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DE DUTOS CORROÍDOS
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
ii
NOMENCLATURA
iii
ν – coeficiente de Posson do aço
α – coeficiente de dilatação térmica do aço
αarea - constante que define a forma geométrica adotada para representar a área de material perdido
SMYS – tensão de escoamento mínima especificada
SMTS – tensão última de tração mínima especificada
iv
1. INTRODUÇÃO
A maioria dos métodos existentes para avaliação estrutural de dutos corroídos foi desenvolvida para
defeitos situados em dutos submetidos a carregamento de pressão apenas. Este é o caso dos métodos
ASME B31G [1], 085dL [2,3a,3b], DNV RP-F101 para defeitos isolados [4] e RPA [5].
Estes métodos quando aplicados na avaliação de defeitos de corrosão situados em dutos submetidos
a carregamento de pressão combinado com uma compressão longitudinal (como ocorre por exemplo
em dutos aquecidos enterrados) podem fornecer resultados não conservadores (contra a segurança).
O método RPA-PLLC [6] e o método DNV RP-F101 para carregamentos combinados [4] são
métodos que levam em consideração não apenas os efeitos do carregamento de pressão como
também os efeitos da compressão longitudinal.
O método RPA-PLLC foi adotado pela Norma Petrobras N-2786 “Avaliação de Defeitos e Modos
de Falha em Oleodutos e Gasodutos Terrestres e Submarinos Rígidos em Operação”, que se
encontra em vigor desde julho de 2005 [7].
Como o método RPA-PLLC faz uma verificação do defeito apenas quanto ao limite de
plastificação, a Norma Petrobras N-2786 recomenda que seja feita também a verificação da
flambagem local na região do defeito, de acordo com o procedimento que se encontra no
Apêndice A.
2. EQUAÇÕES GENÉRICAS
Supõe-se que em um ponto qualquer da seção transversal do duto estão agindo duas tensões
principais: a tensão σ1 e a tensão σ2. Por convenção, uma tensão de tração tem sinal positivo e uma
tensão de compressão tem sinal negativo.
Aplicando o critério de Tresca para estado de tensão bi-dimensional na situação em que as tensões
principais têm sinal diferente (σ1 σ2 < 0) tem-se [8]:
Por causa da existência do defeito de corrosão, a tensão de falha na direção circunferencial (σfail)h é
diferente da tensão de falha na direção longitudinal (σfail)L.
σh σL
– =1 (2)
(σ fail ) h (σ fail ) L
Onde,
1 − α area (d / t )
(σfail)h = σflow (3)
1 − α area (d / t ) M −1
⎡ d w ⎤
(σfail)L = σflow ⎢1 − ⎥ (4)
⎣ t π De ⎦
D
σh = p (5)
2t
( σ L) p = n σ h (7)
Substituindo as equações (6) e (7) na equação (2) e realizando algumas operações algébricas tem-se:
⎡ 1 n ⎤ ⎛ Σ (σ L ) car ⎞
σh ⎢ − ⎥ = 1 – ⎜⎜ − ⎟
i
(8)
⎢⎣ (σ fail ) h (σ fail ) L ⎥⎦ (σ fail ) L ⎟
⎝ ⎠
2t 1 ⎡ Σ (σ L ) car i ⎤
(pf )comb = ⎢1 + ⎥ (9)
D ⎡ 1 n ⎤ ⎣⎢ (σ fail ) L ⎦⎥
⎢ − ⎥
⎣⎢ (σ fail ) h (σ fail ) L ⎦⎥
2t
(pf )comb = (σfail)h H1 (10)
D
Sendo,
⎡ Σ (σ L ) car i ⎤
⎢1 + ⎥
(σ fail ) L ⎥
H1 = ⎢ (11)
⎢ n (σ fail ) h ⎥
⎢ 1− ⎥
⎣⎢ (σ fail ) L ⎦⎥
Para que o resultado obtido com a equação (10) seja fisicamente consistente deve-se ter as seguintes
condições satisfeitas:
0 < H1 ≤ 1 (12b)
A equação (10) só deve ser usada quando o sinal da tensão σL for negativo.
Uma situação de campo muito comum é a situação dos dutos enterrados que transportam produtos
aquecidos. Como em um duto enterrado o deslocamento longitudinal encontra-se restringido, surge
uma tensão longitudinal de compressão devida ao carregamento térmico.
