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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DANIELA HAMES

PROPOSTA DE MELHORIAS NO SETOR DE TRANSPORTES E NA


LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DA EMPRESA ALIANÇA
DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS

Biguaçu, 2012.
9

DANIELA HAMES

PROPOSTA DE MELHORIAS NO SETOR DE TRANSPORTES E NA


LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DA EMPRESA ALIANÇA
DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado


como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharela em Administração da Universidade do
Vale do Itajaí.

Orientador: Rosalbo Ferreira

Biguaçu, 2012.
9

FICHA CATALOGRÁFICA

HAMES, Daniela
Proposta de melhorias no setor de transportes e na logística de distribuição
da empresa Aliança Distribuidora de Alimentos. / Hames, Daniela –
Biguaçu: Universidade do Vale do Itajaí, 2012. 70 f.

Monografia – Universidade do Vale do Itajaí. Graduação. Curso de


Graduação Administração.

Orientador: Rosalbo Ferreira.

1. Logística 2. Distribuição Física 3. Transporte I. Título


10

DANIELA HAMES

PROPOSTA DE MELHORIAS NO SETOR DE TRANSPORTES E NA


LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DA EMPRESA ALIANÇA
DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS

Este Trabalho de Conclusão de Estágio será julgado para obtenção do título de


Bacharela em Administração que será aprovada pelo curso de Administração da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão do
Campus de Biguaçu.

Biguaçu, 04 dezembro de 2012.

____________________________________________________
Dr. Valério Cristofolini
UNIVALI – Campus Biguaçu
Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

_____________________________________________________
Dr. Rosalbo Ferreira
UNIVALI – Campus Biguaçu
Professor Orientador

______________________________________________
MSc. Rogério Raul da Silva
UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro da Banca Examinadora

_______________________________________________
MSc. Vanderléia Lohn
UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro da Banca Examinadora
11

AGRADECIMENTOS

Ao professor Rosalbo Ferreira, meu orientador, por toda a atenção, confiança


disponibilizada para a realização deste trabalho.
A meu esposo Flavio José Salgado Gomes e meu filho Davi Hames Gomes
por todas as horas de compreensão, carinho, apoio e amor concedido para a
realização deste trabalho.
De uma forma muito especial, gostaria de agradecer a alguém que sempre
acreditou na minha capacidade, meu eterno agradecimento a pessoa que amo
demais, minha mãe.
Agradeço também a Aliança Distribuidora de Alimentos em especial ao meu
irmão Ricardo Hames que disponibilizou as informações necessárias para a
realização deste estudo.
Agradeço a Deus por ter me presenteado com muita saúde e paz para a
concretização deste sonho.
E a todos aqueles que, apesar de não terem sido citados, de uma maneira
direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho.
9

Dedico este texto:

Aos meus pais Osmar Hames e Maria Salete Hames, que


sempre me deram apoio, sendo os grandes responsáveis pela
realização deste sonho.
9

RESUMO

HAMES, Daniela. Proposta de melhorias no setor de transportes e na logística


de distribuição da empresa Aliança Distribuidora de Alimentos. 2012. 70f.
Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade
do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012.

O trabalho foi elaborado na Aliança Distribuidora de Alimentos através de uma


análise descritiva com o objetivo de uma proposta de melhorias para o setor de
transporte e na logística de distribuição. O estudo teve inicio com a composição do
objetivo geral e dos específicos, seguidos de uma fundamentação teórica abordando
temas principais como: o papel da logística, tipos de transporte, distribuição física e
operadores logísticos, que permitiu a compreensão de suas respectivas
importâncias. Na descrição e análise de dados da empresa foi possível conhecer de
uma maneira mais detalhada o sistema de transporte próprio da Aliança
Distribuidora e suas deficiências, identificou-se as vantagens e desvantagens na
utilização da frota própria, comparando-a com a frota terceirizada, desta maneira
permitiu ao acadêmico sugerir a empresa algumas propostas de melhorias, visando
uma eficiência e eficácia no setor de transporte em busca da qualidade.

Palavras-chave: Logística. Distribuição Física. Transporte.


10

ABSTRACT

HAMES, Daniela. Proposta de melhorias no setor de transportes e na logística


de distribuição da empresa Aliança Distribuidora de Alimentos. 2012. 70f.
Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade
do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012.

The work was done in the Alliance Food Distributor through a descriptive
analysis with the goal of a proposed improvements to the transportation sector and in
distribution logistics. The study began with the composition of general and specific
goal, followed by a theoretical framework addressing key themes as: the role of
logistics, types of transportation, physical distribution an logistics operators, enabling
the understanding of their importance. In the description and analysis of the company
was possible to know in more detail the transportation system itself Distributor
Alliance and its deficiencies, we identified the advantages and disadvantages in the
use of its own fleet, comparing it with the outsourced fleet, this way allowed the
company to suggest some academic improvement proposals, aimed at efficiency and
effectiveness in the transportation sector in pursuit of quality.

Key Words: Logistics. Physical Distribution. Transportation.


9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Elementos básicos da logística ......................................................... 18


Figura 2 – Padrões de embarque ....................................................................... 23
Figura 3 – Classificação do transporte hidroviário ............................................. 28
Figura 4 – Cadeia de suprimento (sistema de logística) .................................... 34
8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Decálogo para uma logística eficiente ............................................... 21


Quadro 2 – Propostas de melhorias ...................................................................... 57
9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SCM – Supply Chain Managemente


FTL – Full Truck Load
LTL – Less Than Truck Load
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ..................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 14
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 14
1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO .................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 17
2.1 LOGÍSTICA ...................................................................................................... 17
2.1.1 A Evolução da Logística ........................................................................... 19
2.1.2 O Papel da Logística ................................................................................... 21
2.2 TRANSPORTE ................................................................................................. 22
2.2.1 Formas de Transportes .............................................................................. 24
2.2.1.1 Transporte Rodoviário ................................................................................ 24
2.2.1.2 Transporte Ferroviário ................................................................................ 26
2.2.1.3 Transporte Aéreo ....................................................................................... 26
2.2.1.4 Transporte Hidroviário ................................................................................ 27
2.2.1.5 Transporte Dutoviário ................................................................................. 28
2.2.2 Armazenagem e Manuseio ......................................................................... 29
2.2.3 Frota ............................................................................................................. 30
2.2.4 Estratégias de Transporte .......................................................................... 31
2.3 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ................................................................................... 32
2.4 TRANSPORTE PRÓPRIO ............................................................................... 35
2.5 ALIANÇA COM TRANSPORTADORAS .......................................................... 36
2.6 TERCEIRIZAÇÃO ............................................................................................ 37
2.7 OPERADORES LOGÍSTICOS ......................................................................... 39
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 41
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS .............................................................. 44
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................... 44
11

4.2 FUNÇÃO ATUAL DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DA ALIANÇA


45
DISTRIBUIDORA ...................................................................................................
4.2.1 Instrumento coleta de dados do setor ...................................................... 46
4.2.2 Métodos da separação de mercadorias .................................................... 46
4.2.3 Mapeamento de região de entrega ............................................................ 48
4.3 IDENTIFICAR VANTAGENS E DESVANTAGENS NO TRANSPORTE
50
PRÓPRIO DA ALIANÇA DISTRIBUIDORA ...........................................................
4.4 IDENTIFICAR AS POSSÍVEIS DEFICIÊNCIAS NO TRANSPORTE DA
52
ALIANÇA DISTRIBUIDORA ...................................................................................
4.5 IDENTIFICAR EVENTUAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS NA
53
TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE ...........................................
5 PROPOSTA DE MELHORIAS NO TRANSPORTE DA ALIANÇA
55
DISTRIBUIDORA ...................................................................................................
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 60
APÊNDICES .......................................................................................................... 62
APÊNDICE A – APARELHO CELULAR SISTEMA WINDOWS MÓBILE
63
................................................................................................................................
APÊNDICE B – MONTAGEM DO PEDIDO DE VENDA VIA SISTEMA
64
................................................................................................................................
APÊNDICE C – RELATÓRIO DE SEPARAÇÃO DE MERCADORIAS
65
................................................................................................................................
APÊNDICE D – RUAS DO DEPÓSITO DA ALIANÇA DISTRIBUIDORA DE
66
ALIMENTOS ..........................................................................................................
APÊNDICE E – MERCADORIA SEPARADA AGUARDANDO CONFERÊNCIA
67
................................................................................................................................
APÊNDICE F – REGIÕES DE ENTREGA (PRODUTOS PRONTOS PARA
68
ENTREGA) ............................................................................................................
APÊNDICE G – MAPA FINANCEIRO DE ENTREGA .......................................... 69
12

1 INTRODUÇÃO

Para a grande maioria das empresas, nos últimos anos o mercado tem
apresentado mudanças drásticas afetando diretamente o âmbito comercial. Devido a
essas mudanças e para se ajustar às novas exigências, as empresas buscam na
logística de distribuição uma alternativa de melhorar a vantagem competitiva por
meio de velocidade nos processos e redução de custos, por estarem diretamente
ligadas ao transporte.
A distribuição física mostra seu papel fundamental e sua responsabilidade na
área de distribuição, fazendo parte de uma administração integrada de materiais ou
de sistemas logísticos, transportando os materiais do produtores até os seus
consumidores finais.
O transporte na logística de distribuição representa um alto nível de atividade
na economia, sendo considerado um dos elementos mais importantes em níveis de
custos logísticos, levando os produtos certos aos lugares certos, buscando
qualidade no serviço apresentado ao menor custo possível.
Para essa prestação de serviço se tornar fundamental e cada vez mais
desafiadora na logística de distribuição, seria necessário obter melhorias ligadas
diretamente ao seu desenvolvimento, tais como: estrutura de armazenagem e
distribuição, espaço físico adequado para armazenagem, equipamento adequados,
agilidade, bem como profissionais capacitados,treinados e qualificados para atingir a
satisfação desejada; entretanto muitas empresas ainda não reconheceram a
importância deste serviço.
Com o processo de terceirização cada vez mais em evidência, as empresas
esperam que transportadores sejam vistos como uma extensão de seus serviços,
atingindo o mesmo desempenho, agilidade e qualidade estabelecendo assim uma
aliança na quais as partes cooparticipam das suas responsabilidades para alcançar
um relacionamento duradouro de prestação de serviços.
Sendo assim a proposta deste estudo é a melhoria no setor de transportes e
na logística de distribuição da Aliança Distribuidora de Alimentos.
13

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

A Aliança Distribuidora de Alimentos atua no mercado há seis anos,


representando 17 marcas de produtos alimentícios distribuídas no estado de Santa
Catarina, atendendo a 63 cidades e vem se destacando por seu crescimento
constante, demandando assim novas necessidades e melhorias com adequações de
alguns setores. Hoje a organização conta com 20 representantes autônomos
registrados pelo Conselho Regional dos Representantes Comerciais (CORE), dois
supervisores de vendas, sua estrutura administrativa é composta de: faturamento e
depósito com efetivo de 11 colaboradores.
No transporte a Aliança Distribuidora possui seis caminhões próprios
refrigerados que fazem a distribuição de seus produtos, porém devido ao seu
crescimento constante, surge a necessidade de avaliar o setor de transporte e a
logística de distribuição e propor melhorias para que se possa ser destaque neste
setor.
A organização possui um grande interesse em efetuar melhorias no seu setor
de transportes e avaliar a qualidade dos serviços prestados, isto é, entregar seus
produtos com o menor tempo possível, manter a qualidade e o baixo custo, trazer a
possibilidade de obter um diferencial em sua organização. É com este foco de
interesse que surge a oportunidade de se realizar um estudo para propor melhorias
no setor de transporte e na logística de distribuição bem como identificar a
necessidade de mudanças deste setor na Aliança Distribuidora de Alimentos.
14

1.2 OBJETIVOS

Para o desenvolvimento do presente estudo são apresentados os objetivos a


seguir:

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o setor de logística e transporte da Aliança Distribuidora de


Alimentos.

