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ADVOCACIA
WILIAN DAMEÃO OAB/MS 9967

Este documento é copia do original assinado digitalmente por WILIAN DAMEAO e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 03/08/2016 às 10:41, sob o número
Pós-Graduado em Direito Empresarial FGV/RJ

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ª. VARA CÍVEL RESIDUAL DA

08300276120168120001, e liberado nos autos digitais por Leticia Mota Valentin Dario, em 03/08/2016 às 11:18. Para acessar os autos processuais, acesse o site
COMARCA DE CAMPO GRANDE-MS.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0830027-61.2016.8.12.0001 e o código 18A6EC3.


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

ARY FERREIRA DE MENDONÇA OLIVEIRA, brasileiro,


casado, agente de compras, portador do RG n. 743954 SSP/MS e inscrito no
CPF sob n. 662.735.871-91, e sua cônjuge BRUNA SOARES DE LIMA
OLIVEIRA DE MENDONÇA, brasileira, casada, técnica de enfermagem,
portadora do RG n. 1352799 SSP/MS e inscrita no CPF sob n. 009.272.811-12,
ambos residentes e domiciliados à Rua Taumaturgo, n. 1385, B. Aero Rancho,
nesta capital, vêm respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, com
escritório profissional indicado ao final desta página, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face de RAFAEL ALMEIDA SILVA, brasileiro, solteiro, advogado, portador


do RG sob n. 1215884 SSP/MS e inscrito no CPF sob n. 968.550.611-68,
residente e domiciliado à Rua Rogerio Casal Caminha, n. 827, B. Monte Castelo,
nesta capital, e, CESAR DE BRITO GONÇALVES, brasileiro, engenheiro civil,
portador do RG n. 1030391 SSP/MS e inscrito no CPF sob n. 703.731.241-04,
residente e domiciliado à Av. Marques de Pombal, n. 1851, Jd. São Lourenço,

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nesta capital, com fundamento nos arts. 159 e 1.245 do Código Civil Brasi1eiro
e ainda art. 12 da lei 8.078, de 11.09.90, pelos motivos de fato e de direito

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a seguir expostos:

DOS FATOS

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Conforme se depreende dos documentos que seguem
anexo à presente, os requerentes munidos do sonho da primeira casa própria
para a sua família, adquiriram o imóvel situado na Rua Taumaturgo, n. 1385, B.
Conj. Aero Rancho, nesta capital, denominado casa.

Tal aquisição se deu através de CONTRATO POR


INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA DE UNIDADE ISOLADA E
MUTUO COM OBRIGAÇOES E ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIRA datado de 31 de julho
do ano de 2012, os requerentes adquiriram o referido imóvel, através de
financiamento junto a Caixa Econômica Federal, programa minha Casa Minha
Vida, conforme se depreende do referido contrato que segue a presente.

Foram responsáveis pela construção do referido imóvel,


os requeridos, alhures qualificados, na qualidade de proprietário/construtor e
responsável técnico, respectivamente, conforme se faz prova através da ART n.
11312098.

Ocorre, porém, que com a venda e ocupação da unidade


residencial, foram identificadas diversas falhas na construção, gerando
transtornos aos requerentes e sua família.

Os problemas iniciaram-se desde o primeiro dia da posse


do referido imóvel, quando ao tentarem limpar o mesmo abrindo a torneira,
começou a jorrar água através do soquete da lâmpada de chão, evidenciando
um vazamento de falha, bem como nenhuma das tomadas do imóvel
funcionavam, não possuia disjuntor no padrão da casa.

Neste momento ligaram para a corretora que


intermediou a venda, Sra. Evania, solicitando o telefone dos responsáveis por
reparos, Sra. Rose e Sr. Divino.

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Através de contato com a Sra. Rose, foi enviada uma


pessoa responsável, descobrindo-se que o cano condutor da fiação estava

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quebrado, sobre as tomadas, a fiação passava direto, sem conexão com estas e
sequer os fios estavam descascados para esta conexão, ou seja, o serviço tinha
sito mal feito e feito pela metade de forma absurda.

