Você está na página 1de 14

A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

Negócios e Desenvolvimento Regional

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO EM DESIGN PARA O


CRESCIMENTO EMPRESARIAL
THE IMPORTANCE OFDESIGN MANGEMENT FOR BUSINESS GROWTH

DE DÉA, Ítalo D.; Estudante de Design; FUCAPI


italodea@gmail.com

ARRUDA, Karine M.; Estudante de Design; FUCAPI


karinemaar@gmail.com

Resumo

O presente artigo investiga a atual situação de micro-empresas com relação a


gestão em design, aponta-se as características de empresas onde design está
inserido atualmente. Também é levado em consideração o modelo de design
valorizado proposto por Nigel Whiteley em seu artigo "O designer valorizado", ao
mapear a posição de empresários e designers gestores sobre a diferença que a
gestão em design pode causar. Como conclusão, sugere melhorias que o design
como gestão pode ocasionar a uma empresa.

Palavras-chave: gestão, design, micro-empresa.

Abstract

The present article investigates the current situation of micro-companies


management based in design, it appoints the characteristics of a company’s where
design is currently inserted. It also contains a consideration about the valued design
model proposed by Nigel Whiteley in his article "The designer valued." In addition it
also maps out the position of businessmen and designers who are also managers
about the difference that design management can change on a company and
concludes that improving the design management can lead to a company.

Key-words: management, design, small companies.


A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

INTRODUÇÃO
Atualmente a inovação é mais do que uma opção, é uma condição, tanto para
grandes quanto pequenas empresas. Para uma empresa crescer e se adequar ao
mercado competitivo do mundo atual, a preocupação com a inserção de diferentes meios
de inovação é inevitável. Desse modo, a inovação conduz as empresas a terem um novo
olhar empreendedor, visando uma nova exigência de mercado.
O empreendedorismo nos tempos de hoje está sendo um dos principais focos de
profissionais que acabam de entrar no mercado de trabalho, independente da área.
Trabalhar para outras pessoas cada vez mais se transforma em uma perspectiva de
emprego ultrapassada.
Existem diversos incentivos para se empreender, por exemplo para a criação de
uma startup, existem apoio de incubadoras dentro e fora de universidades, programas do
governo, empresas de aceleração, entre outros. Mas por que todo esse investimento em
uma companhia de pequeno porte onde não existe uma receita de negócio bem definida?
Então vem a resposta, que é o ponto chave que vamos discutir ao longo do texto. Este
artigo tem como objetivo destacar a importância da gestão em design em empresas, e
como ela pode afetar no crescimento de pequenas empresas. O método utilizado
constitui-se na definição da gestão em design, e a posição de empresários e designers
quanto a inserção dessa gestão em empresas.
A base teórica da discussão trabalhou os conceitos do designer valorizado
defendidos por Nigel Whiteley (1988) e da gestão em design apontada por Martins
(2005).
Este artigo está dividido em seis partes, na primeira destacamos o modelo de
design valorizado conceituado por Whiteley (1988). Após é apresentado o momento em
que pequenas empresas começaram a se destacar no mundo empresarial, tanto no Brasil
como no mundo. O próximo tópico é destinado às características e posicionamento do
design como estratégia de gestão, ou seja, uma forma de inovar. Mostramos o método
utilizado para apontar opiniões de empresários e designers que trabalham com a gestão
de empresas e através dessas respostas a discussão sobre a compreensão que
podemos ter sobre o referido assunto, além de apresentar sugestão de como agregar
valor a essa gestão em design.
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial
Negócios e Desenvolvimento Regional

CARACTERÍSTICAS DO DESIGNER VALORIZADO


Segundo Miller (1988) design é o processo de pensamento que compreende
a criação de alguma coisa. O autor aponta que design não é o produto em si, mas
sim o processo. Logo, o conhecimento em processos aplicado em empresas seria
uma diferente forma de gerir e planejar, ocasionado diferentes benefícios à empresa,
funcionários e clientes.