1.2.2 Objetivos Específicos

― Verificar a situação atual do setor de transportes da Aliança Distribuidora;


― Identificar vantagens e desvantagens na utilização da frota própria da Aliança
Distribuidora;
― Identificar as possíveis deficiências do setor de transporte da Aliança
Distribuidora;
― Identificar eventuais vantagens e desvantagens na terceirização do serviço de
transportes;
― Propor melhorias no transporte da Aliança Distribuidora de Alimentos;

1.3 JUSTIFICATIVA

Para a empresa este trabalho é de suma importância, pois demonstrará uma


visão mais clara para os gestores da Aliança Distribuidora, sobre a importância do
setor de transporte identificando assim as deficiências neste setor e propondo
15

melhorias para obtenção de resultados satisfatórios tanto para empresa quanto para
o cliente.
A logística de distribuição define o fluxo de produtos e serviços, juntamente
com informações associadas, levando seus produtos desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o objetivo de atender os requisitos dos consumidores com
nível de serviço desejado.
Para Bertaglia (2003, p.07) “as vantagens e desvantagens relacionadas a
infra-estrutura de transporte, depende da forma como o material é transportado, da
confiabilidade da entrega, os custos e sua movimentação correlacionada aos canais
logísticos”.
Para o acadêmico a importância do trabalho traz a oportunidade em conhecer
a logística de transporte e distribuição, buscar soluções e alternativas de melhorias
na identificação de resultados, trazendo assim a vivência da teoria com a prática,
construindo conhecimentos para auxiliar as tomadas de decisões futuras juntamente
com os gestores.
Com base no interesse demonstrado pela organização no setor de transporte
e logística de distribuição, surgiu o interesse do acadêmico na sua realização. Por
outro lado a importância do trabalho realizado auxiliará nos ajustes dos
procedimentos realizados atualmente, para propor melhorias no que for necessário.

1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO

Esta pesquisa tem como objetivo auxiliar a Aliança Distribuidora no seu setor
de transporte e logística no que se refere a eficiência e qualidade dos serviços
prestados de distribuição, examinando-os e identificando-os para propor mudanças
de acordo com suas necessidades e importância na pesquisa.
O primeiro capítulo descreve a introdução, o tema, a situação problema,
define os objetivos pretendidos com o estudo e a justificativa do tema.
O segundo capítulo descreve-se os principais tópicos, a importância da
revisão bibliográfica referente ao tema abordado, destacando a logística, distribuição
física, transporte, terceirização e suas vantagens e desvantagens.
16

No terceiro capítulo trata-se dos procedimentos metodológicos adotados na


pesquisa através do acadêmico.
O quarto capítulo apresenta a caracterização da empresa, os métodos e
processos que a organização apresenta, identifica-se também o levantamento das
análises dos dados efetuados através da pesquisa.
No quinto capítulo apresenta as considerações finais as sugestões e
propostas de melhorias para o transporte e a logística de distribuição, que foram
conduzidas através deste estudo atingindo assim seu objetivo.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem como objetivo descrever os assuntos na visão dos autores
para a formação da base teórica que dará sustentação a este trabalho científico.

2.1 LOGÍSTICA

A logística atende as áreas relativas ao planejamento e organização,


controlando todas as atividades de movimentação e armazenagem facilitando assim
o fluxo de produtos, desde sua aquisição até o consumidor final, com o menor tempo
e custos possíveis, buscando assim qualidade nos serviços. Nesta busca as
empresas procuram alternativas para projetar estratégias e se destacarem no
mercado.
Coordenar o processo de movimentação e armazenagem de materiais,
dinamizando o fluxo de informações, define a logística como uma atividade vital para
a organização otimizando sua lucratividade e atividades.
Na visão de Novaes (2001, p.37), a logística:

logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira


eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e
informações associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.

Para Ballou (1993), determinar bens ou serviços corretos é a meta do nível de


serviços logísticos, provendo atividades de movimentação e armazenagem que
permitem o fluxo de produtos até o ponto do consumo final com a finalidade de
atingir níveis de serviços apropriados aos clientes com custo razoável.
A logística tem um papel fundamental no processo de crescimento da
informação, podendo ajudar, ou prejudicar os esforços de distribuição.
O gráfico abaixo demonstra como o processo de logística trata-se de todas as
atividades de movimentação desde ponto de origem até o ponto de destino,
passando por processos de operação, planejamento e controle.
18

Figura 1- Elementos básicos da Logística

Processo de planejar, operar e


controlar

Fluxo e Armazenagem
Matéria –prima
Produtos em processo
Ao ponto Ao ponto
Produtos acabados
de origem de destino
Informações
Dinheiro

De forma Satisfazendo as
econômica, eficiente necessidades e
e efetiva preferências dos clientes

FONTE: NOVAES, 2001, p.36

Segundo Bowersox & Closs (2001, p. 19), “logística tem por objetivo tornar
disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento onde
são desejados”. Já para Martins & Alt, (2000, p. 252), “logística é a responsável pelo
planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, do
fornecedor ao consumidor”.
Para Jacobsen a logística possui como objetivo (2006, p. 17):
o objetivo fundamental da logística e atender adequadamente o consumidor
final, administrando globalmente a empresa e seus agentes logísticos
externos, através de um processo de gestão integrada, cooperativo e
harmonioso de negócios, que de forma sistêmica e simbiótica envolve toda
a cadeia de demanda e suprimento que é assim composta:
― fornecedores;
― almoxarifado;
― fábrica;
― depósito de produtos acabados;
― centros de distribuição;
― atacadistas;
― varejistas;
― consumidores finais;

A logística conforme relato dos autores, empenha um papel fundamental


dentro de uma organização, auxiliando estratégicamente seus gestores na
disponibilização de bens e serviços ao consumidor.
19

2.1.1 A Evolução da Logística

O surgimento da atividade logística foi um início para muitos dos conceitos


utilizados atualmente, dentre eles as indústrias alimentícias foram pioneiras neste
aspecto.
Para Novaes (2001), a partir da Segunda Guerra Mundial, a logística
apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada como um dos
elementos-chaves na estratégia competitivas das empresas. No início era
confundida com o transporte e a armazenagem de produtos; hoje é o ponto
importante da cadeia produtiva integrada, atuando com o moderno conceito do
gerenciamento da cadeia de suprimento.
Ainda na visão do autor, a evolução logística foi dividida em quatro fases que
correspondem ao gerenciamento da cadeia de suprimento (SCM) Supply Chain
Managemente (Gerenciamento da Cadeia de Suprimento).
 Primeira Fase: Atuação Segmentada: Na primeira fase da Logística, as
empresas procuravam formar lotes econômicos para transportar seus
produtos, dando menor importância aos estoques. Havia na época uma
preocupação das empresas com os custos logísticos, mas a visão era
estritamente corporativa, cada empresa buscando reduzir ao máximo seus
custos;
 Segunda Fase: Integração Rígida: A segunda fase da logística pode ser
caracterizada como uma busca inicial da racionalização integrada da cadeia
de suprimento, mas ainda muito rígida, pois não permitia a correção dinâmica,
real time, do planejamento ao longo do tempo;
 Terceira Fase: Integração Flexível: Na década de 1980 a terceira fase da
logística foi caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os agentes
da cadeia de suprimentos, em dois níveis: dentro da empresa e nas inter-
relações com seus fornecedores e clientes. Pode-se observar uma maior
preocupação com a satisfação plena do cliente, entendendo como tal não
somente o consumidor final, mais também todos os elementos intermediários,
que por sua vez são clientes dos fornecedores que os antecedem na cadeia
de suprimento;
20

 Quarta fase: Integração Estratégica (SCM): Na quarta fase de logística ocorre


um salto qualitativo de maior importância: as empresas da cadeia de
suprimento passam a tratar a questão logística de forma estratégica, ou seja,
em lugar de otimizar pontualmente as operações, focalizando os
procedimentos logísticos como meros geradores de custo, as empresas
participantes da cadeia de suprimentos buscam soluções novas, e usam a
Logística para ganhar competitividade e para almejar novos negócios;
Ainda de acordo com o autor este intercâmbio de informações, mais do que
nunca, é intenso nessa quarta fase da Logística, mas o que a distingue
significativamente das demais são:
 ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final;
 formação de parcerias entre fornecedores e clientes, ao longo da cadeia de
suprimento;
 abertura plena, entre parceiros, possibilitando acesso mútuo às informações
operacionais e estratégicas;
 aplicação de esforços de forma sistemática e continuada, visando agregar o
máximo valor para o consumidor final e eliminar os desperdícios, reduzindo
custos e aumentando a eficiência.
Para Ching (2001), a evolução da logística empresarial tem como escopo
principal buscar mudanças ou melhorias no nível de lucratividade e nos serviços de
distribuição, isso acontece por meios de planejamento, organização e controle
constante da logística de transporte e armazenagem, facilitando assim o fluxo de
produtos, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde
quiserem, e na condição física que desejarem com o intuito de satisfazer e manter
clientes, maximizando os objetivos dos proprietários.
De acordo com as melhorias e controles nos serviços de distribuição, a
logística empresarial torna-se fator chave de sucesso e incremento dos negócios.
21

2.1.2 O Papel da Logística

O papel da logística tem como função fundamental exercer e responder por


toda a movimentação de materiais, desde a chegada da matéria-prima até a entrega
do produto final ao cliente, procurando manter prazos, desempenhos, volumes,
valores, acondicionamentos e tudo mais que seja relevante para se ter uma logística
aparente.
Para Ballou (1993, p. 33), “A logística trata da criação de valor – valor para os
clientes e fornecedores de empresa, e valor para todos aqueles que têm nela
interesses diretos”.
A logística interpreta cada atividade na cadeia de suprimentos como um fator
contribuinte do processo de agregação de valor, avaliando a necessidade da
existência na atividade.
Para Campos (2007), o papel da logística tem o propósito de solidificar a idéia
da transformação da logística de centro de custo para fonte de lucros.

