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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÂO
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE GAB

TRABALHO DE: ÉTICA

TEMA: DOENTE TERMINAL


 FASES DO DOENTE TERMINAL

Docente
____________________

Luanda/2023
TRABALHO EM GRUPO

DOENTE TERMINAL

Classe: 10ª
Sala: 13B
Periodo: Tarde
Curso: Enfermagem

Integrantes do grupo:

1. Antonica Baptista António nº 2


2. Archil Ntama Abel nº 3
3. Catiana Cassule Benjamim nº 4
4. Cecilia Umba Martins Capombo nº 5
ÍNDICE

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------- 1

DESENVOLVIMENTO --------------------------------------------------- 2,3,4,5,6,7

 DEFINIÇÃO
 ATITUDES DO PACIENTE FRENTE À MORTE E AO MORRER

FASES DO PACIENTE TERMINAL------------------------------------- 8,9

 TRATAMENTO
 RECUSA DE NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO
 EUTANASSIA PASSIVA (MORTE)

CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------- 10

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA --------------------------------------- 11


INTRODUÇÃO
Neste trabalho iremos abordar sobre o tema que nos foi dado, a conceituação de paciente
terminal não é algo simples de ser estabelecido, embora frequentemente nos deparemos
com avaliações consensuais de diferentes profissionais. Talvez, a dificuldade maior esteja
em objetivar este momento, não em reconhecê-lo.
A terminalidade parece ser o eixo central do conceito em torno da qual se situam as
consequências. É quando se esgotam as possibilidades de resgate das condições de saúde
do paciente e a possibilidade de morte próxima parece inevitável e previsível. O paciente
se torna "irrecuperável" e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este
caminhar.
Estudos na literatura tentam estabelecer índices de prognóstico e de qualidade de vida,
procurando definir de forma mais precisa este momento da evolução de uma doença e
tendo como preocupação o estabelecimento de novas diretrizes para o seguimento destes
pacientes. Entretanto, estes trabalhos descrevem melhor aspectos populacionais e
epidemiológicos, perdendo a especificidade quando aplicados em nível individual. Abre-
se a perspectiva de discussão deste conceito caso a caso: um paciente é terminal em um
contexto particular de possibilidades reais e de posições pessoais, sejam de seu médico,
sua família e próprias. Esta colocação implica em reconhecer esta definição, paciente
terminal, situada além da biologia, inserida em um processo cultural e subjetivo, ou seja,
humano.

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DESENVOLVIMENTO
Os termos doença terminal, doença terminal e doença terminal aplicam-se quando uma
doença não pode ser curada ou tratada adequadamente e a morte do paciente é esperada
Dentro de um curto período de tempo. Eles são aplicados principalmente em casos de
doenças degenerativas, como câncer ou doenças pulmonares ou cardíacas avançadas. Seu
uso tornou-se popular no século XX.
DEFINIÇÃO
Paciente terminal é a pessoa que se encontra na fase final de algumas doenças crônicas,
principalmente os cânceres. Esta fase inicia-se quando é necessário abandonar
tratamentos com finalidade curativa, uma vez que não trazem benefícios ao seu estado de
saúde, para substituí-los por outros cujo objetivo seja controlar e aliviar os sintomas, tanto
físicos como mentais, provocados pela doença. Doença.
Às vezes, apenas a palavra "terminal" é usada. É sinônimo de paciente doente ou sem
esperança. Mas não deve ser confundido com "paciente doente ou moribundo", que se
refere à fase moribunda de um paciente (aquela anterior à morte).
Muitas vezes, um paciente é considerado doente terminal quando sua expectativa de vida
é estimada em seis meses ou menos, assumindo que a doença está seguindo seu curso
normal. A regra dos seis meses é arbitrária e as melhores estimativas disponíveis de
longevidade podem estar erradas. 2 Portanto, embora um paciente diagnosticado
corretamente possa ser considerado terminal, isso não é garantia de que o paciente
morrerá em seis meses. Da mesma forma, um paciente com uma doença de progressão
lenta, como AIDS, não pode ser considerada uma doença terminal, pois as melhores
estimativas de longevidade são superiores a seis meses. No entanto, isso não garante que
o paciente não morra precocemente. 3
A conceituação de paciente terminal não é algo simples de ser estabelecido, embora
frequentemente nos deparemos com avaliações consensuais de diferentes profissionais.
Talvez, a dificuldade maior esteja em objetivar este momento, não em reconhecê-lo.
A terminalidade parece ser o eixo central do conceito em torno da qual se situam as
consequências. É quando se esgotam as possibilidades de resgate das condições de saúde
do paciente e a possibilidade de morte próxima parece inevitável e previsível. O paciente
se torna "irrecuperável" e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este
caminhar.
Estudos na literatura tentam estabelecer índices de prognóstico e de qualidade de vida,
procurando definir de forma mais precisa este momento da evolução de uma doença e
tendo como preocupação o estabelecimento de novas diretrizes para o seguimento destes
pacientes. Entretanto, estes trabalhos descrevem melhor aspectos populacionais e
epidemiológicos, perdendo a especificidade quando aplicados em nível individual. Abre-
se a perspectiva de discussão deste conceito caso a caso: um paciente é terminal em um
contexto particular de possibilidades reais e de posições pessoais, sejam de seu médico,
sua família e próprias. Esta colocação implica em reconhecer esta definição, paciente

