0608252-25 2018 8 04 0001

fls.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JULIANA GOMES TUMA e www.tjam.jus.br, protocolado em 28/02/2018 às 14:56 , sob o número 06082522520188040001.
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0608252-25.2018.8.04.0001 e código 391DE28.
fls. 2
fls. 3
fls. 4
fls. 5
fls. 6
fls. 7
fls. 8
fls. 9
fls. 10
fls. 11
fls. 12
fls. 13
fls. 14
fls. 15
fls. 16
fls. 17
fls. 18
fls. 19
fls. 20
fls. 21
fls. 22
fls. 23
fls. 24
fls. 25
fls. 26
fls. 27
fls. 28
fls. 29
fls. 30
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0608252-25.2018.8.04.0001 e código 3924DEC.
ESTADO DO AMAZONAS
PODER JUDICIÁRIO
Comarca de Manaus
Juízo de Direito da Vara Especializada em Crimes contra Dignidade Sexual de
Crianças e Adolescentes
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por PATRICIA CHACON DE OLIVEIRA LOUREIRO, liberado nos autos em 02/03/2018 às 15:39 .
Autos nº: 0608252-25.2018.8.04.0001
DESPACHO
Dê-se vista ao Ministério Público.
Manaus, 02 de março de 2018.
- ASSINATURA DIGITAL -
Patrícia Chacon de Oliveira Loureiro
Juíza de Direito
fls. 31
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0608252-25.2018.8.04.0001 e código 3B0A06F.
69ª Promotoria de Justiça junto à Vara Especializada em Crimes contra a Dignidade
Sexual de Crianças e Adolescentes
Rua Belo Horizonte, 840, Térreo - Fone: 3663-4816
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA Vara Especializada em Crimes

contra Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes:
Processo: 0608252-25.2018.8.04.0001
Denunciado: Gabriel Henrique da Silva
Vítima Karine Alexandre da Cunha
Inc. Penal: Art. 213, § 1º, c/c 226, II, do Código Penal
DENÚNCIA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GEORGE PESTANA VIEIRA, liberado nos autos em 16/05/2018 às 12:11 .
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZONAS,
por seu Promotor de Justiça que esta subscreve e com fundamento no art. 129, I,
da Constituição da República, art. 41 do Código de Processo Penal e arts. 3º, III, e
55, I, da Lei Complementar Estadual n. 11, de 17/12/1993 (Lei Orgânica do
Ministério Público do Estado do Amazonas – LOMPAM), vem, junto a Vossa
Excelência, promover AÇÃO PENAL em face de GABRIEL HENRIQUE DA
SILVA, Brasileiro(a), Solteiro, Técnico Em Manutenção, RG 26370816, CPF
016.036.402-74, Rua Ingaricó Ant. Rua do Campo, 08, Mutirão, Conj Amazonino
Mendes, Novo Aleixo, CEP 69000-000, Manaus - AM
por meio do oferecimento da presente DENÚNCIA baseada nos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
I – DA EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO
De acordo com o investigado no Inquérito Policial n. 047/2018 -