Acreditar que a participação do pensamento no design se limita a


um ou dois desses aspectos (insight, intuição e razão) significa
abafar o poder do nosso potencial criativo como designers.
(MILLER, 1988,p.2)

O designer é constantemente questionado sobre distinção entre a teoria e a


prática, essa grande discussão entre autores está perto do fim por conta dos
avanços tecnológico, mas precisamente pela inserção da informática no meio
comum do design. Cada vez mais a teoria e a prática andam juntas. Essas
mudanças causaram a interdisciplinaridade, um grande aspecto da pós-
modernidade.
Essa interdisciplinaridade é claramente vista nos novos ambientes de
trabalho, compostos por designers, publicitários e profissionais de diversas outras
áreas. Mas a imposição pela escolha de uma área específica dentre todas as
ramificações do design quebra a opção da interdisciplinaridade, o que traz
benefícios ao designer e a empresa que o mesmo está inserido. Como exemplo se
pode citar a oportunidade de gerir pessoas que trabalham em diferentes áreas. Um
dos mais conhecidos estúdios de design da atualidade, o Sagmeister & Walsh, é
formado por uma equipe de somente designers interdisciplinares.
Essas mudanças ocasionaram transformações culturais, segundo Whiteley
(1998) que detalha as características, a fim de desenvolver um novo modelo de
designers, com conhecimento aprofundado na questão de valores. Vários modelos
são identificados por Whiteley, como o designer formalizado, teorizado, politizado,
consumista e tecnológico, todos apresentam características de diferentes
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

“personalidades” de um designer, que representa uma mistura


de diferentes modelos.
O autor afirma que “uma sociedade sofisticada precisa de designers
sofisticados, os quais devem ser bem informados e capazes de uma reflexão crítica,
além de serem criativos em matéria de projeto”. E completa dizendo que habilidades
de diferentes tipos resultam em interdisciplinaridade, mas ao invés disso a confusão,
incoerência e desconfiança é o que tem ocorrido.
O modelo proposto pelo autor é o designer valorizado, onde o principal ponto
é fundir a teoria com a prática, onde a vantagem é enfocar valores no ensino do
design. As características de um designer valorizado seriam de extrema relevância
no âmbito empresarial.
Designers valorizados não são laicos do sistema capitalista e nem fissurados
por tecnologia, são criativos, construtivos e de visão independente. Para Whiteley
(1998), este tipo de consciência e conhecimento resulta não só em soluções e
metodologias projetivas, mas também em atitudes e sensibilidades como cidadão.
Wolf (1998) define a gestão em design como o planejamento e coordenação de
estratégias correspondentes aos objetivos e valores da empresa, motivar os
empregados e controlar os trabalhos, assegurando com que cumpram os objetivos,
com prazos e custos planejados.

O “BUM” DAS STARTUPS


Empresas de pequeno porte, movimentadas por inovações, tecnologias, conceitos
e ideias que demonstrem grandes interesses empresariais, formam as startups que
despontam no mercado atual. Esse grupo de pessoas geralmente com perfis diferentes,
tendo inúmeros pontos de vista para o aperfeiçoamento de uma ideia, busca de acordo
com Gitahy (2010) um modelo de negócios repetível e escalável.
Startups trabalham em cenários incertos, pois trabalhar com a inovação com tanta
espontaneidade, resulta em uma incerteza de que a ideia proposta pela empresa vá gerar
lucros para se tornar sustentável. Porém os modelos de negócios de uma startup tem
sempre a intenção de transformar trabalho em dinheiro da forma mais direta possível.
A questão citada no primeiro paragrafo a respeito de uma startup ser repetível e
escalável, significa ser capaz de entregar o mesmo produto novamente em escala
potencialmente ilimitada, sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial
Negócios e Desenvolvimento Regional