2
terminal, situada além da biologia, inserida em um processo cultural e subjetivo, ou seja,
humano.
Mesmo assim, é evidente que alguns critérios podem tornar este momento menos
impreciso, entre eles os clínicos (exames laboratoriais, de imagens, funcionais,
anatomopatológicos), os dados da experiência que a equipe envolvida tem acerca das
possibilidades de evolução de casos semelhantes, os critérios que levam em conta as
condições pessoais do paciente (sinais de contacto ou não com o exterior, respostas ao
meio, à dor), a intuição dos profissionais (suas vivências e experiências semelhantes). De
qualquer forma, paciente, família e equipe situam-se neste ponto da evolução da doença
frente a impossibilidades e limites, de maneira que reconhecer o fim parece ser a
dificuldade maior. Denegar este conhecimento determina estragos nos que partem e nos
que ficam. Morrer só, entre aparelhos, ou rodeado por pessoas às quais não se pode falar
de sua angústia, determina um sofrimento difícil de ser avaliado, mas sem dúvida,
suficientemente importante para ser levado em conta. Os que ficam, por outro lado, têm
que se haver com a culpabilidade, a solidão e a incômoda sensação de não ter feito tudo
o que poderia.
As dificuldades no estabelecimento de um conceito preciso não comprometem os
benefícios que paciente, família e profissionais podem ter no reconhecimento desta
condição.
Admitir que se esgotaram os recursos para o resgate de uma cura e que o paciente se
encaminha para o fim da vida, não significa que não há mais o que fazer. Ao contrário,
abre-se uma ampla gama de condutas que podem ser oferecidas ao paciente e sua família.
Condutas no plano concreto, visando, agora, o alívio da dor, a diminuição do desconforto,
mas sobretudo a possibilidade de situar-se frente ao momento do fim da vida,
acompanhados por alguém que possa ouví-los e sustente seus desejos. Reconhecer,
sempre que possível, seu lugar ativo, sua autonomia, suas escolhas, permitir-lhe chegar
ao momento de morrer, vivo, não antecipando o momento desta morte a partir do
abandono e isolamento.
Estabelece-se uma nova perspectiva de trabalho, multidisciplinar, que costuma se chamar
cuidados paliativos, embora a preocupação com o alívio e conforto deva estar presente
em todos os momentos do tratamento.
Para o profissional que se interessa por esta atuação (acompanhar o paciente na morte),
surgem questões a serem pensadas, como a própria morte e sua posição frente a ela e à
vida. Não é uma tarefa fácil (por isso, talvez, tantas vezes denegada). Entretanto, não há
como não reconhecer a riqueza desses intercâmbios, quando possíveis.
A identificação do paciente terminal na prática, considerado sem esperança de cura
terapêutica, ou com morte inevitável, é complexa e não envolve unicamente um raciocínio
lógico. Ainda que se tente chegar a identificar este diagnóstico através de uma avaliação
crítica, neutra e extinta de preconceitos, a falta de parâmetros definitivos sobre o assunto
leva a equipe de saúde a apresentar receio de considerar um paciente como terminal. Isso
se deve ao fato de que o limite entre o terminal e o paciente com perspectivas de cura é
sempre arbitrário no sentido de não existir uma linha divisória, bem definida, entre ambos
(Quintana, Kegler, Santos, Lima, 2006).

