro quirodáctilo, desde
que atingida a falange proximal
• perda de segmentos de dois quirodáctilos, desde que
atingida a falange proximal em pelo menos um deles
• Perda de segmento do segundo quirodáctilo, desde
que atingida a falange proximal
Situações
 Perda de segmento ao nível ou acima do tarso;
 Perda de segmento do primeiro pododáctilo, desde
que atingida a falange proximal;
 Perda de segmento de dois pododáctilos, desde que
atingida a falange proximal em ambos;
 erda de segmento de três ou mais falanges de três
ou mais pododáctilos.
Membros com deformidade congênita ou
adquirida

• Comprovação do comprometimento da
função.
• Encurtamento de membro inferior maior que 4 cm
Outras deficiências
• Nanismo - Altura < percentil 5

• Paralisia Cerebral
Deficiência auditiva
• Perda bilateral.
• Parcial ou total de:
– 41 dB ou mais, aferida por por audiograma nas
freqüências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000
Hz.
FAIXA DAS
FREQÜÊNCIAS
UTILIZADAS NA
COMUNICAÇÃO
SOCIAL
Deficiência visual
• Cegueira - acuidade visual é igual ou menor que 0,05 (20/400)
no melhor olho, com a melhor correção óptica.
• Baixa visão - acuidade visual entre 0,3 (20/60) e 0,05 (20/400)
no melhor olho com a melhor correção óptica.
• Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual
em ambos os olhos for igual ou menor que 60o.
• Ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.
• Visão monocular .
Visão Monocular
Parecer CONJUR 444/2011:
– Analisa a questão do ponto de vista jurídico e conclui que o
direito de reserva de vagas de emprego deve ser estendido às
pessoas com visão monocular.
– PORÉM, deixa uma ressalva para análise do ponto de vista
técnico, que foge à competência do órgão.
Deficiência mental
• Funcionamento intelectual significativamente inferior à
média, com manifestação antes dos dezoito anos e
• limitações associadas a duas ou mais áreas de
habilidades adaptativas, tais como:
• comunicação
• cuidado pessoal
• habilidades sociais
• utilização dos recursos da comunidade
• saúde e segurança
• habilidades acadêmicas
• lazer
• trabalho.
Lei 12.764 dez 2012 – Espectro Autista

• § 1o Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com


transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome
clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
Autismo
I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e
da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de
comunicação verbal e não verbal usada para interação social;
ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter
relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e
atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais
estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns;
excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento
ritualizados; interesses restritos e fixos.
E os outros transtornos mentais?
Depressão
Ansiedade
Síndrome do Pânico
Esquizofrenia em suas diversas apresentações

CONVENÇÃO
ONU
Outros casos
Aparelho de fonação e Gagueira com limitações
para a comunicação do dia a dia.
Alterações articulares com limitação de função.
Deficiência múltipla
Associação de duas ou mais deficiências
Outros casos
• Aparelho de fonação
• Alterações articulares
• Redução da força e/ou da capacidade
funcional dos membros.
Classificação Internacional de Funcionalidades
Objetivos da CIF
• Fornecer uma base científica para descrever a
saúde e estados relacionados à saúde

• Estabelecer uma linguagem padrão

• Permitir a comparação de dados

• Fornecer um esquema de codificação sistemática


Atividades e Participação
• Aprendizagem e aplicação do conhecimento
• Tarefas e Demandas Gerais
• Comunicação
• Mobilidade
• Cuidado Pessoal
• Vida Doméstica
• Relações e Interações Interpessoais
• Áreas Principais da Vida
• Vida Comunitária, Social e Cívica
Fatores Contextuais
FATORES PESSOAIS
FATORES AMBIENTAIS: características do
ambiente físico, social e de atitude no qual
as pessoas vivem e conduzem suas vidas.
Podem ter uma influência positiva
(facilitador) ou negativa (barreira).
Fatores Ambientais
1- Produtos e Tecnologia

• Alimentação, dieta, medicação, órtese/prótese,


bolsa coletora, fralda descartável, instrumentos
para cuidados e higiene pessoal, cadeira de rodas,
andador, bengala, veículos motorizados ou não,
aparelho auditivo, dispositivos que controlam
frequência cardíaca, respiração, intestino e bexiga.
• Existência de rampas, elevador sonorizado e com
Braille e outros disponíveis e acessíveis..
Fatores Ambientais
2 - Ambiente Natural e Mudanças Ambientais
feitas pelo ser Humano
• Aspectos climáticos , evento natural ou
provocado pelo homem que seja um problema
para o indivíduo: morro, córrego, área de
possível desabamento, inundações, área de
poluição ou elevada violência urbana.
• Situação ou condição de moradia..
Fatores Ambientais
3 - Apoio e Relacionamentos

Recebe apoio e proteção da família, conhecidos


membros da comunidade, profissionais de saúde e
cuidadores. Condições familiares que interferem na
disponibilidade de apoio.