Quadro 1 - Decálogo para uma logística eficiente


Nº. Sugestão
1 Conhecer bem o nível de serviço exigido pelo cliente: prazo, formas de pagamento e tipo de
produto envolvido.
2 Pessoal treinado.
3 Investimentos em tecnologia, equipamentos e movimentação de estoques, frota e áreas de
armazenagem modernas.
4 Investir em tecnologia da informação.
5 Desenvolver um indicador de desempenho para acompanhar e melhorar o padrão de serviços.
6 Ter competência para desenvolver políticas diferenciadas de logística de acordo com o produto
e com o cliente.
7 Desenvolver a capacidade de segmentar o serviço logístico, com soluções diferenciadas para
cada etapa: transporte, armazenagem e controle de dados.
8 Possuir domínios dos processos e conhecimento das informações.
9 Construir um sistema de parcerias (seja na área de transportes ou na de armazenagem) para
terceirizar parte ou toda a logística em momento de necessidade de flexibilização de custos
fixos.
10 Prestar bom atendimento ao cliente, principalmente no que se refere a informação sobre a carga
que ele está esperando, e obviamente cumprir com o combinado.
FONTE: CAMPOS, 2007, p.146

Na visão de Christopher (2002, p.13) “A cadeia de suprimentos representa


uma rede de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes
processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são
colocados nas mãos do consumidor final”.
22

De acordo com Ballou (1993, p. 36):


as empresas gastam um tempo enorme buscando maneiras de diferenciar
suas ofertas de produtos em relação às da concorrência. Quando a
administração reconhece que a logística afeta uma significativa parcela dos
custos da empresa e que o resultado das decisões tomadas quanto aos
processos da cadeia de suprimentos proporciona diferentes níveis de
serviços ao cliente, atinge uma condição de penetrar de maneira eficaz em
novos mercados, de aumentar sua fatia no mercado e de aumentar os
lucros.

A logística é de vital importância para a competitividade das empresas,


podendo transforma-se num fator determinante, planejando, organizando e
controlando as atividades de movimentação de materiais, obtendo assim satisfação
plena do cliente no nível de serviço.

2.2 TRANSPORTE

O transporte hoje é considerado como uma atividade de alto nível na


economia, sendo essencial para o desenvolvimento econômico em qualquer área.
Possui uma grande abrangência como meta ideal para levar os produtos certos,
para os lugares certos no momento certo e como nível de serviço desejado, pelo
menor custo possível. Por esta razão o transporte tem sido destaque nas operações
logísticas.
Para Jacobsen (2006, p. 211) transporte significa:
transporte é a movimentação ou fluxo físico de produtos ao longo dos
canais de distribuição (movimentação de cargas de um local de origem até
um determinado destino), utilizando-se de seus modais para ligar unidades
de produção ou armazenagem aos pontos de compra ou consumo (o início
da cadeia de suprimento e chegando até o cliente).

A importância do transporte não se limita apenas na sua movimentação e sim


nas avaliações de seus custos, considerado este um dos itens de maior custo
logístico nas empresas de distribuição.
Conforme Bertaglia (2003. p. 278),
a atividade de transporte gera os fluxos físicos desses bens e serviços ao
longo dos canais de distribuição, é responsável pelos movimentos de
produtos, utilizando modalidades de transporte que ligam as unidades
físicas de produção ou armazenagem até os pontos de com pra ou
consumo.
23

Um bom sistema de transporte contribui para aumentar a competição no


mercado e garantir a economia em escala, o sistema de transporte é importante
para o desenvolvimento em diversas áreas, pois transporta matéria – prima para a
produção e distribui os produtos no mercado. (ARNOLD, 1999), conforme
demonstrado na figura abaixo.

Figura 2 - Padrões de embarque

CONSUMIDOR
EXPEDIDOR

TERMINAL

TERMINAL

Local Carga Completa Local

FONTE: ARNOLD, 1999, p.388

De acordo com Novaes (2001, p.149):

o transporte normalmente representa o elemento mais importante em


termos de custos logísticos para inúmeras empresas. A movimentação de
cargas absorve de um a dois terços dos custos logísticos totais.

O transporte pode proporcionar um incentivo de aumento na competitividade


do mercado logístico, intensificando as economias de escala na produção e
ajudando na redução dos preços de produtos em gerais.
No entendimento de Dias (1993), a função essencial de órgãos de transporte
é justamente aprimorar os três itens: custos, prazo e qualidade, pois estes
elementos poderão criar maior possibilidade de mercado com as seguintes
argumentações:
24

 Custos: transporte com custo superior ao do mercado dificultará os termos


com a concorrência;
 Prazos: para alguns produtos que possuem vida curta esse fator é
determinante, pois o atraso na entrega pode prejudicar e dificultar a sua
venda, já que muitas vezes o consumidor não está disposto a “esperar” a
regularização nas entregas;
 Qualidade: a embalagem do produto transportado é primordial para a
qualidade do fator transporte, pois se a embalagem não tiver qualidade ela
pode estar sujeita a avaria aumentando assim os custos do transporte, em
função disso há necessidade de avaliar os riscos possíveis de cargas e
descarga do material, percurso e qualidade das estradas.
Os serviços de transportes devem ser planejados na empresa de acordo com
sua estrutura, seus custos e operações, estabelecendo assim um controle maior de
suas atividades.
.

2.2.1 Formas de Transporte

As formas de transporte são divididas em cinco tipos (rodoviário, ferroviário,


aéreo, hidroviário e dutoviário), onde cada uma tem suas características de custo e
serviço, variando com o tempo e tendências atuais, de tal modo que a empresa
possa identificar o método mais adequado para os produtos a serem transportados.

2.2.1.1 Transporte Rodoviário

Nesta primeira forma de transporte avalia-se de um modo geral as condições


das rodovias no que se refere à logística de distribuição.
Segundo Bertaglia (2009, p. 283):
o transporte rodoviário possui algumas particularidades que precisam ser
examinadas com o material a ser transportado, sendo necessário adequá-
los com os equipamentos normalmente usados pelas empresas em que
operam o sistema.
25

Gráfico 1 - Percentual de participação por modo de transporte - 1997

70 - Rodoviário

60 - 63,1 Ferroviário

50 Hidroviário

40 - Dutoviário

30 - Aeroviário

20 - 21,0

10 -3,9 11,7

0- 0,3

FONTE: BERTAGLIA, 2009, p.283

No transporte rodoviário algumas características precisam ser observadas,


como o material transportado, a forma de sua alocação e fragilidade. Essa
observação é indispensável para atingir-se o aproveitamento ótimo dos veículos em
sua capacidade, e consequentemente reduzirem o custo operacional e do seu frete.
Na visão de Jacobsen (2006, p. 211), “O transporte rodoviário é mais flexível
que as outras modalidades, uma vez que podemos movimentar uma grande
variedade de materiais para qualquer destino (transporte porta a porta), de
pequenas cargas, de forma parcelada”.
A modalidade de transporte rodoviário destaca algumas facilidades dentro
de seus processos, apresentando assim, uma maior disponibilidade entre todas as
modalidades.
Para Ballou (1993, p.127) o transporte rodoviário possui vantagem:
as vantagens inerentes de uso de caminhões são: o serviço de porta a
porta, de modo que não é preciso carregamento ou descarga entre origem e
destino, como frequentemente ocorre com os modos aéreo e ferroviário: a
freqüência e disponibilidade dos serviços e, sua velocidade e conveniência
no transporte porta a porta.

Para Novaes (2001), as duas formas de transporte de cargas mais usadas na


América do Norte são FTL (full truck load) e LTL (less than truck load). A primeira
sigla indica um carregamento completo, ou seja, o veiculo é carregado totalmente
com um certo lote de remessa. No segundo caso, a capacidade do veiculo é
26

compartilhada com a carga de dois ou mais embarcadores. No Brasil costumamos


chamar de lotação completa, no primeiro caso, e de carga fracionada, no segundo.

2.2.1.2 Transporte Ferroviário

A segunda forma de transporte estuda-se as alternativas da malha ferroviária


para distribuição de cargas.

De acordo com Arnold (1999, p. 383):

os transportes ferroviários são mais adequados para transportar grandes


quantidades de cargas volumosas para longas distâncias, pois sua
freqüência de saída é menor que a dos caminhões, que podem partir
quando estão carregados, como a velocidade dos trens é boa em longas
distâncias, o serviço é geralmente confiável e existe flexibilidade quanto as
mercadorias que eles podem transportar.

O transporte ferroviário essencialmente é um transportador de longo curso, e


geralmente é considerada a modalidade com menor custo que o rodoviário, pois é
mais utilizado para grandes quantidades de mercadorias volumosas.
Para Ballou (1993, p.127) o transporte ferroviário se destaca como: “A ferrovia
é basicamente um transportador lento de matérias-primas ou manufaturados de
baixo valor para longas distâncias”.
Para Jacobsen (2006, p. 211):
o transporte ferroviário está destinado a produtos grandes, pesados ou de
alta densidade, mas cujo prazo de entrega não seja preponderante (o
transporte por trem pode ser demorado), o modal ferroviário se tem
mostrado adequado para longas distâncias.

Para as cargas com produtos grandes esse é o principal transporte ao


contrário das cargas pequenas com curtas distâncias.

2.2.1.3 Transporte Aéreo

Na terceira forma de transporte mostra-se como é avaliado o modal


considerado de custo mais elevado.
27

Para Ballou (1993), o transporte aéreo tem tido uma demanda crescente de
usuários no segmento de cargas com serviço regular, mesmo acontecendo do frete
exceder o valor do frete rodoviário e ferroviário. A disponibilidade e a confiabilidade
do serviço aéreo podem ser consideradas boas sob condições normais de operação,
a variabilidade do tempo de entrega é considerada baixa em termos absolutos,
apesar de o tráfego aéreo ser sensível à falhas humanas.
Para Jacobsen (2006, p.213) o transporte aéreo é:
além do excelente nível de serviço, ainda é um modal que oferece alto nível
de segurança para as mercadorias em matérias de perdas e danos, o que
dispensa cuidados especiais com embalagem, a menos que este quesito
possa ser comprometido pelo trecho terrestre ou pela falta de esquema
antifurto no aeroporto.

