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AVALIAÇÃO ESTRUTURAL

DE DUTOS CORROÍDOS

NOTAS DE AULA - VOLUME 3

DUTOS SUBMETIDOS A CARREGAMENTO DE PRESSÃO COMBINADO


COM UMA COMPRESSÃO LONGITUDINAL DE ORIGEM EXTERNA

INSTRUTOR: ADILSON BENJAMIN


LOCAL: Universidade Petrobras
Rio de Janeiro
PERÍODO: 18 a 22/08/2008
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

2. EQUAÇÕES GENÉRICAS ...................................................................................................... 1

3. MÉTODO RPA-PPLC .............................................................................................................. 4


3.1. Pressão de Falha do Duto Corroído submetido a Carregamento
de Pressão Apenas .............................................................................................................. 5
3.2 Pressão de Falha do Duto Corroído submetido a Carregamento
de Pressão Combinado com uma Compressão Longitudinal .......................................... 5
3.3. Pressão Admissível do Duto Corroído submetido a Carregamento
de Pressão Apenas ............................................................................................................... 6
3.4 Pressão Admissível do Duto Corroído submetido a Carregamento
de Pressão Combinado com uma Compressão Longitudinal .......................................... 6

4. ESTUDO DE CASOS ............................................................................................................... 9


4.1. Curvas da Pressão Admissível em Função do Comprimento do Defeito
para Defeitos com Profundidade igual a 0.30 t ............................................................. 10
4.2. Curvas da Pressão Admissível em Função do Comprimento do Defeito
para Defeitos com Profundidade igual a 0.50 t ............................................................. 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 16

APÊNDICE A – ROTEIRO PARA VERIFICAÇÃO DA FLAMBAGEM LOCAL


EM DEFEITOS DE CORROSÃO SEGUNDO A NORMA
PETROBRAS N-2786 ..................................................................................... 17

ii
NOMENCLATURA

t – espessura de parede do duto;


D – diâmetro do duto (dependendo do conservadorismo desejado pode ser o externo De,
o médio (De - t) ou o interno (De - 2t)
De – diâmetro externo do duto;
Re – raio externo do duto;
(De - t) – diâmetro médio do duto
Rm – raio médio do duto;
d – profundidade máxima da região corroída;
L – comprimento do defeito medido na direção longitudinal do duto;
w – largura do defeito medida na direção circunferencial;
p – pressão interna aplicada no duto corroído
∆T – acréscimo de temperatura acima da temperatura de montagem do duto (∆T = Toper – Tmont)
pd – pressão de projeto do duto
(pf)press – pressão de falha do duto corroído submetido ao carregamento de pressão
(pf)comb – pressão de falha do duto corroído submetido ao carregamento de pressão combinado
com outros carregamentos que geram compressão longitudinal no duto
(pa)press – pressão admissível do duto corroído submetido ao carregamento de pressão
(pa)comb – pressão admissível do duto corroído submetido ao carregamento de pressão combinado
com outros carregamentos que geram compressão longitudinal no duto
(σfail)h – tensão de falha na direção circunferencial
(σfail)L – tensão de falha na direção longitudinal
(σL)p – tensão longitudinal gerada pela pressão interna atuante
∑ (σL)car i – somatório das tensões longitudinais geradas por outros carregamentos
atuantes além da pressão interna
(σL)∆T – tensão longitudinal de compressão gerada pelo acréscimo de temperatura ∆T
σh – tensão circunferencial gerada pela pressão interna atuante
σL – tensão longitudinal total atuante
n – fator que permite determinar o valor da tensão longitudinal a partir da tensão
circunferencial cujo valor depende da restrição à deformação longitudinal do duto
(para duto com deformação longitudinal totalmente restringida n = ν = 0.3)
(para duto com liberdade para se deformar longitudinalmente n = 0.5)
γd – fator de segurança de projeto (de acordo com a Norma de projeto)
(γd)eqv – fator de segurança de projeto (de acordo com a Norma de projeto) para tensão
equivalente (von Mises ou Tresca)
γT – fator de redução devido à temperatura (de acordo com a Norma de projeto, caso não
seja fornecido assumir γT = 1)
E – módulo de elasticidade do aço