4 – Atitudes
Enfrenta situações de atitudes preconceituosas,
discriminatórias e/ou negligentes de familiares ,
conhecidos, membros da comunidade, profissionais
de educação e de saúde e outros.
Fatores Ambientais
5 - Serviços, Sistemas e Políticas
• Disponibilidade da rede de serviços, sistemas e
políticas garantidoras de proteção social. Serviço de
abastecimento de água, saneamento básico, coleta de
lixo, transporte coletivo e adaptado
• Serviços de órgãos de proteção dos direitos sociais
(Fóruns, Tribunais, Conselhos, Defensoria Pública e
outros), escolas com educação inclusiva, rede
sócioassistencial.
Índice de Funcionalidade Brasileiro - IFBr
Portaria Interministerial AGU/MPS/MF/SEDH/MP Nº 1 DE
27/01/2014

Aprova o instrumento destinado à avaliação do segurado da


Previdência Social e à identificação dos graus de deficiência,
bem como define impedimento de longo prazo, para os efeitos
do Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999.
As etapas de elaboração do IFBr

1. Definição das Atividades e Participações incluídas no IFBr.


2. Definição dos critérios de pontuação para cada atividade e
participação
3. Identificação de Barreiras Externas relevantes e inclusão no
processo de pontuação
4. Medida complementar de Valoração: Método Linguístico Fuzzy
5. Elaboração do IFBr Infantil e Juvenil
6. Elaboração da Ficha de Identificação
7. Elaboração do Questionário Socioeconômico
Quadro 1.
Atividades selecionadas para o IF-Br

1. Domínio sensorial
1.1 Observar
1.2 Ouvir
2. Domínio comunicação
2.1 Comunicar-se/recepção de mensagens

2.2 Comunicar-se/produção de mensagens

2.3 Conversar

2.4 Discutir

2.5 Utilização de dispositivos de comunicação a distância


3. Domínio mobilidade
3.1 Mudar e manter a posição do corpo
3.2 Alcançar, transportar e mover objetos
3.3 Movimentos finos das mãos
3.4 Deslocar-se dentro de casa
3.5 Deslocar-se dentro de edifícios que não a própria casa
3.6 Deslocar-se fora de casa e de outros edifícios
3.7 Utilizar transporte coletivo
3.8 Utilizar transporte individual como passageiro
4. Domínio cuidados pessoais
4.1 Lavar-se
4.2 Cuidar das partes do corpo
4.3 Regulação da micção
4.4 Regulação da defecação
4.5 Vestir-se
4.6 Comer
4.7 Beber
4.8 Capacidade de identificar agravos à saúde
5. Domínio vida doméstica
5.1 Preparar refeições tipo lanches

5.2 Cozinhar

5.3 Realizar tarefas domésticas

5.4 Manutenção e uso apropriado de objetos e utensílios da casa

5.5 Cuidar dos outros


6. Domínio educação, trabalho e vida
econômica
6.1 Educação

6.2 Qualificação profissional

6.3 Trabalho remunerado

6.4 Fazer compras e contratar serviços


6.5 Administração de recursos econômicos pessoais
7. Domínio socialização e vida
comunitária
7.1 Regular o comportamento nas interações
7.2 Interagir de acordo com as regras sociais
7.3 Relacionamentos com estranhos
7.4 Relacionamentos familiares e com pessoas familiares
7.5 Relacionamentos íntimos
7.6 Socialização
7.7 Fazer as próprias escolhas
7.8 Vida política e cidadania
Quadro 2.
Correlação da Pontuação da MIF (Medida
de Independência Funcional) e do IFBr
Preconceito e Discriminação
Preconceito antes de saber: julgar sem conhecer
Analisar as funções e pré-julgar qual o “tipo” de
deficiência “compatível”
Não promover as adaptações necessárias.
CORRETO:
Adaptar o posto de trabalho e o local (acessos,
colegas...) à pessoa com deficiência
Avaliar pela potencialidade, não por ensino formal
ou experiência prévia
Investir na formação
Contatos

• Projeto Inclusão de Pessoas com Deficiência em


MG
• Superintendência Regional do Trabalho em MG
– SRTE/MG
• Telefone: (31) 3270-6156

• lailah.vilela@yahoo.com.br
Título: Calibri, 30 – Cor Verde

• Corpo do texto: Calibri, 20 – Cor Preto


Título: Calibri, 30 – Cor Verde

• Corpo do texto: Calibri, 20 – Cor Preto

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