(GITAHY, 2010). O especialista Yuri Gitahy (2010) cita um exemplo bem específico,
onde fala que:
“[...] não é possível vender a mesma unidade de DVD várias vezes,
pois é preciso fabricar um diferente a cada cópia vendida. Por outro
lado, é possível ser repetível com o modelo pay-per-view – o mesmo
filme é distribuído a qualquer um que queira pagar por ele sem que
isso impacte na disponibilidade do outro produto ou no aumento
significativo do custo por cópia vendida.” ( GITAHI, 2010)

Hoje, muitas empresas param de crescer ou são extintas do mercado onde atuam,
por não enxergarem a relevância que a tecnologia tem dentro do meio empresarial.
Rodrigues (2008), relata que o sucesso de uma empresa depende dos níveis de
qualidade que as mesmas procuram estabelecer como forma de aperfeiçoar e inovar sua
tecnologia nos serviços e produtos. Pois não se torna eficaz obter a tecnologia sem ter o
cuidado para utiliza-la, apenas obtê-la não é suficiente, mas desenvolver e gerenciar
informações que possam contribuir nesta inovação, é o que faz a diferença.
As startups conseguem utilizar essa inovação, para crescer cada vez mais, sem
alterar o seu modo de trabalhar. Crescendo em receita e lucros mas conseguindo manter
os custos baixos e/ou com um lento aumento, esse é o ponto chave que atrai
investimentos de grande porte e proporcionam a ampliação dessas pequenas empresas.

DESIGN COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO


Transmitir confiança, diferenciar-se do mercado com vantagens competitivas
são apenas alguns dos benefícios que uma gestão em design traz a uma empresa,
assim como soluções de problemas, sistematização, coordenação, criatividade e
contribuição cultural são características dos resultados de uma gestão em design.
Um dos principais canais por onde as empresas podem buscar essa
implementação de inovação e tecnologia é a utilização do Design dentro do setor
necessitado. Muitos empresários ainda não veem dessa forma. De acordo com Sampaio
(2012), o Design é uma ferramenta inovadora, diretamente ligada ao empreendedorismo
e de suma importância para promover a competitividade na comercialização dos
produtos. Por exemplo, um branding para uma empresa não é somente um investimento
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

estético. Mas sim, tem o intuito de comunicar os valores da


empresa e seu perfil para o público exato que seu serviço esta focado, além de
diferenciar-se dos concorrentes.
A gestão do Design ainda não é devidamente explorada pelas empresas no Brasil.
As áreas de tecnologia, pesquisa e Design são cada vez mais requisitadas com o avanço
da globalização dos mercados (MARTINS, 2004). Com forme vemos na tabela abaixo, o
Design como gestão, pode oferecer diversos benefícios:

Benefícios da Gestão em Design


Em relação à Aumenta o potencial de competição da indústria
economia brasileira no mercado interno e externo pela
inovação, diferencial e padrão de qualidade;
contribui com iniciativas governamentais para
promoção da marca Brasil; transmite mensagens
sociais por meio visual.
Em relação à Auxilia a atingir o mesmo patamar ou superior da
empresa concorrência; altera a cultura empresarial provendo
o status de empresa inovadora pelo estilo de gestão;
contribui com o meio ambiente pelas soluções em
descarte ou re-uso de produtos pós-consumo; auxilia
na comunicação interna e externa.
Em relação ao Otimiza as iniciativas de Desenvolvimento de Novos
produto Produtos, a produção, reduz o tempo de lançamento,
diminui custos, provê qualidade e agrega valor como
diferencial e inovação insere qualidade em suas
características.
Em relação à Confere boa percepção da imagem da empresa
imagem junto ao mercado, funcionários, fornecedores e
concorrentes; otimiza a identificação de produtos e
da empresa; informa e otimiza suas mensagens.
Consumidor externo Atua na percepção da imagem, valor da imagem,
e interno valor do produto, fidelidade à marca, melhora
ambiente de trabalho, facilita comunicação interna,
corrobora para melhoria da qualidade de vida.

