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ALUNO

ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS

Componente Curricular: HISTÓRIA


6º ANO
SEMANA 24 - 04 A 08 DE OUTUBRO

EMEF: _______________________________________________________________________
ALUNO(A): ___________________________________________________ TURMA: ________

Habilidades: EF06HI14 - Identificar e analisar diferentes formas de contato, adaptação ou exclusão entre populações em diferentes
tempos e espaços.

Reflexão
É muito comum estranharmos hábitos e costumes de pessoas e povos estrangeiros. E, veja bem, quando falamos
em estrangeiros, não necessariamente estamos falando de pessoas de outros países. Indivíduos de diferentes cidades e até
de diferentes bairros, muitas vezes, apresentam comportamentos típicos da sua própria cultura que enxergamos como
estranhos por serem muito diferentes dos nossos.
O grande problema não está no estranhamento. Mas sim nos juízos de valores que fazemos. Isto é, empregamos a
ideia de melhor ou pior quando comparamos nossas culturas com as de outras pessoas. Esse juízo de valor é feito a partir
de uma visão equivocada. A cultura é uma construção humana que se relaciona com as formas como as pessoas vivem.
Logo, se elas vivem de maneiras diferentes, possuem necessidades diferentes. Então, nada mais comum do que elas
possuírem culturas diferentes. E estas não podem ser analisadas de maneira que possamos classificá-las como melhores ou
piores, pois aquilo que é bom é certo para nós pode não ser para os outros , bem como o contrário também pode ocorrer.
O mais importante é que tentemos entender as formas como as pessoas vivem e, a partir disso, compreendermos
suas culturas. Sempre buscando o respeito ao próximo e a liberdade que todos temos de sermos quem somos.

Aula 1 O outro na Roma antiga

Como vimos nas aulas anteriores, Roma se


desenvolveu de um pequeno povoado para um
gigantesco império. Para isso, ela expandiu seus
territórios ao ponto de dominar diversos outros
povos, impondo sobre eles as suas leis e sua forma de
governo. Os romanos chamavam de bárbaros todos
aqueles que possuíam línguas, religiões e hábitos
diferentes dos deles. Assim, o termo bárbaro passou a
ser utilizado para se referir aos povos estrangeiros.
Mas, este termo acabou sendo amplamente utilizado
para se referir aos povos que viviam na região da
Germânia, na parte norte da Europa.

Hoje, preferimos usar o termo germânico para


falar destes povos, pois a palavra “bárbaro” está
carregada de preconceito uma vez que os romanos
entendiam que a cultura desses povos era inferior à deles. Contudo, os germânicos não eram um só povo. Esse termo é
utilizado, pois se refere à região onde esses povos viviam. Nela encontramos Alamanos, Alanos, Bávaros, Francos, Frísios,
Hérulos, Lombardos, Normandos, Visigodos, Ostrogodos, Saxões, Suevos e Vândalos. Cada um destes povos com suas
próprias particularidades.