fls. 32
DEPCA, juntado aos autos às fls. 1/29, no dia 01/05/2016, por volta de 22h, o
denunciado Gabriel Henrique da Silva teve conjunção carnal ou praticou ato
libidinoso diverso da conjunção carnal com a adolescente Karine Alexandre da
Cunha, nascida em 08/04/1999, e, portanto, com 17 anos de idade, ao tempo do
delito.
O crime ocorreu no Motel Cobras, localizado na Av. Djalma
Batista, Bairro Chapada, nesta cidade.
No dia dos fatos, a vítima, que frequentava a mesma igreja que o
denunciado, pegou uma carona com este. Contudo, em vez de levá-la para casa,
o denunciado seguiu para o Motel Cobras e, ao ser confrontado pela vítima, ele
pôs a mão na cintura e disse a ela que estava armado e que ela não tentasse fazer
nada ou "iria ver o que ia acontecer".
Em ato contínuo, o denunciado a levou para um dos quartos,
onde a obrigou fazer sexo oral, permitir que ele a beijasse e chupasse seus seios,
introduzisse o pênis em sua vagina e, ainda, que tentasse introduzir o pênis em
seu ânus.
Ao final, com a arma encostada no queixo da vítima, ameaçou
matá-la caso ela contasse o ocorrido para alguém.
Além disso, em outras datas, o denunciado tornou a ameaçar a
vítima, conforme se observa às fls. 19, ocasião em que ele enviou foto de uma de
fogo dizendo "vou te matar".
Os atos libidinosos praticados pelo DENUNCIADO contra a
VÍTIMA foram confirmados no SUMÁRIO PSICOSSOCIAL, às fls. 14/18.
Das provas verifica-se que o DENUNCIADO estuprou a
VÍTIMA praticando com ela, na data citada, conjunção carnal, tentativa de coito
fls. 33
anal e outros atos libidinosos (sexo oral etc.), mediante violência e grave ameaça,
e, ainda, ocasionando as evidências descritas no LAUDO DE EXAME DE
CONJUNÇÃO CARNAL ou COITO ANAL de fls. 11/12.
II – DA CLASSIFICAÇÃO DO CRIME E DA CAUSA DE
AUMENTO DE PENA DO DELITO
As condutas praticadas pelo DENUNCIADO se subsumem às
tipificadas no art. 213, § 1º, do Código Penal que estabelece:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso:(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009).
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.(Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009).
§ 1oSe da conduta resulta lesão corporal de natureza
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de
14 (catorze) anos:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009).
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
III – DAS PROVAS E DA JUSTA CAUSA
Por todo o narrado, verifica-se que as provas colhidas na fase
inquisitorial provam a autoria e a materialidade dos delitos imputados ao
DENUNCIADO, havendo, portanto, segura fundamentação para a

fls. 34
caracterização da justa causa para o oferecimento da DENÚNCIA.
O DENUNCIADO foi interrogado às fls. 21 e optou por
permanecer em silêncio.
As provas da autoria e da materialidade estão consubstanciadas
nas declarações da vítima, às fls. 07, do sumário psicossocial, às fls. 14/18, e,
ainda, do laudo de conjunção carnal ou de coito anal, às fls. 11/12.
IV – DA REPARAÇÃO CIVIL DOS DANOS
A respeito do dever de indenizar diz o Código Civil nos seus
artigos 186 e 927:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.
A presente DENÚNCIA atribui ao DENUNCIADO a prática de
conduta criminosa, portanto ato ilícito.
O ato ilícito (estupro de vulnerável) imputado ao
DENUNCIADO é de natureza dolosa e causou danos extrapatrimoniais de
elevadíssima extensão à OFENDIDA (lesão aos direitos da personalidade da
adolescente estuprada e, em específico, à sua dignidade sexual, levando-a a

fls. 35
extremo sofrimento e prejuízo ao desenvolvimento de sua personalidade),
havendo nexo de causalidade entre estes danos e as condutas do
DENUNCIADO.
No âmbito da reparação de danos nos casos de estupro, de
acordo com a doutrina e a jurisprudência, a vítima deve ser indenizada pelo réu
condenado, conforme excertos a seguir:
Acusado de estupro de uma menor de 12 anos, um homem foi
condenado à prisão e a indenizar a vítima em R$ 20 mil por
danos morais. Para a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça
de Santa Catarina, o relato da criança de oito anos, colhido por
pessoal técnico especializado, é preciso e coerente, suficiente
para basear a acusação.
A corte manteve a sentença recorrida. O pedido de reparação
dos danos morais foi feito pelo Ministério Público e acolhido
integralmente pela Câmara, em recurso relatado pelo
desembargador Carlos Alberto Civinski.
O fato que deu origem ao processo ocorreu em cidade do sul do
estado, em dezembro de 2012. O denunciado, segundo os autos,
era companheiro da avó da criança e aproveitou-se dessa
condição para praticar o crime. Em juízo, a vítima relatou com
clareza e em detalhes o fato delituoso, segundo o MP. Em sua
defesa, o réu alegou não ter antecedentes criminais e ainda
apontou sua ex-companheira, avó da garota, como mentora das
acusações. Disse também que a vítima sequer sabia descrever os
fatos tidos como criminosos.
Mas o relator observou que, ao tomar da vítima algumas
informações sobre os fatos criminosos, narrados com precisão