A principal vantagem do transporte aéreo é a velocidade do serviço,


especialmente para longas distâncias, adequado assim para cargas de alto valor,
baixo peso e para itens de emergência, porem possui desvantagem nos custos
sendo considerado mais elevado que o dos outros modais (ARNOLD, 1999).

2.2.1.4 Transporte Hidroviário

O serviço hidroviário é considerado em média a modalidade de transporte


mais lenta, comunente pela ocorrência de atrasos em portos e terminais, e sua
disponibilidade e confiabilidade são fortemente influenciadas pelas condições
meteorológicas. (BALLOU, 1993).
Segundo Jacobsen (2006, p.212):
esta modalidade de transporte, cuja disponibilidade e confiabilidade são
significativamente influenciadas pelas condições meteorológicas, usa o
meio aquático, natural ou artificial, para a movimentação de cargas em
grandes volumes, cujo fator tempo seja secundário.

O quadro abaixo apresenta a classificação do transporte hidroviário, que se


divide em diversas modalidades:
28

Figura 3 - Classificação do transporte hidroviário

A) TRANSPORTE FLUVIAL

B.1) TRANSPORTE DE
CABOTAGEM
TRANSPORTE
HIDROVIÁRIO B) TRANSPORTE
MARÍTIMO B.2) TRANSPORTE
INTERNACIONAL

C) TRANSPORTE LACUSTRE

FONTE: JACOBSEN, 2006, p. 212

“A principal vantagem do transporte hidroviário é o custo. Os custos


operacionais são baixos, e como os navios têm uma capacidade relativamente
grande, os custos fixos podem ser absorvidos pelos grandes volumes”. (ARNOLD,
1999, p.385).

2.2.1.5 Transporte Dutoviário

O transporte dutoviário é uma forma segura e eficiente de se transportar,


sendo visto como um diferente sistema de meio de transporte defronte aos demais,
pois transporta apenas gás, petróleo e produtos refinados, considerado como um
sistema de transporte de poucos interesses.
De acordo com Ballou (2001, p 126), “o serviço de dutovias é o mais confiável
de todos os modais, porque há poucas interrupções para causar a variabilidade no
tempo em trânsito”.
29

2.2.2 Armazenagem e Manuseio

Diversos cuidados precisam ser tomados no que diz respeito a armazenagem


e manuseio dos materiais a serem transportados. Esses cuidados e controles
refletem diretamente na qualidade do recebimento destas mercadorias.
De acordo com Ferreira (1994, p.01):
armazenar é o ato de guardar ou recolher a um armazém, em determinada
localização, um certo item, por um período de tempo, garantindo a
manutenção de suas características essências, de forma que, por ocasião
de seu efetivo uso, o mesmo tenha confirmadas suas expectativas de
desempenho.

Para um armazenamento funcional e eficiente é necessário adequar e avaliar


critérios e métodos, desde o momento da chegada dos materiais até a sua
separação para a distribuição, preservando assim a conservação e a qualidade dos
produtos.
Segundo Viana (2009, p.278) a armazenagem compreende as seguintes
fases:
 verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no tocante a
proteção e embalagem.
 identificação dos materiais
 guarda na localização adequada
 informação da localização física de guarda de controle
 verificação periódica das condições de proteção e armazenamento
 separação para distribuição
As fases relacionadas acima, utilizadas de maneira adequada e consciente
auxiliarão o processo correto de armazenagem, podendo atingir assim uma melhor
ordenação da arrumação.
No sentido mais prático, armazenagem é um conjunto de atividades com
funções voltadas para estocagem.
De acordo com Moura (1998, p.21), a armazenagem tem a função de:
 criar utilidade de tempo: produtos agrícolas, hortifrutigranjeiros, moda,
sazonais, etc;
 criar utilidade de localização: material certo no local certo;
30

 criar utilidade de forma: maturação do produto, melhoria da qualidade (fumo,


bebidas, etc).
Para Pozo (2002,p 77), “os custos de armazenagem devem ser tratados em
conjunto com as variáveis que afetam os custos de produção/distribuição, para
obtermos o menor custo total logístico”.
O sistema de manuseio de materiais transportados a curta distância ocorre no
centro de distribuição, que consiste em carregar e descarregar veículos no menor
tempo possível.
Para Arnold (1999, p.402), os objetivos do manuseio de materiais são:
 aumentar a utilização cúbica, utilizando a altura da edificação e reduzindo a
necessidade de espaço de corredores tanto quanto possível.
 melhorar a eficiência operacional,reduzindo o manuseio. Aumentar a carga
por transporte resulta em menor número de viagens.
 melhorar o atendimento, aumentando a velocidade de resposta as
necessidades dos clientes.
Nas empresas os objetivos e particularidades são diferenciados no que diz
respeito ao manuseio das mercadorias, cada qual busca uma estratégia de acordo
com seu ramo de negócio e suas realidades.

2.2.3 Frota

O sistema de operação de frota e de tráfegos define a necessidade de um


processo de distribuição. Nesta operação serão definidos os veículos a serem
utilizados, roteiros, construção de linhas e tripulação, trabalhando todos pela
consciência de economia e segurança garantindo assim o prazo de entrega e
distribuição das cargas.
Identificar o número de veículos para o transporte de cargas é essencialmente
necessário e relativamente simples, deste modo evitam-se conseqüências
indesejadas no processo de distribuição.
Para Novaes (1997,p.33): “o número de veículos necessários é obtido
dividindo-se a demanda mensal de carga pela quantidade de carga transportada no
31

mês por cada veículo. A esse valor devem-se acrescentar mais veículos,
proporcionalmente a frota calculada”.
A vantagem em exercer permanente identificação na quantidade necessária
de veículos de transporte garante maior segurança no funcionamento da operação.
De acordo com Viana (2009,p.366) a seleção da modalidade de transporte
depende de dois fatores:
― Características da carga a ser transportada: envolve tamanho, peso, valor
unitário, tipo de manuseio, condições de segurança, tipo de embalagem, distância a
ser transportada, prazo de entrega e outros.
― Características das modalidades de transporte: condições da infra-estrutura
da malha de transportes, condições da operação, tempo de viagem, custo e frete,
mão-de-obra envolvida e outras.
A operacionalização da escolha e gerenciamento da frota dependerá do
gestor que deverá fazer as análises necessárias de todas as características que
envolvem esta modalidade.
De acordo com Ballou (2001), dentre as escolhas de transporte, o usuário
deve selecionar um serviço que lhe forneça o melhor equilíbrio entre os custos e a
qualidade do serviço. O autor relata que esse serviço pode ser avaliado através de
características básicas: tempo médio em trânsito, preço, variabilidade do tempo,
perdas e danos.

2.2.4 Estratégias de Transporte

Para a maioria das empresas, o transporte geralmente é considerado o


elemento mais importante nos custos logísticos. O sistema de transporte precisa ser
eficaz e barato para aumentar a concorrência no mercado, reduzir os preços das
mercadorias e aumentar a economia de escala.
As estratégias de transportes dentro de uma organização envolvem uma série
de passos importantes na definição de processos conforme (BERTAGLIA, 2003):
 analisar a situação atual da organização, identificando potencial para redução
de custos e oportunidades de melhorias;
32

 identificar custos muitas vezes não visíveis, denominados “custos


escondidos”;
 controlar efetivamente os custos de manutenção;
 ter indicadores que meçam eficiência da frota;
 utilizar computadores para auxiliar nas tarefas da área de transporte;
 determinar a “frota ótima” dentro da conjuntura de trabalho e serviço prestado.
Para Ballou (2001) o sistema de transporte e o desempenho dos serviços com
bases nas instalações, são determinantes para o exame das características, visando
um elevado e adequado sistema de transporte com alternativas que buscam o
desempenho desejado.
Segundo Novaes (2004, p.157),
grande parte das atividades de distribuição é planejada, programada e
controlada por meio de softwares aplicativos, que ajudam na preparação
dos romaneios de entrega, roteirização dos veículos, controle dos pedidos,
devoluções, monitoramento da frota, além de outros.

As estratégias de transportes são ferramentas essenciais, gerando qualidade


nas decisões logísticas, proporcionando agilidade nas decisões de compras e
estocagem atingindo assim os objetivos dos fundamentos de transporte.

2.3 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

Avaliar a forma que melhor se adapta na distribuição física de seus produtos é


uma decisão de extrema importância dentro da logística de distribuição, pois os seus
custos refletem na rentabilidade ou prejuízos. A distribuição depende da
necessidade em se ter o produto certo, no lugar certo, quantidade certa, no tempo
correto e pelo menor custo.
Na visão de Dias (1987,p.146) a definição de distribuição:
a utilização de canais existentes de distribuição e facilidades operacionais,
com a finalidade de maximizar a sua contribuição para a lucratividade da
empresa, por um intermédio de um equilíbrio entre as necessidades de
atendimento ao cliente e o custo incorrido.

O processo de distribuição está associado a movimentação física de


materiais, envolvendo atividades internas e externas divididas em funções como
33

recebimento e armazenagem, controle de estoques, administração de frotas e fretes,


separação de produtos e transporte (BERTAGLIA,2003).
A função da distribuição não se limita apenas na entrega dos produtos para
cada cliente, e sim na fiscalização de uma melhor alternativa e no menor custo
possível mantendo sempre a qualidade de entrega.
A eficácia e eficiência da adequação da escolha do método de distribuição
mais apropriado fazem parte da obtenção de resultados desejados.
Segundo Dias (1987) a distribuição física era considerada fonte que gerava
custos, diminuindo os lucros, porem com o objetivo de modificá-la, no momento do
aumento de um custo de um determinado setor, a redução do outro é necessária
para se obter rentabilidade.
De acordo com Novaes (2004, p.109), “distribuição física são processos
operacionais e de controle que permitem transferir os produtos desde o ponto de
fabricação, até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao consumidor”.
Para Ballou (1993) a distribuição física possui estratégias diferentes que
podem ser apresentadas em três formas básicas:
 entrega direta a partir de estoques de fábrica;
 entrega direta a partir de vendedores ou da linha de produção;
 entrega feita utilizando um sistema de depósitos.
Dessa forma aumentam a segurança de não efetuar a distribuição física de
um produto obtendo prejuízo.
De acordo com Parreiras (1990,p.40):
distribuição física é constituído por um conjunto de meios mão-de-obra,
fábricas, máquinas, veículos, maquinaria de manutenção e armazenagem
empregados para a realização material de todas as operações de
fabricação, de transporte e armazenagem, que permitem assegurar a
circulação do fluxo de materiais desde os fornecedores até os clientes.

