Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CAMPUS LIBERDADE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM LINGUÍSTICA

Disciplina: Memória e discurso em textos literários: questões de


intertextualidade

Professora: Dra. Beatriz Maria Eckert-Hoff

Lirane Rossi Martinez

MEMORIAL ACADÊMICO

São Paulo
Dezembro/2016
1 Introdução

Este memorial integra-se à disciplina de Memória e discurso em textos


literários: questões de intertextualidade, da Professora Dr.ª Beatriz Maria Eckert-
Hoff, no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Linguística da Universidade
Cruzeiro do sul. “O termo e a forma memorial confundem-se com memória; na
verdade, os dois prendem-se à capacidade humana de retenção de fatos e
ideias. Essa retenção pode ligar-se à história individual ou apresentar o
desenrolar de acontecimentos de interesse coletivo.” (MICHELETTI, 1997, p.
57).
O objetivo deste texto é traçar o percurso acadêmico de uma estudante
de mestrado, ou seja, “EU - Lirane Rossi Martinez”, buscando
levantar/rememorar os principais acontecimentos e impressões sobre a
aprendizagem durante minha formação, desde meus primeiros passos até os
dias atuais. Porém seria impossível relembrar e escrever todos os fatos
ocorridos, dessa forma, serão apresentados alguns recortes que se mostram
representativos para mim, neste momento em que escrevo.

A memória se faz de história e de ficção ao fazer história e ficção: cada


vez que relembramos o passado, ou acreditamos fazê-lo, nós o
transformamos, nós o inventamos ou a ele acrescentamos novos
traços, novos fios que acreditamos, estavam esquecidos, apagados...
(CORACINI, 2011, p. 39).

Entre fatos e novos traços, para iniciar o relato, começaremos pelo


nascimento que ocorreu no dia 27 de outubro de 1973, na Santa Casa de
Misericórdia do Município de Martinópolis, localizado no oeste do estado de São
Paulo, distante a 35 km de Presidente Prudente [a maior cidade da região] e a
494 km da capital. De acordo com o site da Prefeitura Municipal de Martinópolis,
o município contava em 2015 com uma população estimada em cerca de vinte e
cinco mil habitantes. Fui registrada pelos meus pais como Lirane Rossi, sendo a
primeira filha entre três do casal. Hoje moro na Capital do estado, porém a família
vive até hoje em Martinópolis.
A “[...] memória diz respeito ao povo, à nação, o que significa afirmar que
é a memória coletiva, tomada no decurso do tempo, que se vê valorizada [...]”
(CORACINI, 2011, p. 26). A família então está inserida nesta memória coletiva.
Por falar na família, os “Rossi”, como são chamados até hoje, eram imigrantes
italianos que chegaram ao município de Martinópolis, por volta da década de 40,
depois de passarem por algumas fazendas de café em outras regiões do estado.
Como não tinham dinheiro para aquisição de terras, a família começou a
trabalhar em regime de empreitada, onde o empreiteiro recebia certo número de
alqueires de mata nativa, que deveria derrubar, porém, toda a madeira de lei
deveria ser entregue ao proprietário. A família também trabalhava nas lavouras
do proprietário, recebendo pagamento por produtividade.

O desbravamento e colonização de muitas regiões e cidades


ocorreram devido aos imigrantes, ávidos por conquistar novas terras,
ainda baratas e acessíveis. Tinham conhecimento que as dificuldades
iniciais seriam enormes, principalmente a derrubada da mata virgem,
os primeiros plantios, a habitação improvisada. Mas nada detinha o
sonho de ser dono de seu próprio pedaço de terra. (DALTOZO, 2014,
p. 23).

Com o trabalho foi possível adquirir cada vez mais terras e quando eu
nasci meu avô Ângelo Rossi já era dono de suas próprias terras, a Fazenda
Cruzeiro do Sul, lugar onde fui criada e morei até meus 14 anos.