A partir desse episódio diversas ligações forma


realizadas pelos requerentes à secretária responsável Sra. Rose e também ao

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Sr. Divino, pessoa responsável para visualizar a ocorrência e encaminhar o
profissional para reparos.

Nos primeiros seis meses em que os requerentes


estavam residindo no imóvel ocorreu um verdadeiro martírio, pois eram tantas
infiltrações nas paredes que tiveram de mexer no quarto do casal, sala e
corredor, sem contudo, até o presente momento resolver o problema, o que
segue até o presente momento sem qualquer solução.

Importante ressaltar que em conversa com alguns


pedreiros enviados para tentativa de solucionar o problema, estes informaram
que o tipo de tijolo que foi utilizado é de boa qualidade, mas a forma como
foram instalados e aplicados deve ser correta, caso contrario realmente gera
problemas e uma vez instalados de forma inadequada, as medidas são
paliativas, mas não resolvem o problema.

Inclusive o ultimo profissional a comparecer na


residência para tentar sanar o problema, afirmou que era o ultimo serviço que
faria com aquele pessoal pois estava cansado de tanta reclamação, não
querendo se “queimar” no mercado de trabalho.

O problema basicamente cinge-se a infiltrações, fissuras,


rachaduras e estrutural do imóvel, bem incluindo inclusive nos muros laterais.

Em data de 02/01/2015, os requerentes chegaram a


realizar junto ao órgão financiador do imóvel uma comunicação de sinistro, uma
vez que foram informados que somente assim resolveriam o problema.

Que aproximadamente dois dias após a comunicação de


sinistro, a Sra. Rose ligou aos requerentes, questionando o porquê teriam feito
aquilo, dizendo que enviaria um engenheiro e pedreiro, como de fato
compareceram na residência.

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Quando da visita do profissional que se apresentou como


engenheiro, o requerente argumentou para que fosse feito um novo reboco, o

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qual disse que não resolveria, que fariam a aplicação de selador por fora e
pintura por dentro e que o problema seria resolvido.

Passaram-se oito meses, quando veio a primeira chuva e


ficou pior ainda do que era anteriormente, com infiltrações ainda maiores e
abundantes, além de fissuras no quarto do casal, corredor, cozinha, sala e

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quarto da filha do casal.

O imóvel ainda apresentou após essas tentativas de


reparos mal sucedidas, novas fissuras, se encontrando os requerentes com
medo e receio inclusive de queda de alguma parede ou laje diante da situação
totalmente temerária vivenciada.

O transtorno suportado pelos autores e sua família é


evidente e cristalino.

Durante todo este período, a família criou um trauma


psicológico, consistente no verdadeiro pavor a chuva, pois quando isso ocorre, é
certo que haverá infiltrações, bolor nas paredes, umidade excessiva dentro do
imóvel, gerando problemas de ordem respiratória e de saúde como um todo.

As variadas fotos retiradas em diversos momentos


desses longínquos e angustiantes três anos e meios aproximados, dão apenas
uma pequena noção dos problemas e transtornos vivenciados pelos requerentes
e sua família.

Para quem tinha um sonho de uma primeira casa


própria, infelizmente acabou tendo o pesadelo de um imóvel que foi mal
edificado, gerando transtornos imensos.

Nessas varias intervenções malsucedidas, muitas das


vezes cortavam paredes, inseriam vergalhões de ferro, passavam massa corrida
e pintavam tendo os requerentes de tirarem os moveis de determinado cômodo,
dormir no quarto da filha e vice e versa, gerando mal-estar no casal.

A sujeira deixada com restos de reboco, poeira, pedaços


de tijolos, dentro outros, impediam a visitas de amigos da família, parentes,

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bem como confraternizações, gerando angustia, stress, aborrecimento, dentre


outros sentimentos ruins.

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Ademais, é extremamente constrangedor a esposa do
requerente e sua filha ter a visita de vários homens em diversas oportunidades
para tentar resolver vários problemas que não deveriam em hipótese alguma
ocorrer, pois se trata de um imóvel novo.

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Inclusive no final do ano de 2015, por diversos dias os
requerentes tiveram o transtorno de dormirem no quarto da filha do casal, para
um desses procedimentos.