fls. 36
tanto em juízo como perante a psicóloga e assistente social, a
tese defensiva de que a vítima não sabia narrar os fatos não se
sustenta.
"A palavra da vítima de oito anos de idade, bem como a sua
mudança de comportamento, aliado às declarações extraídas
pelo atendimento especializado da equipe profissional
habilitada constituem elementos suficientes para condenação
pela prática de crime sexual e também é devida a reparação por
danos morais caso haja pedido expresso na denúncia para que o
réu condenado indenize a vítima de crime de estupro", concluiu
o relator.1
No tocante ao quantum indenizatório, o Superior Tribunal de
Justiça, relativamente a crimes sexuais com menor gravidade – nos quais a
vítima é adulta e sem parentesco com o acusado é estuprada uma única vez –
estabeleceu, como valor da reparação, a quantia de R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais) para a ofendida e de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para o
companheiro desta.
Neste sentido, o site JOTA noticiou:
Em decisão recente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve
entendimento do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)
que condenou o cirurgião plástico Nobonuri Matsuda a pagar
indenização de R$ 200 mil ao companheiro de uma paciente,
vítima de estupro. À mulher, a indenização foi fixada em R$ 300
mil.
Os ministros analisaram o agravo regimental ao recurso

1 REVISTA CONSULTOR JURÍDICO, 11 de junho de 2014. In:
http://www.conjur.com.br/2014-jun-11/condenado-estupro-tambem-indenizar-vitima. Acesso
em 3/3/2017
fls. 37
interposto pela defesa do médico que questionava o valor das
indenizações (Resp 1457651). Não foi analisado pelo STJ o mérito
do dano moral em si, entretanto o relator, ministro Luis Felipe
Salomão, ponderou que, “cada caso reveste-se de peculiaridades
que lhes são muito próprias, tais como circunstâncias em que o
fato ocorreu, condições do ofensor e do ofendido, além do grau
de repercussão do fato no âmbito moral da vítima”.
Ao manter os valores da indenização fixados pela Justiça
carioca, o ministro entendeu que não houve excesso. Pelo
contrário. Segundo ele, o montante é proporcional à gravidade
da ofensa, do grau de culpa e ao porte sócio-econômico do
causador do dano. Além disso, não gerou enriquecimento
indevido às vítimas.2
O julgado referido pelo site JOTA foi proferido pela QUARTA
TURMA do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA no dia 4/12/2014 e tem a
seguinte ementa:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO CIVIL EX DELICTO .
CRIME DE ESTUPRO PRATICADO POR MÉDICO
CIRURGIÃO PLÁSTICO. DANO MORAL. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ.
1. Quanto ao valor arbitrado a título de danos morais, a Corte de
origem levou em consideração tanto a condição pessoal dos
ofendidos - a vítima do estupro e seu companheiro - quanto a
2
JOTA. JUSTIÇA. STJ ESTENDE DANO MORAL A MARIDO DE VÍTIMA DE ESTUPRO. 7/2/2015
às 8h. MORENA PINHEIRO. In: https://jota.info/justica/stj-estende-dano-moral-marido-de-vitima-de-
estupro-07022015. Acesso em 3/32017
fls. 38
condição econômica do ofensor - à época, médico cirurgião
plástico. No caso, a fixação do valor indenizatório operou-se
com moderação, na medida em que não concorreu para a
geração de enriquecimento indevido dos recorridos/ofendidos e,
da mesma forma, manteve a proporcionalidade da gravidade da
ofensa ao grau de culpa e ao porte sócio-econômico do causador
do dano.
2. Em se tratando de dano moral, cada caso reveste-se de
peculiaridades que lhes são muito próprias, tais como
circunstâncias em que o fato ocorreu, condições do ofensor e do
ofendido, além do grau de repercussão do fato no âmbito moral
da vítima. Dessa forma, ainda que haja grande semelhança nas
características externas e objetivas, os acórdãos, no aspecto
subjetivo, são distintos, tornando incabível a análise do recurso
com base na divergência pretoriana.
3. Agravo regimental não provido.
(AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL N.
1.457.651-RJ, RELATOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO,
votação unânime)
No presente caso, estão demonstrados os pressupostos da
responsabilidade civil e o dever que Gabriel Henrique da Silva, ora
DENUNCIADO, tem de indenizar o dano causado a Karine Alexandre da
Cunha, mediante o pagamento de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), a
título de reparação mínima – que não se confunde com valor módico e, portanto,
não aviltante ao senso comum de justiça – decorrente dos danos
extrapatrimoniais causados por ele, quando a estuprou, ex vi do artigo 387, IV,
do Código de Processo Penal.