2 Ensino Fundamental (primeiro grau)

O início da minha formação foi na escola rural de uma fazenda vizinha, a


EEPG (emerg.) Fazenda Fachiano, onde a professora Yolanda [não guardo
memória do seu sobrenome] lecionava. Por falta de alunos, a escola estava para
fechar, portanto a professora visitou cada uma das casas nas fazendas vizinhas
buscando alunos para completar seu quadro.
Como a memória se faz de esquecimento, se faz no e pelo outro, no Outro,
sendo, ao mesmo tempo, social e singular (CORACINI, 2011, p. 41), recorri a
meus pais para o seguinte relato: Foi no início de 1980 que a professora visitou
a casa de meus pais e pediu para que eles me matriculassem na escola. Minha
mãe [pelo que me contou para este relato] não estava muito feliz, pois eu era
muito pequena [completaria 7 anos apenas em outubro] e a escola ficava a uma
distância de 3 quilômetros da minha casa e eu deveria ir à pé. Para encurtar a
distância, eu cortava caminho por dentro das fazendas, passando por cercas de
arame farpado, no meio do gado e de plantações [seta vermelha na imagem que
segue]:
Imagem 1 – distância entre minha casa e a escola rural pela estrada de
terra e o caminho alternativo em destaque vermelho.

Fonte: Google mapas

Então fui matriculada e comecei a estudar. Fui com material impecável,


tudo novinho, comprado para o início das aulas e eu não tinha a menor ideia do
que estava fazendo ali quando cheguei, não sabia segurar o lápis, não sabia
para que servia uma borracha e muito menos um apontador, no primeiro erro
durante a cópia, tentei apagar o que havia feito passando o dedo sobre o que
havia escrito e levei uma bronca da professora que me mandou usar a borracha
[mas eu nem sabia o que era aquilo]. Apesar de ser filha de professor, eu nunca
fui ensinada em casa sobre ler e escrever ou apresentada aos materiais
utilizados para tal tarefa. Não foi tarefa fácil para a professora, principalmente
porque a única sala de aula era divida em três faces, cada uma com uma lousa
e a série que a acompanhava virada para ela. Eram a primeira, a segunda e a
terceira séries, é quase impossível de imaginar como aquela professora
conseguiu alfabetizar um grupo de crianças enquanto dava aula para outros dois
grupos.

O professor, formado em escola normal, não recebia nenhum


treinamento específico para atuar nessas escolas rurais isoladas. Além
da dificuldade de locomoção, havia falta de materiais didáticos
adequados. [...] As classes eram mistas, junto estudavam alunos de
primeira, segunda e terceira séries no mesmo espaço físico. A
professora dava lição para uma série, enquanto eles faziam, dava
aulas na lousa para a outra série e assim por diante. (DALTOZO, 2014,
p.108).
Também era da professora a responsabilidade por preparar e servir a
merenda [cada dia tinha alguma coisa diferente, como sopa de feijão, macarrão
com carne moída, sopa de fubá com carne moída – acredito que estes eram os
que eu gostava, pois não me recordo de outros], para beber tínhamos leite com
achocolatado ou leite com “Quick” morango [esse eu detestava – ainda detesto,
não posso sentir nem o cheiro]. Além disso, tinha que manter tudo limpo e
arrumado. É engraçado escrever sobre meu passado, parece que assisti a um
filme e tento narrar o que vi. “[...] memórias de um passado que (não) me
pertence e que, ao mesmo tempo, escapa ao controle: idas e vindas, saltos,
esquecimentos, apagamentos, fragmentos de momentos que, por razões que
desconheço, tenho a impressão de que são importantes” (CORACINI, 2011, p.
43).
Assim, não me recordo de quantos alunos frequentaram a escola naquele
ano, mas digamos que fossem pelo menos 10 alunos por turma, já seríamos uns
30 no total entre 7 e 10 anos de idade, com toda a energia do mundo para gastar
e só uma professora para ensinar, controlar, alimentar, cuidar... [uma Heroína].
Mas nós vencemos, alunos e professora, conseguimos atravessar o ano
sem grandes percalços e eu aprendi a ler e a escrever com a cartilha Caminho
Suave, querida por alguns e odiada por outros tantos. Mas no final do ano letivo
veio a notícia que apesar de todos os esforços da professora, a escola rural iria
fechar e todos os alunos deveriam ser transferidos para o Distrito de Teçaindá,
que pertence ao município de Martinópolis até hoje.
Agora a distância era maior, perto de 8 quilômetros, então era necessário
ir de condução escolar que não entrava na fazenda, apenas passava na estrada
principal, assim, eu continuava caminhando para ir à escola. Os bancos eram de
madeira, não havia cintos de segurança. Aliás, o veículo não presentava
qualquer item de segurança e sua manutenção era precária, assim, não era raro
termos que voltar para casa à pé, pois o carro vivia quebrando. Mas naquela
época, os alunos não reclamavam, era isso ou ir todos os dias a pé para a escola
e muitos teriam que caminhar muito mais que eu, atravessar córregos e enfrentar
a terra da estrada.

