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Kung Fu

História

Acredita-se que o kung-fu tenha surgido na Índia e tenha sido


levado à China apenas por volta de 500 d.C. pelo monge
Bodidharma, que teria incluído a meditação como parte integrante
da arte marcial. Sua origem budista foi parcialmente modificada ao
se instalar no templo chinês Shaolin. Isso porque o budismo indiano
pregava o ascetismo de seus praticantes, enquanto a versão budista
de Bodidharma apenas impedia o praticante do exercício de
atitudes extremas, como matar e roubar.
As práticas do kung-fu eram transmitidas apenas entre monges,
caracterizando uma relação íntima entre discípulo e mestre. No
entanto, a partir dos séculos XIV e XV, especificamente durante o
governo da dinastia Ming, houve um crescimento na quantidade de
praticantes do kung-fu bastante significativo. Assim, se antes as
técnicas do kung-fu permaneciam em segredo entre os monges do
templo Shaolin, após esse período técnicas de outras artes marciais
foram agrupadas à prática dos monges, e o kung-fu deixou de ser
um segredo, tornando-se uma técnica a ser aprendida e ensinada.
Esse processo permitiu à dinastia Ming o uso dos monges como
soldados, protegendo seu território contra piratas japoneses por
mais de uma vez.
Uma das características mais visíveis do kung-fu é o uso de armas. A
manipulação técnica de armas para o combate remete à evolução
da técnica em função de combates de guerra. Os instrumentos mais
comuns são o bastão, a lança, o facão e a espada. Essas técnicas
extremamente desenvolvidas de manipulação de armas caíram em
desuso para soldados quando as armas de fogo passaram a ser
utilizadas em campos de batalha. No entanto, ainda são parte
integrante da prática do kung-fu até os dias de hoje.
Recentemente, o kung-fu passou por um processo de
esportivização, que consiste em minimizar o apego às tradições, em
prol de tornar-se um esporte de reconhecimento e de lucratividade
no mundo ocidental. Isso se reflete na regulamentação de regras
para a prática na detenção de diretrizes por parte de Federações e
de Confederações; e na tentativa de incluí-lo como esporte
olímpico.
A inclusão do kung-fu como esporte de disputa em jogos olímpicos
consiste em uma estratégia chinesa, obviamente importante, para
se afirmar como potência esportiva. Um esporte como esse, cujas
disputas se dão em formatos de categorias, podem resultar em
grande quantidade de medalhas para esse país, onde a prática do
kung-fu é mais comum e, consequentemente, a quantidade de
atletas de alto nível deve manter a lógica e seguir a mesma
constante.

História no Brasil

O Wushu chegou ao Brasil na década de 1960, com os grão-mestres


Chan Kowk Wai, Chiu Ping Lok e Wong Shing Keng. No início, as
aulas eram exclusivas para imigrantes chineses, mas logo passaram
a ser realizadas também para brasileiros. Em pouco tempo, a
modalidade foi disseminada por todo o país. Estima-se que hoje
existam 220 mil praticantes, com cerca de 15 mil atletas filiados.
A Confederação Brasileira de Kung Fu/Wushu (CBKW) foi fundada
em 1992 e é responsável por administrar e promover a modalidade.
São 25 federações estaduais filiadas, tendo os estados do
Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo como
seus fundadores.
O Brasil é uma potência do Wushu nas Américas, ao lado dos
Estados Unidos e Canadá. No último campeonato mundial,
realizado em Jakarta/2015, foram quatro medalhas, sendo uma de
ouro e três de bronze – mesmo competindo com diversos países
asiáticos, líderes da modalidade.

Benefícios no desenvolvimento escolar

Por meio das artes marciais, a cultura oriental entra na vida das
famílias com o objetivo de fazer com que as crianças tenham mais
autocontrole e disciplina. Deste modo, ele aprende desde cedo a
entender a importância e respeito com a hierarquia do lar. Os
principais benefícios das artes marciais durante a infância é
trabalhar desenvolvimento da responsabilidade, motivada pela
conscientização, controle emocional, aumento da resistência do
corpo, desenvolvimento de reflexos, evolução do condicionamento
físico, desenvolvimento da disciplina, desenvolvimento da
concentração e atenção, estímulo ao respeito e confiança no
próximo, senso de cooperação e integração (trabalho em equipe) e
o espírito de equipe e liderança. 
Quando se trata de crianças e a prática desta arte marcial na
infância, é preciso que algumas adaptações acontecem com o
objetivo de evitar riscos de lesões, afinal, esta fase é onde os
ligamentos ainda estão em processo de desenvolvimento, recursos
como brincadeiras e conversas podem aproximá-las do professor e
do universo do Kung Fu, tornando o ritmo das aulas gostoso e
tranquilo. 

Como funciona a luta

O primeiro benefício é o aumento da concentração. O praticante


deve aprender a controlar a respiração e, além disso, os
pensamentos para atuar de forma integral durante a luta. É
necessário atenção nos movimentos e nos passos que serão
realizados no combate. As técnicas do Kung Fu concentram-se na
defesa e não no ataque. A prática visa aperfeiçoar não só o corpo,
mas a moral, o caráter, sobretudo a disciplina mental. A filosofia da
arte marcial consiste no equilíbrio entre o corpo, mente e espírito.

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