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Ainda segundo os mesmos autores, a resistência em diagnosticar um paciente como
terminal concerne também ao fato de se tratar de um diagnóstico definitivo que, no
entanto, pode não se confirmar com a evolução do caso. Assim, acredita-se que após este
diagnóstico definido, o profissional de saúde fica em uma situação paradoxal, em que a
eventual melhora do paciente, assinalaria falha sua na realização do prognóstico. Com
efeito, seu diagnóstico de paciente sem perspectivas de cura terapêutica, é o que o torna
a situação angustiante para tal profissional. Desta forma, a decisão de não mais investir
no paciente, no sentido de intervenções visando cura, nunca é tomada por um profissional
isolado: sempre é feita pela equipe de saúde, incluindo também o posicionamento da
família.
É importante destacar que tanto o estudante de medicina, quanto o de enfermagem, são
“moldados” a considerar a morte como “o maior dos adversários”, sendo o dever de tais
profissionais combatê-la, utilizando-se de todos os inacreditáveis recursos tecnológicos e
científicos, além de busca da melhor competência disponível. Contudo, a equipe de saúde
já entra na luta com o ônus de derrota, pois esquece que a morte é maior e mais evidente
do que todo tecnicismo do saber médico. Estar na condição de lutar é uma tarefa
exaustiva, em que as derrotas acontecem. No entanto, parece que admitir que não se tenha
nada mais para fazer pelo paciente, poderia geram uma imagem negativa do profissional,
mostrando, erroneamente, que ele não se preocupa com o paciente (Quintana, Kegler,
Santos, Lima, 2006).
É possível perceber que o procedimento descrito no parágrafo acima é utilizado como um
mecanismo de “formação reativa” frente ao desejo de se afastar e de ignorar o paciente
(fonte geradora de ansiedade). Mediante isso, a equipe de saúde esconde seu desejo de
uma luta para mantê-lo vivo, o que por sua vez, o coloca também numa prisão,
amarrando-o à uma situação de desnecessário sofrimento. Assim, nessa guerra imaginária
que a equipe procura vencer a morte, o paciente terminal passa a ser visto como o símbolo
vivo de uma derrota, expondo assim, uma ferida narcísica frente à prepotência médica.
É observado no trabalho de Quintana, Kegler, Santos, Lima (2005) que nos casos com
prognóstico desfavorável, é comum que se estabeleça um aliança entre a família e o
profissional de saúde no que se refere à restrição da informação ao paciente. Sendo que o
compromisso de comunicar o diagnóstico cabe ao profissional, a negativa da família de
repassar essa notícia ao doente constitui-se num alívio para aquele que passa a ser
dispensado de uma tarefa para a qual não se sente capacitado.
A aliança com a família é apontada como o primeiro passo no trabalho com o paciente.
De fato, ela é de grande relevância para o tratamento ao permitir que a equipe e familiares
trabalhem juntos objetivando, cada um em seu lugar, o melhor para o enfermo, mas muitas
vezes essa aliança adquire um viés em que o paciente fica excluído das decisões. A equipe
de saúde e o familiar tornam-se cúmplices de um mesmo segredo em relação a ele. É
nesse sentido que se crê que a escolha de se comunicar com o familiar seja motivada pela
dificuldade da equipe em lidar com a morte e, portanto, com o paciente terminal. Assim,
é passada uma informação filtrada através da qual se espera que ele pense aquilo que a
equipe avalia como benefício. Esse deslocamento da problemática faz com que o
profissional sinta-se liberado de sua responsabilidade de se deparar com o paciente,
durante este difícil momento (Quintana, Kegler, Santos, Lima, 2006).