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O contato entre os povos germânicos e os romanos se deu através das guerras. A região ao norte da Península
Itálica foi alvo de diversas expedições romanas que, gradativamente, expandiu o Império até as margens do rio Reno. Foi,
neste contexto, que as diversas culturas germânicas começaram a ter contato com a cultura romana.
Após o século I, com o fim das guerras de expansão, esses povos germânicos passaram a ser utilizados como
defesa do império romano, pois foi permitido a eles que se estabelecessem nessas fronteiras, em troca de que defendessem
o território contra inimigos externos. Isto, gradativamente, levou a um processo de “barbarização” dos exércitos romanos.
Ou seja, a cultura germânica, gradativamente alterou a forma como o exército romano se organizava. É importante
destacarmos que, nas regiões de fronteira, a maior parte dos exércitos era composta pelos povos que viviam na região e não
de itálicos.
A partir do século IV, essa organização das fronteiras romanas sofreu um grande golpe. Os povos germânicos
que a defendiam passaram a atacá-la de maneira a se apropriarem desses territórios. Podemos explicar essas invasões
a partir de duas questões principais: Roma passava por uma grande crise, desde de o ano de 235, onde começaram a
ocorrer uma série de golpes que levam diversos imperadores a serem assassinados. Essa desorganização se reflete na forma
como Roma era governada. Com os exércitos se rebelando (sempre defendendo os interesses dos seus generais, a defesa
das fronteiras ficou cada vez mais difícil. Além disso, a falta de arrecadação fez com que não existissem meios para
manter grandes exércitos para defesa do território, o que deixou as fronteiras também expostas, uma vez que estavam sob
o controle das tribos germânicas.
Outro fator que levou às invasões germânicas foi o avanço dos hunos. O povo huno vinha em expansão e passou
a invadir a Europa, fato que fez os povos germânicos buscarem refúgio dentro do território romano. Como Roma estava
fragilizada e as fronteiras estavam sob o controle das tribos germânicas, era muito mais vantajoso lutar contra os romanos
do que enfrentar o poderoso exército huno.
Essas invasões foram uma das causas do fim do Império Romano. Aos poucos, os territórios romanos foram
sendo tomados pelas diferentes tribos germânicas que passaram a fundar seus próprios reinos ao longo da Europa. Assim,
no século V, no ano de 476 d.C., os hérulos (um dos diversos povos germânicos) invadem e saqueiam Roma, depondo o
imperador Rômulo Augusto e pondo fim ao Império Romano do Ocidente.
É muito importante destacarmos que no ano de 395, o imperador romano Teodósio, de maneira a facilitar a
administração do fragilizado Império, dividiu-o definitivamente em 2. Roma se manteve como a capital do Império no
Ocidente, enquanto que Constantinopla (também conhecida como Bizâncio) se tornou a capital no Oriente. Embora a parte
ocidental tenha sido tomada pelos germânicos, a banda oriental continuou até o século XV, sob o nome de Império bizantino.

Por Fábio Leite - Professor da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos

Atividades

1 Assinale a alternativa que explique o emprego do termo bárbaro pelos romanos para se referir aos
povos germânicos.
A) O termo bárbaro era utilizado para deixar clara a admiração dos romanos pela cultura germânica,
vista como bela e heróica.
B) O termo bárbaro era utilizado de forma preconceituosa para se referir à cultura dos povos
estrangeiros vista como inferior à dos romanos.
C) Bárbaro era um termo comum que se referia a todas as pessoas que estavam dentro do território
romano.

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D) Bárbaro era um termo utilizado para se referir apenas às pessoas que se destacavam no exército
romano pela sua bravura em batalha.

2 Assinale a alternativa que identifica a forma como os romanos e os germânicos se relacionavam.


A) A relação entre os romanos e germânicos se deu através das guerras. Houve contato entre esses
povos e intensa troca cultural. Por muito tempo, os germânicos ficaram sob o controle romano,
mas a partir do século IV passaram a tomar territórios e fundar seus próprios reinos.
B) A relação entre romanos e germânicos se deu através de políticas de paz, nas quais esses povos
protegiam uns aos outros. Houve intensa troca cultural e o controle romano sobre os germânicos
se dava em razão da cultura germânica ser menos evoluída.
C) A relação entre os romanos e germânicos se deu através das guerras. Não houve nenhuma troca
cultural, pois os romanos desprezavam a cultura germânica, não permitindo, sequer, que esses
povos participassem da proteção do império.
D) A relação entre romanos e germânicos era de respeito, pois eram os germânicos que protegiam as
fronteiras romanas. Sua cultura era muito admirada, tanto que os romanos empregavam o termo
bárbaro para se referirem aos germânicos.