iii
ν – coeficiente de Posson do aço
α – coeficiente de dilatação térmica do aço
αarea - constante que define a forma geométrica adotada para representar a área de material perdido
SMYS – tensão de escoamento mínima especificada
SMTS – tensão última de tração mínima especificada

iv
1. INTRODUÇÃO

A maioria dos métodos existentes para avaliação estrutural de dutos corroídos foi desenvolvida para
defeitos situados em dutos submetidos a carregamento de pressão apenas. Este é o caso dos métodos
ASME B31G [1], 085dL [2,3a,3b], DNV RP-F101 para defeitos isolados [4] e RPA [5].

Estes métodos quando aplicados na avaliação de defeitos de corrosão situados em dutos submetidos
a carregamento de pressão combinado com uma compressão longitudinal (como ocorre por exemplo
em dutos aquecidos enterrados) podem fornecer resultados não conservadores (contra a segurança).

O método RPA-PLLC [6] e o método DNV RP-F101 para carregamentos combinados [4] são
métodos que levam em consideração não apenas os efeitos do carregamento de pressão como
também os efeitos da compressão longitudinal.

O método RPA-PLLC foi adotado pela Norma Petrobras N-2786 “Avaliação de Defeitos e Modos
de Falha em Oleodutos e Gasodutos Terrestres e Submarinos Rígidos em Operação”, que se
encontra em vigor desde julho de 2005 [7].

Como o método RPA-PLLC faz uma verificação do defeito apenas quanto ao limite de
plastificação, a Norma Petrobras N-2786 recomenda que seja feita também a verificação da
flambagem local na região do defeito, de acordo com o procedimento que se encontra no
Apêndice A.

2. EQUAÇÕES GENÉRICAS

Em dutos submetidos a carregamento de pressão combinado com uma compressão longitudinal, é


necessário considerar a influência da compressão longitudinal no cálculo da pressão de falha do
duto. Isto pode ser feito tomando-se como ponto de partida o critério de escoamento de Tresca [8].

Supõe-se que em um ponto qualquer da seção transversal do duto estão agindo duas tensões
principais: a tensão σ1 e a tensão σ2. Por convenção, uma tensão de tração tem sinal positivo e uma
tensão de compressão tem sinal negativo.

A tensão σ1 é a tensão longitudinal σL que é uma tensão de compressão (negativa) e a tensão σ2 é a


tensão circunferencial σh que é uma tensão de tração (positiva).

Aplicando o critério de Tresca para estado de tensão bi-dimensional na situação em que as tensões
principais têm sinal diferente (σ1 σ2 < 0) tem-se [8]:

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 1


⏐σL – σh⏐ = σfail (1a)
ou
σh – σL = σfail (1b)
ou
σh σL
– = 1 (1c)
σ fail σ fail

Por causa da existência do defeito de corrosão, a tensão de falha na direção circunferencial (σfail)h é
diferente da tensão de falha na direção longitudinal (σfail)L.

σh σL
– =1 (2)
(σ fail ) h (σ fail ) L

Onde,

1 − α area (d / t )
(σfail)h = σflow (3)
1 − α area (d / t ) M −1

⎡ d w ⎤
(σfail)L = σflow ⎢1 − ⎥ (4)
⎣ t π De ⎦

A tensão circunferencial σh gerada pelo carregamento de pressão é dada por:

D
σh = p (5)
2t

A tensão longitudinal σL é o resultado da soma da parcela gerada pelo carregamento de pressão


(σL)p mais o somatório das parcelas geradas pelos outros carregamentos atuantes:

σL = (σL)p + ∑ (σL)car i (6)

( σ L) p = n σ h (7)

Substituindo as equações (6) e (7) na equação (2) e realizando algumas operações algébricas tem-se:

⎡ 1 n ⎤ ⎛ Σ (σ L ) car ⎞
σh ⎢ − ⎥ = 1 – ⎜⎜ − ⎟
i
(8)
⎢⎣ (σ fail ) h (σ fail ) L ⎥⎦ (σ fail ) L ⎟
⎝ ⎠

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Tomando como ponto de partida a equação (8), usando a equação (5) e realizando algumas
operações algébricas isola-se a pressão de falha do duto submetido a carregamentos combinados
(pf)comb no lado esquerdo desta equação.

