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Freios Eletromagnéticos

Prof. Isaac Sousa

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SUMÁRIO

1- A IMPORTÂNCIA DA FRENAGEM NAS MÁQUINAS


ELÉTRICAS 2- O QUE É A FRENAGEM ELETROMAGNÉTICA?

3- FRENAGEM POR CONTRA CORRENTE

4- FRENAGEM DINÂMICA

5- SISTEMA MOTOFREIO

6- FRENAGEM A DISCO

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1- A IMPORTÂNCIA DA FRENAGEM NAS MÁQUINAS ELÉTRICAS

Como já comentado em aulas passadas,


o
MIT é o motor mais utilizado na
indústria.
Atualmente existem cerca de 20
milhões de
unidades desses motores funcionando
pelo
Brasil. Isso devido a uma série de vantagens,
como por exemplo o baixo custo de
aquisição e manutenção, montagem,
fabricação e também pela simplicidade em
relação a outros motores. MIT

Já havíamos falado inclusive sobre os principais tipos de


acionamentos que essas máquinas podem ter, mas ainda não sobre
a sua frenagem. Desta forma, nessa aula vamos tratar sobre esse
tema, pois, em muitas aplicações o processo de frenagem é tão
importante quanto o de acionamento.
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1- A IMPORTÂNCIA DA FRENAGEM NAS MÁQUINAS

ELÉTRICAS Exemplo de aplicações:


Urdideira Betoneira

2- O QUE É A FRENAGEM ELETROMAGNÉTICA?


Chamamos de frenagem eletromagnética o processo de freiarmos
o giro do rotor de uma máquina elétrica, utilizando os fenômenos
do eletromagnéticos para realizar a sua parada definitiva ou
parcial, para podermos realizar a inversão no sentido de giro do
rotor, travar uma carga numa posição, etc.
No motor de indução trifásico (MIT), a sua frenagem pode ser feita
basicamente de quatro formas:
Frenagem por contra corrente;
Frenagem Dinâmica;
Sistema Motofreio;
Frenagem a disco;

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3- FRENAGEM POR CONTRA CORRENTE

Este método de frenagem recebe esse nome devido tratar-se da


inversão das correntes que circulam pelo estator do motor de
indução trifásico (MIT), invertendo assim o sentido do torque
eletromagnético produzido pelo motor.
Para a aplicação deste método, primeiro desliga-se a alimentação
do, e inverte-se duas quaisquer fases por um curto período de
tempo, somente o suficiente para inverter o sentido torque, e em
seguida desligá-lo novamente e aguardar sua parada por inércia
que acontecerá de maneira mais rápida do que o normal.
Como principal desvantagem desse método, podemos citar o fato
de estarmos invertendo o sentido de giro do motor com carga, pois
nem sempre isso é possível. Logo, esse método só pode ser feito
em algumas aplicações e com muito cuidado.
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Circuito de comando Circuito de força

4- FRENAGEM DINÂMICA

A frenagem dinâmica tem larga aplicação nos circuitos de reversão


do MIT, uma vez que normalmente quando o motor atinge o
regime pleno de funcionamento, nesta ocasião o mesmo vem
operando com praticamente toda a carga aplicada ao seu eixo
mecânico, e por conseguinte, se a reversão rápida fosse aplicada
bruscamente ao sistema, poderia danificar todo o conjunto motor
máquina.

Neste tipo de frenagem o enrolamento estatórico do motor é


submetido a uma tensão contínua, a qual não produz campo
girante. A corrente contínua que circulará pelo motor deve possuir
valor compatível com a corrente nominal da máquina, que ao ser
aplicada a dois terminais quaisquer do enrolamento do estator, irá
produzir um campo magnético fixo.

Diagrama de força para frenagem dinâmica


Neste tipo de frenagem, a
injeção de corrente
contínua deve ser feita por
um curto período de
tempo, pois o MIT tende a
aquecer bastante nesse
sistema, podendo assim
comprometer o isolamento
dos enrolamentos do
motor.

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Na frenagem dinâmica a alimentação do MIT passa subitamente da
alimentação CA para CC, nesta situação ocorre que a velocidade do
campo girante cai imediatamente a zero, mais o rotor tende a continuar
girando por causa da inércia do sistema, assim o escorregamento da
máquina passa a ser negativo, logo, os pólos produzidos nas bobinas do
estator atraem os pólos contrários produzidos no rotor, produzindo
uma frenagem praticamente instantânea do motor.

NS
NR

NS > NR

Ns e Nr em funcionamento
normal do MIT Pólos se atraindo no instante de
frenagem do MIT
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Diagrama de comando para frenagem dinâmica


O acionamento do freio pode ser
efetuado através de um botão de
comando NA (botão liga-freio)
intertravado com o botão desliga
(NF) do motor (botão conjugado
b21), ou através de um botão de
pedal que deve ser também
intertravado com o botão b0. Ao
acionar o botão desliga,
simultaneamente está se
acionando o freio, por
conseguinte, tão logo o motor
para, solta-se o freio e o circuito
volta a ficar apto para uma nova
partida, só que agora revertendo
se o sentido de rotação através
do botão b2.
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O dimensionamento do sistema de frenagem dinâmica é feito


basicamente com o cálculo do transformador monofásico e da ponte
retificadora utilizada no sistema. Esse transformador é utilizado como
abaixador de tensão e fornece alimentação para uma ponte retificadora
de diodos (tipo onda completa). Recomenda-se utilizar um trafo com
tensão secundária em torno de 10 a 20% da alimentação do motor
(tensão nominal e potência aparente)
Trafo
abaixador
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Exemplo:

Dimensione o transformador e a ponte de diodos para serem utilizados


na frenagem dinâmica de um MIT 5CV, 220V~60Hz, 14A; ligado em
delta?
Solução:
20% de 220V = 44V Podemos utilizar trafo monofásico com tensões de
220/48V (Equipamento com valores vendido
comercialmente)
Potência aparente (S) = 3 x 220 x 14 ≅ 5334,72 VA
Logo, 20% de S = 0,2 x 5334,72 = 1066,9 VA
Valor
Assim, podemos utilizar um trafo comercial
monofásico de 1kVA~220/48V
Para dimensionamento da ponte retificadora, utilizamos a metade da
corrente prevista no secundário do transformador.
I ponte diodos = 0,5 x (1000/48) ≈ 10A
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5- SISTEMA MOTOFREIO

Consiste na utilização de um MIT com uma bobina acoplada à carcaça


e um disco metálico fixado no eixo traseiro do motor. É ideal para
equipamentos onde são exigidas paradas rápidas por questão de
segurança, posicionamento preciso e economia de tempo.
Este tipo de sistema de frenagem
geralmente é adquirido junto com
o motor no ato da sua aquisição,
mas nada impede a sua instalação
posteriormente, desde que
observado todas as características
do motor como modelo (tipo de
carcaça), potência nominal,
MIT com motofreio carga.
tensão, corrente e o torque da
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Princípio de funcionamento do Motofreio:


Ao desligar o motor da rede elétrica, é interrompida também a
corrente da bobina do freio, que deixa de atuar. Com isso, as molas de
pressão empurram a armadura na direção do motor fazendo com que
o disco de frenagem seja comprimido entre a armadura e a tampa
traseira, freando o motor. Quando o motor é ligado, energiza-se
novamente a bobina de freio do sistema, liberando o rotor do motor
para girar.
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Princípio de funcionamento do Motofreio:


A alimentação da bobina do freio é feita por corrente contínua, que
pode ser fornecida diretamente por uma fonte de tensão contínua ou
por uma ponte retificadora, que transforma a corrente alternada em
contínua e filtra os picos indesejáveis de tensão permitindo um rápido
desligamento da corrente elétrica.
Se a alimentação da bobina do freio for realizada por corrente contínua,
esta deve ser conectada diretamente aos terminais do freio.
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Componentes do sistema Motofreio:


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Componentes do sistema Motofreio:


O motofreio pode possuir uma alavanca de destravamento manual,
que permite que o eixo do motor possa ser liberado em casos de
emergência ou falta de energia.

Em condições normais de operação do motor a alavanca não pode


estar acionada.
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Diagrama de força para o sistema Motofreio


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Diagrama de comando para o Motofreio


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De acordo com o fabricante WEG (por exemplo), para encontrar o


modelo de motofreio desejado, segue-se os seguintes passos:
1. Determinar o motor e o freio: Nesse passo definimos em qual
ambiente o equipamento será empregado, de modo a selecionar o motor
com as melhores características eletromecânicas para a aplicação. Deve
se verificar também o tipo de freio, informando qual será a tensão de
alimentação e o torque de frenagem necessário.

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2. Definir a temperatura ambiente: de acordo com a temperatura
ambiente que o motor irá operar, pode-se determinar o sistema de
resfriamento mínimo ideal para a operação do freio, conforme tabela
abaixo.

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3. Especificar o grau de proteção: os invólucros dos equipamentos
elétricos, conforme as características do local em que são instalados
e de sua acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de
proteção. Assim, por exemplo, um equipamento a ser instalado num
local sujeito a jatos d’água, deve possuir um invólucro capaz de
suportar tais jatos, sob determinados valores de pressão e ângulo de
incidência, sem que haja penetração de água. A Tabela abaixo indica
o sistema de resfriamento mínimo necessário para garantir o grau de
proteção.

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4. Definir o torque de frenagem. Pode ser definido por um Torque
nominal (torque padrão) conforme tabela abaixo.

Atenção: O torque nominal de freios eletromagnéticos somente é


alcançado após um curto período de operação, quando ocorre o
assentamento completo do disco de frenagem.
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6- FRENAGEM A DISCO

O sistema de Freio a disco ou Freio por Ação de Correntes Induzidas, é


um tipo de freio que utiliza o principio da criação de correntes
induzidas para produzir força magnética frenante.

Nesse sistema ao circular uma


corrente i
por uma bobina envolvida num
circuito
ferromagnético, no qual possui um
entreferro, e nesse espaço há um
disco
metálico preso no eixo do motor,
correntes induzidas surgirão nesse
disco,
e a interação dessa corrente com o
campo magnético presente no entreferro
fará surgir uma força magnética contrária
à rotação do motor freiando o Sistema de freio a disco
movimento.
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6- FRENAGEM A DISCO
Entre polos

Freio de Foucault
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Os diagramas de força e comando elétrico para acionamento do


sistema de freio a disco é muito similar ao do sistema de frenagem
motofreio, a diferença está no fato de que o sistema de frenagem só é
ligado após a desenergização do motor, ao contrário do motofreio que
permanece ligado com a máquina funcionando.
Diagrama de força Diagrama de
comando
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OBRIGADO!

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