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OUTSOURCING:
O MUNDO ENCOLHEU, SAIBA PORQUÊ.
Sumário: Este artigo deve ser encarado como uma reflexão, pretendendo elucidar o
leitor, sobre todo o mecanismo que estás por detrás do conceito de outsourcing, nas
suas mais diversas componentes. Visão global, tendências e estratégias são algumas
das componentes em análise.
1. Introdução
1
Definição no capítulo 2.
2. Definições
2.1 Outsourcing
2
TI: Tecnologias de Informação
Por outro lado, existem factores que podem condicionar o uso do outsourcing,
dos vários existentes destaco os seguintes: [7,8,11]
i. Resistência organizacional
ii. Perda de controlo
iii. Beneficias questionáveis
iv. Falta de planeamento inicial
v. Falta de experiência no contexto do outsourcing
vi. Falta de flexibilidade pós venda
Conforme se têm registado ao longo dos últimos anos, a localização das sedes
das empresas são cada vez menos importantes e relevantes para o negócio. [1, Appex
A]
2.3 Insourcing
3. Outsourcing
Figura 1 – Diferença em pontos4 do crescimento anual antes e após a introdução de outsourcing (em
comparação com empresas do mesmo sector). SG&A: custos gerais e administrativos; ROA:
Retorno de investimento; EBIT: Lucro antes da aplicação de taxas.
Este estudo efectuado recentemente pela gigante IBM serve como nota
introdutória do estado actual do outsourcing a nível mundial, englobando mais de 5000
serviços prestados pela empresa entre os anos de 1994 e 2004. Olhando para a figura
1, os benefícios são evidentes, mas nem tudo é o que parece, conforme vamos ver. [3]
Nas últimas duas décadas, o outsourcing tem sofrido uma mudança radical. No
início apenas as empresas mais corajosas é que se “arriscavam” pela sua utilização,
hoje em dia é uma prática recorrente em pequenas, médias e grandes empresas. Com
a banalização do outsourcing as companhias já o tendem a ver como algo fiável e
seguro, um medo que estava presente pelo desconhecimento do assunto. [1,2,7]
Para responder ao aumento de procura desse tipo de empresas, para além da Índia,
começam a aparecer outros países dotados de tecnologia e know-how como a
Singapura Austrália e a China, tendo este último a barreira linguística por resolver. [7]
4
Os pontos representam a evolução crescente ou decrescente em percentagem, neste caso é usada para
comparar empresas de um mesmo sector.
No topo das prioridades está a redução de custos, parece bastante obvio que
assim seja, visto que uma organização gira em torno de um principio bastante linear, a
obtenção do maior lucro possível com o menor custo possível. [2]
Mais à frente no capítulo 3.5, irá reparar na contradição de valores que existem
entre os dois estudos, mas por enquanto vamo-nos concentrar apenas no outsourcing
e deixar essa contradição para ser analisada no final. [2]
5
BPO ou Business Process Outsourcing, são processos de gestão. Ex: Contabilidade.
Outro tipo de serviços que contribui para estes 30% são os call-centers 4. Estes
centros estão de tal maneira desenvolvidos, que existem casos, nomeadamente na
Índia, de darem formação aos seus operadores indianos, para darem diferentes
entoações à voz conforme as diferentes zonas de onde os clientes estão a ligar. [1,2]
Uma questão pertinente que o leitor terá é, o que leva as empresas estatais a
não optarem por este tipo de outsourcing uma vez que permitiria poupar bastante
dinheiro aos seus cofres? Uma das razões avançadas, prende-se com o facto de que
estes já deterem na maior parte das vezes, relações com as empresas prestadoras de
serviços há muitos anos e com muita experiência. Um efeito patriótico está também
por detrás dessa rejeição, conforme um decreto apresentado pela União Europeia que
aconselha os governos de cada país a optarem por soluções locais, em vez que
contratar empresas exteriores, alegando maior segurança de informação. Existem
muitos outros motivos, mas estes não serão alvo de análise, visto que as empresas
públicas por enquanto não têm grande impacto no outsourcing. [1-Cap.4]
Todo este entusiasmo, não deverá ser assim tão grande uma vez que 45% das
empresas, consideram que a opção de offshore outsourcing, não é de todo importante
nos seus futuros planos, contrastando com os 11% das empresas que consideram que
4
Call-centers são centros de atendimento dotados de uma central telefónica onde são
atendidas chamadas. Excerto de, www.pt.wikipedia.org
3.5 Contratos
Não são apenas certas profissões que estão em risco, mas sim todas,
desde engenheiros, médicos, arquitectos, etc.