Para Ballou (1993) a administração da distribuição física é uma tarefa dividida


em três níveis: estratégico, tático e operacional.
 Nível estratégico decide de modo geral como será efetuado a distribuição,
seleção de modais de transporte e projeto do sistema de processamento de
pedidos.
 Nível tático é administrar a distribuição física utilizando seus recursos ao
planejamento de curto prazo.
34

 Nível operacional é administração de tarefas diárias que devem ser


desempenhadas para garantir que os produtos fluam através dos canais de
distribuição até o último cliente.
A tarefa da distribuição física deve ser estabelecida através de procedimentos
avaliados em termos de custos, definidas pelo administrador logístico.
Um planejamento de distribuição física bem elaborada apresenta diversas
atividades envolvidas que segundo (Arnold, 1999 p.30) são as seguintes:
 transporte
 estoque para distribuição
 armazenamento
 embalagem
 manuseio de materiais
 recebimento de encomendas
Essas atividades facilitam a execução e o controle da distribuição, alem de
permitir avaliações no nível de serviço.

Figura 4 - Cadeia de suprimento (sistema de logística)


FORNECEDOR

SISTEMA DE
FABRICANTE DISTRIBUIÇÃO
CLIENTE

Planejamento e Distribuição Física

Controle de produção

Fornecimento

FLUXO DOMINANTE DE PRODUTOS E SERVIÇOS

FLUXO DOMINANTE DE DEMANDA E DE PROJETOS E INFORMAÇÕES

FONTE: ARNOLD, 1999, p. 376

O quadro acima apresenta como o transporte de materiais está dividido em


duas funções: suprimento físico (transporte e armazenamento dos produtos que vêm
35

dos fornecedores para a produção) e distribuição física (transporte e


armazenamento de produtos acabados desde o final da produção até o cliente).
Através destas funções serão definidos os caminhos pelo qual os produtos passarão
(ARNOLD, 1999).
Nota-se que a distribuição física é vital dentro da organização com imenso
valor de destaque, porem é necessário um sistema de distribuição bem
operacionalizado acrescentando valor de lugar e valor de tempo, colocando os
produtos disponíveis para os clientes no momento em que desejarem, satisfazendo
assim suas necessidades.

2.4 TRANSPORTE PRÓPRIO

Com os produtos disponíveis e armazenados de forma correta no estoque,


acontecerá sua etapa de distribuição, que em muitas empresas é utilizada através
do transporte próprio.
De acordo com Novaes (1997,p.25) “Para o caso das empresas de carga
própria, a má gestão pode implicar em custos elevados de transporte e, por
conseqüência, comprometer o relacionamento comercial com boa parte dos cliente.”
Dessa forma avaliar as atividades de transporte, que são altamente
concorrênciais é necessário buscar os maiores níveis de eficiência, baixo custo e
qualidade.
A alternativa de transporte próprio é diversas vezes escolhida por esperar um
melhor desempenho operacional e uma qualidade maior, aliando assim um custo
menor.
Segundo Arnold (1999), todos os tipos de transporte têm transportadoras
públicas ou privadas, o tipo pública pode ser contratada e o tipo privada não pode
ser contratada. O autor relata que dois tipos de transportes são classificados
legalmente. Em geral no tipo privado as empresas possuem ou arrendam seus
veículos para transportar suas mercadorias, no caso publica se transporta em troca
de pagamento.
36

Na compreensão de Bertaglia (2003), empresas possuidoras de frotas de


veículos precisam conhecer e controlar efetivamente seus ativos, reduzindo seus
custos, uma vez que esses são influenciados diretamente no custo final do produto.
Bertaglia relata a importância no processo de administração da frota, pois seu peso
significa na formação de seus custos logísticos.
Nas condições de transporte próprio este é geralmente oferecido através de
caminhões, por serem adequados a distribuição de mercadorias de volume
relativamente pequeno podendo ser oferecido de porta-a-porta enquanto houver
condições de estrada.
Na decisão de escolha por transporte próprio cabe ao gestor de trafego estar em
constante análise da qualidade deste serviço e nos seus custos, envolvendo setores
como recursos humanos, qualificações, manutenções preventivas e corretivas
buscando sempre a qualidade como seu diferencial.

2.5 ALIANÇA COM TRANSPORTADORAS

O gestor de tráfego deve adquirir ou buscar conhecimentos sobre alternativas ou


soluções para o setor de transporte da empresa.
Segundo Novaes (1997), a parceria acontece quando duas empresas se unem
para a realização de um serviço, sendo agregados as demandas e o uso das frotas,
dividindo de forma proporcional as receitas e os custos ocorridos na operação dos
veículos. O autor relata que através da unificação de serviços de transportes se
obtém um melhor aproveitamento com um custo operacional menor.
Sobre o ponto de vista de Arnold (1999, p.463), “estabelecer parcerias implica um
compromisso de longo prazo entre duas ou mais organizações no intuito de
atingirem metas específicas”. E ainda de acordo com o autor a relação deve
estabelecer confiança mútua e de cooperação apontando três fatores principais que
influenciam nas parcerias:
 Compromisso a longo prazo: necessário para que se atinjam os benefícios da
parceria, resolver problemas, melhorar processos e construir a necessidade
da relação.
37

 Confiança: Ambos os parceiros devem estar dispostos a partilhar informações


e formar uma sólida relação de trabalho, com comunicação aberta,
eliminando a relação competitiva.
 Visão partilhada: compreender a necessidade de satisfazer aos clientes,
partilhando metas e objetivos, criando uma orientação comum.
Se as parcerias se estabelecerem de uma forma correta, respeitando os
limites entre as partes, ambas tendem a ganhar, selando um compromisso ainda
maior.
Para Ballou (2001, p.490),

uma aliança logística é construída sobre a confiança, um compartilhamento


de informações que ajuda o desempenho logístico e metas específicas para
alcançar um maior nível de desempenho logístico do que pode ser
alcançado sozinho, regras básica operacionais para cada sócio e provisões
de saída para o cancelamento da aliança.

Ao pensar em parcerias, a empresa interessada deverá ter em mente uma


visão estratégica bastante ampla, identificando e conhecendo o potencial de cada
parceiro e seus processos para uma possível redução de custos e ganhos
substanciais para todos os parceiros envolvidos no negócio (Gonçalves, 2004).
As parcerias por serem difíceis de formação também são relativamente
frágeis, podendo dissolver-se facilmente, porem seus benefícios potenciais
incentivam a continuação.

2.6 TERCEIRIZAÇÃO

A prática da terceirização na modalidade transporte tem sido destaque nas


organizações por ser um tipo de ação administrativa que busca reduzir custos e
aumentar a eficiência nas operações das empresas.
De acordo com Giosa (1997, p.14) defini-se terceirização:
é um processo de gestão pelo qual se repassam algumas atividades para
terceiros com os quais se estabelece uma relação de parceria, ficando a
empresa concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao
negócio em que atua.
38

Na visão de Davis (1992, p.11) terceirização:


é a passagem de atividades e tarefas a terceiros. A empresa concentra-se
em suas atividades-fim, aquela para a qual foi criada e que justifica sua
presença no mercado, e passa a terceiros (pessoas físicas ou jurídicas)
atividades-meio.

O conceito da terceirização assumiu o seu papel no cenário da administração


como uma técnica inovadora e moderna, criando um alicerce na abordagem
estratégica, provocando mudanças na organização, tornando-se assim fortalecido no
mercado e na sociedade.
Segundo Oliveira (1994), no Brasil estão em práticas três modalidades
básicas de terceirização:
 Terceirização tradicional: consiste na transferência de serviços a terceiros,
podendo resultar em diversos problemas, tais como utilização de mão-de-obra
pouco habilitada para o trabalho, taxas de administração cobradas
incompatíveis com os custos operacionais incorridos.
 Terceirização de risco: a empresa faz a transferência das obrigações
trabalhistas, por meio da contratação intermediada de terceiros, mascarando
a relação de emprego com a mão-de-obra.
 Terceirização com parcerias: a empresa transfere a execução de atividades a
parceiros especializados, com objetivo de tornar-se mais competitiva em sua
atividade principal.
Para Bertaglia (2003, p.71), “a estratégia de terceirização pode orientar a
organização a reduzir tempos de ciclos, aumentar a velocidade na tomada de
decisões, reduzir custos indiretos e se concentrar na essência do negócio”.
Para uma terceirização com sucesso se faz necessário o desenvolvimento de
um planejamento estratégico, onde é essencial identificar com clareza a definição do
negócio, suas respectiva missão e princípio, identificando suas forças e fraquezas
(Pagnocelli, 1993).
Ainda segundo Pagnocelli (1993), para desenvolver estratégias de
terceirização é necessário se estabelecer uma seqüência de etapas:
 Plano estratégico;
 Conscientização;
 Decisões e critérios gerais;
 Projeto de terceirização;
39

 Programa de apoio;
 Acompanhamento permanente (auditoria);
 Avaliação dos resultados;
A terceirização mostra-se como uma oportunidade para empresa, podendo
proporcionar ou não especialização de seus serviços e desenvolvimento profissional.

2.7 OPERADORES LOGÍSTICOS

Muito usado nas empresas, o termo operador logístico fornece serviços


administrativos e físico-operacionais ao mesmo tempo de maneira coordenada e
integrada, permitindo assim uma maior eficiência a cadeia de suprimento.
Na visão de Novaes (2001, p.328) define-se operador logístico:
operador logístico é o fornecedor de serviços logísticos, especializado em
gerenciar todas as atividades logísticas ou parte delas, nas várias fases da
cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor ao produto dos
mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, prestar
simultaneamente serviços nas três atividades consideradas básicas:
controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes.