Imagem 2 – trajeto entre a minha casa e a escola no Teçaindá.


Fonte: Google mapas

Na escola Estadual de 1º e 2º graus João Batista Berbet, no distrito de


Teçaindá, eu completei o ciclo básico e o ensino fundamental [de 2ª à 8ª série].

Imagem 3 – dados do registro escolar onde constam a escola rural e a


escola do Teçaindá.

Fonte: documento pessoal da autora do trabalho.

Na segunda série a professora era a Dona Lucy Longo e nas terceira e


quarta séries, o professor foi o Senhor Norival Campos, ambos haviam estudado
com o meu pai que também era professor, mas dava aula em outra escola rural
à noite para adultos – era o MOBRAL, que foi extinto em 1985.

Por mais que desejemos ser fiéis ao que acreditamos ter acontecido,
surpreendemo-nos com os apagamentos da memória ou
esquecimentos, com lembranças, que nos parecem tão reais e, ao
mesmo tempo, fictícias: não mentimos, damos testemunho do que
fomos, vivemos e vimos [...] (CORACINI, 2011, p. 45).

Assim, entre acontecido e ficção, acredito ter sido uma aluna mediana,
nunca fui a melhor da sala, mas também nunca fiquei para recuperação ou repeti
o ano apesar de todas as dificuldades para estudar. Muitos colegas desistiram
no meio do caminho, pois precisavam trabalhar para ajudar na manutenção dos
sítios familiares. Minhas obrigações não eram muito complicadas, pois tinha que
ajudar a mãe na manutenção da casa e recolher o gado de leite no final da tarde
para ajudar o pai. Na verdade as maiores dificuldades estavam ligadas ao trajeto
até a escola, que era longe, difícil e demorado, mas eu gostava muito de estudar.
Na verdade estudar era fácil e sempre foi um prazer para mim.
A partir da quinta série, foram vários os professores que passaram pela
escola Berbet, pois como era distrital, apenas os professores com menos
experiência é que acabavam dando aula lá e quando já possuíam pontuação
suficiente para conseguir aulas na cidade de Martinópolis, eles pediam
transferência sem hesitar. A maioria dava aulas por um ano e depois não
voltavam mais, pois todos eles moravam em Martinópolis e tinham que viajar
todos os dias, por estrada de terra. Quando chovia, ninguém conseguia chegar
ao colégio.
Na contramão deste fluxo, posso citar a professora de português Dona
Crescência Chiarella, que apesar de toda a sua experiência, continuava a
lecionar no Berbet, chegando a assumir sua direção em algumas ocasiões. Uma
curiosidade sobre a professora Crescência Chiarella é que ela deu aulas para o
meu pai quando ele estava na escola e anos depois, também fui sua aluna.
No livro do escritor local José Carlos Daltoso há um relato desta
professora rememorando os tempos em que lecionava em escolas rurais, o que
deixa bem claro as dificuldades enfrentadas por estes profissionais.