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Os autores concluem que os pacientes de médicos que não querem falar sobre o
diagnóstico, tendem a não perguntar, ou seja, os doentes cujos médicos tem mais
resistência em abordar o diagnóstico de uma doença terminal, tem a tendência a também
não questionar sobre seu estado.
Para Simonotte (2004) ainda não há muito o que fazer pelo paciente dito terminal. Do
ponto de vista psicológico, o estímulo para mecanismos de enfrentamento, que o paciente
pode ter desenvolvido e utilizado em outras situações difíceis em sua vida, são
fundamentais para manter a autoestima e certa estabilidade emocional. Respeitar e
estimular a relação que este e seus familiares tem com religião e espiritualidade podem
ser essenciais para a experiência paliativa.
Ainda segundo o mesmo autor acima citado, não existe um projeto da psicologia
hospitalar para que o paciente “morra feliz”, porém existe uma priorização para a
promoção, através de cuidados fornecidos pela equipe, para que haja uma morte digna,
que pode se traduzir em morrer sem muita dor e com níveis de angústia suportáveis. É
importante que se mantenha o paciente limpo apesar de apresentar incontinência
esfincteriana, neutralizar odores desagradáveis, aspirar secreções brônquicas, controlar
edemas periféricos e pulmonar, prevenir e/ou cuidar das escaras (tão comuns em pacientes
acamados) entre outros cuidados que podem ser demandados.
Segundo Caixeta (2005) se existir desde o início do tratamento uma relação médico-
paciente sincera, no lugar de uma atitude de negação, mais facilmente ambas as partes
podem sentir menos dificuldade em encarar a fase de terminalidade. Nesta fase, o doente
deseja frequentemente colocar em ordem sua vida, reatar, se preciso, laços com familiares
da melhor forma possível, sem conflitos. Quer deixar uma boa imagem antes de morrer e
para isso muitas vezes pede auxílio ao médico (e/ou a equipe), o que fica complicado
quando há uma relação onde é priorizada a atitude de denegação. Atitudes como cuidados
constantes, combate da dor, a realizadas por alguns profissionais de saúde, provam ao
paciente que não há abandono nesta fase, pois o indivíduo em tal condição, receia
geralmente mais a solidão do que a morte.
ATITUDES DO PACIENTE FRENTE À MORTE E AO MORRER
Já é de conhecimento bastante amplo a obra de Kubler-Ross (2005), sobre os estágios
pelos quais passam pacientes, ao tomarem conhecimento da fase terminal de sua doença.
Muitos reagem, inicialmente, com negação. A negação, ou pelo menos a negação parcial,
é usada por quase todos os pacientes, nos primeiros estágios da doença ou logo após sua
constatação, ou até mesmo, em uma fase posterior.
A negação inicial pode, em muitos casos, auxiliar alguns pacientes a se preparar para
considerar a possibilidade da própria morte, deixando de lado esta realidade, por algum
tempo, para terem força e motivação para lutarem pela vida. Este mecanismo de defesa
contra a ansiedade frente ao confronto com a inexorabilidade existencial pode ser ruim
para o prognóstico do paciente, nos casos em que o afastam da busca de auxílio
profissional para lidar com a doença. Nestes casos, o diagnóstico desfavorável pode
ameaçar tanto a estrutura do ego deste indivíduo que ele precisa afastar de sua cognição,
completamente, este fato que lhe assusta, em prol da sobrevivência de sua estrutura