Agravou-se tal situação de transtorno neste episódio


especificamente, o pedreiro responsável alegou que deveriam retirar todos os
moveis do quarto do casal a mando dos responsáveis.

Pois bem.

Foi iniciado o serviço apenas no quarto do casal,


cortaram as paredes, inseriram ferros e massa de cimento, deixando inacabado.

Passados alguns dias, como ninguém apareceu para


terminar o serviço, o requerente ligou novamente para a Sra. Rose, informando
que se encontrava em situação difícil face seus moveis estarem amontoados, o
casal dormindo no quarto da filha, momento em que esta lhe informou que não
era para ter removido os moveis e que mandaria alguém para resolver.

Que de fato compareceram mais uma vez, compraram a


massa corrida e tinta e deixaram no imóvel, sem contudo terminar o serviço.

Passadas mais duas semanas, com a esposa do


requerente transtornada com a situação, tendo inclusive chorado em função da
condição que estavam o próprio requerente decidiu fazer com as suas mãos o
serviço que haviam começado e não concretizado.

Tais circunstancias acabaram por gerar inclusive brigas


do casal, influenciando diretamente no relacionamento destes.

Face a reiteração de intervenções infrutíferas,


transtornos e nenhuma solução do problema, após este ultimo episodio acima

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descrito, decidiram os requerentes não mais solicitar os serviços dos requeridos,


buscando via judicial seus direitos, por não lhes restar outra alternativa e diante

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das diversas ocasiões de constrangimento perante amigos, vizinhos, parentes,
bem como ate a filha menor do casal que conta com nove anos, tem vergonha
de trazer suas amiguinhas para brincar na sua casa.

Diante de tudo isso que se relatou exsurge o direito dos


requerentes aos ressarcimentos dos evidentes e comprovados danos de ordem

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moral e material

DO DIREITO

A pretensão indenizatória dos requerentes encontra


amparo legal no Código Civil Brasileiro e ainda no Código de Defesa do
Consumidor, Lei 8.078 de 11.09.90, em seus artigos abaixo relacionados:

"CC ad. 1245: Nos contratos de empreitada de


edifícios ou outras construções consideráveis, o
empreiteiro de materiais e execução responderá,
durante cinco anos, pela solidez e segurança do
trabalho, assim em razão dos materiais, como do
solo, exceto quanto a este, se, não o achando
firme, preveniu a tempo o dono da obra."

"CC art. 159: Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência, ou imprudência, violar
direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado
a reparar o dano."

"CDC art. 12. O fabricante, o produtor, o


construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto,
fabricação, construção, montagem, fórmulas,
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manipulação, apresentação ou acondicionamento


de seus produtos, bem como por informações

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insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização
ou riscos.

"CDC art. 27: Prescreve em 5 (cinco) anos a


pretensão à reparação pelos danos causados por

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fato do produto ou do serviço prevista na Seção II
deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a
partir do conhecimento do dano e de sua autoria."

Da mesma forma, a doutrina e a jurisprudência


brasileiras solidificaram-se no sentido de assegurar o direito já reconhecido
pelos arts. 1245 e 159 do Código Civil Brasileiro. Neste sentido, vale
transcrever:

"Responsabilidade do empreiteiro quanto à solidez


e segurança do trabalho. O empreiteiro responderá
pela solidez e segurança do trabalho na
empreitada relativa a edifícios ou a construções de
grande envergadura, em razão do material, se o
forneceu, e do solo (RTJ, 102:221),
independentemente de culpa, durante o prazo de 5
anos (RTJSP, 79:77, RT 148:358, 535:151,
214:429, 178:789, 390:234 e 532:80; RF 130:192,
145:30, 158:233, 127:433 e 82:641; AJ, 115:285;
EJSTJ, 4:52 e 2:49) salvo se, oportunamente,
preveniu o comitente não só quanto ao solo,
advertindo-o de que este não se encontrava firme,
mas também quanto à deficiência do material
fornecido pelo dono da obra."1 "Da
responsabilidade contratual o construtor só se
libera cumprindo fielmente o contrato ou
demonstrando que a sua inexecução total ou
parcial deveu-se a caso fortuito ou força maior.
Fora dessas hipóteses sujeitar-se-á à indenização
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devida"