2t 1 ⎡ Σ (σ L ) car i ⎤
(pf )comb = ⎢1 + ⎥ (9)
D ⎡ 1 n ⎤ ⎣⎢ (σ fail ) L ⎦⎥
⎢ − ⎥
⎣⎢ (σ fail ) h (σ fail ) L ⎦⎥

Fatorando alguns termos e fazendo simplificações na equação (9):

2t
(pf )comb = (σfail)h H1 (10)
D

Sendo,

⎡ Σ (σ L ) car i ⎤
⎢1 + ⎥
(σ fail ) L ⎥
H1 = ⎢ (11)
⎢ n (σ fail ) h ⎥
⎢ 1− ⎥
⎣⎢ (σ fail ) L ⎦⎥

Para que o resultado obtido com a equação (10) seja fisicamente consistente deve-se ter as seguintes
condições satisfeitas:

(σfail)L > n (σfail)h (12a)

0 < H1 ≤ 1 (12b)

A equação (10) só deve ser usada quando o sinal da tensão σL for negativo.

Uma situação de campo muito comum é a situação dos dutos enterrados que transportam produtos
aquecidos. Como em um duto enterrado o deslocamento longitudinal encontra-se restringido, surge
uma tensão longitudinal de compressão devida ao carregamento térmico.

Como o duto está enterrado a equação (7) assume a seguinte forma:

( σ L) p = ν σ h (13)

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Sendo ν o coeficiente de Poisson do aço,
ν = 0.3 (14)

Como, além do carregamento de pressão, apenas o carregamento térmico está agindo sobre o duto o
somatório das tensões geradas pelos outros carregamentos é igual a:

∑ (σL)car i = (σL)∆T (15)


(σL)∆T = – E α ∆T (16)
⎡ E α ∆T ⎤
⎢1 − ⎥
(σ fail ) L
H1 = ⎢ ⎥ (17)
⎢ 0.3 (σ fail ) h ⎥
⎢1 − ⎥
⎣⎢ (σ fail ) L ⎦⎥

(σfail)L > 0.3 (σfail)h (18a)

0 < H1 ≤ 1 (18b)

se H1 ≤ 0 o estado de tensões no ponto está acima do limite máximo, não sendo portanto
possível determinar um valor de pressão de falha (pf)comb que atue simultaneamente
ao acréscimo de temperatura ∆T fornecido. Será necessário reduzir o valor de ∆T

se H1 > 1 O acréscimo de temperatura ∆T fornecido é muito pequeno o que faz com


que a tensão longitudinal total σL seja uma tensão de tração. Neste caso,
este procedimento não pode ser aplicado

3. MÉTODO RPA-PPLC

O método RPA, desenvolvido em 2003 [5], calcula as pressões de falha e admissíveis de um duto
corroído submetido apenas a carregamento de pressão.

Posteriormente foi desenvolvido o método RPA-PLLC que calcula as pressões de falha e


admissíveis de um duto corroído submetido a carregamento de pressão combinado com uma
compressão longitudinal. Estes dois métodos foram adotados pela Norma PETROBRAS N-
2786 [7].

