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Projetos
CARACTERÍSTICAS DE PROJETOS E STAKEHOLDERS
GERENCIAMENTO DE PROJETOS NAS EMPRESAS
DIFERENÇAS ENTRE PROJETOS E OPERAÇÕES
CONTINUADAS
PROJETOS DE
SUCESSO
INTRODUÇÃO AO
GERENCIAMENTO
DE PROJETOS
INTRODUÇÃO AO
GERENCIAMENTO
DE PROJETOS
Profa. Fabiana Bigão Silva
APRESENTAÇÃO
Este módulo pretende mostrar a você a necessidade do gerenciamento de projetos nas
organizações. Ele ainda pretende fornecer os conceitos básicos que devemos saber sobre
projetos, operações e sucesso de projetos. Esses conceitos iniciais são fundamentais para
a compreensão do restante da disciplina.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final desse módulo você deverá ser capaz de:
O fato de o mundo estar se tornando cada vez menor é óbvio para nós, não é mesmo?
Todas as pessoas falam de globalização! Mas será que já paramos para pensar nas causas
de tudo isso e, principalmente, nas conseqüências? Vamos pensar um pouco. O que tem
acontecido nos últimos anos?
Ora, o acesso à informação e às transações comerciais ficou muito mais fácil. Isso abre
oportunidade para que um número maior de pessoas participe da economia global, inde-
pendente de sua origem. O investimento maciço em tecnologia transformou todas as
pessoas em vizinhas de porta! Ou seja, pessoas dos quatro cantos do mundo estão
adquirindo poder.
E não pára por aí. Mais de 200 mil indianos atendem ligações de todos os lugares de
mundo nos call centers que se situam na Índia. É a terceirização de serviços para outros
países. E existem inúmeros outros exemplos... É fato: o trabalho está se movendo para
onde possa ser feito melhor e mais barato.
A expressão chave de tudo isso é diferencial competitivo . Mas o que isso significa e
como ter esse diferencial? Vamos ver a opinião de Waldez Ludwig, consultor de empresas:
VÍDEO
Assista o vídeo: Diferencial competitivo
http://br.youtube.com/watch?v=dF6hEg2WxdQ
De acordo com o vídeo, os consultores de empresas falam em ser diferente para melhor.
Para ser diferente, é preciso ter inovação. As empresas têm que inovar. Para que uma
empresa consiga inovar, ela precisa de espírito empreendedor, disciplina e conhecimento.
VÍDEO
Assista o vídeo: Criatividade versus Inovação
http://br.youtube.com/watch?v=gDJkbsfT55w
Assim sendo, navegar na área de negócios exige, atualmente, o domínio das metodologias
de gerenciamento de projetos.
TOME NOTA
O PMI é líder em práticas de gerenciamento de projetos, sendo a organização e certificação
mais conhecida no setor.
Novo modelo de carro | Olimptíadas de Pequim | Construção de uma Usina Hidrelétrica | Nova tecnologia.
Dos textos acima, quais conclusões podemos tirar a respeito das principais características
de projetos? Acertou se respondeu como características principais a temporariedade e
individualidade do produto ou serviço a ser desenvolvido pelo projeto.
Empreendimento não repetitivo: indica que as novas atividades não fazem parte do dia a dia
da empresa.
Possui objetivos claros e bem definidos. Os projetos têm metas e espera-se atingir o resul-
tado esperado.
Seu desenvolvimento pode se tornar caótico, uma vez que as variáveis envolvidas não são
totalmente conhecidas a priori.
Possui parâmetros e restrições bem definidos: como valores bem determinados para os
custos e prazos para cada uma de suas atividades previstas e a serem executadas.
Utiliza de recursos: para executar as tarefas, os recursos utilizados nos projetos devem estar
alocados nas atividades do projeto.
Observe as imagens dos eventos que apresentamos anteriormente e reflita: você não acha
que esses eventos possuem as características que acabamos de citar?
Exemplos de Projetos
Os projetos ocorrem em praticamente todas as organizações e em todas as suas áreas e
níveis, gerando produtos e/ou serviços para clientes internos e/ou externos. Como exem-
plos de projetos podemos citar:
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Um aspecto crítico para o sucesso do projeto é o seu efetivo gerenciamento. Podemos
afirmar que o gerenciamento de projetos é
Gerenciar um projeto também pode ser entendido como sendo dar respostas, de forma
estruturada, às seguintes perguntas:
• O quê?
• Por quê?
• Para quem?
Vamos fazer um exercício?
• Quando?
• Quanto?
• Como?
• Onde?
• Quem vai fazer?