Outro dado alarmante é de que cerca de 80% dos contratos, são renegociados
durante a duração dos mesmos. Sendo assim, o que está de errado? Porque é que
são cada vez mais, as companhias que optam por serem elas próprias a fazer o que
estava a ser feito em outsourcing?
Mais uma vez, nem o processo de insourcing é simples, este pode também vir
a ser bastante complexo, especialmente o cancelamento contratual, razão pela qual
muitas empresas optam pela revisão dos contratos em vez do cancelamento dos
mesmos. [5,6,7]
6
Consultora Deloitte (www.deloitte.com)
3.7 Tendências
Na imagem podemos verificar que existe uma relação entre o tipo de serviços
de outsourcing praticado em cada altura. Por exemplo, analisando a primeira onda, o
tipo de serviços a que se recorria não envolvia grande sensibilidade de dados, ou seja,
actividades como call centers e de apoio não envolvem grandes riscos para as
empresas que contratam em regime de outsourcing. Por outro lado, na última onda o
tipo de serviços prestados já envolve um carácter bastante mais sensível para as
empresas, uma vez que se tratam de actividades prioritárias, sem as quais as
empresas não conseguiriam funcionar correctamente. [12]
Sempre que se fala em outsourcing o primeiro país que nos vêm à cabeça é
inevitavelmente a Índia. Não é por acaso que tal acontece, não querendo entrar em
grande detalhe vou resumir o porquê de tanto sucesso.
Em meados dos anos 80, a Índia atravessou uma grave crise governamental, o
governo dessa altura caiu, dando assim lugar em 1991 a um novo gabinete cujo
ministro das finanças apontado foi Manmohan Singh. Manmohan Singh, que ocupa
actualmente o cargo de primeiro-ministro, transformou a crise numa oportunidade,
reformando a macroeconomia, politica fiscal, o sistema de ensino, bem como a politica
externa abrindo as portas da Índia ao mundo. Desde então a economia começou a
crescer significativamente, acompanhado também pelo crescimento dos seus países
vizinhos, nomeadamente a China. [1]
Outro factor que contribuiu em larga escala para esse sucesso, têm haver com
a formação pedagógica. Uma das grandes apostas do governo indiano foi formar
engenheiros de software capazes, para que estes fossem trabalhar para fora do país,
adquirindo conhecimentos nos países desenvolvidos para um dia mais tarde aplicarem
esses conhecimento no seu próprio país. [1,8]
Para que se tenha uma noção, em 1998, 29% da Silicon Valley 7 pertencia a
empresas indianas e chinesas. Muitos desses engenheiros indianos das mais diversas
áreas que trabalhavam na Silicon Valley, começaram a formar alianças que anos mais
tarde deram os seus frutos. Analisando as necessidades e oportunidades de mercado
optaram por voltar ao país de origem, formando empresas com a qualidade que só
Silicon Valley desfrutava na altura. [1]
7
Silicon Valley, fica na Califórnia USA e é um parque tecnológico que contém algumas das maiores
empresas tecnologicas do mundo.
5. Factores de risco
5.2 No outsourcing
Funcionais
De localização
Do fornecedor de serviço
Finalmente os riscos referentes ao fornecedor que têm haver com uma série de
variáveis, como a cultura organizacional, experiência, etc. O quadro da figura 6
representa bem a relação que existe entre estas 3 categorias e os riscos associados.
[8,10,15]
Para melhor compreender que estudo você deve efectuar antes da decisão,
outsourcing ou não, aconselho a leitura do artigo [9], que inclui um case-study.
6. A escolha do fornecedor
7. O factor humano
Uma das soluções para que se evite a falta de emprego nos países
desenvolvidos, é a especialização e a formação contínua para que se fique sempre um
passo à frente e existam motivos para manter esses funcionários. Outra solução
encontrada é fazer um levantamento das áreas que abundam de profissionais e optar
por outra área onde ainda não exista essa abundância.