No método RPA-PLLC os parâmetros D, σflow, αarea, M, n e pd são calculados usando as seguintes


equações:

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D = De (19)
σflow = σyield + 69 MPa (para σyield em MPa) (20)
L2
αarea = 0.85 se ≤ 20 (21a)
De t
(64 x 106 ) L2
αarea = 1 – 0.15 6
se > 20 (21b)
⎛ L2 ⎞ De t
⎜⎜ ⎟⎟
⎝ De t ⎠
1/ 2
⎡ L2 ⎛ L2 ⎞ ⎤
2
L2
M = ⎢1 + 0.6275 − 0.003375⎜⎜ ⎟ ⎥
⎟ se ≤ 20 (22a)
⎢ Det ⎝ e ⎠ ⎥⎦
D t De t

L2 L2
M = 2.1 + 0.07 se > 20 (22b)
Det De t
n = 0.5 (para um duto com liberdade para se deformar longitudinalmente) (23a)
n = ν = 0.3 (para um duto deformação longitudinal totalmente restringida) (23b)
2t
pd = γd γT σyield (24)
De

3.1. Pressão de Falha do Duto Corroído submetido a Carregamento de Pressão Apenas

2t 1 − α area (d / t )
(pf)press = σflow (25)
De 1 − α area (d / t ) M −1

3.2 Pressão de Falha do Duto Corroído submetido a Carregamento de Pressão Combinado


com uma Compressão Longitudinal

A pressão de falha é dada pela equação (10) onde o parâmetro H1 é determinado pela equação (11).

2t 1 − α area (d / t )
(pf )comb = σflow H1 (26)
De 1 − α area (d / t ) M −1

Como a pressão de falha do duto corroído submetido aos carregamentos combinados não pode ser
maior que a pressão de falha do duto corroído submetido apenas a carregamento de pressão, faz-se a
seguinte verificação:

(pf)comb = (pf )press se (pf )comb > (pf )press (27)

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3.3. Pressão Admissível do Duto Corroído submetido a Carregamento de Pressão Apenas

2t 1 − α area (d / t )
(pa)press = γd γT σflow (28a)
De 1 − α area (d / t ) M −1

(pa)press = pd se (pa)press > pd (28b)

3.4 Pressão Admissível do Duto Corroído submetido a Carregamento de Pressão Combinado


com uma Compressão Longitudinal

Para fazer a dedução da equação para cálculo da pressão admissível toma-se como ponto de partida
o critério de escoamento de Tresca.

Aplicando o critério de Tresca para estado de tensão bi-dimensional na situação em que as tensões
principais têm sinal diferente (σ1 σ2 < 0) tem-se:
⏐σL – σh⏐ = σadm (29a)
ou
σh – σL = σadm (29b)
ou
σh σL
σ adm
– σ adm
=1 (29c)

Por causa da existência do defeito de corrosão, a tensão admissível na direção circunferencial


(σadm)h é diferente da tensão admissível na direção longitudinal (σadm)L.

σh σL
(σ adm ) h
– (σ adm ) L
=1 (30)

Onde,

1 − α area (d / t )
(σadm)h = (γd)eqv γT σflow (31)
1 − α area (d / t ) M −1

⎡ d w ⎤
(σadm)L = (γd)eqv γT σflow ⎢1 − ⎥ (32)
⎣ t π De ⎦

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Substituindo as equações (6) e (7) na equação (30) e realizando algumas operações algébricas tem-
se:

⎡ 1 n ⎤ ⎛ Σ (σ L ) car ⎞
σh ⎢ − ⎥ = 1 – ⎜⎜ − ⎟
i
⎟ (33)
⎣ (σ adm ) h (σ adm ) L ⎦ ⎝ (σ adm ) L ⎠

Tomando como ponto de partida a equação (33), usando a equação (5) e realizando algumas
operações algébricas isola-se a pressão admissível do duto submetido a carregamentos combinados
(pa)comb no lado esquerdo desta equação.

