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TRANSMISSÃO DE FORÇA E POTÊNCIA
Prof. Eng. Wladimir Borges
TRANSMISSÃO DE VEÍCULOS E MÁQUINAS II
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A caixa do conversor de torque é aparafusada ao volante do motor, de
forma que funcione na mesma velocidade que ele. As aletas que geram a
compressão do conversor de torque são anexadas à caixa, de forma que
também funcionem na mesma rotação que o motor. O corte abaixo mostra
como tudo está conectado dentro do conversor de torque.
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O fluido entra nas lâminas da turbina, que está conectada ao câmbio. A turbina
faz com que o câmbio gire, e o carro se mova. Você pode observar no gráfico O fluido deixa o centro da turbina, movendo-se em uma direção diferente
abaixo que as lâminas são curvas. Isso significa que o fluido externo que entra daquela que entrou. Se você observar as setas na figura acima, verá que o
na turbina precisa de direção antes de sair do centro da turbina. É essa fluido sai da turbina movendo-se em direção oposta àquela que a bomba (e
mudança direcional que leva a turbina a girar. o motor) está girando. Se o fluido pudesse atingir a bomba, diminuiria
a rotação do motor, desperdiçando energia. É por isso que um conversor de
Bomba Turbina torque possui um estator. O estator envia o fluido que está retornando da
turbina à bomba. Isso melhora a eficiência do conversor.
Para rebater esse efeito, muitos carros possuem hoje conversor de torque
com um sistema de bloqueio. Este trava as duas metades do conversor de
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torque quando ganham rotação, eliminando a patinagem e reduzindo o do veículo, a pressão sobre o acelerador e a resistência à marcha, entre
consumo. Em geral, o bloqueio do conversor de torque só ocorre na última outros. Trata-se de um dispositivo eletro-hidráulico que determina as
marcha, mas de uns anos para cá ele foi estendido a mais marchas, até mesmo mudanças de velocidade; no caso das caixas de última geração, o controle
à primeira. É o caso do câmbio automático 7G-Tronic, de sete marchas, de realiza-o um controle eletrônico.
alguns automóveis Mercedes-Benz.
Enquanto a caixa de mudanças manual também conhecidas como
sincrônicas, compõe-se de pares de engranages cilíndricas, a caixa
automática ou hidramática funciona com trens de engrenagens epicicloidal
em série ou paralelo que constituem as diferentes relações de transmissão.
Nos sistemas modernos com câmbio automático a troca das marchas está
quase imperceptível ao motorista. Nos Estados Unidos desde a década de
1950 quase todos os veículos utilizam-se deste sistema. Este sistema se
opõe ao sistema de câmbio mecânico ou câmbio manual (que já
estudamos) mais comum no Brasil.
Funcionamento
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UTILIZANDO A MUDANÇA DE MARCHA Configuração
Seleção das mudanças nos diferentes sistemas – Uma transmissão automática Normalmente o câmbio automático apresenta as seguintes opções:
seleciona e muda as marchas, conforme necessário, sem intervenção do
motorista. Quer dizer: para conduzir um automóvel com câmbio automático, P - Park: para estacionar, recomendado para dar a partida e desligar
basta selecionar o movimento para frente ou para trás e acelerar. Num o motor do automóvel. Bloqueia as rodas de tração.
automóvel com este sistema de mudanças existem, portanto, apenas dois R - Reverse: marcha-a-ré.
pedais, um para acelerar e outro para frear. N - Neutral: ponto morto. Posição que pode ser usada ao dar a
Os diferentes sistemas de transmissão automática apresentam uma grande partida e desligar. Não bloqueia as rodas de tração.
variedade de bloqueio das engrenagens, sendo a sua seleção comandada, por D - Drive: para movimentar o veículo para frente, usado na maior
meio de uma alavanca. Em todos os sistemas, a alavanca de comando pode parte do tempo de direção.
adaptar-se a diferentes posições: N, para ponto morto; P, na maioria dos 2 - 1: Posições que permitem o bloqueio das marchas 2 e 1. O
modelos, para estacionamento, posição que inclui um dispositivo de bloqueio bloqueio é usado em situações extremas quando o veículo troca
(por questões de segurança apenas se pode dar a partida no motor numa várias vezes de uma marcha para outra. Por exemplo, em um aclive
dessas posições); R para marcha ré: D, para a marcha à frente, e L para manter acentuado, ao se colocar na posição 2, impede-se o veículo de
uma velocidade baixa. Um batente mecânico evita a inadequada seleção das automaticamente trocar para a posição 3. Dessa forma bloqueia-se
posições de marcha ré ou de estacionamento. PRNDL é a seqüência mais uma posição de marcha específica e não ocorre a troca automática
usual. Colocando a alavanca na posição D, obtém-se toda gama de mudanças entre elas. O mesmo procedimento é usado no freio motor, posição
da mais alta a mais baixa, utilizando todas as velocidades que imprimem 1.
movimento para frente. A seleção das mudanças depende não só de um
regulador comandado pela velocidade, mas também da posição do pedal do
acelerador.