Imagine que você trabalhe na área de eventos de uma grande empresa e tenha que orga-
nizar uma festa de final de ano para os funcionários. Você deverá cuidar de tudo, desde
o planejamento até a realização da festa. Obviamente você terá uma equipe com quem
possa contar para ajudá-lo na organização, mas você responderá pelo evento. Isso signi-
fica que você será o responsável caso o evento dê errado... e, também será lembrado no
caso do evento ser um sucesso.
• O quê?
Realizar uma festa de final de ano para os funcionários da empresa.
• Por quê?
Para incentivar a integração das pessoas, proporcionar um momento de entreteni-
mento aos funcionários, demonstrar agradecimentos a todos por terem contribuído
para a prosperidade da empresa naquele ano.
• Para quem?
Quem solicitou a organização da festa foi o presidente da empresa, mas todos os
funcionários serão envolvidos nesse projeto. O número total de pessoas envolvidas
é 500.
• Quando?
No mês de dezembro.
• Quanto?
Através de dados históricos, a estimativa de gastos numa festa de final de ano
para 500 pessoas é 40.000.
• Como?
A festa será realizada através da orçamentação e contratação de buffet para 500
pessoas, banda de música ao vivo, decoração para 40 mesas, salão de festas, convites.
• Onde?
A festa deve ser realizada num espaço para eventos que comporte o número de
pessoas estimado.
• Quem vai fazer?
Você, o gerente de projetos, é responsável por estabelecer a equipe e delegar as
responsabilidades de cada um.
À medida que o projeto progride, o gerente de projetos consegue responder com mais
detalhes às questões acima. O nível de detalhamento necessário aos planos do proje-
to depende do tamanho do projeto, do número de pessoas envolvidas, do contexto do
mesmo e de inúmeras outras questões. Um projeto complexo pode ter planos altamente
detalhados do seu escopo, prazos, custos, recursos humanos, riscos, aquisições e contra-
tações, qualidade e da sua comunicação entre os envolvidos. E todos esses planos devem
estar integrados entre si. Em um projeto pequeno, pode bastar a declaração do escopo e
um simples cronograma.
Vamos agora assistir a um vídeo, onde o professor Eduardo Fagundes comenta outras
questões que devem ser levantadas antes de se iniciar um projeto.
VÍDEO
Assista o vídeo: Questões a serem respondidas antes de iniciar um projeto.
http://br.youtube.com/watch?v=z845RaiKKoA
Para que o gerente de projetos tenha sucesso nessa atividade, é necessário um conjunto
de conhecimentos e capacidades, conforme descritos na tabela abaixo:
SPONSOR E STAKEHOLDERS
Como o projeto significa mudança, é necessário que o gerente de projetos tenha a capa-
cidade de lidar com aspectos humanos e comportamentais envolvidos com a mudança. O
benefício de qualquer empreendimento novo implantado nas organizações não se dá pela
implementação técnica, mas sim pelo seu pleno uso.
Para que se atinja esse objetivo, é necessário trabalhar também as pessoas envolvidas
com a mudança. Nesse contexto, o gerente de projetos é o agente de mudanças, respon-
sável também pela implementação e uso dos resultados do projeto.
BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO
DE PROJETOS
Segundo Vargas (2006), os principais benefícios do gerenciamento de projetos são:
Segundo o Standish Group International, em seu relatório “The Chaos Report on Project
Management - 2004”, graças ao uso de melhores métodos de gerenciamento, o percen-
tual de sucesso em projetos cresceu de 16% em 1994 para 34% em 2004, o que pode
ser verificado no gráfico da figura abaixo.
Sucessos em TI
100
Fracasso 25
80
60
RESULTADO DO PROJETO
ano Sucesso Sucesso Sucesso Sucessos Parcial 40
40
1994 16 53 31 ou Comprometido
1996 27 33 40 20
1998 26 46 28 35
2000 28 49 23 0 Sucesso
2003 34 41 25
1994 1996 1998 2000 2003
Mesmo com o crescimento do número de projetos com sucesso, esse número ainda é
baixo. Através do gráfico acima podemos perceber que o percentual de projetos que
fracassam é 25%, e o percentual de projetos comprometidos é 40%. Ou seja, as empre-
sas, principalmente aquelas nascidas durante a era da informação, ainda precisam melho-
rar suas práticas de gerenciamento de projetos, pois elas refletem diretamente no sucesso
dos projetos.
Para que a empresa possa estabelecer seu diferencial competitivo, ela estabelece sua
missão, ou sua visão de futuro. Essa missão é desmembrada em opções estratégicas que,
por sua vez, se dividem em objetivos prioritários. Os objetivos são implementados através
de projetos. Esses projetos devem ser escolhidos e priorizados pela organização com base
em critérios que veremos mais adiante quando falaremos de portfólios.