2t 1 ⎡ Σ (σ L ) car i ⎤
(pa)comb = ⎢1 + ⎥ (34)
De ⎡ 1 n ⎤ ⎣ (σ adm ) L ⎦
⎢ − ⎥
⎣ (σ adm ) h (σ adm ) L ⎦

Fatorando alguns termos e fazendo simplificações na equação (36):

2t
(pa)comb = (σadm)h H1 (35)
De

Sendo,
⎡ Σ (σ L ) car ⎤
⎢1 +
i

(σ adm ) L
H1 = ⎢ ⎥ (36)
⎢ n (σ adm ) h ⎥
⎢ 1 − (σ ) ⎥
⎣ adm L ⎦

Para que o resultado obtido com a equação (35) seja fisicamente consistente deve-se ter as seguintes
condições satisfeitas:

(σadm)L > n (σadm)h (37a)

0 < H1 ≤ 1 (37b)

A pressão admissível é dada pela equação (35) onde o parâmetro H1 é determinado pela
equação (36).

2t 1 − α area (d / t )
(pa)comb = (γd)eqv γT σflow H1 (38)
De 1 − α area (d / t ) M −1

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Como a pressão admissível do duto corroído submetido aos carregamentos combinados não pode
ser maior que a pressão de projeto pd e que a pressão admissível do duto corroído submetido apenas
a carregamento de pressão (pa)press, é necessário fazer as seguintes verificações:

(pa)comb = pd se (pa)comb) > pd (39a)

(pa)comb = (pa)press se (pa)comb) > (pa)press (39b)

Para dutos enterrados submetidos a carregamento de pressão combinado com carregamento térmico,
como, além do carregamento de pressão, apenas o carregamento térmico está agindo sobre o duto o
somatório das tensões geradas pelos outros carregamentos é igual a:

∑ (σL)car i = (σL)∆T (40)


(σL)∆T = – E α ∆T (41)
⎡ E α ∆T ⎤
⎢ 1 − (σ ) ⎥
H1 = ⎢ adm L
⎥ (42)
⎢1 − 0 . 3 (σ adm ) h ⎥
⎢ (σ adm ) L ⎥
⎣ ⎦

(σadm)L > 0.3 (σadm)h (43a)

0 < H1 ≤ 1 (43b)

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4. ESTUDO DE CASOS

Os dados utilizados no estudo de casos encontram-se nas tabela 1 e 2.

Tabela 1 – Características do duto


material do duto API 5L X46
SMYS 317 MPa
SMTS 434 MPa
modulo de elasticidade E 206,000 MPa
Coeficiente de Poisson ν 0.3
coeficiente de dilatação térmica α 1.17 x 10-5 1/oC
diâmetro externo De 355.6 mm (14 in)
espessura de parede t 7.14 mm (0.28 in)
pressão de projeto pd 9.16 MPa (1328 psi)

Tabela 2 – Dados de operação


pressão de operação poper 5 MPa (725 psi)
temperatura de montagem Tmont 20o C
temperatura de operação Toper 80oC

Em cada um dos gráficos a seguir serão apresentadas curvas da pressão admissível pa (normalizada
pela pressão pd) em função do comprimento do defeito L (normalizado pela raiz quadrada do
diâmetro De vezes a espessura t), para diversos valores da largura do defeito w, determinadas
aplicando-se o método RPA-PLLC.

Em cada um dos gráficos será apresentada também a curva da pressão admissível pa (normalizada
pela pressão pd) em função do comprimento do defeito L (normalizado pela raiz quadrada do
diâmetro De vezes a espessura t), determinada aplicando-se o método RPA (identificada na legenda
pela expressão “pressão apenas”).

Este estudo mostra que mesmo para defeitos rasos (d = 0.30 t) a influência da força longitudinal de
compressão na pressão admissível já se faz sentir a partir de acréscimos de temperatura ∆T da
ordem de 50o C.

