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Laura Poliana de O. Fragata

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LAURA POLIANA DE OLIVEIRA FRAGATA e tjam.jus.br, protocolado em 16/02/2021 às 21:05 , sob o número 06158736820218040001. Para conferir o
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Railnilson de Oliveira Fragata
Laura & Fragata OAB/AM 13.923
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e-mail: lauraefragata.adv@outlook.com

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO


JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MANAUS-AM.

original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0615873-68.2021.8.04.0001 e código 76CC30E.


ADRIANA BERNARDES DOS SANTOS, brasileira, casada, CPF:
840771662-68, RG:18935737, com endereço na Rua Nossa Sra. de Fátima, 950
residencial Bela Vista , bloco 18 apto 202, bairro Santa Etelvina, Manaus-AM, CEP:
69.059-420, por seus advogados que esta subscrevem, procuração anexa (Doc.01), com
endereço profissional na Rua Finlândia (antiga rua), quadra 118, nº 30, Conjunto Nova
Cidade, Manaus-AM, CEP: 69.097-378 endereço eletrônico
lauraefragata.adv@outlook.com , vem à presença de Vossa Excelência, nos termos do
art. 319 do CPC/2015, propor:

AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL DECORRENTE DE ATO ILÍCITO

Contra: AMAZONAS ENERGIA S.A., concessionária do serviço público de


distribuição de energia elétrica, inscrita no CNPJ sob o nº 02.341.467/0001-20, com
sede na Av. Sete de Setembro, nº 2414, Cachoeirinha/AM, CEP: 69065-17.

Rua Finlândia, nº 30, quadra 118, Conjunto Nova Cidade-Manaus-AM- CEP: 69.097-378
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PRELIMINAR

A) Da Justiça Gratuita

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Requer, de antemão, os benefícios da justiça gratuita nos termos do art. 98 e 99
do CPC/2015, artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e a lei nº 1.060/50, em caso
de necessidade de um eventual recurso, uma vez que a requerente está desempregada,
seu esposo trabalha com marmoraria e aufere renda inferior a três salários mínimos,
assim, não possui quaisquer condições materiais para arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem que aja o comprometimento do seu sustento e de sua
família, motivo pelo qual roga à Vossa Excelência a concessão do benefício e para tal
junta declaração de hipossuficiência (documento nº. 09) e CTPS.

B) Da audiência de conciliação

Por se tratar de matéria de direito, entende a requerente não haver necessidade


de audiência de conciliação, sendo assim, nos termos do artigo 319, VII do CPC declara
a requerente que não tem interesse na realização de audiência de conciliação/mediação.

1. DOS FATOS

A requerente é proprietária do imóvel localizado no Condomínio Residencial


Bela Vista, nº 202 Bloco 18. Santa Etelvina, CEP: 69.059-420, Manaus-AM, e
consumidora do serviço de energia elétrica da concessionária, cuja unidade possui
Código Único nº 2116238-7.
No dia 16 de abril de 2016, o esposo da requerente sofreu um acidente de moto
que afetou seus membros inferiores, ficando internado até 18/07/2016, conforme
documento em anexo. Ocorre que em junho de 2016, período em que o esposo da
requerente ainda estava internado, a concessionária suspendeu o consumo de energia da
residência da requerente, por atraso de pagamento das faturas de consumo.

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Considerando que a requerente estava com o esposo em estado de recuperação


sem poder subir as escadas do apartamento, bem como não tinha condições de
regularizar a situação com a concessionária, nem tão pouco permanecer no imóvel sem

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energia, mudou-se para outra casa cedida por familiares, localizada na Rua Três, nº 32,
Lagoa Azul II, sendo assim, o apartamento ficou fechado.
Ocorre que, mesmo estando o imóvel fechado, as contas de consumo
continuaram a chegar, como se esta estivesse utilizando o serviço. Por volta do mês de
abril de 2017 a requerente desligou seu contador e entrou em contato com a
concessionária requerendo uma perícia no medidor.
No dia 15/07/2017, a requerente foi no imóvel pegar correspondência e tomou
conhecimento através de vizinhos que funcionários da concessionária haviam retirado o
contador. No dia seguinte, a requerente registrou um Boletim de Ocorrência no 26º DIP
(documento anexo).
O fato é que a concessionária levou o contador para periciar e não reinstalou no
imóvel, nem tão pouco deu retorno a requerente acerca do resultado da perícia.
No final de junho de 2020, a requerente decidiu reformar o apartamento para
alugar, entrou em contato via telefone com a concessionária solicitando um novo
contador, uma vez que em 2017 a concessionária havia levado para inspeção e não
havia reinstalado.
O fato é que, em 17/07/2020 durante a reforma, funcionários da empresa ora
requerida compareceram no imóvel e apresentaram uma notificação, aplicando uma
multa no valor de R$ R$16.594,06, conforme documento anexo, instalando naquele
momento um novo contador.