Imagem 4 – Relato da professora Crescência Chiarella.


Fonte: Daltoso, 2014, p. 109.

Uma coisa que aprendi a gostar, morando em zona rural, foi ler. Durante
uma boa parte da minha vida, não havia energia elétrica onde eu morava, então
não tinha como assistir televisão durante o dia, pois a TV funcionava com a
bateria do Trator, que só ficava estacionado em casa à noite, pois durante o dia
estava sendo utilizado na lavoura. Então ler, era a melhor distração.
Ao finalizar o primeiro grau, meus pais decidiram que eu iria estudar em
Martinópolis para cursar o Magistério. O motivo principal era que o “Berbet” não
oferecia o 2º Grau durante o dia, apenas a noite e meus pais não gostaram da
ideia da filha na estrada, todas as noites, contando com uma condução que mais
estava quebrada do que funcionando.

3 Ensino Médio (segundo grau)


Então ficou decidido que eu iria estudar Magistério, novamente se
apresentaram as dificuldades com o trajeto. A distância entre a fazenda do meu
avô e a cidade de Martinópolis era de aproximadamente 30 quilômetros, porém
não havia transporte que pudesse me levar e buscar todos os dias. Assim, foi
necessária a ajuda da família que morava na cidade. Morei uma temporada com
minha avó paterna e outra com um tio [irmão do meu pai]. Não era fácil ficar na
casa de familiares, assim eu me aproximei ainda mais dos livros.
Fui cursar Magistério no “CENE” – colégio tradicional na cidade. Neste
mesmo colégio meu pai se formou no magistério e também no científico, mas
não chegou a fazer faculdade.
De acordo com Daltoso, o curso ginasial do colégio foi criado em 02 de
Janeiro de 1950, quando chamava-se Ginásio Estadual de Martinópolis. Em
1964 iniciou o Curso Colegial de Formação de Professores Primários, devido a
esse curso, em 1970 passou a receber o nome de Colégio e Escola Normal
Estadual (CENE), nome pelo qual é chamado até hoje. Em 1976 recebeu nova
denominação: Escola estadual de Primeiro e Segundo Graus “Coronel João
Gomes Martins”, nome em homenagem ao fundador da cidade. (DALTOSO,
2010).
Neste colégio eu aproveitava muito a biblioteca, já que vinha de uma
escola onde os livros eram minguados. Eu lia tudo que conseguisse pegar a
ponto da professora de português me perguntar o que eu fazia com tantos livros
velhos. Eu não conseguia acreditar no ela havia dito. Ler era tudo o que eu fazia
e gostava. Era meu transporte para outros lugares e outras vidas.
No colégio “CENE” eu cursei o primeiro e o segundo ano do magistério,
mas o terceiro ano eu pedi transferência para o Colégio IENF de Nova Friburgo,
estado do Rio de Janeiro, cidade natal da minha mãe e onde vive até hoje toda
sua família.
Em Nova Friburgo fui morar com minha avó materna para aproveitar os
recursos que o instituto oferecia, pois era referência regional para a formação de
professores.

O IENF é uma Escola de Formação de Professores para o pré-escolar


e o 1º segmento do Curso Fundamental. Nele funcionam turmas de
demonstração correspondentes ao Jardim de Infância, 1º segmento do
1º grau, Estudos Adicionais e o Ensino Supletivo. Pretende ser uma
escola atual, progressista, inovadora. Assim sendo, utilizará técnicas e
métodos que valorizem as gerações novas, que destaquem o poder da
educação e que formem pessoas para uma alteração social que se
afigura com a democratização do país.
[...]
O IENF deseja formar professores competentes para promover uma
revolução educacional, formar cidadãos cônscios da responsabilidade
de instituir nova ordem social, onde os ideais democráticos possam ser
atingidos. A constituição de uma escola de aplicação com esse fim se
constituiu como elemento fundamental dessa proposta, e o estágio
realizado pelos/as futuros/as professores/as, compreendido como
espaço de formação e de aprendizagem profissional. (MURY, 2015).