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4.1. Curvas da Pressão Admissível em Função do Comprimento do Defeito para Defeitos com
Profundidade igual a 0.30 t

1.20 Método RPA-PLLC


1.10 delta T = 40 graus d = 0.30 t

1.00

0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 pressao apenas


largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
Figura 1 – Curvas para ∆T igual a 40o C (d = 0.30 t)

1.20 Método RPA-PLLC


1.10 delta T = 50 graus d = 0.30 t

1.00

0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 pressao apenas


largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
Figura 2 – Curvas para ∆T igual a 50o C (d = 0.30 t)

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1.20 Método RPA-PLLC
1.10 delta T = 60 graus d = 0.30 t

1.00

0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 pressao apenas


largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 3 – Curvas para ∆T igual a 60 C (d = 0.30 t)

1.20 Método RPA-PLLC


1.10
delta T = 70 graus d = 0.30 t

1.00

0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 4 – Curvas para ∆T igual a 70 C (d = 0.30 t)

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1.20 Método RPA-PLLC
1.10 delta T = 80 graus d = 0.30 t

1.00

0.90

0.80

Pa / Pd 0.70

0.60

0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 5 – Curvas para ∆T igual a 80 C (d = 0.30 t)

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4.2. Curvas da Pressão Admissível em Função do Comprimento do Defeito para Defeitos com
Profundidade igual a 0.50 t

1.20
Método RPA-PLLC
1.10
delta T = 40 graus d = 0.50 t
1.00

0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 pressao apenas


largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 6 – Curvas para ∆T igual a 40 C (d = 0.50 t)

1.20

1.10 Método RPA-PLLC

1.00
delta T = 50 graus d = 0.50 t
0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 pressao apenas


largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 7 – Curvas para ∆T igual a 50 C (d = 0.50 t)

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1.20

1.10 Método RPA-PLLC

1.00
delta T = 60 graus d = 0.50 t
0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 pressao apenas


largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%


largura = 100%
0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 8 – Curvas para ∆T igual a 60 C (d = 0.50 t)

1.20

1.10 Método RPA-PLLC

1.00
delta T = 70 graus d = 0.50 t
0.90

0.80

0.70
Pa / Pd

0.60

0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%

0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 9 – Curvas para ∆T igual a 70 C (d = 0.50 t)

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 14


1.20

1.10 Método RPA-PLLC

1.00
delta T = 80 graus d = 0.50 t
0.90

0.80

Pa / Pd 0.70

0.60

0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%

0.20 largura = 53.7%

0.10

0.00

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
Figura 10 – Curvas para ∆T igual a 80o C (d = 0.50 t)

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 15


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Anon, "ASME-B31G – Manual for Determining the Remaining Strength of Corroded Pipelines –
A Supplement to ANSI/ASME B31 Code for Pressure Piping", The American Society of
Mechanical Engineers, New York, 1991

2. KIEFNER, J. F. and VIETH, P. H., “A Modified Criterion for Evaluating the Remaining Strength
of Corroded Pipe”, Final Report on Project PR 3-805, Pipeline Research Committee, American
Gas Association, 1989.

3a. KIEFNER, J. F. and VIETH, P. H., “Evaluating pipe 1: New method corrects criterion for
evaluating corroded pipe”, Oil & Gas Journal, Vol. 88, No. 32, pp. 56-59, August 6, 1990.

3b. KIEFNER, J. F. and VIETH, P. H., “Evaluating pipe Conclusion: PC program speeds new
criterion for evaluating corroded pipe”, Oil & Gas Journal, Vol. 88, No. 34, pp. 91-93, August
20, 1990.

4. Anon, “DNV Recommended Practice – DNV RP-F101 – Corroded Pipelines”, Det Norske
Veritas, Norway, 2004.

5. BENJAMIN, A. C. and ANDRADE, E. Q., “Modified Method for the Assessment of the
Remaining Strength of Corroded Pipelines”, Rio Pipeline Conference 2003, RPC 2003, October
2003.

6. BENJAMIN, A. C., “Prediction of the Failure Pressure of Corroded Pipelines subjected to a


Longitudinal Compressive Force Superimposed to the Pressure Loading”, 7th International
Pipeline Conference, IPC 2008, September 2008.

7. Anon, “Norma PETROBRAS N-2786 – Avaliação de Defeitos e Modos de Falha em Oleodutos e


Gasodutos Terrestres e Submarinos Rígidos em Operação”,
PETROBRAS/Engenharia/NORTEC, Julho de 2005.

