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CONSTRUÇÃO #2  
para 4 ou mais intérpretes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
Pedro Garcia 
Setembro de 2019 
 
 
Ilustração de Caspar Plautius contida no livro ‘Nova Typis Transacta Navigatio’ (1621). 
 
Da obra 
 
Construção  #2​,  composta  em  setembro  de  2019,  faz  parte  de  um  ciclo  de  obras  (​Construções​)  calcadas  na  exploração  de  elementos  fonéticos  e 
espaciais  aplicados  à  composição  musical  e  que  conservam  características  em  comum  entre  si,  como  a  disposição  espacial  dos  intérpretes,  o  material 
musical  e/ou  a  dinâmica  de  performance.  No  caso  de  ​Construção  #2 são utilizadas as mesmas diretrizes de organização do espaço performático definidas 
em  ​Construção  #1  (setembro  de  2017).  O  número  mínimo  de  músicos  para  sua  execução  são  4  pessoas,  não  havendo  número  máximo.  Entretanto, 
recomenda-se  a  apresentação  com  um  número  de  integrantes  proporcional  ao  tamanho  do  espaço  da  performance,  o  qual  pode  ser  fechado  ou  ao  ar 
livre.  
 
 
Da disposição espacial 
 
Os  intérpretes  devem  estar dispostos nos vértices de triângulos equiláteros com 
uma  das  arestas  comum  entre  si,  com  o  público  imóvel  ou  transitando  no 
interior  dos  triângulos.  Na  figura  é  descrito  o  mapa  para  posicionamento  de  4 
intérpretes.  Para  um  número  maior de executantes, esses devem se distribuir de 
modo  a  formarem  novos triângulos equiláteros com uma aresta comum a outro 
triângulo  preexistente,  sendo essa expansão possível em qualquer direção e com 
isso  criando  diferentes  espacialidades  possíveis.  Cada  triângulo  deverá  ter  um 
músico  em  cada  vértice  e  um  músico  de  cada  categoria  (1,  2  e  3)  no  seu 
conjunto de vértices. 
 
 
 
 
 
 
 
Da performance 
 
Os  padrões  vocais  podem  ser  executados  pelos  músicos  de  todas  as  categorias  (1,  2  e  3)  em  qualquer  ordem,  em 
qualquer  altura,  quantas  vezes  quiser  e  com  ou  sem  pausa  entre  eles.  A  exceção  é  o padrão vocal ​M​, o qual só pode 
ser performado pelos músicos da categoria ​1​.  
Devem  ser  respeitados  os  elementos  fonéticos definidos para cada padrão (encontrados sob as figuras rítmicas). Não 
confundir  com  a  indicação  de  dinâmica,  a  qual  sempre  vem  abaixo  de  cada  padrão  na  forma  “dinâmica:  etc”. 
Exemplo: no padrão vocal ​C​, deve ser utilizado o elemento fonético ​p​ e respeitada a dinâmica ​sffz​. 
 
Após  o  padrão  vocal  ​M  for  executado  por  um  músico  da  categoria  ​1​,  todos  os  músicos  de  categoria  ​2  e  ​3  do seu triângulo e dos triângulos que 
tenham em um dos vértices esse músico da categoria ​1 ​e ele próprio devem executar a seguinte ordem de padrões vocais, cada um uma única vez: 
 
E - H - A ou L - E - ​volta à ordem livre 
 
Vale  ressaltar  que  a  ordem  dos  padrões  a  serem  executados  não  implica  na  execução  simultânea  dos  padrões  pelos  músicos.  Com  isso,  cada  músico 
possui a sua escolha de tempo particular e deve ser evitada a sincronia exata da duração dos eventos. 
 
Os músicos da categoria ​1​ executam o padrão ​M​ quando quiserem, porém esse padrão deve ser o menos frequente de todos.  
 
Após  a  ​quarta  vez  que  um  músico  da  categoria  ​1  ​executar  o  padrão ​M​, todos os músicos de categoria ​2 e ​3 do seu triângulo e dos triângulos que 
tenham em um dos vértices esse músico da categoria ​1 ​e ele próprio devem executar a seguinte ordem de padrões vocais, cada um uma única vez: 
 
E - H - A ou L, 
 
e  então  devem  permanecer  em  silêncio  até  o  fim  da  peça,  momento  em  que  tal  procedimento  ocorrer  em  todos  os  triângulos  constituintes  do  espaço 
performático da obra.  
 

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