fls. 39
Outrossim, a data inicial de incidência dos juros moratórios
deve corresponder à data do evento danoso, em 01/05/2016, na forma da Súmula
n.º 54 do Superior Tribunal de Justiça: "OS JUROS MORATÓRIOS FLUEM A
PARTIR DO EVENTO DANOSO, EM CASO DE RESPONSABILIDADE
EXTRACONTRATUAL".
V – DOS PEDIDOS
ANTE O EXPOSTO, o Ministério Público oferece DENÚNCIA
em face de Gabriel Henrique da Silva, pela prática do crime previsto no artigo
Art. 213, § 1º, c/c 226, II, do Código Penal , requerendo:
I – o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA e a CITAÇÃO do
DENUNCIADO, na forma da lei, para responder à acusação e se
ver processar até FINAL JULGAMENTO E CONDENAÇÃO
PELA PRÁTICA DOS CRIMES NARRADOS NESTA
DENÚNCIA;
II – a intimação para oitiva da VÍTIMA e das TESTEMUNHAS
mencionadas no relatório da Autoridade Policial e constantes no
rol abaixo, em audiência de instrução e julgamento designada
para essa finalidade após ratificação do recebimento da
denúncia;
III – a condenação do DENUNCIADO, ao fim do processo, ao
pagamento de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) em
favor da VÍTIMA, a título de reparação dos danos derivados do
crime, incidindo juros moratórios, desde a data do evento
danoso, conforme determina o artigo 387, IV, do CPP;

fls. 40
Manaus, 02 de abril de 2018.
RODRIGO MIRANDA LEÃO JÚNIOR
Promotor de Justiça
Vítima:
1) Karine Alexandre da Cunha, qualificado(a) à fls. 07.
Testemunha(s):
1) Raimunda Alexandre da Silva , qualificado(a) à fls. 05.

fls. 41
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0608252-25.2018.8.04.0001 e código 4776791.
Autos n°: 0608252-25.2018.8.04.0001 – 1ª Vara Especializada em Crimes contra Dignidade

Indiciado/Acusado(s): Gabriel Henrique da Silva
Vítima(s): Karine Alexandre da Cunha
Classe: Crime contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes
PROMOÇÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RODRIGO MIRANDA LEAO JUNIOR, liberado nos autos em 23/08/2018 às 19:39 .
Meritíssimo Juízo de Direito:
Tratam os presentes autos de INQUÉRITO POLICIAL instaurado para

apurar a responsabilidade penal de Gabriel Henrique da Silva pela prática do delito previsto
no art. 213, §1º, c/c art. 226, II, do CÓDIGO PENAL, tendo como vítima Karine Alexandre
da Cunha.
A LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL n. 190, de 10/8/2018, que criou a 2ª

VARA ESPECIALIZADA EM CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIANÇAS
E ADOLESCENTES dispõe em seu art. 12, § 2º:
§ 2º. Os processos em tramitação na atual Vara de Crimes contra a

Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes serão redistribuídos até
que se estabeleça relativa equidade entre os quantitativos de processos
com a nova Vara, vedada a redistribuição de processos cuja instrução
processual esteja encerrada.
De acordo com o sorteio que determinou a competência das VARAS