Para Ballou (1993, p.334), “a operação do sistema logística define a estrutura


interna na empresa, que deverá controlar o fluxo de bens e serviços e planejar as
atividades logísticas”.
Ainda de acordo com Ballou (1993) as atividades logísticas oferecidas pelos
operadores logísticos classificam-se em:
 Transporte envolvendo diferentes modos e serviços auxiliares;
 Armazenagem de produtos;
 Manipulação de produto, incluindo embalagens e identificações;
 Operações Industriais;
 Operações Comerciais;
 Serviços de cunho informacional como administração de estoque,
rastreamento de veículos;
 Consultoria em engenharia e administração logística;
Desta forma observamos os desafios em atingir os objetivos e de se
estabelecer um referencial prático para a escolha de um prestador de serviço
40

logístico, buscando identificar as melhores formas de satisfazer seus clientes e seus


objetivos.
No capítulo seguinte serão apresentados os aspectos metodológicos para
realização deste trabalho.
41

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

As melhorias propostas neste trabalho serão apresentadas a Aliança


Distribuidora de Alimentos, com intuito de identificar procedimentos inadequados
buscando-se alternativas para atingir seus objetivos.
O projeto será realizado no período proposto de junho á outubro de 2012, na
empresa Aliança Distribuidora de Alimentos, localizada na rua José de Alencar, no
bairro Jardim Aquarius e na cidade de Palhoça.
O presente estudo caracterizou-se como abordagem qualitativa. Esta
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, não
requerendo o uso de métodos quantificativos e técnicas estatísticas.
Na visão de Lakatos (2011, p. 272),
por meio do método qualitativo, o investigador entra em contato direto e
prolongado com o indivíduo ou grupos humanos, com o ambiente e a
situação que está sendo investigada, permitindo um contato de perto com
os informantes.

Para Richardson (1999, p. 90):


pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma
compreensão detalhada dos significados e características situacionais
apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas
quantitativas de características ou comportamentos.

A pesquisa qualitativa descrita por Roesch (1999, p.155) como apropriada


para avaliação formativa, quando trata-se de melhorar a afetividade de um programa
ou plano.
Para responder as questões propostas optou-se por implementar um estudo
de caso. Este é uma técnica de pesquisa cujo objetivo é o estudo intenso e profundo
de uma unidade. Este estudo é precedido primeiramente pela exposição do
problema de pesquisa, e durante o seu desenvolvimento do trabalho pode-se
deparar com vários problemas teóricos que podem trazer soluções inesperadas.
Para Gil (2002, p. 72)
estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou
de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e
detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de
delineamentos considerados.
42

De acordo com Lakatos (2011, p. 276) “estudo de caso refere-se ao


levantamento com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob
todos os seus aspectos”.
Quanto ao objetivo do projeto o presente estudo utilizará a entrevista como
técnicas de coleta de dados, que segundo Roesch (1999, p. 143) “é um instrumento
que busca mensurar alguma coisa”.
Os dados foram coletados de forma direta nas dependências da Aliança
Distribuidora de Alimentos. Optou-se realizar entrevistas com os gestores e o chefe
de depósito sobre todas as áreas da empresas e foram abordados alguns itens, tais
como: estoque, armazenagem, roteirização, espaço, transporte, leiaute do depósito,
estrutura física, distribuição física e serviços prestados no prazo.
Quanto aos procedimentos de pesquisa utilizados foram bibliográficas e
documental.
Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos,
embora haja pesquisas desenvolvidas somente a partir de fontes bibliográficas.
Ainda de acordo com o mesmo autor, pesquisa documental refere-se a materiais
que não receberam ainda nenhum tipo de tratamento analítico, ou que ainda pode
ser oportunizado com objetivos da pesquisa.
Para Gil (1991, p. 45), “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside
no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Utilizou-se, além disso, a observação no estudo, que de acordo com Gil
(1991, p. 35), é fundamental para a construção de hipóteses, fornece os indícios
para a solução dos problemas propostos pela ciência. Todavia, essas hipóteses têm
pouca probabilidade de conduzir a um conhecimento suficientemente geral e
explicativo.
Para a realização deste trabalho foram entrevistados os gestores da empresa
e o chefe de depósito. Foram realizadas 07 visitas no período de 11/06/2012 á
26/10/2012.
Nesta etapa, foram colhidos dados que auxiliaram na execução deste estudo,
tais como:
 Foram estabelecidos os objetivos a serem alcançados;
 Foram obtidas informações básicas sobre as atividades da empresa;
43

 Divulgou-se com o pessoal envolvido a proposta do trabalho;


 Determinou-se como serão divulgados os resultados propostos.
Destacando a importância de acontecer de maneira eficaz os processos
logísticos e a cadeia de abastecimento, foi detectado a necessidade de propor
melhorias para o setor de transporte e na logística de distribuição da Aliança
Distribuidora de Alimentos.
44

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Neste capitulo será apresentado a caracterização da empresa, onde foi


realizado o desenvolvimento da pesquisa, respondendo aos objetivos específicos
propostos pela pesquisa desenvolvida.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O sonho de ter seu próprio negócio levou um grupo de jovens profissionais


experientes no setor de distribuição e varejo em colocá-lo em prática aplicando suas
experiências profissionais. Com isso, nasceu um plano de negócio, um projeto e
uma realidade que foi se concretizando dia após dia.
Esta iniciativa resultou a criação no dia 10 de abril de 2006 entre cinco sócios
a RME Distribuidora de Alimentos Ltda (Aliança Distribuidora) com o objetivo de
realizar a distribuição de diversas marcas alimentícias no estado de Santa Catarina.
A distribuidora Aliança começou suas atividades na cidade de São José utilizando
como espaço físico um pequeno depósito de 250 m², criando sua carteira de clientes
através de 5 vendedores externos atuando na região da Grande Florianópolis sendo
que 3 dos vendedores eram os proprietários da empresa representando assim a
confiança apostada neles e no setor de distribuição. As principais indústrias
representadas eram: Montevérgine, Neugebauer, e Florestal que apostaram no
projeto de distribuição apresentado e em sua marca. O transporte é realizado de
forma própria.
No decorrer desta trajetória três sócios demonstraram desinteresse nesta
sociedade e efetuaram o desligamento. A distribuidora passou a operar suas
atividades com apenas dois sócios numa postura ética e profissional aprimorando os
objetivos e dando continuidade nos processos elaborados.
Atuando na distribuição de alimentos a Aliança Distribuidora tem como sua
missão ”Distribuir produtos alimentícios com qualidade, tendo como diferencial no
mercado a satisfação de seus clientes, gerando confiança e lucro”.
45

Sua visão ”Ser referência na distribuição de produtos alimentícios buscando


reconhecimento pela excelência nas operações logísticas e resultados nesta área”.
Com apenas seis anos de atuação em Santa Catarina a empresa entra numa
nova fase e refaz sua área de distribuição atuando no litoral norte até a cidade de
Joinville e na região do Alto Vale, aumentando assim seu quadro funcional e sua
estrutura, localizada na cidade de Palhoça/SC com depósito de 1000 m² contando
agora com 20 vendedores registrados como autônomos, 2 supervisores, promotores
terceirizados atendendo as principais redes de varejo do estado, agregando novas
indústrias mais representativas e atingindo 100% de transporte próprio.
Os processos sofreram alterações, todos baseados nos novos objetivos, que
se tornaram na fidelização de seus clientes em poder de compra e reconhecimento
da marca e serviço prestado. Tendo como idéia central a construção do
reconhecimento no setor de distribuição de alimentos a empresa desenvolve
constantemente melhorias em tecnologia, gestão de estoque, gestão da frota e
tráfego.
A empresa vem manifestando o interesse de ser referência no setor de
transporte de seus produtos. Com este objetivo surge a necessidade de avaliação
na qualidade do setor de transporte verificando suas modalidades de transportes e
propondo melhorias.

4.2 FUNÇÃO ATUAL DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DA


ALIANÇA DISTRIBUIDORA

A função de transportes de mercadorias da Aliança Distribuidora está definida


atualmente como própria, distribuída através de sua frota de caminhões.
Em busca de um conhecimento mais aprofundado será elaborado
observações nas atividades relacionadas à área de transporte como: pedido,
faturamento, estoque, financeiro e distribuição, elevando o graduando a identificar
possíveis vantagens e desvantagens do setor de transporte da Aliança Distribuidora
de Alimentos.
46

4.2.1 Instrumento coleta de dados do setor

Para conhecer o setor de transporte é necessário conhecer o início deste


processo. Para a empresa o processo inicía-se no ato do pedido de venda realizada
no cliente através de seus representantes comerciais.
Estes representantes realizam visitas a clientes (comércio varejista
alimentício) semanais, quinzenais ou mensais, alcançando suas metas e efetivando
a venda.
O pedido de venda é realizado através de um sistema operacional chamado
“força de venda” utilizado por toda a organização e instalado em um aparelho celular
que possui sistema Windows Móbile (ver apêndice A) neste, é possível utilizar
diversas ferramentas atualizadas minuto a minuto, como negociação e preço das
mercadorias comercializadas pela empresa, consultar estoques, prazo de
pagamento, posição financeira, devoluções e monitoramento das entregas.
Após a montagem do pedido (ver apêndice B) realizado em cada cliente que
efetivou a compra ,é realizado no aparelho celular a transmissão destes dados para
o servidor da empresa onde ficarão armazenados aguardando seu pocessamento.
Este procedimento acontece no final do dia após diversas visitas a clientes. Para a
empresa, o ato do pedido de venda aos clientes é o momento principal para a
fidelização dos mesmos. O pedido processado de maneira correta como foi
solicitado pelo cliente, sua conclusão pode ser perfeita, atendendo o objetivo da
distribuição, que é receber seus produtos solicitados no prazo, preço e tempo
correto.

4.2.2 Métodos da separação de mercadorias

Com os pedidos de venda processados no sistema, inicia-se o faturamento.


Esta fase também é realizada pelo sistema Winthor, que busca informações do
sistema “força de vendas”.
47

O colaborador responsável pelo faturamento inicia seus processos analisando


os pedidos e avaliando se há necessidade de alterações como, por exemplo: prazo
incorreto, formas de pagamento, bonificações, troca entre outros.
A análise de crédito é realizada nesta etapa, avaliando cliente á cliente,
realizando consultas de crédito e histórico de pagamentos na própria empresa. É
também realizado e atualizado o limite de crédito dos clientes, autorizando assim ou
não o faturamento dos pedidos de vendas.
Após estas etapas, os pedidos aprovados são processados, e o sistema gera
o relatório chamado “relatório de separação de mercadorias” (ver apêndice C), que
gera numeração automática do próprio sistema. Os pedidos de venda que não foram
faturados, devido a problemas de crédito, entre outros, ficam pendentes no sistema
aguardando nova análise no período máximo de sete dias. Após este período, os
pedidos pendentes são excluídos do sistema e avisado os vendedores sobre o
motivo.
O relatório de separação de mercadorias é enviado para o chefe de depósito
onde iniciará o processo de separação com os colaboradores do depósito, decidindo
a ordem e períodos que acontecerá esta separação. No depósito os produtos estão
armazenados de forma estratégica para facilitar sua busca e rotatividade. Suas
localizações estão classificadas como “ruas”, totalizadas em oito ruas no depósito da
Aliança Distribuidora. (ver apêndice D).
Os produtos são separados e alojados no lugar especifico (ver apêndice
E),onde são preparadas para a segunda conferência, chamada “conferência
eletrônica” considerada a mais importante no processo. A empresa possui instalado
no depósito um computador adicionado a um leitor de código de barras para
conferência. Neste sistema é digitado o número do mapa de separação que já foi
devidamente separado e inicia-se a segunda conferência dos produtos um a um com
seu código de barra, sendo caixa ou unidade e logo após finalizando com os
produtos alocados nas regiões de entregas definidas pela empresa, especificadas
em paletes (ver apêndice F).
Somente após estes processos, o colaborador setor de faturamento, fatura os
pedidos de vendas emitindo as notas fiscais, boletos e o mapa financeiro (ver
apêndice G) para posterior entrega aos motoristas. Neste processo cada vendedor
já pode visualizar seus pedidos faturados. Após estas etapas o faturamento é
finalizado, aguardando somente a entrega que é de responsabilidade do chefe de
48

depósito decidindo horários, motoristas e veiculos que efetuarão a distribuição


destas mercadorias.