3 Assinale a alternativa que melhor explique a barbarização do exército romano.


A) Barbarização é o processo de se tornar forte e impiedoso. Os exércitos romanos, admirando os
germânicos, buscavam treinar seus soldados para que adquirissem características parecidas com
a desses povos.
B) A barbarização dos exércitos romanos pode ser explicada pela necessidade de Roma manter a
proteção das suas fronteiras, umas vez que não dispunha de soldados suficientes para isso.
Assim, permitiu a entrada de “bárbaros” no seu exército, fato que modificou o comportamento
das tropas.
C) A barbarização dos exércitos pode ser explicada a partir da violência empregada pelas tropas
que destruíam tudo, matando homens, mulheres e crianças. Essa tática foi usada para impor
medo sobre as tribos germânicas para que se rendessem aos romanos.
D) O exército romano se barbarizou, pois temia que os germânicos se voltassem contra Roma.
Desta forma, trouxe muitos germânicos para a carreira militar romana para que estes
aprendessem os valores culturais do Império.

Aula 2 - Adaptações culturais

A cultura medieval está relacionada ao choque cultural entre os povos germânicos e romanos. As bases para o
modelo econômico e político da Idade Média surgem a partir de instituições romanas e germânicas que passaram a ser
utilizadas de forma conjunta após o fim do Império romano.

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O colonato é uma dessas instituições. De origem romana, ele se baseia na ideia de que um dominus concede a
trabalhadores a permissão de que trabalhem e vivam em suas terras em troca do pagamento de benefícios. Assim, esses
dominus (senhores) obtinham sua riqueza a partir da produção dos trabalhadores que entregavam parte dela ao dono das
terras. Esse modelo de exploração de terras e de trabalho surge devido à falta de meios para pagamento de mão-de-obra.
Houve, no contexto das invasões germânicas, um processo de ruralização do império romano. Isto é, as cidades foram
abandonadas e as pessoas passaram a se refugiar no campo, tanto para fugir das guerras como para conseguirem meios de
sobreviver. Dessa forma, essas pessoas sem nenhuma posse, passaram a trabalhar nas terras dos grandes proprietários e
pagavam pelo seu uso tanto com os produtos que cultivavam, como com trabalho nas terras reservadas aos senhores.
Outra instituição é o Comitatus. De origem germânica, ele se baseia na ideia da honra e lealdade entre guerreiros e
seus senhores, no campo de batalhas. Essas relações eram recompensadas com a distribuição dos espólios da batalha
(riquezas), sobretudo na divisão das terras conquistadas.
O colonato e o Comitatus foram adaptados à nova realidade dos reinos germânicos e deram origem ao feudalismo,
modelo político, social e cultural típico da Idade Média que se baseava nas relações de dependência entre os nobres.
A igreja Católica também foi uma instituição que não só sobreviveu ao fim do Império Romano, como também se
adaptou às novas realidades e foi tão bem sucedida que se tornou o maior poder centralizado durante toda a Idade Média.
Os povos germânicos se converteram pouco a pouco ao cristianismo católico que já era a religião oficial de Roma
desde o ano 380. O prestígio das instituições romanas colaborou para a adesão dos povos germânicos a essa forma religiosa.
Originalmente, os germânicos eram politeístas, mas, diversos fatores favoreceram a sua cristianização, sobretudo os
trabalhos missionários de monges e padres e também as relações políticas, nas quais os príncipes e a Igreja agiam em
conjunto para legitimar as conquistas sobre novos territórios e populações.

Atividades

1 Sobre o fim do Império romano do ocidente e o início da Idade Média, assinale a alternativa correta.
A) A Idade Média não apresentou nenhuma característica que pudesse ser relacionada à Roma, na
antiguidade ou aos povos germânicos, apresentando uma forma completamente nova de
organização da sociedade.
B) A Idade Média carregou formas de adaptações de antigas instituições, tanto romanas como
germânicas, que foram utilizadas para criar as suas bases.
C) Apenas o colonato sobreviveu como instituição do antigo Império romano e foi utilizado como
base para o modelo feudal.
D) O comitatus foi desprezado na Idade Média, pois as antigas tribos germânicas evoluíram para a
forma de reinos com novas formas de organização cultural.

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