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"O descumprimento do contrato ocorre, segundo
Iolanda Moreira Leite: a) quando o profissional não
executa a obra, sendo essa uma forma de
inexecução própria, absoluta e total, ou quando
executa defeituosamente a obra, sendo este uma
forma de inexecução imprópria"

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1 DINIZ, Maria Helena - Código Civil Anotado - São
Paulo: Saraiva, 1995- p. 766.

2 Direito de Construir - Ed. RT. S. Paulo, 4º ed.,


1983, p.234.

O primeiro dever legal de todo profissional ou


empresa de engenharia e arquitetura é assegurar e
responder pela perfeição da obra, ainda que essa
circunstância não conste de qualquer cláusula
contratual, pois é inerente ao serviço
contratado."4

"Adverte Alfredo de Almeida Paiva que o emprego


de material de má qualidade ou defeituoso deve
ser incluído entre os vícios de construção e por ele
responderá o empreiteiro construtor, nos termos
do art. 1245 do Código Civil"

Responsabilidade Civil - condôminos - Direito a


receberem indenização em decorrência de defeitos
de construção nas áreas comuns do condomínio,
bem como nas unidades em que são proprietários -
Prescrição."6

O prazo de cinco anos estabelecido no art. 1.245


do Código Civil não é para o exercício da ação, mas
sim de garantia. Verificada a existência de defeitos
na construção, começa a correr o prazo de
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prescrição, que é comum aos direitos pessoais."

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Responsabilidade Civil do Construtor, "in"
Responsabilidade Civil, Coord. de Yussef Said
Cahalí, Ed. RT, S. Paulo, 2' Ed. 1988, p. 140.

STOCO, Rui - Responsabilidade Civil e Sua


Interpretação Jurisprudencial, Ed. RT, 1994,

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p.14O.RF 145/30
STF - 2' T. - RE - ReI. Aldir Passaiinho - JTACSP-RT
114/177

A construtora, como empreiteira de materiais de


execução dos edifícios, subordina-se ao preceito
do art. 1245 do Código Civil, respondendo, durante
5 anos, pela solidez e segurança do trabalho. E,
com referência a reclamação do autor pelo não
cumprimento exato do que foi ajustado, ou seja, a
entrega das unidades componentes do condomínio
em desacordo com o memorial apresentado, o
prazo prescricional apresentado é o geral do art,
177 do Código Civil."

"O prazo previsto no art. 1.245 do CC é de simples


garantia durante o quinquenio. O construtor fica
obrigado a assegurar a solidez e segurança da
construção. Entretanto, embora excedido o prazo,
poderá o proprietário demandar o construtor pelos
prejuízos que lhe advierem da imperfeição da obra.
Só ao cabo de 20 anos prescreve essa ação.

O conceito de solidez e segurança é elemento


essencial, sempre analisado quando se refere à
responsabilidade civil do construtor ou do
engenheiro responsável pela vistoria da obra,
como se observa com a análise dos seguintes
julgados:

TJSP - 3' C. - Ap. - Rei Evaristo dos Santos - j.


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3.5.83 - RT 575/90

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TJSP -8' C. - Ap. - j. 5.3.81 - RJTJESP 84/152.

TJSP - 1' C. - Ap. Rei. José Cardinale - j. 26.6.79 -


RT 532/80

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"O art. 1245 ao preceituar que o empreiteiro de
materiais e execução responderá, durante 5 anos,
pela solidez e segurança do trabalho não quis
restringir a responsabilidade, nem excluir a
responsabilidade por "defeitos" aparentes ou
ocultos. Ora, todo defeito irá, cedo ou tarde,
desembocar e interferir na solidez ou na segurança
da obra. A expressão defeito tem caráter mais
difuso e exsurge vago e impreciso. Já o termo
"solidez" exprime um termo muito mais definido e
consistente. Para Aurélio Buarque de Holanda
solidez "é a qualidade ou estado de sólido",
resistência, durabilidade, segurança, firmeza,
estabilidade. O defeito, em regra, compromete a
perfeição durabilidade e resistência da obra, de
modo que não pode ficar fora da garantia
assegurada pelo art. 1.245, até porque é, para nós,
espécie de que a "solidez" é gênero. Pensar
diversamente é entender que a lei buscou
assegurar esta garantia apenas pela metade."