4.2.3 Mapeamento de região de entrega

Com a mercadoria separada, conferida e paletizada em suas posições, inicia-


se o processo de distribuição. A empresa atualmente possui seis caminhões sendo 2
Mercedes 710 Plus, 1 Agrale 8500, 1 Iveco Dayli 3510, 1 Ford 2428 (truck) e 1
Wolks 13.190 (Toco) para atender as regiões de entregas definidas pela empresa,
Ilha, Continente, Redes, Sul, Blumenau, Balneário e Joinville.
Os caminhões são preparados e carregados sempre de manhã cedo, onde
cada motorista recebe um romaneio de entrega , onde consta todas as informações
necessárias para realizar as entregas das mercadorias. Nestas informações
destaca-se a quantidade de notas fiscais de entregas de mercadorias, razão social
dos clientes, formas de pagamentos, regiões de entregas, data de saída, valor total
do romaneio entre outros. Atualmente a empresa optou por somente possuir uma
opção de pagamento, realizada através de boleto bancário, auxiliando assim a
segurança dos motoristas que anteriormente efetuavam cobranças em dinheiro.
O motorista executa as tarefas de entrega sozinho por determinação da
empresa no decorrer do dia inteiro, retornando somente no final do dia á empresa
para realizar a prestação de conta das entregas realizadas. A empresa destaca não
ser necessário à inclusão do ajudante de entrega, por considerar os produtos
distribuídos leves e de fácil descarregamento.
Todos os motoristas são corretamente registrados pela empresa em suas
funções, recebendo todos os benefícios e premiações proporcionados pela empresa.
Ao iniciar suas atividades todos os motoristas recebem um treinamento
proporcionado pela empresa no período total de três dias, sendo realizado um dia
dentro do depósito da empresa para conhecimento dos processos, mercadorias e
estrutura, e dois dias juntamente com motoristas da empresa para acompanhamento
de rotas de entrega. A empresa possui uma grande preocupação voltada para o
49

clima motivacional destes motoristas, pois considera o rendimento da quantidade de


entregas realizadas diretamente ligada a este fator.
A rota de entrega a ser seguida é uma tomada de decisão de cada motorista,
não sendo determinada pela empresa, porem como retorno a empresa controla a
quantidade de entregas realizadas (mantendo uma média de 27 entregas/dia) e a
quilometragem através de abastecimentos e tacógrafos. Esse controle na empresa é
executado pelo chefe de depósito através de planilhas criadas pela empresa.
Dentro do caminhão as mercadorias seguem uma seqüência lógica definida
pelo motorista, pois é ele que irá retirá-las no momento da entrega ao cliente.
Chegada ao destino o motorista realiza o contato com o cliente lhe entregando a
nota fiscal onde constam os detalhes da mercadoria, condições de pagamento,
preços entre outros. Após esta etapa o cliente autoriza a entrega onde o motorista
descarrega as mercadorias e efetua a cobrança do canhoto assinado pelo cliente
comprovando o recebimento da mesma. Neste processo a empresa exemplificou
algumas ocorrências que acontecem, exemplificadas como mercadorias faltantes,
danificadas ou questionadas através do próprio cliente. Nestas situações o motorista
conforme já orientado em seu treinamento, liga para o financeiro em busca de
solucionar o problema. Algumas dificuldades foram percebidas nesta etapa,
precisando muitas vezes o colaborador do financeiro precisando entrar em contato
com o representante comercial para obter maiores informações e solucionar o
problema, este resultado pode afetar no atraso das entregas, fator este muito
importante para a empresa.
Após a conclusão das entregas no final do dia, ocorre o retorno para a
empresa, onde é efetuada a conferência das devoluções que possam ter ocorrido.
Este processo é executado através do chefe de depósito que confere todas as
mercadorias devolvidas parcialmente, total ou por sua vez danificadas e
permanecem alocadas no local específico para posteriormente serem devolvidas
para estoque. No sistema é efetuada a devolução dos produtos e impressa as notas
fiscais de devoluções para que seja enviada juntamente com o malote e cobranças
dos motoristas para o financeiro.
A empresa atualmente possui como responsável pela frota o chefe de
depósito, que realiza todas as atividades de manutenções preventivas e corretivas,
além de ser responsável por controlar as atividades dos motoristas, alimentando o
banco de currículos e realizando feedback sobre seus processos.
50

4.3 IDENTIFICAR VANTAGENS E DESVANTAGENS NO


TRANSPORTE PRÓPRIO DA ALIANÇA DISTRIBUIDORA

Percebeu-se durante o estudo realizado na empresa, que o transporte próprio


da Aliança Distribuidora de Alimentos possui algumas vantagens e desvantagens, a
qual serão relacionadas a seguir:
Análise das Vantagens:
 Aquisição de bem patrimonial: os veículos utilizados no transporte de
mercadorias estão presente no balanço contábil da empresa como patrimônio
identificados assim na empresa pelos proprietários um investimento que traz o
retorno e expectativa desejada.
 Tomada de decisões: Quanto a tomada de decisões, pode ser destacado
como exemplo a decisão das rotas de entrega. A empresa tem o pleno
domínio para decidir onde e quando os caminhões devem seguir aos seus
destinos, ou mesmo a decisão de deixá-los em alguns momentos parados
sem destino a seguir. Essa é considerada uma grande vantagem no
transporte próprio, não sendo possível na alternativa de terceirização.
 Padronização das entregas: A entrega das mercadorias efetuada pelo
transporte próprio permite a empresa à criação de padrões (procedimentos)
para uma padronização das entregas. O contato dos motoristas com os
clientes mostra a imagem da empresa, relata como a empresa destaca a sua
importância perante aos clientes.
 Monitoramento das atividades dos motoristas: Os motoristas efetuam suas
entregas de mercadorias aos clientes conforme rota pré-estabelecida,
permanecendo assim esta atividade durante o dia inteiro. A empresa destaca
a importância em conhecer o dia-a-dia dos motoristas em suas atividades
para que possam assim entender suas reais necessidades e efetuar o
controle destas atividades através do chefe de depósito.
 Feedback dos clientes: Na realização das entregas é o momento onde os
clientes ocasionalmente realizam o feedback sobre a entrega das
mercadorias, relatando para o motorista suas dificuldades ou elogios, logo
essa informação é repassada a empresa através do motorista. A empresa
51

relata também que alguns clientes realizam esse feedback através do


telefone da empresa, sendo assim é considera pela empresa como uma
vantagem por ter o contato diretamente com o cliente.
Análise das Desvantagens:
 Manutenção dos Veículos: Tendo como propriedade da empresa os veículos
de transporte, uma desvantagem considerada elevada é a manutenção dos
veículos. Estes veículos precisam constantemente de revisões e
manutenções corretivas e preventivas para que o fluxo da distribuição ocorra
de maneira contínua sem interrupções. Estas manutenções são realizadas
em fornecedores escolhidos pela empresa e com supervisão do chefe de
depósito.
 Atualização da documentação legal: O chefe de depósito executa a função de
documentação legal dos veículos da frota da empresa, sendo inteiramente de
sua responsabilidade que os veículos transitem de acordo com as normas de
trânsito. Dentro desta documentação legal a empresa considera também os
seguros de todos veículos com cobertura total.
 Atrapalha foco principal: O setor de transporte dentro da organização
necessita muitas vezes de procedimentos que auxiliam nas tomadas de
soluções como: melhorar a agilidade de entrega, banco de currículos de
motoristas, manutenção entre outros, dificultando assim o foco principal da
empresa na distribuição de seus produtos.
 Depreciação: No transporte próprio os veículos da empresa possuem como
desvantagem significativa considerada pela empresa, a depreciação do bem,
que é efetuado mensalmente conforme vida útil do veiculo e tabelas
contábeis.
 Necessidade de controle interno: A empresa relata neste estudo que o
transporte das mercadorias necessita de um grande controle interno dentro
da organização efetuado este pelo colaborador da empresa controlando as
atividade inerentes a área como, controle das entregas efetuadas, controle
das kilômetragens entre outras atividades.
Após descrever as vantagens e desvantagens consideradas pela empresa
através do transporte próprio, é possível realizar uma comparação com outras
formas de transporte e mercadorias.
52

4.4 IDENTIFICAR AS POSSÍVEIS DEFICIÊNCIAS NO TRANSPORTE


DA ALIANÇA DISTRIBUIDORA

A empresa identificou e exemplificou algumas deficiências que possui no seu


transporte por frota própria que precisam ser tratadas e analisadas para que possam
obter um resultado significativo neste setor. Abaixo será relatado as deficiências:
 Tempo de entrega: o tempo de entrega da saída da mercadoria do depósito
até a entrega ao cliente leva aproximadamente 24 horas, considerado este
tempo pelos clientes relativamente alto, comparado com as concorrências,
resultando assim muitas vezes na devolução das mercadorias. A empresa
relata que não possui um tempo menor por não optar por trabalho noturno de
separação de mercadorias, devido a custos de mão-de-obra.
 Giro de mão-de-obra (motoristas): a empresa constantemente encontra
dificuldades na mão-de-obra de motoristas, considera que está classe de
trabalhadores procura somente a melhor oferta em termos de salários,
podendo deixar assim o serviço inesperadamente prejudicando assim o
desenvolvimento da atividade. A empresa procura de diversas formar em
termos de remuneração salarial e benefícios manter a média estabelecida
pelo mercado de trabalho e a satisfação de seus colaboradores dentro da
organização.
 Manutenção Frota: conforme deficiência já relatada anteriormente, alguns
motoristas não preservam ou cuidam de maneira adequada de seu
instrumento de trabalho “caminhão”. A empresa efetua manutenções
preventivas e corretivas para uma não deteriorização de seu bem, sendo este
o principal item para conclusão do processo de distribuição de mercadorias. A
organização destaca também os elevados custos destas manutenções,
seguros entre outros.
 Devolução de mercadorias: A entrega das mercadorias, pode trazer dois
resultados: positivo (entrega completa) ou negativa ( devolução da
mercadoria). Essa devolução feita pelos clientes ocorre por diversos motivos
relatados como: atraso na entrega, não ter efetuado pedido através do
vendedor, preço de mercadoria que não confere, não recebe mercadorias em
determinado dia da semana, entre outros. Nestes casos os clientes assinam
53

atrás da nota fiscal de venda e explicam os motivos das devoluções que


estão sendo efetuadas, para que a empresa possa analisar e avaliar
soluções.
A organização trabalha constantemente nestas deficiências procurando
diminuir seu impacto no resultado final das entregas. Todas são analisadas
mensalmente através dos proprietários da empresa e o chefe de depósito,
procurando alternativas para uma solução adequada.
Através destas deficiências relatadas e das vantagens e desvantagens no
transporte próprio e terceirizado será proposto melhorias nos serviços de transporte
e na logística de distribuição.