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interna, colaborando, muitas vezes, com o agravamento de sua condição física, por falta
dos cuidados médicos necessários.
Frente ao risco de morte, a negação desta realidade pode se apresentar, e não é incomum
que isto ocorra no começo de uma doença séria, mais até do que no fim da vida. O tempo
de permanência no estágio de negação do risco da morte, dependerá de diversos fatores,
incluindo: estrutura de personalidade, apoio familiar, apoio social, tipo de cultura, idade,
forma de comunicação do diagnóstico, etc.
Outra forma de reação, ressaltada pela autora supracitada, é representada por sentimentos
de raiva, revolta, inveja e ressentimento.
É muito difícil, do ponto de vista da família e da equipe de saúde, lidar com o este tipo
de reação. Deve-se isso ao fato dela se propagar em todas as direções, e projetar-se no
ambiente, muitas vezes sem razão compreensível. Muitas vezes as enfermeiras são alvo
constante da raiva destes pacientes, pelo fato de estarem mais próximas, no seu dia a dia,
do que qualquer outra pessoa: médico, familiar, amigos etc.
Muitas vezes os familiares, amigos e até a equipe de saúde não entendem o motivo da
raiva do paciente. Entretanto, basta colocarem-se no lugar do enfermo para facilmente
entenderem de onde pode vir esta raiva. Muitas vezes este sentimento se origina como
reação à interrupção prematura de atividades existenciais; de construções começadas que
ficarão inacabadas; sonhos que se esperavam realizar; objetivos que ainda se esperavam
alcançar. Desta forma, revolta, ressentimentos, podem ser extravasados através de
expressão de raiva, muitas vezes justamente naqueles que continuarão a desfrutar de tudo
isso, que lhe será retirado!
No entanto, um paciente que é respeitado e compreendido, a quem são dispensados tempo
e atenção, pode se recompor deste intenso susto, e com isto, recuperar equilíbrio
suficiente para manejar, de forma diferente e mais adaptativa, a ansiedade e angústia
advindas desta situação em que se encontra. O importante, neste momento, é analisar o
motivo da raiva do paciente e não assumir em termos pessoais quando, na sua origem,
nada ou pouco tem a ver com as pessoas em quem é descarregada. De pouco adianta a
família ou os enfermeiros reagirem pessoalmente a esta raiva, muito menos retribuírem
com uma raiva ainda maior, dado que só contribuirá para alimentar o comportamento
hostil do paciente, assim como sua dor, desespero e desorganização interna.
A barganha, outro dos estágios comuns nos pacientes sem perspectiva de cura, se traduz
pela tentativa do paciente fazer algum tipo de acordo interno, com o propósito de adiar o
desfecho inevitável. “Se Deus decidiu levar-me deste mundo e não atendeu a meus apelos
cheios de ira, talvez seja mais condescendente se eu apelar com calma.” (Kubler-Ross,
2005, p. 87)
Aa barganha na realidade, é uma tentativa de adiamento; tenta incluir um prêmio
oferecido “por bom comportamento”, estabelecendo uma “meta” auto imposta, incluindo
uma promessa implícita de que o paciente não pedirá outro adiamento, caso o primeiro
seja concedido. Percebe-se que a maioria das barganhas é feita com Deus e, mantida
geralmente em segredo, e, em troca, almeja-se um pouco mais de tempo de vida.

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Para Kubler-Ross (2005), quando o paciente em fase terminal não pode mais negar sua
doença, quando é forçado a submeter-se a mais uma cirurgia ou hospitalização, quando
começa a apresentar novos sintomas e tornar-se mais debilitado, não consegue mais
esconder de si a doença. Seu afastamento, sua revolta e raiva darão lugar a um sentimento
de grande perda, que poderá ter como consequência, a depressão.
É natural a apresentação da aflição inicial a que o paciente em fase terminal é obrigado a
se submeter, para se preparar para quando tiver de deixar este mundo. Frente a isto, pode
apresentar uma depressão reativa ou mesmo uma depressão preparatória.
A permissão de exteriorização de pesar, facilita o processo doloroso de aceitação da
situação em que se encontra, e, talvez, possa ficar agradecido aos que se propuserem a
estar com ele neste estado de tristeza profunda.
A aceitação é o estágio atingido por aqueles pacientes que tiveram tempo necessário (que
não tiveram morte súbita ou inesperada), e/ou tiveram recebido alguma ajuda para superar
tudo que foi descrito anteriormente. O paciente atingirá um estágio em que não mais
sentirá depressão nem raiva quanto ao seu doloroso destino. Terá podido externar seus
sentimentos, sua inveja pelos vivos e sadios, e sua raiva por aqueles que não são obrigados
a enfrentar a morte neste momento em que ele o está.
Não é para se confundir aceitação com um estágio de felicidade. É como se a dor tivesse
esvanecido, a luta tivesse cessado e fosse chegado o momento do “repouso derradeiro
antes da longa viagem. A família nesse momento, sem dúvida alguma, necessita também
de um suporte, pois à medida que o paciente, às vésperas da morte, encontra uma certa
paz e aceitação, seu círculo de interesse diminui. Com isso, muitas vezes este prefere que
o deixem só, ou, pelo menos, que não o perturbem com notícias e problemas do mundo
exterior, fazendo a família sentir-se aflita com este seu afastamento, e sem saber como
lidar com este comportamento.