OBS: Rita de Cassia Ximenes Mury foi minha colega de Turma na


formação do Magistério no IENF de Nova Friburgo.

Imagem 5 – Instituto de Educação de Nova Friburgo

Fonte: documento pessoal da autora do trabalho.

Por ser uma cidade muito maior do que Martinópolis, Nova Friburgo
também oferecia muitas possibilidades de cursos paralelos à minha formação
docente. Neste ano de 1990, também aproveitei para fazer cursos de curta
duração no SENAC como o de Técnicas Básicas de Etiqueta Profissional e
Postura, Venda Varejista, Distribuição, Promoção de Vendas e Propaganda.
Estes cursos eu frequentava no período noturno.
Curso de Extensão para Estágio Supervisionado em Ensino de Ciências
na Escola de 1º Grau, oferecido pelo Centro de Ciências da Secretaria de Estado
de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, onde foram estudados temas
interdisciplinares, com procedimentos didáticos diferenciados, tais como:
experiências, visitas, dramatizações, jogos, debates, projeções em vídeo-
cassete, leitura e discussão de textos. O curso aconteceu de março a maio de
1990, com carga horária de 50 horas.
Curso/Treinamento de Primeiros Socorros, oferecido pela Secretaria de
Estado de Educação e Cultura – Núcleo de Educação Comunitária de Nova
Friburgo em parceria com a Cruz Vermelha Brasileira, no período de 21 a 26 de
maio de 1990, no horário das 12h às 18h.
A minha formação no Magistério foi publicada no Diário Oficial do Estafo
do Rio de Janeiro , no Caderno Poder Executivo, em 10 de setembro de 1991,
ANO XVII, nº 174, PARTE I, com o título: Formação de professores de 1ª a 4ª
série do 1º Grau, Turma 3101, em 1990.
Após a formatura, eu voltei para Martinópolis, porém a docência foi
colocada de lado, pois a Delegada de Ensino, na época, não aceitou meu
diploma do Rio de Janeiro e fui proibida de lecionar na cidade.
Já que não podia exercer a profissão de professora, fui fazer cursinho
preparatório para vestibular em Presidente Prudente. Prestei letras na UNESP
de Presidente Prudente, mas minha família não tinha condições para me manter
numa cidade onde não havia ninguém da família para dar suporte.
Comecei a trabalhar no comércio em Martinópolis, exercendo a função de
balconista de uma locadora de vídeos por mais de ano, em seguida trabalhei
como vendedora no comércio em geral. Conheci meu marido. O casamento com
Flávio de Oliveira Martinez ocorreu em 16 de Julho de 1994, quando assumi o
sobrenome do cônjuge, vindo a assinar como Lirane Rossi Martinez.
Depois de casada, fomos morar em Presidente Prudente e passei anos
sem trabalhar fora. Eu passava o tempo fazendo cursos de Artesanato: crochê,
tricô, ponto cruz, macramê, pintura em gesso, pintura em madeira, confecção de
caixas artesanais etc.
Engravidei e em 2003 nasceu meu único filho, Vitor Hugo Rossi Martinez.
Meu amor pelos livros se manifesta na escolha do nome de meu filho – Meus
dois amores. Sempre disse a todos que se um dia eu tivesse um filho, seu nome
seria em homenagem a Victor Hugo, escritor francês autor de Les Misérables,
de Notre-Dame de Paris, Les Travailleurs de la Mer entre outros. Apenas retirei
o “c” para facilitar um pouco a escrita, já que mantive o “H”. Tais letras podem
dificultar a aprendizagem do nome pelas crianças quando estão sendo
alfabetizadas.