8. KACHANOV, L. M., "Foundations of the Theory of Plasticity", North-Holland Publishing


Company, Amsterdan, London, 1971.

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 16


APÊNDICE A
ROTEIRO PARA VERIFICAÇÃO DA FLAMBAGEM LOCAL EM
DEFEITOS DE CORROSÃO SEGUNDO A NORMA PETROBRAS N-2786

De − t n
Rm =
2
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ < 20 interrompa o procedimento e consulte um especialista
⎝ tn ⎠
⎛ 2 Rm ⎞ ⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ ≥ 20 e ⎜⎜ ⎟⎟ ≤ 100 continua
⎝ n ⎠
t ⎝ n ⎠
t

⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ > 100 interrompa o procedimento e consulte um especialista
⎝ tn ⎠
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ > 250 interrompa o procedimento e consulte um especialista
⎝ tn − d ⎠
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ ≤ 250 continua
⎝ tn − d ⎠

De
σh = poper
2t

(σL)p = ν σh

(σL)∆T = – E α ∆T

σL = (σL)p + (σL)∆T

se sgw > De ⇒ Cgw = 1

⎡ ⎛ 2 Rm ⎞⎤
se sgw ≤ De ⇒ Cgw = ⎢1.2 − 0.01 ⎜⎜ ⎟⎟⎥
⎣⎢ ⎝ n ⎠⎦⎥
t

⎡ ⎛ 2 Rm ⎞ ⎤
2

Csl = ⎢1 − 0.00008 ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ tn ⎠ ⎥⎦

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 17


⎡ ⎛ 2 Rm ⎞ ⎛ 2 Rm ⎞ ⎤
2

σf = γT σyield Cgw Csl ⎢1 − 0.0024⎜⎜ ⎟⎟ + 0.000003⎜⎜ ⎟⎟ ⎥


⎢⎣ ⎝ (tn − d ) ⎠ ⎝ (tn − d ) ⎠ ⎥⎦

(σaf)L = γd σf

se |σL| > (σaf)L o defeito é reprovado


se |σL| ≤ (σaf)L o defeito é aceito

Observação 1: Por convenção as tensões de tração são positivas e as tensões de


compressão são negativas.

Observação 2: O procedimento apresentado acima supõe que o duto encontra-se enterrado


a uma profundidade tal que esteja livre de sofrer flambagem global, tanto
no plano horizontal quanto no plano vertical.

Observação 3: O procedimento apresentado acima supõe que o duto não se encontra


submetido a momentos fletores, tanto no plano vertical quanto no plano
horizontal. Caso haja momentos fletores atuando no duto é necessário
considerar as tensões longitudinais geradas por estes momentos no cálculo
da tensão σL. No entanto, a contribuição dos momentos fletores para a
tensão σL não pode ser maior que a do esforço normal gerado pelo
carregamento térmico

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 18


NOMENCLATURA

(σL)p – tensão longitudinal de tração gerada pela pressão interna atuante


(σL)∆T – tensão longitudinal de compressão gerada pelo acréscimo de temperatura ∆T
σL – tensão longitudinal total atuante
E – módulo de elasticidade longitudinal do aço
ν – coeficiente de Poisson do aço
α – coeficiente de dilatação térmica do aço
∆T – acréscimo de temperatura acima da temperatura de montagem do duto
Rm – raio médio do duto;
sgw – distância da borda do defeito até a solda circunferencial mais próxima
σf – tensão longitudinal de flambagem do defeito
(σaf)L – tensão longitudinal admissível de flambagem do defeito
γT – fator de redução devido à temperatura (de acordo com a Norma de projeto, caso não
seja fornecido assumir γT = 1)
γd – fator de segurança de projeto (de acordo com a Norma de projeto)

Avaliação Estrutural de Dutos Corroídos – Curso promovido pela Universidade PETROBRAS 19

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