2. DO DIREITO

De acordo com a Resolução 414 da ANEEL, especificamente em seu artigo 129,


§5º, a concessionária ao retirar o medidor, deveria ter entregue o comprovante do
procedimento ao consumidor ou a quem estivesse acompanhando o procedimento, o que
não ocorreu, pois, a requerente se quer foi notificada para comparecer à inspeção e

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retirada do medidor, contudo, não estava presente durante a inspeção, tomando


conhecimento através de vizinhos, sendo inclusive obrigada a registrar Boletim de
Ocorrência na época.

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Art.129, § 5º- Nos casos em que houver a necessidade de retirada do medidor
ou demais equipamentos de medição, a distribuidora deve acondicioná-los
em invólucro específico, a ser lacrado no ato da retirada, mediante entrega de
comprovante desse procedimento ao consumidor ou àquele que acompanhar
a inspeção, e encaminhá-los por meio de transporte adequado para realização
da avaliação técnica.

Vale ressaltar que foi a concessionária quem levou o medidor em julho de 2017
e não mais devolveu, portanto, é obrigação da unidade consumidora realizar a instalação
do medidor conforme previsão do artigo 73 da resolução 414 da ANEEL, assim
vejamos:

Art. 73. O medidor e demais equipamentos de medição devem ser fornecidos


e instalados pela distribuidora, às suas expensas, exceto quando previsto o
contrário em legislação específica.

Ademais, não havendo medidor, conforme jurisprudência consolidada pelo


Superior Tribunal de Justiça, a cobrança por estimativa de consumo é ilegal, por
configurar enriquecimento ilícito da concessionária, conforme julgado abaixo:

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A concessionária, aplicou a multa com base nos 3 (três) maiores 12 meses,


chegando ao consumo de 17.265 kWh, contabilizando o valor de R$ 15.304,45 + custo
administrativo de R$ 175,26 + iluminação pública no valor de R$ 1. 114,35, totalizando

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R$ 16.594,06, conforme notificação em anexo.
De acordoo com o art. 130, inciso III da Resolução 414 da ANEEL, a média é
dos 3 (três) maiores valores em até 12 ciclos completos de medição regular, o que
torna o valor excessivo proveniente de enriquecimento ilícito, conforme se verifica no
histórico de contas em anexo.

III – utilização da média dos 3 (três) maiores valores disponíveis de consumo


de energia elétrica, proporcionalizados em 30 dias, e de demanda de
potências ativas e reativas excedentes, ocorridos em até 12 (doze) ciclos
completos de medição regular, imediatamente anteriores ao início da
irregularidade;(Redação dada pela REN ANEEL 670 de 14.07.2015)

Veja Excelência, esses foram os últimos doze ciclos completos de medição


regular, antes da retirada do contador pela própria concessionária, se retirarmos os três
maiores valores, certamente não chegamos aos cálculos apresentados pela
concessionária.

Ainda que a concessionária tenha agido corretamente ao aplicar a multa, a


mesma teria que adequar os valores de acordo com o que dispõe o art. 130, III da
Resolução 414/ ANEEL.

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2.1 Da Responsabilidade Objetiva

O serviço de energia é serviço público essencial, na forma do art. 22 do Código

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do Consumidor.

Art. 22 e seu parágrafo único do CDC, que" Os órgãos públicos, por si ou


suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma
de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros e, quanto aos essenciais contínuos"

O Art. 3º, do Código de Defesa do Consumidor estabelece quem é fornecedor


para fins de relação consumerista.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.

Dessa forma, a Concessionária Amazonas Energia, está sujeita aos termos


constantes no art.14 do CDC, devendo reparar os danos causados a requerente pela
deficiência de seus serviços.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

É notória a culpa da empresa requerida, vez que descumpriu o disposto no art.


artigo 129, § 5º, da resolução 414 da ANEEL, bem como o disposto no art. 130, inciso
III do mesmo dispositivo.

2.2 Danos Morais decorrente de ato Ilícito

A requerente teve o contador de sua residência removido pela concessionária


sem obedecer os termos constantes no art. 129, § 5º e falha na aplicação do artigo 130,

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inciso III da resolução 414 da ANEEL, bem como deixou a requerente impossibilitada
de morar no imóvel por mais de 12 meses uma vez que a mesma estava sem contador
em seu imóvel, sendo obrigada a fazer uma ligação à revelia para concluir a reforma em

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seu apartamento, por culpa exclusiva da concessionária, que deixou de instalar o
medidor, conforme dispõe o art. 73 da resolução suso mencionada.
Por ser flagrantemente inconstitucional, na medida em que abala a dignidade da
pessoa humana em seu artigo 1º inciso III, Constituição Federal e fere direito
fundamental consubstanciado na proteção do consumidor artigo 5º, inciso XXXII,
também da Constituição Federal o dano deve ser reparado.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Há que se observar que o Código de Defesa do Consumidor enumera no art. 39


uma lista de práticas abusivas, sendo certo que a lista não é taxativa, admitindo outras
práticas comerciais como sendo abusivas, desde que figure o significativo desequilíbrio
entre os direitos do consumidor, a manifesta vantagem e a ofensa ao princípio da boa-fé
objetiva.
Ainda no artigo 4º, inciso III, o Código de Defesa do Consumidor traz preceito
expresso a respeito do Princípio da Boa-fé Objetiva.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008,
de 21.3.1995)

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III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e


compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal),
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e

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fornecedores;

A simples falha na prestação de serviços, já enseja danos Morais nos termos do


art. 5º, inciso V da CF/88.
Art. 5º CF omissis.
"Inciso V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;" (grifo nosso).