+
Tabela. 01 – Gestão em Design como Estratégia Organizacional.
Fonte: MARTINS (2008)

Para estimular o aumento desta competitividade em uma rede de empresas, é


necessário sempre a inovação, não importando o setor, no produtivo quanto no
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial
Negócios e Desenvolvimento Regional

administrativo ou de exportação. Vianna (2012) cita que a inovação consiste em estudar e


recriar modelos de negócio, não apenas buscar novas soluções mais também estudar
novos mercados podendo assim suprir novas necessidades do cliente. E para alcançar o
diferencial na empresa, além das inovações tecnológicas começou a ser utilizada a
questão do foco nas necessidades do usuário, e para isso criou-se o Design Thinking.
De acordo com Vianna (2012), “Design Thinking” é uma abordagem focada no ser
humano que vê na multidisciplinaridade, colaboração e tangibilização de pensamentos e
processos, caminhos que levam à soluções inovadoras para negócios. Esse novo
conceito vem para focar os estudos das empresas no usuário, utilizando metodologias e
conceitos de Design dentro dos processos já existentes, conseguindo assim atingir um
produto/serviço final que satisfaça melhor o cliente.
Na figura a baixo podemos identificar as grandes diferenças, entre a pesquisa do
mercado tradicional e a pesquisa considerando o Design como gestor:

Tabela 02 – Tabela que diverge a pesquisa de design e uma pesquisa de mercado.


Fonte: Livro Design Thinking – Inovação em Negócios.(VIANA,2012, p.15)
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

Percebemos que o foco é o mesmo, mas a maneira que cada pesquisa tem de
conhecer o problema e buscar opções de soluções, mostram diferenças. Os resultados
de uma pesquisa de Design, tendem a levar os mesmos para fora dos padrões do
problema abrindo novas opções para o mercado que no caso esteja trabalhando com o
Design.
Sampaio (2012), cita que a especialista em Design Estratégico e consultora do
Sebrae Alagoas Marta Melo, aponta o Design como uma ferramenta para a inovação e
de crescimento das empresas. O uso do Design Thinking, onde a solução do problema
também abrange questões sociais e econômicas, as reais necessidades do cliente são
atendidas e a competitividade entre empresas é promovida.
Em entrevista a revista Mundo da Publicidade, o sócio-diretor da grande empresa
Cauduro Associações contempla a necessidade do bom uso do Design e percebe o
atraso das empresas brasileiras nesta forma de inovação. Um grande investimento é
necessário porém uma pesquisa foi feita por empresas como Honda e Motorola, mostram
que este investimento é rentável, onde através de pesquisas foi afirmado que a cada
dólar investido em Design há cinco dólares de retorno para a empresa.
Portanto, acredita-se que a gestão do Design deva ser devidamente explorada
pelas empresas no Brasil. Criando um nível mais alto em qualidade de serviços dentro e
fora desses empreendimentos, oferecendo produtos/serviços que realmente façam a
diferença no cotidiano das pessoas.

CAMINHOS METÓDOLÓGICOS PERCORRIDOS


A etapa da pesquisa que teve como meta o levantamento de dados foi realizada
através do preenchimento de questionários e entrevistas com empresários, designers que
trabalham com gestão, profissionais e estudantes com o olhar analítico e crítico a respeito
da evolução da gestão de empresas e noções do que é necessário para manter-se no
mercado. Alguns receberam as questões através do e-mail, outros concordamos que
seria mais proveitoso se nós mesmos apresentássemos verbalmente as questões,
utilizando um pouco da informalidade organizada para discutir o tema. E para atingir um
número mais alto de respostas, o questionário foi criado digitalmente no
GoogleDocsForms, nos possibilitando a divulgação em redes sociais que envolvam o
tema.
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial
Negócios e Desenvolvimento Regional