4 Graduação
Como eu já conhecia um pouco sobre promoção de vendas e
propaganda, tanto pelos cursos que havia feito no passado como por minha
experiência no comércio, decidi ingressar no curso de Publicidade e
Propaganda.
Assim, fiz o Curso de Comunicação Social com Habilitação em
publicidade e Propaganda na FAPEPE – Faculdade de Presidente Prudente,
entre os anos de 2007 e 2010.
Desde que entrei na faculdade sempre deixei bem claro para todos que
minha intenção não era seguir a profissão de publicitária, o que eu queria era me
formar e me capacitar para voltar a dar aulas. Todos os meus trabalhos e
estágios durante a graduação sempre estiveram voltados para este desejo.

5 Pós-Graduação

Em 2011 participei do processo seletivo do mestrado em Educação da


UNESP de Presidente Prudente, porém sem êxito.
Em 2012 me inscrevi no Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” MBA em
Marketing e Gestão de Vendas, da Faculdade Antônio Eufrásio de Toledo
(TOLEDO), obtendo o título de Especialista em Marketing e Gestão de Vendas,
com carga horária de 424 horas, entre 02 de março de 2012 e 06 de novembro
de 2013.

– Atividades profissionais
Aprovada em 2013 no processo seletivo para docente na Etec Professor
Adolpho Arruda Mello, em Presidente Prudente, unidade do Centro Estadual de
educação Tecnológica Paula Souza, onde exerci a função de Professor de
Ensino Médio e técnico por 2 anos (2014/15).

– Participação em eventos e cursos de capacitação


Cursos de Autoinstrução no Programa de Educação à Distância da
Fundação Getúlio Vargas: Introdução à administração Estratégica; Produto,
Marca e Serviços; Procesos de Comunicação e Comunicação Institucional;
Relevância das Questões Ambientais. Todos realizados no ano de 2011.
Cursos à Distância no Centro Paula Souza – Unidade CETEC: Elaboração
de resumos para trabalhos de Conclusão de Curso; Elaboração de introdução
para TCC; Desenvolvendo um TCC com Word 2010; Introdução ao Photoshop
CS. Todos realizados no ano de 2013.
Curso de Aperfeiçoamento na Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT): Curso de trabalhos Acadêmicos, realizado nos dias 7 e 8 de agosto de
2014, com carga horária de 16 h.
Curso de capacitação docente do Centro Paula Souza: Clube de
Memórias XX – Vocabulários controlados para acesso rápido à informação
institucional e em rede/Reunião de Planejamento de projetos HAE para 2015,
realizado em dezembro de 2014.
Curso de capacitação docente do Centro Paula Souza: Desenvolvimento
de projetos – EaD, realizado em maio de 2015.
Curso de capacitação docente do Centro Paula Souza: educação à
Distância – Moodle sala Virtual para Autores de Cursos, realizado em julho de
2015.
Curso de Aperfeiçoamento do Centro Paula Souza: Ensino e
Aprendizagem na educação de Jovens e Adultos, realizado em 2015, com carga
horária de 200h.
Curso de Aperfeiçoamento do Centro Paula Souza: Programa Especial de
Formação Pedagógica de Docentes. O curso é oferecido por um convênio entre
o Centro Paula Souza e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –
FNDE do MEC, no âmbito do Programa Brasil Profissionalizado, realizado no
período de 15/02/2016 a 20/12/2016, conforme prontuário arquivado na
Faculdade de Tecnologia de São Paulo – FATEC-SP. O curso é parte da política
do Centro Paula Souza de constante atualização e qualificação de professores.
Voltado para professores graduados de disciplinas específicas de cursos
técnicos, o certificado do programa é equivalente à licenciatura plena para fins
de docência. As vagas contemplam professores do Centro Paula Souza e
profissionais de outras instituições públicas de ensino técnico. As aulas da turma
de 2016 ocorrem entre fevereiro e dezembro em formato on-line à distância, com
três encontros presenciais obrigatórios na Capital para realização de provas. As
atividades do curso são divididas entre trabalho teórico e prática pedagógica.
6 Mestrado