Objetivos Prioritários
Carteiras de Projetos
Estruturadores
A imagem abaixo exemplifica como um objetivo prioritário pode ser atendido por uma
série de projetos estruturadores. Observe...
Ou seja, um programa pode ser entendido como um conjunto de projetos que estão rela-
cionados entre si de alguma forma.
PORTFÓLIOS
Pense em uma organização que elaborou o seu planejamento estratégico, conforme já
falamos anteriormente. Para atender esse planejamento, existe uma carteira de projetos
para implementar, mas os recursos humanos e financeiros da organização são limitados,
que impedem a execução de todos os projetos. Ela vai ter que escolher os projetos a
serem executados, certo? Com base no quê ela vai escolher esses projetos? Existe algum
critério para isso?
Projeto
Projeto
Portifólio Programa
Projeto
Projeto
Programa Projeto
Projeto
Legenda: Portfólio de Projetos
É muito raro uma empresa conseguir planejar e executar todos os projetos de que ela
precisa num determinado momento. Por isso, ela precisa escolher os projetos que estão
mais relacionados aos seus objetivos prioritários. Esses projetos selecionados com base
em critérios específicos fazem parte do portfólio da empresa.
Mas para quê isso? Ora, imagine uma empresa com mais de cem projetos acontecendo
apenas na área de tecnologia. Você não acha que alguns desses projetos poderiam gerar
os mesmos subprodutos de forma redundante, desperdiçando recursos? Ou talvez pode-
riam se influenciar de tal maneira que os riscos em um projeto afetariam outros?
PMO
Não seria melhor ter uma visão compartilhada desses projetos então? Pois é, por Project Management Office
esses e outros motivos foi criada essa estrutura. Vamos ver o que a literatura fala ou Escritório de Projetos
sobre o PMO.
Segundo Valeriano (2003, p. 100), o PMO “consiste em uma organização formal, insta-
lada em uma organização e destinada ao apoio à sua comunidade de gerenciamento de
projetos e em um poderoso elo entre a organização e seus projetos”.
Segundo Kerzner (2001, p. 71), “o PMO é uma estrutura que se preocupa com a aplica-
ção dos conceitos de gerenciamento de projetos dentro de uma organização”.
Segundo Dai, (2001, p. 109), “PMO pode ser definido como uma entidade organizacional
estabelecida para auxiliar os gerentes de projeto e os times da organização na implemen-
tação dos princípios, práticas, metodologias, ferramentas e técnicas de gerenciamento
de projetos.”
Ou seja, o PMO tem uma visão global dos projetos com foco nos objetivos empresariais.
Com o PMO, fica factível fazer um elo entre o planejamento estratégico e os projetos,
não é mesmo? Falamos sobre esse elo anteriormente, lembra-se? Ou seja, tudo está se
encaixando...
Gerentes de projetos e PMOs buscam objetivos diferentes e, por isso, são orientados por
requisitos diferentes. Os esforços de todos, no entanto, estão alinhados com as necessi-
dades estratégicas da organização.
Operações
Operações são contínuas e repetitivas e o seu objetivo é manter o negócio da organiza-
ção. Quando seus objetivos são atingidos, é adotado um novo conjunto de objetivos e o
trabalho continua. Operações são permanentes e seu fim é imprevisível.
Montadora de veículos | Confecção de roupas de larga escala | Gráfica | Atendimento via telemarketing
Operações Projetos
São repetitivas São únicos.
Possuem condução com propensão ao caos,
pois as variáveis e complexidades envolvi-
São de execução previsível ou bem definida.
das nos mesmos não são necessariamente
conhecidas por completo a priori.
Podem não ser executadas por pessoas,
Somente podem ser executados por
podendo ser conduzidas por computadores
pessoas.
ou por máquinas.
Possui documentação que se propõe a
Normalmente possuem um procedimento planejar sua execução. Mas essa documen-
associado que documenta seu funciona- tação estará sempre sujeita a modificações,
mento, condições de erro, situações de acertos e adequações, dada a natureza de
contorno. complexidade e de alguma imprevisibilidade
que envolve um projeto.
Envolvem pouco ou quase nenhum trabalho
de criação, sujeição a riscos ou gerência
de conflitos, pois se referem a tarefas bem São típicos ambientes que envolvem confli-
definidas e conhecidas. tos e riscos. Isso exige a adoção de meca-
Em certos casos, as eventuais exceções ou nismos e soluções desenvolvidas a partir
conflitos que possam atingir as operações de grande dose de criatividade por parte de
costumam ser bem conhecidas e bem docu- seus participantes.
mentadas, passando a constituírem-se parte
de si próprias.