Foram elaboradas perguntas abertas, que permitissem ao entrevistado uma certa


liberdade de opinião, num processo em que as perguntas apenas indicam o caminho do
tema. O interessante nesta analise de opiniões diversificadas, tomando como ponto de
partida a abordagem de estudantes, designers, programadores, empreendedores e
gestores. E sempre deixando em aberto palpites em cima de cada questão, no sentido de
permitir opiniões dos questionados, agregando assim posicionamentos relevantes ao
nosso questionário, mantendo-o em constante mutação positiva.
Notou-se que para responder o questionário era necessário fazer parte deste
grupo de gestores, por terem experiência na área, pois ocorreram alguns casos onde não
se obteve uma resposta concisa por falta de conhecimento e experiência de trabalho.
Como já dito anteriormente, a gestão em design ainda não é bem explorado, mas
já se percebe o interesse e o sentimento da necessidade desses profissionais, que
mesmo sem ter experiência em alguns quesitos da pesquisa, tem total consciência da
importância do design independente do tamanho e público que a empresa atinge.

RESULTADOS
Ao fim dos nossos questionários, tivemos 75% dos entrevistados com idade entre
20 e 30 anos, sendo 75% do sexo masculino.
Na primeira questão foi indagado: Como você vê o design no meio empresarial?
Foram apresentados diversos posicionamentos, como:
 O posto do Design está se movendo para uma posição estratégica das
empresas, principalmente nas novas empresas gerenciadas pela nova
geração de empreendedores.
 Empresas tradicionais estão voltando recursos e importância para o Design
(design de produtos e processos, design de embalagens e marketing)
 Design é fundamental para a empresa frente a concorrência imposta entre a
venda de produtos e serviços.
 No meio empresarial o Design é essencial, pois não se presta apenas para
ferramenta gráfica, mas também por exemplo na criação de fluxo de
informações, fluxos de pessoas em ambientes de trabalho.
 Quanto mais a empresa trabalha com comunicação e criação, mais o
Design é essencial dentro desta empresa.
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

Depois de todas essas opiniões do design no meio


empresarial, partiu-se para a profissão, questionando como era visto o designer como
gestor em meio a empresas e projetos. Buscando uma experiência no meio empresarial
da pessoa entrevistada. Com as respostas fechamos em 3 diferentes pontos de vista:
 Designer é um assessor técnico do gestor
 Profissional visionário, capaz de reconhecer oportunidades pouco
percebidas pro profissionais puramente administrativos.
 Como gestor ele consegue ver o projeto como um todo pensando nos
detalhes, vendo o processo macro que englobam os processos micros.
Porém a gestão é muito complexa, e exige skills específica das pessoas.
Falando sobre estratégias de Design, que possivelmente podem vir a ser um
diferencial no processo de gestão em uma empresa, foi bastante citado o fato do designer
criar estratégias dentro de um grande processo.
O exemplo citado foi a respeito de uma empresa que trabalha com
desenvolvimento de softwares, onde o designer está ligado diretamente em todos os
processos, desde o atendimento do cliente, até a entrega do mesmo, onde pode ser
avaliado se o mesmo está de acordo com o que o cliente quer e se foi feito pensando no
usuário/consumidor. E a função é aperfeiçoar e entregar o melhor serviço possível da
empresa. O designer é um profissional com uma base multidisciplinar, que consegue gerir
os percursos pelos quais caminham a informação e comunicação.
Na ultima etapa do questionário colocamos as pessoas em uma posição como
empreendedor, onde ele tem uma startup à sua disposição e lhe passamos uma lista de
estratégias de gestão em design, onde ele pode escolher apenas 3 opções que mais se
adaptaria à um modelo de negócios. A baixo segue os gráficos:
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial
Negócios e Desenvolvimento Regional

Fig. 03 – Gráfico de respostas da 4a questão.


Fonte: Questionário – A importância do design como gestão em micro-empresas.