Finalmente o Mestrado!
No final do ano de 2015, meu marido, que é funcionário público foi
transferido para trabalhar na capital. Então neste ano encerrei minhas atividades
como docente no Centro Paula Souza e partimos para São Paulo. Nos seis
primeiros meses que aqui estava, me preocupei primeiramente com a adaptação
do meu filho à nova escola, novo bairro e nova cidade e dediquei-me ao curso
que estava fazendo pelo Centro Paula Souza do Programa Especial de
Formação Pedagógica de Docentes.
No segundo semestre eu participei do processo seletivo para o Mestrado
da Universidade Cruzeiro do Sul, onde fui aprovada e curso neste momento o
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Linguística.
Minha Orientadora é a Prof.ª Dr.ª Patrícia Silvestre Leite Di Iório que segue
a Linha de Pesquisa: Texto, Discurso e Ensino: processos de leitura e produção
do texto escrito e falado. Pertencente ao Grupo de Pesquisa: Teorias e Práticas
Discursivas. Baseada na Análise do Discurso Francesa, fundamentada
principalmente nos estudos de Dominique Maingueneau. O título do estudo
ainda é provisório “STORYTELLING: A construção do Ethos Institucional na
propaganda”, utilizando como Corpus de Análise propagandas de empresas
como Aurora Alimentos, Caixa Econômica Federal e Natura.
Estou apenas no início do processo, mas muito feliz com esta experiência.
A cada nova disciplina há uma sucessão de encantamento, descobrimentos e
aprendizagem, além, é claro, de memórias.

A memória viva passa, assim, ao arquivo (morto) da escrita, reavivado


pela ordenação, organização dos dados, escolhidos segundo certos
critérios, corrigidos, transformados pelo acréscimo de um ou mais
documentos, ou pela exclusão de um ou outro documento, que não
mais se considera válido. (CORACINI, 2011, p. 28)

Realizar este trabalho me fez relembrar muitas coisas já esquecidas, me


fez recorrer a amigos e parentes para me ajudar com lembranças perdidas e me
fez pesquisar e descobrir coisas que eu ainda não sabia, bem como excluir
muitos dados que escolhi não revelar no momento.
Muito obrigada por esta oportunidade!
Referências

CORACINI, Maria José (2011). Entre a memória e o esquecimento: fragmentos


de uma História de Vida. In: Coracini, M. J.; Ghiraldelo, C. M. (Orgs.). Nas
malhas do Discurso: memória, imaginário, subjetividade. Campinas: Pontes.

DALTOSO, José Carlos. Costumes e tradições rurais. Martinópolis/SP:


Gráfica Impress, 2014.

DALTOSO, José Carlos. 60 Anos semeando conhecimento – Escola


Estadual Coronel João Gomes Martins – Martinópolis – SP. Martinópolis/SP:
Gráfica Impress, 2010.

MICHELETTI, Guaraciaba. Na confluência das formas: o discurso polifônico


de Quaderna/Suassuna. São Paulo: Clíper Editora, 1997.

MURY, Rita de Cassia Ximenes. ESTÁGIO COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO:


Aderência E Aprendizagem da Docência no Instituto de Educação de Nova
Friburgo nos Anos 80 - PUC-Rio. Trabalho apresentado na 37ª Reunião
Nacional da ANPEd – 04 a 08 de outubro de 2015, UFSC – Florianópolis.
Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/trabalho-gt02-
4492.pdf. Acesso em 18/12/16.

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARTINÓPOLIS. Informações sobre o


município. Disponível em:
http://www.martinopolis.sp.gov.br/site/index.php?p=historia. Acesso em:
12/12/16.

Você também pode gostar