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MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE CHAVE MAGNÉTICA PARA PARTIDA

DE MOTOR TRIFÁSICO COM FRENAGEM POR CORRENTE RETIFICADA

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ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM I

Introdução

Algumas máquinas operatrizes, devido a sua função ou por medida de segurança


operacional, necessitam de um sistema que possibilite diminuir a sua velocidade de
funcionamento ou mesmo uma parada instantânea. Para que isto se tornasse possível,
foram desenvolvidos alguns sistemas de frenagem mecânico ou eletromagnético, que
atendessem a estas necessidades.

Em máquinas que são movimentadas por motores elétricos os sistemas de frenagem são
de grande aplicação.

Dando continuidade ao estudo dos sistemas de frenagem de motores elétricos, vamos


analisar os sistemas de frenagem por Corrente Retificada.

SISTEMA DE FRENAGEM POR CORRENTE RETIFICADA

É o sistema no qual o dispositivo de frenagem é acionado por corrente contínua. Pode


apresentar-se de duas maneiras:

 Por disco de fricção;


 Por injeção de corrente contínua no bobinado do motor.

Sistema de Frenagem por Disco de Ficção

É o sistema de frenagem no qual um eletroímã atua sobre um sistema mecânico que


executa a frenagem do motor. A frenagem por disco de fricção é de construção robusta,
com poucas partes móveis que asseguram um perfeito funcionamento com um mínimo
de manutenção.

O dispositivo de frenagem é composto de um disco de dupla face, fixo ao eixo do rotor


sobre o qual atuam as lonas de atrito, acionadas pela ação de um eletroímã em conjunto
com o sistema mecânico.

A bobina do eletroímã, normalmente envolta em resina epóxi, é alimentada por corrente


contínua obtida através de um sistema de retificação de onda completa.

Este tipo de dispositivo de frenagem pode apresentar-se de diversas formas, sendo,


porém, classificados em dois grandes grupos, quanto ao seu funcionamento:

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A) Frenagem por Interrupção da Alimentação da Bobina do Eletroímã

Neste sistema de frenagem, quando interrompemos a alimentação dos terminais do


motor, por um dispositivo de comando, também é interrompida a alimentação da bobina
do eletroímã.

Ao ser interrompida a alimentação da bobina do eletroímã, este libera a armadura na


qual está fixa uma das lonas de atrito.

REGULAGEM ELÉTRICA

A regulagem elétrica possibilita realizar variações no tempo de frenagem do motor


através de variações na ligação do circuito do eletroímã. Essas variações na ligação do
circuito do eletroímã possibilitam uma frenagem lenta, média ou rápida.

Frenagem Lenta

Para se obter esta forma de frenagem, devemos alimentar o sistema de retificação


diretamente aos bornes do motor, sem o emprego de nenhum dispositivo de interrupção.
Esta 1igação possibilita um retardo no tempo de frenagem. Isto ocorre porque, quando
desalimentamos o motor, o seu rotor ainda permanece em movimento por inércia. E a
energia mecânica, armazenada no rotor em movimento, é convertida em energia elétrica
nos enrolamentos do estator. Com isto o sistema de frenagem permanece ainda
energizado por um breve instante, opondo-se à liberação da âncora do eletroímã.

Frenagem Média

Quando se desejar uma frenagem um pouco mais rápida, deve-se empregar um contato
fechador, do próprio contator de comando do motor, para a interrupção da alimentação
do sistema de retificação de corrente, de maneira que, no momento em que
desalimentamos o motor, seja também desalimentado o sistema de retificação. Mas,
mesmo assim, haverá um pequeno retardo na liberação da âncora do eletroímã. Isto
deve-se ao fato que o campo magnético da bobina que era fixo, varia bruscamente.

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Frenagem Rápida

Para uma frenagem rápida, deve-se intercalar um contato fechador, do próprio contator
de comando do motor, entre uma das saídas do sistema de retificação e a bobina do
eletroímã. Com esta ligação, e ao interrompermos a alimentação do motor, também
interrompemos a alimentação da bobina do eletroímã. Desta forma a âncora do
eletroímã é liberada instantaneamente, pois neste caso, o circuito da bobina é
interrompido, não mais havendo circulação de corrente. Como resultado, o tempo de
frenagem será três vezes menor que a frenagem média.