DISCUSSÃO
Para um melhor entendimento, na discussão tentamos responder 3 questões:
 O que é Design como gestão?
 Como o designer atua no meio empresarial?
 Quais as vantagens da sua atuação?
O Design sendo inserido nas empresas na área de gestão nos últimos tempos,
vem carregando uma responsabilidade de criar estratégias dentro e fora dos processos
de produção ou criação de serviço que a empresa oferece. Além de visar a melhor
qualidade do produto ou serviço ao analisar, corrigir e criar novos processos e fluxos de
trabalho, o design tem a preocupação de como e quanto aquele serviço vai satisfazer o
usuário e influenciar de forma positiva a vida do mesmo.
Empresas tradicionais costumavam ter gestores com apenas estudos
administrativos, porém com a concorrência imposta no mercado, o profissional designer
está se encaixando cada vez mais nesse posto. Além de sempre querer participar te todo
o processo, o designer é um profissional multidisciplinar, uma característica positiva, onde
dentro de uma equipe ele pode analisar e criar estratégias até mesmo na forma de como
essa equipe trabalha. Ele analisa o perfil de todos da equipe e pode descobrir pessoas
que trabalham melhor, com horários fixos, por demanda, em equipe, sozinho entre outras
opções. E isso pode fazer a diferença, processos bem “desenhados” geram economia e
lucro para as empresas assim boas estratégias promovem um crescimento acelerado.
Startups hoje estão sendo as principais metas de profissionais recém formados, de
diversas áreas. Buscando uma ideia inovadora para se erguer diante do mercado atual.
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

Porém para lidar com esses profissionais com pouca experiência,


ansiosos e empolgados para realizar seus projetos é preciso ter muita calma, pois a
maneira tradicional de lidar com uma equipe em desenvolvimento e amadurecimento não
é a mais adequada.
Planos de negócios são necessários para adquirir financiamento, investimento e
lugares privilegiados em incubadoras de sucesso. O que promove um planejamento
prévio de ganhos, trabalho e possíveis riscos para um jovem empreendedor e
principalmente para visualizar a vantagem que há ou não em investir na ideia.
Então esses micro empreendedores muitas vezes são designers ou estudam o
design como gestão, pois é uma área abrangente onde é necessário aprender a lidar com
diferentes perfis, assim como acontece quando se estuda diversos tipos de usuário.
As estratégias que o design pode levar para uma empresa de grande ou pequeno
porte como startups, ultrapassam a criação e estética de produtos ou materiais gráficos
como era visto antigamente. A inovação tanto dentro da empresa quanto nos serviços
que ela oferece, é uma das principais formas para uma empresa evoluir.
Então, com todo o levantamento de pesquisa bibliográfica e de campo podemos
afirmar que o design como gestão no meio empresarial, tanto em grandes como em
pequenas empresas é um bem necessário em algumas áreas e setores. Ou seja, grandes
empresas ao longo do tempo sentem a necessidade dessa gerência em design. Novas
empresas que trabalham no ramo da tecnologia e comunicação, independente de seu
tamanho e tempo no mercado, compreendem as melhorias que uma gestão diferenciada
e multidisciplinar pode causar para a empresa.
Acreditamos que o campo do design tende a crescer ainda mais, principalmente
em seus ramos de atuação, através do modelo de designer valorizado proposto por
Whiteley (1998). O design valorizado pode explorar e formar profissionais com visão
independente, além de criativos e construtivos. Onde o design não faz parte apenas de
soluções e metodologias projetuais, este também englobará a formação de cidadãos,
com atitudes e sensibilidade, capazes de abranger conhecimentos distintos que
resultariam em envolvimentos maiores e frequentes nas áreas de empreendedorismo e,
principalmente, na gestão de empresas.
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial
Negócios e Desenvolvimento Regional

