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https://www.youtube.com/watch?

v=V2FGh2JfrcM
● O podcast é apresentado por Paula Carvalho que é da
451.

● Trata-se um pouco da história de Paulo Freire, e


principalmente do seu projeto em Angicos –
alfabetização para adultos em 40 horas.

● Temos a participação de Lindijane Melo – neta do casal


de alunos pioneiro que participaram das aulas.
● Também participa dando seu depoimento um de seus
filhos, o Lutgardes Costa Freire;

● o linguístico Marcos Banho;

● Marcelino Freire.
● Nasceu em Recife – Pernambuco em 19/09/1921
faleceu em São Paulo – SP em 02//05/1997.
● Aprendeu a ler e a escrever com seus pais à sombra
das árvores no quintal de sua casa.
Aprendeu com a experiência do que vivenciava no quintal,
como o canto dos pássaros, os tipos de árvores e escrevia
com graveto no chão. Teve o quintal como seu primeiro
mundo e sua primeira escola, não aprendeu com a carta do
ABC que tinha que ser decorada.
– (carta para sobrinha publicada em 1994)
● Aos 13 anos seus estudos foi interrompido pela morte do
pai, entrou no ginásio (ensino fundamental 2) aos 16
anos e aos 20 na faculdade de direito, mas se encontrou
mesmo na educação.
● Em 1963 teve o golpe e ditadura militar em que ele foi
preso por 70 dias pelo motivo de doutrina marxista e
depois exilado para Chile, onde escreveu Pedagogia do
Oprimido, depois foi para EUA e Suíça, em 1980 com a
Anestia voltou e foi convidado para Cátedras na Unicamp
e na PUC – SP, após 9 anos de redemocratização
assumiu como secretário de educação.
● Projeto 40 horas de Angicos
– Método desenvolvido em 1963;
– Primeira aula foi em 18/01/1963;
– Os professores na época usavam um projetor de imagens a
base de querosene nas aulas;
– As aulas começavam com uma imagem;
– Dá imagem a palavra – palavras geradoras;
– O processo começa com o levantamento do universo
vocabulário dos alunos, era questionado por exemplo tijolo, o
que era feito, para que servia, daí seguia para a divisão silábica
e a respectiva família silábica.
– Deve estar ligado no cotidiano do trabalhador, deve
conhecer a realidade dele para poder se inserir de forma
crítica e atuante na vida social e política – por exemplo a
palavra povo ligada a voto.

– Assim saem da ignorância do mundo – aulas de politização


– entender a realidade que vivem.
– No último dia de aula, o presidente João Goulart foi até a
cidade para presenciar o conhecimento dos alunos, neste
dia foi dito para o presidente que não somente para adulto o
método era eficaz, mas era também para criança, pois Neide
filha de Severino e Francisca, os alunos da profa. Valquiria
Félix, aprendeu junto com os pais, devido assistir as aulas
junto no colo de seu pai, porque era muito arteira e não
podia ficar com as outras crianças enquanto eles assistiam a
aula. Ela falou para o presidente e ele perguntou a ela o que
queria de presente, ela respondeu que queria a bolsa para
levar os materiais para a escola.
– Outro aluno que também se pronunciou para o presidente foi
Antônio – “ diga ao Brasil que estão matando a nossa fome
da cabeça...”

● A educação muda a vida, o ser parte de algo, e financeiramente


também, Seu Severino virou pedreiro e depois comerciante e dona
Francisca virou costureira.
● No final desse projeto havia 300 novos alfabetizados,
300 novos eleitores.

● Em depoimento seu filho diz que por influência de sua


mãe que seu pai (Paulo Freire) largou o direito e se
dedicou exclusivamente a educação, e que ela tem
grande porcentagem no método, mas por ser na época
e até hoje uma sociedade machista ela ficou só como
educadora silenciosa.
● Paulo Freire largou a advocacia quando teve que cobrar
um dentista por uma dívida de seu cliente – o dentista
disse a ele que podia levar tudo que tinha de valor em
casa porque não tinha dinheiro para pagar a dívida, só
não levaria a sua filha.

● Paulo se aprofundou na educação de adultos em 1947


quando foi contratado pelo Sesi para comandar o Depto
de educação e cultura de Pernambuco. (Ele alfabetizou a
empregada).
● A partir dali que ele mergulhou nessa luta por justiça
social por meio da educação e em 1958 que as ideias
foram emergir quando ele participou do 2º Congresso
Nacional de educação de Adultos no RJ.

● Marcos Banho também foi mais uma vítima


indiretamente do golpe militar, foi obrigado a jogar fora o
conhecimento na época.
● Ele é autor do livro “preconceito linguístico” que teve
grande repercussão, por se tratar das mesmas ideias de
Paulo Freire – qualquer língua não tem como não falar
de política.

– O método não ver somente como pedagógico e sim como de


conhecimento.
● Marcelino Freire – escolhido como a voz de Paulo Freire
para gravar o áudio livro pedagogia da autonomia e do
oprimido.
– Tem a obra que se inspirou na sua tia – conto Totonha – ele
admira a defesa de sua tia de que não quer aprender a ler e
escrever.

http://a-letreira.blogspot.com/2011/06/totonha.html
● Lindijane Melo – Filha de Neide, neta de Severino e
Francisca – todos professores, inclusive ela.
– “aprender e ensinar é amor, sempre falo para meus alunos que
os amo, para que eles saibam disso, que me importo com o
próximo, a valorização do outro. Hoje ser professor é é ser
resiliente, resistente, incansável. Como eu ser se o outro não é!?
– Sempre dá entrevistas, depoimentos, principalmente para
estrangeiros, não é a toa que Paulo é o patrono da educação,
sua obra Pedagogia do Oprimido foi traduzida em mais de 20
idiomas e ele o único brasileiro com obra na lista dos 100 mais
referenciados por universidades de língua inglesa.

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