A escolha do tipo de ligação do sistema de frenagem deverá ser efetuada em função das
necessidades de cada equipamento em que for empregado este motor.
Ao ser liberada a armadura do eletroímã, esta, por intermédio de um sistema de molas,
irá pressionar e deslocar o disco de fricção contra a segunda lona de atrito fixa à tampa
do motor, freiando-o até que o motor pare.

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A frenagem por sistema de interrupção da alimentação do eletroímã possibilita uma
regulagem mecânica e uma regulagem elétrica para o tempo de frenagem do motor.

REGULAGEM MECÂNICA

Possibilita uma parada mais suave do motor, pela retirada de algumas das molas que
pressionam a armadura do eletroímã contra o disco de frenagem. Porém, na execução
deste processo, deve-se ter o cuidado para que as molas restantes permaneçam
simetricamente distribuídas, para evitar pressões não uniformes no momento da
frenagem.

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B) Frenagem por alimentação da bobina do eletroímã

Neste sistema de frenagem, quando desalimentamos o motor, um dos dispositivos de


comando alimenta a bobina do eletroímã. Ao ser alimentada à bobina do eletroímã, este
atrai a sua armadura, que está fixa a um dispositivo mecânico com lonas de atrito. A
armadura ao ser atraída pelo eletroímã, aciona o dispositivo mecânico, fazendo com que
as lonas de atrito sejam deslocadas e pressionadas contra o disco de fricção fixo ao eixo
do motor, freiando-o até a parada total do motor.

Sistema de frenagem por injeção de corrente contínua no bobinado do motor

É o sistema de frenagem na qual se alimenta o bobinado do motor com corrente


contínua, no momento em que é interrompida a alimentação em corrente alternada.

A frenagem por injeção de corrente contínua no bobinado do motor é de construção


simples e eficiente, não requerendo motores com dispositivos mecânicos especiais. O
circuito deste sistema de frenagem é montado junto ao circuito de alimentação do
motor, podendo ser adaptado a qualquer circuito de comando de motores alimentados
em corrente alternada.

Este circuito de frenagem é composto de um transformador redutor de tensão e de um


sistema de retificação acionados por contatores de comando.

Desta forma haverá uma auto-indução na bobina do eletroímã. E, estando o circuito


fechado através dos diodos retificadores permanecerá circulando no circuito uma
pequena corrente, capaz de retardar a liberação da âncora. Esta forma de ligação permite
um tempo de frenagem três vezes menor do que a frenagem lenta.

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Nº. ORDEM DE EXECUÇÃO
1 Selecione os dispositivos – Ref. FIT. 85-90
2 Teste os dispositivos – Ref. FIT. 58-61-70
3 Monte os dispositivos no painel
4 Execute as conexões do circuito de comando
5 Teste o circuito de comando
6 Execute as conexões do circuito principal – Ref. FIT. 97
7 Verifique o funcionamento da instalação

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COMUTAÇÃO POLAR DE MOTOR DAHLANDER COM CONTATORES
COMANDADOS POR BOTÕES

Comutação polar de motor Dahlander com contatores comandados por botões é o que
ocorre quando se pulsa o botão b1 ou b2, para se desencadear uma série de operações
eletromecânicas que vão acionar o motor numa dada velocidade (rpm), de acordo com o
número de seus pólos.

SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

Partida do motor em baixa rotação

Pulsando-se b1, este energiza C1 (a-b), que se mantém por seu contato de selo C1 (13-
14), e abre-se C1 (31-32), que intertrava C2 (a-b) e C3 (a-b). O motor é acionado em
baixa rotação.

Partida em alta rotação

Pulsando-se o botão conjugado b2, o contato b2 (1-2) é aberto, desenergizando C1.


Simultaneamente, o contato b2 (3-4) é fechado, e C2 fica energizado por b2 (3-4) e C1
(31-32), e se mantém por C2 (13-14); C2 (23-24) energiza C3, e o motor parte em alta
rotação.

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