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OVERDRIVE interruptor existente no painel ou na coluna da direção. Pode ser ligado ou
desligado sem intervenção da embreagem.
O overdrive, ou sobre marcha, consiste numa unidade, montada atrás da caixa
de mudanças, destinada a proporcionar uma velocidade, para além da prise, que Vantagens X desvantagens
permita uma marcha econômica a um baixo regime de rotações do motor, sem
redução da velocidade de deslocamento. Em comparação a caixa de cãmbio manual
Em alguns modelos de automóveis, o overdrive atua também em terceira, ou • Vantagens: facilidade, conforto, segurança, maior durabilidade do
mesmo em segunda, o que aumenta, para o motorista, as possibilidades de motor e de todos os componentes da transmissão (caixa, eixos,
escolha de redução. As unidades overdrive têm, em geral, um sistema de diferencial, etc).
engrenagens epicicloidais que inclui uma embreagem cônica acionada • Desvantagens: maior consumo (na tecnologia convencional de
hidraulicamente. Quando o overdrive não está em funcionamento, a embreagem conversor de torque e engrenagens planetárias; novas tecnologias
que está ligada à roda central, torna-se solidária – devido à mola – com a coroa como a CVT ou sistemas de embreagem automática não
circular, ligada ao eixo de saída. O suporte das engrenagens satélites, ligado ao apresentam aumento no consumo em relação ao câmbio manual) e
eixo da caixa de mudanças, faz girar todo o conjunto, obtendo-se assim uma custo elevado em relação ao câmbio mecânico (essencialmente pela
transmissão direta. baixa procura; observa-se o oposto em países nos quais a
Quando o motorista seleciona o overdrive, a embreagem fixa-se ao cárter popularidade do cambio automático é maior que a do câmbio
exterior e manual, como nos Estados Unidos).
impede o
movimento da CÂMBIO SEMI-AUTOMÁTICO
roda central. O câmbio semiautomático ou câmbio automatizado é um sistema que
O suporte das usa computadores e sensores para executar trocas de marchas, esse
engrenagens sistema foi projetado por montadoras de automóveis a fim de dar uma
planetárias melhor experiência de dirigibilidade, principalmente em cidades onde se há
gira então à uma grande troca de marchas pelo motorista.
volta da roda
central e, por
sua vez,
aciona a
coroa circular
a uma
velocidade
ligeiramente
superior à
superior à do
suporte. Em
conseqüência, o eixo de saída roda mais rápido que o eixo do motor.
O overdrive é comandado, elétrica ou hidraulicamente, por meio de um
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Direção da Ferrari F430, que usa borboletas para a troca de marchas é um (Renault), 2-Tronic (Peugeot), I-Shift (Honda), ou SMT (Toyota). Mas quem
exemplo de carros semi-automáticos. pensa que essa tecnologia é de hoje, está enganado, pois nos anos de
1961 até 1967, a DKW oferecia o seu câmbio semiautomático Saxomat para
Funcionamento toda a linha, só que o seu sistema funcionava por contrapesos e centrífuga.
A própria Fiat no final dos anos 90 já lançara também o Citymatic para o
Ao contrário do câmbio automático onde se usa o sistema de engrenagens Fiat Palio, mas não obteve sucesso.
planetárias que estão sempre engatadas entre si, no modelo semi-automático é
utilizado o mesmo sistema do modelo manual, com cada engrenagem Geralmente o câmbio semi-automático apresenta as opções abaixo,
representando uma marcha e sendo engatadas individualmente. lembrando que é sempre recomendável que na troca dessas opções o
motorista esteja pisando no freio:
Também ao contrário do câmbio automático que usa o conversor de torque no
lugar da embreagem para mudar a posição das engrenagens (mudando assim a • N (Neutral): Posição neutra de ponto morto que deve ser usada ao
marcha do carro), no modelo semi-automático utiliza-se um equipamento dar a partida e desligar. Não bloqueia as rodas de tração.
eletrônico para controlar a embreagem (eliminando a necessidade de utilização • R (Reverse): Marcha-a-ré.
do pedal) que também tem a função de ajustar o timing e o torque para fazer as • A/M (Automatic/Manual) ou D/M (Drive/Manual): Alterna entre o
trocas de marchas serem rápidas e suaves. modo de troca de marchas automático feito pelo computador; ou
manual, feito pelo motorista.