( σ L) p = ν σ h (13)
Como, além do carregamento de pressão, apenas o carregamento térmico está agindo sobre o duto o
somatório das tensões geradas pelos outros carregamentos é igual a:
0 < H1 ≤ 1 (18b)
se H1 ≤ 0 o estado de tensões no ponto está acima do limite máximo, não sendo portanto
possível determinar um valor de pressão de falha (pf)comb que atue simultaneamente
ao acréscimo de temperatura ∆T fornecido. Será necessário reduzir o valor de ∆T
3. MÉTODO RPA-PPLC
O método RPA, desenvolvido em 2003 [5], calcula as pressões de falha e admissíveis de um duto
corroído submetido apenas a carregamento de pressão.
2t 1 − α area (d / t )
(pf)press = σflow (25)
De 1 − α area (d / t ) M −1
A pressão de falha é dada pela equação (10) onde o parâmetro H1 é determinado pela equação (11).
2t 1 − α area (d / t )
(pf )comb = σflow H1 (26)
De 1 − α area (d / t ) M −1
Como a pressão de falha do duto corroído submetido aos carregamentos combinados não pode ser
maior que a pressão de falha do duto corroído submetido apenas a carregamento de pressão, faz-se a
seguinte verificação:
2t 1 − α area (d / t )
(pa)press = γd γT σflow (28a)
De 1 − α area (d / t ) M −1
Para fazer a dedução da equação para cálculo da pressão admissível toma-se como ponto de partida
o critério de escoamento de Tresca.
Aplicando o critério de Tresca para estado de tensão bi-dimensional na situação em que as tensões
principais têm sinal diferente (σ1 σ2 < 0) tem-se:
⏐σL – σh⏐ = σadm (29a)
ou
σh – σL = σadm (29b)
ou
σh σL
σ adm
– σ adm
=1 (29c)
σh σL
(σ adm ) h
– (σ adm ) L
=1 (30)
Onde,
1 − α area (d / t )
(σadm)h = (γd)eqv γT σflow (31)
1 − α area (d / t ) M −1
⎡ d w ⎤
(σadm)L = (γd)eqv γT σflow ⎢1 − ⎥ (32)
⎣ t π De ⎦
⎡ 1 n ⎤ ⎛ Σ (σ L ) car ⎞
σh ⎢ − ⎥ = 1 – ⎜⎜ − ⎟
i
⎟ (33)
⎣ (σ adm ) h (σ adm ) L ⎦ ⎝ (σ adm ) L ⎠
Tomando como ponto de partida a equação (33), usando a equação (5) e realizando algumas
operações algébricas isola-se a pressão admissível do duto submetido a carregamentos combinados
(pa)comb no lado esquerdo desta equação.
2t 1 ⎡ Σ (σ L ) car i ⎤
(pa)comb = ⎢1 + ⎥ (34)
De ⎡ 1 n ⎤ ⎣ (σ adm ) L ⎦
⎢ − ⎥
⎣ (σ adm ) h (σ adm ) L ⎦
2t
(pa)comb = (σadm)h H1 (35)
De
Sendo,
⎡ Σ (σ L ) car ⎤
⎢1 +
i
⎥
(σ adm ) L
H1 = ⎢ ⎥ (36)
⎢ n (σ adm ) h ⎥
⎢ 1 − (σ ) ⎥
⎣ adm L ⎦
Para que o resultado obtido com a equação (35) seja fisicamente consistente deve-se ter as seguintes
condições satisfeitas:
0 < H1 ≤ 1 (37b)
A pressão admissível é dada pela equação (35) onde o parâmetro H1 é determinado pela
equação (36).
2t 1 − α area (d / t )
(pa)comb = (γd)eqv γT σflow H1 (38)
De 1 − α area (d / t ) M −1
Para dutos enterrados submetidos a carregamento de pressão combinado com carregamento térmico,
como, além do carregamento de pressão, apenas o carregamento térmico está agindo sobre o duto o
somatório das tensões geradas pelos outros carregamentos é igual a:
0 < H1 ≤ 1 (43b)
Em cada um dos gráficos a seguir serão apresentadas curvas da pressão admissível pa (normalizada
pela pressão pd) em função do comprimento do defeito L (normalizado pela raiz quadrada do
diâmetro De vezes a espessura t), para diversos valores da largura do defeito w, determinadas
aplicando-se o método RPA-PLLC.
Em cada um dos gráficos será apresentada também a curva da pressão admissível pa (normalizada
pela pressão pd) em função do comprimento do defeito L (normalizado pela raiz quadrada do
diâmetro De vezes a espessura t), determinada aplicando-se o método RPA (identificada na legenda
pela expressão “pressão apenas”).