Exemplos de Operações
Alguns exemplos de operações são:
Para decidir se uma demanda vai ser conduzida como uma operação (rotina) ou como um
projeto é necessário fazer algumas perguntas. Quando todas estas perguntas receberem a
resposta SIM, estamos seguros de que essa demanda trata-se de um projeto:
Sucesso de Projetos
O conceito de sucesso de projetos tem mudado muito ao longo dos anos.
Existem várias abordagens para definir se o projeto foi finalizado com sucesso. Algumas
das principais abordagens são descritas a seguir.
Claro que não! Sei que você está pensando: mas ele adiantou a entrega em
dois meses, e isso só pode ser uma coisa boa!
Vou te dar um exemplo. Uma empresa do Sul do país contratou um projeto de outra
empresa de São Paulo. O escopo desse projeto era planejar e construir armários suspen-
sos à prova de fogo para o armazenamento de documentos muito importantes que não
podia ser digitalizados nem descartados dentro dos próximos 25 anos (acredite, existem
documentos com essas restrições!). Como eram documentos muito pouco acessados, a
empresa do Sul iria construir um galpão num local afastado (mais barato) para o arma-
zenamento dos documentos. Suponha que a empresa de São Paulo tenha terminado de
construir os armários e, com dois meses de antecedência, tenha ido ao cliente para fazer
a instalação dos armários no galpão. Mas o galpão não estava pronto ainda... Conclusão:
A empresa de são Paulo teve que alugar um espaço para guardar as peças até o galpão
ser construído.
Vamos fazer outra atividade? Imagine que sua empresa tenha 1 milhão de
reais para gastar com todos os projetos para o ano seguinte. Esse dinhei-
ro não é suficiente para custear todos os projetos da organização. Então
foram aplicados os critérios que vimos na seção “Portfólios” para esco-
lher os projetos prioritários. Para fins de simplificação, suponha que foram
escolhidos 10 projetos de R$100 mil cada. Esse valor foi levantado a partir
de um planejamento inicial elaborado com todos os projetos. Suponha que,
ao final do ano seguinte, cada um dos projetos tenha efetivamente custa-
do menos. Para facilitar nosso raciocínio, vamos supor que cada um dos
projetos tenha custado R$90 mil. Ou seja, ao final do ano, a empresa teve
uma economia de R$100 mil, equivalente a R$10 mil de cada um dos 10
projetos. Houve sucesso?
Resposta:
• Um projeto que concluiu-se dentro ou antes do prazo previsto. Neste caso, esta-
mos considerando que a antecipação do prazo de entrega do projeto foi benéfico
para a organização contratante do mesmo.
Nesse caso, considera-se sucesso o adiantamento das entregas do sucesso, bem como um
custo menor do mesmo. Mas isso é considerado apenas se for benéfico para a empresa e
não ocasionar perdas, como vimos nas atividades anteriores, não é mesmo?
Impacto/satisfação do cliente do projeto: esta dimensão é muito complexa, pois não basta
o resultado do projeto satisfazer às suas especificações técnicas. Muitas vezes entrega-
mos projetos perfeitos do ponto de vista técnico, mas o cliente não fica satisfeito. Essa
dimensão inclui fatores relacionados ao uso dos produtos gerados:
Sucesso direto/sucesso no negócio do cliente: esta característica pode ser medida, prima-
riamente, em termos do nível de sucesso comercial ou da fatia de mercado (market share)
atendida a partir dos resultados desenvolvidos pelo projeto.
Futuro potencial: esta dimensão, mais difícil e nebulosa de se apurar, inclui fatores rela-
cionados a:
Por exemplo, alguns projetos para produzir chips que permitem que celulares recebam
sinais de TV gratuitamente já foram implantados. Mas esses projetos são apenas o come-
ço da TV móvel. A partir dessa oportunidade, novos produtos e linhas de mercado surgi-
rão. Por exemplo, a produção de chips que possam ser inseridos em qualquer dispositivo
eletrônico, não apenas celulares.
Referências
CARVALHO, Marly Monteiro de; RABECHINI JUNIOR, Roque. Gerenciamento de projetos
na prática: casos brasileiros. São Paulo: Atlas, 2006. 212 p.
DAI, X. C. The role of the project management office in achieving project success.
Doctoral thesis. USA: The George Washington University, 2001.
HALLOWS, J. E. The project management office toolkit. New York: AMACAM, 2000.
HELDMAN, Kim. Gerência de Projetos. PMP Project Management Professional. Guia para
o Exame Oficial do PMI. 3ª. edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
MULCAHY, Rita. PMP Exam Prep. Rita´s Course in a Book for passing the PMP Exam –
Fifth Edition – for the PMBOK Guide – Third Edition. USA: RMC Publications, 2005
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