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FASES DO PACIENTE TERMINAL
Cada paciente reage de maneira diferente à notícia de que está em estado terminal. Em
geral, quase todos os pacientes passam por cinco estágios para aceitar sua situação
dramática, segundo o modelo de Kubler-Ross, quando é diagnosticada uma doença
terminal ou uma perda catastrófica: 4 5
Negação- É apenas uma defesa temporária para o indivíduo. Esse sentimento é geralmente
substituído por uma maior sensibilidade às situações e aos indivíduos que ficam para trás
após a morte.
Raiva- O indivíduo reconhece que a negação não pode continuar. Devido à raiva, essa
pessoa é difícil de cuidar devido aos seus sentimentos de raiva e inveja. Qualquer
indivíduo que simbolize vida ou energia está sujeito a ressentimento e inveja projetados.
Negociação- Envolve a esperança de que o indivíduo possa de alguma forma adiar ou
retardar a morte. Normalmente, a barganha por uma vida prolongada é feita com um poder
superior em troca de um modo de vida reformado.
Depressão- Ele começa a entender a certeza da morte. Por causa disso, o indivíduo pode
ficar calado, recusar visitas e passar muito tempo chorando e se lamentando. Este
processo permite que o moribundo se desconecte de todos os sentimentos de amor e
carinho. Não é aconselhável tentar animar uma pessoa que está nesta fase. É um momento
importante que deve ser processado.
A maioria dos pacientes terminais apresenta alguns sintomas de depressão. Fornecer
apoio psicológico e permitir ao paciente expressar suas preocupações e sentimentos
geralmente constitui a melhor abordagem. Um assistente social capacitado, um médico,
uma enfermeira ou um religioso podem ajudar com essas preocupações.
Uma tentativa com antidepressivos geralmente é adequada a pacientes com depressão
persistente, clinicamente significativa. Inibidores seletivos de recaptação de serotonina
(SSRI) são úteis para pacientes que provavelmente viverão mais de 4 semanas,
geralmente, o período necessário para início da ação antidepressiva. Os pacientes
deprimidos com ansiedade e insônia podem se beneficiar de um antidepressivo tricíclico
sedativo, administrado ao deitar. Para pacientes isolados ou com sinais vegetativos, pode-
se iniciar metilfenidato na dose de 2,5 mg por via oral uma vez ao dia e aumentada para
2,5 a 5 mg 2 vezes ao dia (administrados no café da manhã e almoço) conforme
necessário. O metilfenidato (mesma dosagem) pode fornecer maior energia por alguns
dias ou semanas em pacientes com fadiga ou sonolência decorrente de analgésicos e
doença avançada. Metilfenidato tem efeito rápido, mas pode precipitar agitação. Em razão
da curta duração da ação, os efeitos adversos também são breves.
A doença clínica grave é um fator de risco importante de suicídio. Outros fatores de risco
para suicídio são comuns naqueles suficientemente enfermos para morrer; incluem idade
avançada, sexo masculino, comorbidade psiquiátrica, pressão financeira, diagnóstico de
aids e dor não controlada. Pacientes com câncer têm quase o dobro de incidência de
suicídio que a população geral, e pacientes com câncer de pulmão, estômago, cabeça e
pescoço têm a incidência mais alta de suicídio entre todos os pacientes com câncer. Os