Limitações do Estudo e como os experimentos poderiam ser melhorados


Este estudo revelou parcialmente as áreas e estratégias que o design pode atuar,
estudar e implementar, dentro de uma empresa. Para ampliação da discussões se faz
necessário um questionário mais extenso e específico, colocando em pauta as opções de
atuação e levando para empresas que trabalham com esse tipo de gestão responderem.
Somente através do contato direto a essas informações concretas a respeito das
empresas, teríamos as condições de exemplificar aqui todas as opções.
Uma grande dificuldade em se fazer a pesquisa foi ter acesso a pessoas que
realmente possuem conhecimento da área e que tivessem um ponto de vista com base
nas próprias experiências como empreendedor. Muitos dos que receberam o questionário
não tiveram tempo para responde-lo, ou não o consideraram relevante.
Porém, ainda sim recebemos respostas significativas que demostram a
importância de que, aos poucos, empresas locais vão dando valor tanto ao design como
ao designer. Outro ponto que pudemos constatar e merece ser destacado é a perceptível
ligação entre negócios, startups, tecnologia e design.

Oportunidades para possíveis trabalhos


Ao concluir este estudo, outros questionamentos surgiram, abrindo oportunidades
para que sejam realizados novos trabalhos. Uma analise comparativa entre empresas de
grande e pequeno porte que utilizam o design como gestão e empresas que não utilizam,
seria uma nova pesquisa para dar continuidade ao estudo apresentado, atuando
diretamente com pessoas que vivenciam essa evolução empresarial. Esta proposta de
pesquisa poderá ter abrangência não só nacional, como também internacional, nas quais
o design em gestão já está presente nas empresas há mais tempo e onde se pode
perceber resultados mais sólidos.
Outro ponto interessante para a pesquisa seria ter a oportunidade de analisar a
inserção de um designer gestor em uma pequena ou média empresa, e acompanhar seu
crescimento e desenvolvimento, o que necessitaria muito mais tempo.
Por fim, através da análise realizada nesta pesquisa podemos afirmar que o design
como gestão no meio empresarial, tanto em grandes como pequenas empresas, se torna
essencial para o sucesso das mesmas. As estratégias que o design pode levar para uma
empresa de grande ou pequeno porte como startups, ultrapassam a criação e estética de
A Importância da Gestão em Design para o Crescimento Empresarial

produtos ou materiais gráficos, como era visto antigamente.


A inovação, tanto dentro da empresa quanto nos serviços que ela oferece, é uma das
principais formas para uma empresa evoluir.

REFERÊNCIAS

GOMES, Helton Simões: Gerar receita pesa mais que inovação na escolha de
startups em programa do governo.Disponivel
em:http://g1.globo.com/tecnologia/startup/platb/category/startup-brasil/. Acesso em 01
de Maio de 2013.

RODRIGUES, Maxwell: A importância da Tecnologia no crescimento empresarial.


Disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/a-importancia-
da-tecnologia-no-crescimento-empresarial/24362/ >. Acesso em 01 de Maio de 2013

SAMPAIO, Marcela: Tendências e importância do design nas empresas são


discutidos em seminário. Disponível em:
<http://www.al.agenciasebrae.com.br/noticia/19335274/industria/tendencias-e-
importancia-do-design-nas-empresas-sao-discutidos-em-seminario/?indice=0> Acesso
em 01 em Maio de 2013.

ALVEDAÑO, L.E.C. O design e o designer competitivos: uma necessidade do


mercado.Disponível em <http://www.designbrasil.org.br/artigo/o-design-e-o-designer-
competitivos-uma-necessidade-de-mercado#.UYXLp7WkooI>. Acesso em 05 de
maio de 2013.

MARTINS, Rosane F. de Freitas; MERINO Eugenio A. Díaz. A Gestão de Design


como Estratégia Organizacional. Londrina: Eduel, 2008.

MILLER, R, William. A definição do Design. Traduzido por João de Souza Leite.


1997

VIANA, Maurício... [et al.]. – Rio de Janeiro: Design thinking: inovação em negócios.
MJV Press, 2012. 162p.: il.; 24cm. Rio de Janeiro, 2012.

GITAHY, Yure. O que é uma startup.http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-


especialista/noticias/o-que-e-uma-startup. Acesso em 21 de maio de 2013.

WHITELEY, Nigel. O Designer Valorizado. Revista Arcos. Volume 1. 1988

Você também pode gostar