ESPECIALIZADAS para efeito de redistribuição a partir do número dos feitos, à 1ª VARA
ESPECIALIZADA EM CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES compete o processamento e julgamento dos que tenham a numeração
ímpar antes do dígito verificador.
Assim, considerando que o presente feito criminal possui numeração par

antes do dígito verificador e que a instrução processual ainda não se encerrou, o
MINISTÉRIO PÚBLICO requer a redistribuição para a 2ª VARA ESPECIALIZADA EM
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Manaus, 22 de agosto de 2018.
RODRIGO MIRANDA LEÃO JUNIOR

Promotor de Justiça
fls. 42
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0608252-25.2018.8.04.0001 e código 48FBB57.
ESTADO DO AMAZONAS
PODER JUDICIÁRIO
Comarca de Manaus
Juízo de Direito da 1ª Vara Especializada em Crimes contra Dignidade Sexual de Crianças e
Adolescente
Processo n°:0608252-25.2018.8.04.0001
Classe: Inquérito Policial/PROC
Vítima do Fato:Karine Alexandre da Cunha
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JULIANA DO VALLE CORREIA LIMA, liberado nos autos em 11/09/2018 às 10:12 .
Autor do Fato:Gabriel Henrique da Silva
CERTIDÃO
Certifico que, conforme o art. 12, § 2º, da Lei

Complementar nº 190/2018, sancionada pelo Governo do Estado do
Amazonas, no dia 10/08/2018, e publicada no dia 13/08/2018, os
processos que tramitam nesta Vara Especializada em Crimes contra
Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes, doravante denominada 1ª
Vara Especializada em Crimes contra Dignidade Sexual de Crianças e
Adolescentes serão redistribuídos até que se estabeleça relativa equidade
entre os quantitativos de processos com a 2ª Vara Especializada em
Crimes contra Dignidade Sexual de Crianças, vedada a redistribuição de
processos cuja instrução processual esteja encerrada.
Manaus, 10 de setembro de 2018.
Juliana do Valle Correia Lima

Diretora de Secretaria
__________________________________________________________________________________________________
Fórum Ministro Henoch Reis Av. Umberto Calderaro Filho s/nº - 4º andar Setor 6 Adrianópolis CEP 69057-015
Fone: (92) 3303-5284 Manaus Amazonas
fls. 43
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0608252-25.2018.8.04.0001 e código 48FBB9E.
ESTADO DO AMAZONAS
PODER JUDICIÁRIO
Comarca de Manaus
Juízo de Direito da 1ª Vara Especializada em Crimes contra Dignidade Sexual
de Crianças e Adolescentes
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JULIANA DO VALLE CORREIA LIMA, liberado nos autos em 11/09/2018 às 10:12 .
Termo de Remessa
Autos n°: 0608252-25.2018.8.04.0001
Aos 10 de setembro de 2018, faço a remessa dos presentes

autos à fila de Processos para Redistribuição, para encaminhamento à 2ª Vara
Especializada em Crimes Contra Dignidade Sexual de Crianças e
Adolescentes, do que para constar lavro o presente termo.
Juliana do Valle Correia Lima

Diretora de Secretaria
Av. Jornalista Humberto Calderaro Filho, s/n - Fórum Henoch Reis, 4º Andar - Setor 6,
Adrianópolis - CEP 69057-015, Fone: 3303-5284, Manaus-AM - E-mail:
varadoidoso@tjam.jus.br
fls. 44
ESTADO DO AMAZONAS
PODER JUDICIÁRIO
Comarca de Manaus
2ª Vara Especializada em Crimes contra Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes
Processo n°: 0608252-25.2018.8.04.0001

Classe: Inquérito Policial/PROC
Vítima do Fato: Karine Alexandre da Cunha
Autor do Fato: Gabriel Henrique da Silva
CERTIDÃO
Certifico, por força da edição da Lei Complementar nº 190 de 10 de agosto de