A posição das marchas pode ser do modelo do tradicional H do câmbio manual, • S (Sport): Botão que ativa o modo esportivo, usado para
contudo esse tipo de modelo raramente é usado, na maioria dos carros acelerações rápidas onde as marchas são mudadas a altas rotações
costuma-se usar o modelo de câmbio sequencial que pode estar localizada no (serve apenas para o modo automático).
mesmo local onde é colocado o câmbio manual, ou atrelado à direção (os • + e -: Utilizados para aumentar ou diminuir a marcha de modo
chamados paddle shifts ou "borboletas"). sequencial, é usada apenas para o modo manual, também podem
estar dispostos próximos a direção do motorista (os chamados
Atualmente muitos sistemas de câmbio semi-automático também podem operar paddle shifts).
como câmbio automático, deixando o computador de transmissão fazer as
trocas de marchas automaticamente, esses sistemas eletrônicos são VANTAGENS
aperfeiçoados a cada dia, alguns sistemas tem a função de diminuir as marchas
automaticamente em freagens mesmo no modo manual, alguns também tem a O câmbio semiautomático vem ganhando preferência devido ao custo de
função de se adaptar ao modo de dirigir do motorista. fabricação mais barato em relação ao câmbio automático, também por dar a
comodidade ao motorista de poder alternar entre o modo automático e
Configuração manual e por diminuir o desgaste dos freios já que quando o motorista pisa
no freio o sistema desengata as engrenagens.
Apesar do câmbio semiautomático ser um padrão de sistema de troca de
marchas, muitos fabricantes de automóveis usam sistemas diferentes de O sistema eletrônico também é projetado para minimizar o impacto do
detecção para troca de marchas em seus computadores, muitas fabricantes engate das marchas aumentando a vida útil das engrenagens em relação
mantém em segredo seus sistemas e patenteando seus nomes como Dualogic ao câmbio manual, também consegue diminuir o consumo de combustível já
(Fiat), Easytronic (Chevrolet), I-Motion (Volkswagen), Durashift (Ford), Quickshift que o equipamento sabe a hora certa de passar a marcha seguinte.
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TRANSMISSÃO DE MÁQUINAS Synchro > quer dizer sincronizada.
• Power Split
• Dyna Shift
• Powuer Shuttle
• Synchro Shift
• Synchro Shuttle
• Synchro Split
• Full;
• Automatic;
• Electronic;
• Dual;
• Twin;
Na tradução:
Split > quer dizer caixa de câmbio ou caixa de escalonamento, dividir, partir
TRANSMISSÃO HIDROSTÁTICA
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Vejamos agora alguns arranjos de transmissão aplicados em máquinas:
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DIFERENCIAL
O diferencial é um conjunto de elementos mecânicos, compostos por A seguir, mostramos a vista explodida de um diferencial e a nomenclatura
engrenagens, eixos e semi-eixos, dispostos em sistema planetário que tem de seus componentes.
finalidade de promover a diferença de rotação nas rodas em curvas e também é
responsável pela mudança de direção do movimento vindo da caixa de marchas
e além de atuar como um redutor de velocidade, produzindo melhor torque de
saída.
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Uma das principais funções do diferencial é promover uma diferença de rotação As partes fixas e em movimento do diferencial são vista na ilustração a
entre as rodas, para evitar a inconveniente patinação em curvas. Quando em seguir, quando o veículo faz curva.
curva, o diferente deslocamento percorrido pela roda interna à curva e a externa
à curva, faz a roda interna à curva patinar, sem o advento do diferencial.
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RECOMENDAÇÕES BÁSICAS DE MANUTENÇÃO DE CAIXAS DE CÂMBIO.
As partes móveis e fixas do diferencial quando o veículo se desloca em linha Rolamentos de roletes cônicos e seus respectivos anéis externos
reta, são observadas na ilustração a seguir. não devem ser permutados e somente substituídos em conjunto.
8. A transmissão de uma
carregadeira de rodas tem 3
marchas a avante e 3 marchas
a ré, conforme mostra o
quadro de sua transmissão
lógica. Se a 2ª marcha avante
não estiver engatando, qual(is)
pacote(s) de embreagem (ns)
você deverá examinar para
dirimir o defeito?
EXERCÍCIOS
1. Um conversor de torque é um engenhoso mecanismo que tem a finalidade de: 10. Na figura a seguir
a) um reversor hidráulico b) substituir o diferencial mostramos o interior de
c) gerar energia mecânica d) uma embreagem hidráulica um diferencial. Descreva
e) ser conjugado a transmissão mecânica. para onde o veículo está
se movimentando.
2. Os elementos que compõem um conversor de torque são:
a) estator, propulsor e bomba b) propulsor, impulsor e bomba
c) estator, turbina e bomba d) propulsor, estator e impulsor
e) turbina, propulsor e estator.
3. Um dos elementos constituinte do conversor de torque, tem a finalidade de
movimentar o óleo hidráulico e gira com o motor. O elemento em questão é:
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