No próximo mês de Novembro, vai ser lançado um jogo pela YDreams que
recorreu ao offshore outsourcing. É sobre o desenvolvimento deste jogo que vou
passar a descrever o processo.
8.1 Planeamento
8
No próprio país das empresas de outsourcing
9
www.ydreams.com
Neste caso a escolha recaiu numa empresa filipina, que ficou responsável
pelos seguintes contributos:
Usar uma engine por eles desenvolvida como base para jogos
Programação
Integração da arte produzida pela YDreams
Criação de parte da arte do jogo
Para além das parcerias estabelecidas, a YDreams tem no seu staff um polaco,
residente na Polónia, que também está envolvido na criação de parte da arte do jogo,
trabalhando assim à distância.
8.3 Acompanhamento
Para se assegurar de que todos os critérios são cumprimentos e para que haja
um acompanhamento de perto, a YDreams efectua conferências telefónicas semanais
entre todos os membros das duas equipas envolvidos nos processos de criação e
desenvolvimento. Presentes semanalmente nessas conferências, estão sempre um
Gestor de Projecto, um Programador e um Game Designer.
8.4 Futuro
9. Curiosidades
9.1 Keiretsu
9.2 Formulário
Para quem quiser ter uma noção do que realmente é feito e quais os assuntos
mais importantes a ter em conta, antes de assinar um contrato de offshore
outsourcing, encontra-se no anexo A, um excerto do artigo [15] referente a várias
perguntas às quais deve ter resposta.
10. Conclusão
Pois bem, após ler muitos artigos, livros e opiniões dos especialistas tornei-me
um pouco mais céptico em relação ao uso discriminado do outsourcing e espero que o
mesmo se tenha passado consigo.
No inicio disse que chegando ao final estaria apto para responder à questão se
o outsourcing poderia vir a ser uma mais valia ou não na sua empresa. Estando agora
consciente do longo caminho que é preciso percorrer e de todo o processo e
metodologias utilizadas, julgo que pelo menos este artigo serviu para tomar
consciência de que é uma decisão bastante complexa e deve ser tomada após muita
ponderação, ao contrário da simplicidade da definição.
Outro assunto que disse que iria abordar no final é em relação ao insourcing.
Um estudo recentemente efectuado pela Deloitte conclui que apenas 8% das
empresas continuam a colaboração de outsourcing findo o contrato e que a maior
partes das restantes volta a fazer o trabalho na sua própria empresa. Os motivos
apresentados alegam provam que o outsourcing tem de facto um enorme potencial,
mas para o aproveitar é necessário um estudo prévio bastante profundo, o que não é
feito em muitas das empresas.
Seja qual for a área em maior crescimento insourcing ou outsourcing uma coisa
é certa, a distância já não assusta ninguém e o case study da YDreams prova isso
mesmo.
Agradecimentos:
Agradeço à Sra. Mariana Cardoso pelas valiosas informações prestadas sobre
o trajecto da YDreams no outsourcing, à Sra. Marta Vieira e ao Prof. António
Câmara por me ter aberto a porta à YDreams.
Referências:
[4] Prof. Doutor Rupino, Paulo da Cunha (2006), Acetatos teóricos GSI
[6] Computing.co.uk (Maio 2005), “The insourcing trend is bringing it all back
home”
http://www.computing.co.uk/computing/features/2072478/insourcing-trend-
bringing-back-home
[7] Fowler, Bill (Setembro 2006), “Is Insourcing the New Outsourcing?”
http://www2.cio.com/analyst/report4266.html
[10] Gartner Inc. (Fevereiro 2003), “It´s no longer a wave, it´s a Tsunami:
Risks, rewards, and trade-offs of offshore outsourcing”
[12] Byron, G. Auguste and others (2000), “The Other Side of Outsourcing”
[14] Monlinié, Luis and Abran, Alain (1999), “Software Outsourcing Contracts”
http://dn.sapo.pt/2006/01/27/economia/china_e_sao_mercados_prioritarios_yd.
html
[24] CIO
http://www.cio.com/sourcing/outsourcing/
Anexo A