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médicos devem fazer a triagem de rotina para depressão e ideação suicida em pacientes
gravemente enfermos. Os psiquiatras devem avaliar com urgência todos os pacientes que
ameaçam seriamente se automutilarem ou têm ideação suicida grave.
Aceitação. É a fase final; vem com a paz e a compreensão de que a morte se aproxima.
Geralmente, a pessoa nesta fase quer ficar sozinha. Além disso, sentimentos e dores
físicas podem desaparecer. Esta fase também foi descrita como o fim da luta contra a
morte.
TRATAMENTO
Não há cura ou tratamento específico para doenças terminais. No entanto, alguns
tratamentos médicos podem ser apropriados, especialmente com o objetivo de reduzir a
dor ou facilitar a respiração.
Alguns pacientes terminais precisam interromper todos os tratamentos debilitantes para
reduzir os efeitos colaterais indesejados. Outros continuam o tratamento agressivo na
esperança de um sucesso inesperado. Outros rejeitam o tratamento médico convencional
e buscam tratamentos não comprovados, como modificações radicais na dieta. As
decisões do paciente sobre diferentes tratamentos podem mudar com o tempo. 6
Os cuidados paliativos são normalmente oferecidos a pacientes com doenças terminais,
independentemente do estilo geral de gerenciamento da doença, se parecer provável que
ajude a controlar os sintomas, como a dor, e a melhorar a qualidade de vida. Os cuidados
paliativos podem ser prestados em casa pelo seu médico de família ou em hospitais de
longa permanência, além disso, é oferecido apoio emocional aos pacientes e seus
familiares.
RECUSA DE NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO
As pessoas que estão no final de suas vidas às vezes se recusam a ser alimentadas e/ou
hidratadas. Estudos indicam que, no contexto dos cuidados paliativos, a recusa de
alimentos e líquidos não contribui para o sofrimento do doente terminal e pode contribuir
para uma passagem um tanto mais confortável para o fim da vida do paciente.
EUTANÁSIA PASSIVA
MORTE
Os doentes, pessoal de saúde e familiares que se encontrem no contexto de uma doença
terminal, consideram uma "boa morte" aquela que cumpre os seguintes requisitos:
Assegurar o controle efetivo da dor e outros sintomas
Conselhos sobre a morte e suas consequências, principalmente na tomada de decisões.
Cumprimento de algum objetivo importante, como a resolução de conflitos passados.
Algumas pessoas com uma doença terminal que, por exemplo, não saem da fase de
negação, podem nunca aceitar sua situação e, portanto, rejeitar tudo relacionado à morte.
Por outro lado, há pacientes que encontram conforto na gestão financeira e jurídica de sua
morte ou no planejamento funerário.

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CONCLUSÃO
Depois de aborda sobre o tema que nos foi dado, chegamos a conclusão de que O paciente
terminal é quando se esgotam as possibilidades de resgate das condições de saúde e a
possibilidade de morte próxima parece inevitável e previsível. O indivíduo se torna
“irrecuperável” e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este caminhar.
De acordo com FILHO (1992) paciente terminal passa a ser qualquer pessoa do ponto de
vista subjetivo, quando percebe ou fantasia a morte como sua realidade. E também
podendo ser observado de forma objetiva por outas pessoas que não estejam em estado
terminal. Nesse caso, o ser terminal é inicialmente definido pelo outro que observa, colhe
e avalia os dados.
Para Kovács (2010) o conceito de paciente terminal, estigmatiza o indivíduo. Do ponto
de vista psicossocial, o atributo terminal pode condenar o paciente ao abandono, pela
ideia de que “não há mais nada a fazer”, levando à naturalização da dor e do sofrimento,
já que a morte está próxima. São doenças progressivas como AIDS, câncer e as doenças
degenerativas. O termo “fora de possibilidade terapêutica” pode dar ideia de que
terapêutico é só o que leva à cura. Alívio e controle de sintomas nesta compreensão não
estão incluídos como terapia.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
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Panamericana; 2012.
Doença terminal. Questões e Conceitos. Ascensão Saúde. Consultado em 30/08/2012.
Glare P, Virik K, Jones M, Hudson M, Eychmuller S, Simes J, Christakis N. Uma revisão
sistemática das previsões de sobrevivência dos médicos em pacientes com câncer
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17608872 . doi : 10.1111/j.1532-5415.2007.01232.x .

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