4.5 IDENTIFICAR EVENTUAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS NA


TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE

Com o forte aumento da competitividade e as novas exigências dos


consumidores, surge a necessidade das empresas focarem cada vez mais nos seus
processos principais. Apesar da tendência atual, a terceirização possui eventuais
vantagens e desvantagens em seus serviços, podendo obter assim resultados
positivos ou negativos.
Conforme Portal da Administração (2011) segue algumas vantagens e
desvantagens no sistema de terceirização de transporte:
Vantagens:
 estrutura administrativa simplificada, uma vez que não terá de realizar
registros/demissões, pagamentos de salários, FGTS, INSS dos empregados
etc;
 mais participação dos administradores/gestores nas atividades fim da
empresa;
 concentração dos talentos no negócio principal da empresa;
 redução de custo de estoque;
 maior facilidade gestão do pessoal e das tarefas;
54

 possibilidade de rescisão do contrato conforme as condições


preestabelecidas;
 controle da atividade terceirizada por conta da própria empresa contratada;
 menores despesas com aquisição e manutenção de maquinas, aparelhos e
uniformes fornecidos pela empresa contratada etc.
Desvantagens:
 verificar se o pessoal disponibilizado pela empresa terceirizada consta como
registrado e se os direitos trabalhistas e previdenciários estão sendo pagos e
respeitados;
 sofrer autuação do Ministério do Trabalho e ações trabalhistas em caso de
inobservância das obrigações mencionadas anteriormente;
 fiscalização dos serviços prestados para verificar se o contrato de prestação
de serviço está sendo cumprido integralmente conforme o combinado;
 risco de empresa não qualificada etc.
Por não ser um caminho obrigatório, é necessário avaliar quanto ao nível do
serviço que será prestado para a empresa. O processo de terceirização geralmente
é de grandes mudanças, necessitando assim de uma preparação dentro da empresa
e consciência desta transição, que precisará de um planejamento cuidadoso, metas
definidas, reuniões de acompanhamento e um envolvimento de todo o grupo, para
que possa se tornar um caso de sucesso.
55

5 PROPOSTA DE MELHORIAS NO TRANSPORTE DA ALIANÇA


DISTRIBUIDORA

Após o estudo do presente trabalho, tornou-se possível obter uma visão mais
detalhada da empresa que teve como objetivo principal, propor melhorias no setor
de transporte e na logística de distribuição da empresa Aliança Distribuidora de
Alimentos, concluindo-se que o transporte próprio conduz de forma ideal para a
organização.
Este estudo teve algumas limitações que devem ser destacadas: não foi
verificado com os motoristas da empresa suas percepções sobre o setor de
transporte, não foi efetuado entrevista e nem questionários. È importante ressaltar
que os motoristas fazem partem deste processo operacional e vivenciam dia-a-dia
situações que auxiliaria em tomada de decisões. Neste estudo o diretor da
organização optou somente por obter informações através do chefe de depósito.
Em um primeiro momento destaca-se sendo de suma importância a criação
de treinamentos trimestrais motivacionais para todos os motoristas da organização,
buscando a eficácia nos processos e a diminuição da rotatividade dos mesmos,
atingindo assim um maior envolvimento dos colaboradores nas atividades e um
ambiente de trabalho mais harmonioso, considerado este como uma deficiência na
organização.
Atingindo este nível de envolvimento, o próximo passo a ser sugerido é que
a organização invista na possibilidade de redução do tempo de entrega das
mercadorias aos clientes. Para esta ação é necessário o envolvimento dos
vendedores, que após efetuar o pedido de venda no cliente, automaticamente deve
efetuar a transmissão deste pedido via sistema, adiantando assim o processo do
faturamento e separação, despachando com uma maior rapidez os caminhões para
entrega.
Como a organização já possui procedimento de manutenção dos veículos,
relacionadas como preventivas e corretivas, optou-se realizar uma alteração neste
processo, visando como melhoria a integração dos motoristas junto ao plano de
acompanhamento destas manutenções, onde eles conheçam os problemas
ocasionados nos veículos e participem de uma forma mais presente destas
56

manutenções, mantendo assim uma integração entre empresa e colaborador, na


tentativa de uma diminuição de custos da manutenção.
Mantendo este nível de integração, o passo seguinte é a sugestão da criação
de metas de devolução de mercadorias para vendedores e motoristas. Essas metas
são estipuladas através da média da quantidade das entregas já efetuadas e
devoluções dentro de um mês. Essa meta proporcionará uma integração entre
vendedores e motoristas que participarão juntos em busca de alternativas para a
solução de problemas ocasionados durante a entrega e na realização da conquista
destas metas.
Este estudo contribuiu para que a organização pudesse identificar suas
vantagens e deficiências no setor de transporte, as suas vantagens devem ser
mantidas e as deficiências devem ser relacionadas uma a uma para que se possa
propor melhorias e se tornarem vantagens, melhorando assim o desenvolvimento
deste setor dentro da organização.
Para que estas sugestões de melhorias sejam colocadas em prática é
necessário um período de aproximadamente quatro meses para que a empresa
possa realizar o cronograma destes treinamentos e procedimentos com os
vendedores e motoristas.
57

Quadro 2 – Propostas de melhorias

FONTE: O autor.
58

6 CONCLUSÃO

O estudo definiu os objetivos a serem atingidos, e neste capitulo descreve-se


se os mesmos foram ou não alcançados dentro deste estudo e onde isso ocorreu.
Este trabalho teve como objetivo geral: “Analisar o setor de logística e transporte da
Aliança Distribuidora de Alimentos e realizar a proposta de melhorias”, pode-se dizer
que foi elaborado um estudo de caso com as necessidades e vantagens que se
apresentam no setor de transporte.
Quanto aos objetivos específicos e na seqüência em que são apresentados,
julga-se atendidos.
Verificar a situação atual do setor de transporte da Aliança Distribuidora. Pelo
exposto no estudo de caso, buscou-se o conhecimento do processo operacional do
setor de transporte na organização destacando como situação atual “transporte
próprio”.
Identificar vantagens e desvantagens na utilização da frota própria da Aliança
Distribuidora. Nas páginas 50 até 51 levantou-se através do chefe de depósito as
vantagens e desvantagens do transporte próprio na organização.
Identificar as possíveis deficiências do setor de transporte da Aliança
Distribuidora. Certificou-se nas páginas 52 até 53 que as deficiências estão
relacionadas com o tipo de transporte definido “próprio” dentro da organização
ocupando uma pequena parte dentro de sua estrutura.
Identificar eventuais vantagens e desvantagens na terceirização do serviço de
transporte. Pelo exposto nas páginas 53 e 54 buscou-se compreender os resultados
que a terceirização pode trazer para a organização de acordo com a necessidade do
setor.
Proposta de melhoria no transporte da Aliança Distribuidora de Alimentos.
Nas páginas 55 e 56 foi relacionado às propostas que auxiliarão nas soluções das
deficiências encontradas na empresa, visando assim a melhoria e perfeição em seus
processos.
Foram propostas as seguintes melhorias: criação de treinamentos trimestrais
motivacionais, redução do tempo de entrega das mercadorias aos clientes,
integração dos motoristas aos procedimentos de manutenção de veículos e a
criação de metas de devolução de mercadorias.
59

Recomenda-se que o estudo não se esgote, pois a organização eleva


fundamental importância no setor de transporte, e deve ser mantido e estudado mais
a fundo para aperfeiçoamento. Em pesquisas futuras recomenda-se realizar
questionários específicos para verificar se as deficiências identificadas foram
melhoradas tornando-se em vantagens para o transporte, criando um referencial
frente as concorrências.
Em suma, a proposta de melhoria no setor de transporte e na logística de
distribuição da Aliança Distribuidora de Alimentos oferecerá um controle maior na
qualidade de suas operações no setor de transporte, proporcionando maior
segurança no seu funcionamento e nas corretas operações de transporte de
mercadorias.
60

REFERÊNCIAS

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transporte. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-
se/artigos/porque-cresce--no-brasil-a-terceirizacao-no-sistema-de-
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VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo:


Atlas, 2009.
62

APÊNDICES
63

APÊNDICE A – APARELHO CELULAR SISTEMA WINDOWS MÓBILE

Foto - Aparelho celular sistema windows móbile

FONTE: O autor.
64

APÊNDICE B – MONTAGEM DO PEDIDO DE VENDA VIA SISTEMA

Foto - Montagem do pedido de venda via sistema

FONTE: O autor.
65

APÊNDICE C – RELATÓRIO DE SEPARAÇÃO DE MERCADORIAS

Foto - Relatório de separação de mercadorias

FONTE: O autor.
66

APÊNDICE D – RUAS DO DEPÓSITO DA ALIANÇA DISTRIBUIDORA


DE ALIMENTOS

Foto - Ruas do depósito da Aliança Distribuidora de Alimentos

FONTE: O autor.
67

APÊNDICE E – MERCADORIA SEPARADA AGUARDANDO


CONFERÊNCIA

Foto - Mercadoria separada aguardando conferênca

FONTE: O autor.
68

APÊNDICE F – REGIÕES DE ENTREGA (PRODUTOS PRONTOS


PARA ENTREGA)

Foto - Regiões de entrega (produtos prontos para entrega)

FONTE: O autor.
69

APÊNDICE G – MAPA FINANCEIRO DE ENTREGA

Foto - Mapa financeiro de entrega

FONTE: O autor.

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