Este estudo mostra que mesmo para defeitos rasos (d = 0.30 t) a influência da força longitudinal de
compressão na pressão admissível já se faz sentir a partir de acréscimos de temperatura ∆T da
ordem de 50o C.
1.00
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
Figura 1 – Curvas para ∆T igual a 40o C (d = 0.30 t)
1.00
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
Figura 2 – Curvas para ∆T igual a 50o C (d = 0.30 t)
1.00
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 3 – Curvas para ∆T igual a 60 C (d = 0.30 t)
1.00
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 4 – Curvas para ∆T igual a 70 C (d = 0.30 t)
1.00
0.90
0.80
Pa / Pd 0.70
0.60
0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 5 – Curvas para ∆T igual a 80 C (d = 0.30 t)
1.20
Método RPA-PLLC
1.10
delta T = 40 graus d = 0.50 t
1.00
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 6 – Curvas para ∆T igual a 40 C (d = 0.50 t)
1.20
1.00
delta T = 50 graus d = 0.50 t
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 7 – Curvas para ∆T igual a 50 C (d = 0.50 t)
1.00
delta T = 60 graus d = 0.50 t
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 8 – Curvas para ∆T igual a 60 C (d = 0.50 t)
1.20
1.00
delta T = 70 graus d = 0.50 t
0.90
0.80
0.70
Pa / Pd
0.60
0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%
0.10
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
o
Figura 9 – Curvas para ∆T igual a 70 C (d = 0.50 t)
1.00
delta T = 80 graus d = 0.50 t
0.90
0.80
Pa / Pd 0.70
0.60
0.50 so pressao
largura = 6.7%
0.40
largura = 13.4%
0.30 largura = 26.8%
0.10
0.00
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
L / sqrt (De t)
Figura 10 – Curvas para ∆T igual a 80o C (d = 0.50 t)
1. Anon, "ASME-B31G – Manual for Determining the Remaining Strength of Corroded Pipelines –
A Supplement to ANSI/ASME B31 Code for Pressure Piping", The American Society of
Mechanical Engineers, New York, 1991
2. KIEFNER, J. F. and VIETH, P. H., “A Modified Criterion for Evaluating the Remaining Strength
of Corroded Pipe”, Final Report on Project PR 3-805, Pipeline Research Committee, American
Gas Association, 1989.
3a. KIEFNER, J. F. and VIETH, P. H., “Evaluating pipe 1: New method corrects criterion for
evaluating corroded pipe”, Oil & Gas Journal, Vol. 88, No. 32, pp. 56-59, August 6, 1990.
3b. KIEFNER, J. F. and VIETH, P. H., “Evaluating pipe Conclusion: PC program speeds new
criterion for evaluating corroded pipe”, Oil & Gas Journal, Vol. 88, No. 34, pp. 91-93, August
20, 1990.
4. Anon, “DNV Recommended Practice – DNV RP-F101 – Corroded Pipelines”, Det Norske
Veritas, Norway, 2004.
5. BENJAMIN, A. C. and ANDRADE, E. Q., “Modified Method for the Assessment of the
Remaining Strength of Corroded Pipelines”, Rio Pipeline Conference 2003, RPC 2003, October
2003.
De − t n
Rm =
2
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ < 20 interrompa o procedimento e consulte um especialista
⎝ tn ⎠
⎛ 2 Rm ⎞ ⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ ≥ 20 e ⎜⎜ ⎟⎟ ≤ 100 continua
⎝ n ⎠
t ⎝ n ⎠
t
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ > 100 interrompa o procedimento e consulte um especialista
⎝ tn ⎠
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ > 250 interrompa o procedimento e consulte um especialista
⎝ tn − d ⎠
⎛ 2 Rm ⎞
se ⎜⎜ ⎟⎟ ≤ 250 continua
⎝ tn − d ⎠
De
σh = poper
2t
(σL)p = ν σh
(σL)∆T = – E α ∆T
σL = (σL)p + (σL)∆T
⎡ ⎛ 2 Rm ⎞⎤
se sgw ≤ De ⇒ Cgw = ⎢1.2 − 0.01 ⎜⎜ ⎟⎟⎥
⎣⎢ ⎝ n ⎠⎦⎥
t
⎡ ⎛ 2 Rm ⎞ ⎤
2
Csl = ⎢1 − 0.00008 ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ tn ⎠ ⎥⎦
(σaf)L = γd σf