2018, que alterou os dispositivos da Lei de Organização Judiciária do Estado do Amazonas, Lei
Complementar nº 17/1997, e pela qual a 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual e de Crimes contra
a Ordem Tributária foi transformada na 2ª Vara de Crimes contra a Dignidade Sexual de Crianças
e Adolescentes, com competência estabelecida no artigo 156-A, acrescido pela susomencionada
Lei Complementar nº 17, que a MM. Juíza de Direito de 2ª Entrância, Dra. Articlina Oliveira
Guimarães, passa a atuar no presente feito a partir desta data.
O referido é verdade e dou fé.
Manaus, 12 de setembro de 2018
LUAN GRANA DE SOUZA

Auxiliar Judiciário

0608252-25 2018 8 04 0001

Enviado por

Dados do documento

Descrição original:

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

0608252-25 2018 8 04 0001

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

fls.

Dê-se vista ao Ministério Público.

Manaus, 02 de março de 2018.

EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA Vara Especializada em Crimes

da Constituição da República, art. 41 do Código de Processo Penal e arts. 3º, III, e

55, I, da Lei Complementar Estadual n. 11, de 17/12/1993 (Lei Orgânica do

Ministério Público do Estado do Amazonas – LOMPAM), vem, junto a Vossa

Excelência, promover AÇÃO PENAL em face de GABRIEL HENRIQUE DA

SILVA, Brasileiro(a), Solteiro, Técnico Em Manutenção, RG 26370816, CPF

Mendes, Novo Aleixo, CEP 69000-000, Manaus - AM

por meio do oferecimento da presente DENÚNCIA baseada nos fatos e

fundamentos a seguir expostos:

I – DA EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO

De acordo com o investigado no Inquérito Policial n. 047/2018 -

denunciado Gabriel Henrique da Silva teve conjunção carnal ou praticou ato

libidinoso diverso da conjunção carnal com a adolescente Karine Alexandre da

Cunha, nascida em 08/04/1999, e, portanto, com 17 anos de idade, ao tempo do

Batista, Bairro Chapada, nesta cidade.

No dia dos fatos, a vítima, que frequentava a mesma igreja que o

nada ou "iria ver o que ia acontecer".

Em ato contínuo, o denunciado a levou para um dos quartos,

introduzisse o pênis em sua vagina e, ainda, que tentasse introduzir o pênis em

Ao final, com a arma encostada no queixo da vítima, ameaçou

matá-la caso ela contasse o ocorrido para alguém.

Além disso, em outras datas, o denunciado tornou a ameaçar a

fogo dizendo "vou te matar".

Os atos libidinosos praticados pelo DENUNCIADO contra a

VÍTIMA foram confirmados no SUMÁRIO PSICOSSOCIAL, às fls. 14/18.

Das provas verifica-se que o DENUNCIADO estuprou a

e, ainda, ocasionando as evidências descritas no LAUDO DE EXAME DE

CONJUNÇÃO CARNAL ou COITO ANAL de fls. 11/12.

II – DA CLASSIFICAÇÃO DO CRIME E DA CAUSA DE

As condutas praticadas pelo DENUNCIADO se subsumem às

tipificadas no art. 213, § 1º, do Código Penal que estabelece:

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou

grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou

permitir que com ele se pratique outro ato

libidinoso:(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009).

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.(Redação

dada pela Lei nº 12.015, de 2009).

§ 1oSe da conduta resulta lesão corporal de natureza

grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de

14 (catorze) anos:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009).

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

III – DAS PROVAS E DA JUSTA CAUSA

Por todo o narrado, verifica-se que as provas colhidas na fase

inquisitorial provam a autoria e a materialidade dos delitos imputados ao

DENUNCIADO, havendo, portanto, segura fundamentação para a

caracterização da justa causa para o oferecimento da DENÚNCIA.

O DENUNCIADO foi interrogado às fls. 21 e optou por

As provas da autoria e da materialidade estão consubstanciadas

nas declarações da vítima, às fls. 07, do sumário psicossocial, às fls. 14/18, e,

IV – DA REPARAÇÃO CIVIL DOS DANOS

A respeito do dever de indenizar diz o Código Civil nos seus

artigos 186 e 927:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a

outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,

independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou

quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do