Por outro lado, não há necessidade de que a autora comprove dolo ou culpa da
requerida, pois se trata de responsabilidade independente de culpa, prevista
expressamente em lei, nos moldes do que preceitua a primeira parte do art. 927,
parágrafo único, do Código Civil.

Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Quanto ao tema a Jurisprudência já firmou seu entendimento quanto a ausência


do equipamento apto a medir o consumo de energia elétrica, assim vejamos:

CIVIL E PROCESSO CIVIL – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO MONITÓRIA


– FATURAS DE ENERGIA ELÉTRICA – APLICAÇÃO DAS NORMAS
INSERTAS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR –
AUSÊNCIA DE MEDIDOR – RESPONSABILIDADE DA
DISTRIBUIDORA DE ENERGIA – ARTIGO 73, DA RESOLUÇÃO N.
414/2010 – ANEEL – COBRANÇA BASEADA NA ESTIMATIVA DE
CONSUMO – ILEGALIDADE. 1) Nos termos do artigo 73,
da Resolução n. 414/2010 – ANEEl, a responsabilidade pela instalação do
medidor e demais equipamentos é da distribuidora de energia elétrica. 2)
Conforme jurisprudência consolidada no âmbito do Superior Tribunal, a
cobrança por estimativa de consumo é ilegal, por configurar enriquecimento
ilícito da concessionária. 3) Apelo provido. (TJ – AP – APL:
00049315820188030001, Relator: Desembargador GILBERTO PINHEIRO,
Data de Julgamento:06/02/2020).

Neste sentido:

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A Concessionária, fornecedora de energia elétrica, se locupleta com prática


ilegal de ato ilícito, no momento em que deixou de reinstalar o medidor, deixando a
requerente sem o equipamento de aferição por mais de doze meses, bem como a

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aplicação da multa por estimativa de consumo, obrigando a requerente, a vir em busca
de solução ocupando o Poder Judiciário.
O Judiciário enfrenta o valor do dano moral sob a ótica de atender a dupla
função: reparar o dano com o fito de minimizar a dor da vítima e punir o ofensor para
que não reincida. E na tentativa de aplicação de penalidade pecuniária disciplinar com
efeito pedagógico digna-se por instituir o quantum indenizatório no importe de R$
6.000,00 (seis mil reais).

2.3 A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Tendo em vista a verossimilhança das alegações constante a presente exordial,


pede-se seja decretada a inversão do ônus da prova, com base no art.6º, VIII do CDC.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;

3. DO PEDIDO

Diante do exposto requer a Vossa excelência:

1. O deferimento da justiça gratuita nos termos do art. 98 e 99 do


CPC/2015, artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e a lei nº 1.060/50, na hipótese
de interposição de recurso, por não poder arcar com as despesas processuais e
honorários advocatícios sem que cause prejuízo para si e para sua família;
2. Seja notificada a concessionária AMAZONAS ENERGIA S.A para,
querendo, contestar o presente, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;

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3. A Inversão do ônus da prova nos termos do Art.6º VIII do CDC;


4. Definitivamente seja deferida em favor do Requerente, decisão de mérito,
obrigando a AMAZONAS ENERGIA S.A a cancelar a multa aplicada, uma vez que

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realizada de forma irregular, por flagrante descumprimento de dispositivos constantes
na Resolução 414 da ANEEL, do CDC e da Constituição Federal.
5. Que seja a AMAZONAS ENERGIA S.A condenada a proceder à devida
indenização pelos danos Morais decorrente de Ato Ilícito com o escopo de produzir
efeito pedagógico no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
6. Condenar a AMAZONAS ENERGIA S.A, na hipótese de interposição de
recurso, ao pagamento dos honorários advocatícios, fixados em 20% (vinte por cento),
sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95;
7. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito
permitidos bem como a juntada de novos documentos, que, desde já, ficam requeridas.

Dár-se o valor da causa em R$ 22.594,06 (vinte e dois mil quinhentos e


noventa e quatro reais e seis centavos)

Nestes termos,
Pede deferimento.

Manaus, 16 de fevereiro de 2021.

Adv. Laura Poliana de Oliveira Fragata


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Adv. Railnilson de Oliveira Fragata


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