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RESENHAS CRÍTICAS

Cariacica – ES

2022
Ingryd de Sousa Dantas

Isabella Christine Carlos da Silva

Jhonatan Lucas Boone Caldas

Thais Fabris da Silva

Wigna Mylena Azevedo Silva

RESENHAS CRÍTICAS

Trabalho apresentado ao Curso de


Psicologia da Faculdade Multivix,
como requisito parcial a obtenção de
resultado na disciplina de Saúde
Mental.

Professor(a): Fabiana Teixeira de


Oliveira

Cariacica – ES

2022
Análise crítica do personagem de “Brilho Eterno de uma
Mente sem Lembranças

A narrativa do filme se constroi através do término de um


relacionamento, com ênfase em uma reflexão do que somos capazes
de fazer para esquecer um antigo amor. Joel Barrish, personagem
interpretado pelo ator Jim Carrey, é um homem reservado e, que
rotineiramente expressa seus sentimentos através de desenhos e pela
escrita em seu diário. Ao saber que sua ex-namorada pagou para
apagá-lo de sua memória, Joel, resolve submeter-se ao mesmo
processo.

Em meio ao processo, Joel, encontra-se indeciso enquanto viaja


por seus pensamentos. Os acontecimentos se dão de forma aleatória,
onde futuro, passado e presente se confundem; uma metáfora à
própria mente. Joel, durante todo o drama, nos apresenta uma reflexão
sobre o modo como as lembranças podem provocar dor e desespero –
por vezes, nos levando a decisões tomadas por impulso, em uma
tentativa de fuga desses pensamentos. Isto é, o esquecimento surge
como justamente essa possibilidade de fuga/libertação.

Codifiar, armazenar e evocar as experiências, impressões e


fatos que ocorreram em nossas vidas, essa é a definição básica de
memória (Dalgalarrondo, Paulo. 2019). Assim dizendo, as
características mnmênicas de sua constituição psíquica. E, como Joel
– ao pereceber que cometeu um erro ao querer apagar sua amada de
sua memória, fica evidente o papel e a importância das lembranças
(memória) para o sujeito. Pois, em meio a tentativa do esquecimento,
Joel percebe que “ele” também está sendo perdido no processo,
quando diz: “Você está apagando ela de mim. Você está me apagando
dela”.
Análise Crítica do personagem de “Loucura de Amor”

A priori, é imperioso destacar que a sociedade hodierna, precipuamente,


está se caracterizando pela presença demasiada de vastas máculas sociais, isto
é, estigmas, os quais, muitas vezes, impedem o avanço do corpo social, cujo
avanço far-se-á, em um plano idealizador, por meio de uma sociedade mais
tolerante, equitativa, empática e idônea.

Sob esse prisma, saliente-se que o presente filme resenhado à luz da


perduração de um estigma na sociedade, um humor satírico, o qual é respaldado
por um romance abalizado, concomitantemente, por uma mensagem crítica e
conscientizadora, isto é, fato de Adrí, interpretado pelo ator Álvaro Cervantes, ter
rompido com premissas errôneas e de menoscabo para com os pacientes com
problemas psíquicos demonstrar-se-ia a quebra de um estigma de forma
empírica, na qual o subjetivismo de um ente outrora arraigado por preconceitos
foi aflorado à medida que o vislumbre dos pacientes, como pessoas com
sentimentos e vidas, se acentuou abriu, portanto, um espaço para uma posição
e visão mais empática.

Nessa senda, preceitua-se elencar que o personagem juntamente com


Carla, personagem interpretada por Suzana Abaitua, veem um no outro a
disparidade, ao mesmo tempo, preenchida pela paixão, nesse sentido,
observarse-ia que o lirismo interposto pelo romance entre os dois personagens
visa dirimir com as diferenças impostas pela própria sociedade e visa
conscientizar os entes, por meio do despertar crítico e subjetivo de Adrí, que os
entes, os quais apresentam comportamentos disfuncionais em decorrência de
mazelas psíquicas não podem ser tratados de forma inferior ou segregadora, pois
seus direitos, dentre os quais, o direito à dignidade imiscuem,
concomitantemente, à garantia do bem-estar individual e social, cuja garantia far-
se-á pelo Estado, conforme Aristóteles dispõe em sua obra “Ética e Nicômaco”,
por outro lado, apesar dessa responsabilidade estatal é de suma importância que
haja a participação da sociedade, para o desiderato de corroborar com o status
quo concernente à uma sociedade igualitária e reconheça que todos possuem o
direito à uma vida digna e feliz.

Não obstante, cabe salientar que um dos principais fatores, os quais são
desenvolvidos e merecem uma análise assídua, no presente filme, dizem
respeito à presença da família dos pacientes da clínica psiquiátrica, por um lado,
observar-se-á o olhar empático da parentela para com os pacientes, contudo, por
outro lado, averiguar-se-á, concomitantemente, um falso juízo de valor as
doenças e transtornos dos pacientes, isto é, o tratamento das doenças psíquicas
como algo fácil de ser realizado e algo que não possui tanta importância , desse
modo, essa premissa seria uma espécime de inferiorização das doenças
mentais, realidade essa, a qual ainda perdura na sociedade contemporânea.

Além do mais, cumpre ressaltar, desse modo, que o filme, de forma leve,
robustece a necessidade da problemática atinente às doenças mentais na
sociedade, dito isso, o gênero comédia romântica perpassa a dicotomia
albergada no clichê, oriundo desse gênero, a qual ora é formada por triângulos
amorosos, ora formado pelo casal que não gostam um do outro e no final
descobrem que se amam, em suma, esse gênero “romance” é arraigado, em
demasia, pela superficialidade que as relações estão se desenvolvendo na
modernidade líquida. Contudo, não se observou tal característica no presente
filme, à medida que tratar-se-á da busca de um amor sem considerar os estigmas
associados às doenças mentais.

Para aquém disso, ao longo do filme, o qual apesar de leve, não restringe
discussões do âmago da psicologia e do direito, poder-se-á observar a presença
de personagens coadjuvantes, os quais vinculam, em sua subjetividade humana,
história e estigmas, dentre os quais, a família e a própria doença mental, mais
adiante, ao mesmo tempo, observa-se a afetividade e o desenvolvimento do
nascimento altruísta em Adrí, o qual, por meio do contato com os demais
pacientes da clínica, reconhece em cada um deles sujeitos detentores de
importância, de subjetividade e dignos. Portanto, em suma, a presente resenhista
ressalta que os estigmas sociais não devem ser inibidores do status quo
concernente ao direito à uma vida digna e feliz.
REFERÊNCIA

ORDEN, Dani. Loucura de Amor. 2021.

GONDRY, Michel. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. 2004.

DALGALARRONDO, Paulo; Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos


Mentais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.

ARISTÓTELES; Ética e Nicômaco. 1 ed. Jandira Principis, 2021.

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