"Para Costa Sena solidez exprime resistência e


firmeza; segurança indica ausência de risco, perigo
ou dano. A segurança é consequência da solidez."

"Para Serpa Lopes o vício que compromete a


solidez e a segurança do prédio determinador da
responsabilidade do empreiteiro " refere-se não só
ao caso de

STOCO, Rui - Responsabilidade Civil e Sua


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Interpretação Jurisprudencial, Ed. RT, 1.994, p.


140.

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Os defeitos de construção, observados a olho nu e que
será certamente comprovado através de pericia judicial, são também tratados
pela jurisprudência e pela doutrina:

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"Infiltração de água, acabamento defeituoso, má
qualidade dos materiais empregados na obra são
vícios graves que podem repercutir na segurança
dos moradores do edifício e, até mesmo, em sua
solidez"13

"Os eminentes desembargadores da referida


Câmara julgaram sustentando que o conceito de
solidez e segurança não é tão restrito como quer a
recorrente. A infiltração de água na estrutura é
seriamente comprometedora, já que não é preciso
ser técnico para compreender que a ação deletéria
da água indisciplinada nas paredes leva ao
comprometimento das estruturas
desestabilizando-as, pondo em risco a segurança
do prédio e seus moradores.
(12Ob.cit.p.71.13 TASP, 1º C. Cível, Ap. 256.427, j.
17.04.79, v.u.)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE


CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
INFILTRAÇÕES E RACHADURAS NA RESIDÊNCIA
DA AUTORA DECORRENTES DA CONSTRUÇÃO DE
IMÓVEL DE PROPRIEDADE DA RÉ. DANOS MORAIS
CARACTERIZADOS. QUANTUM MAJORADO. A prova
produzida nos autos demonstra suficientemente os
danos à residência da autora oriundos das
detonações provocadas para construção de imóvel
de propriedade da ré. Danos morais caracterizados
especialmente pelos incômodos advindos com as
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infiltrações causadas pelas rachaduras nas paredes


da residência da autora, situação que por si só

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ultrapassa os meros dissabores a que todos estão
sujeitos. Quantum indenizatório majorado para R$
10.000,00, considerando os parâmetros utilizados
pela Câmara e as circunstâncias do caso concreto.
APELO DA RÉ DESPROVIDO E APELO DA AUTORA
PROVIDO EM PARTE. (Apelação Cível Nº

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0830027-61.2016.8.12.0001 e o código 18A6EC3.


70065133340, Nona Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto,
Julgado em 26/08/2015).

No entanto, conforme dito alhures as infiltrações


existentes no imóvel, presentes em vários locais, tais como, floreiras,
rachaduras nas paredes, teto da garagem apresentando sinais de fragilidade de
estrutura, não são, infelizmente, os únicos defeitos existentes no imóvel.

Existem ainda um grande número de irregularidades


como fissuras e rachaduras, que serão devidamente comprovadas, quantificadas
e qualificadas com a perícia judicial que deverá ser realizada no imóvel,
demonstrando a flagrante diferença existente entre o que se prometeu e os
materiais e os serviços efetivamente empregados no imóvel.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, respeitosamente requer-se:

a) Os préstimos da assistência judiciária, nos termos das


declarações em anexo;

b) Sejam os requeridos citados, no endereço já


declinado, para que contestem a presente ação, no prazo legal, sob pena de
revelia;

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c) A aplicação do Código de Defesa do Consumidor, uma


vez que os requeridos apesar de pessoas físicas, evidentemente e

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comprovadamente se enquadram na condição de fornecedores e prestadores de
serviço nos moldes do CDC fazendo disso um meio de comercialização e
diversos imóveis e consecução de lucros.

d) A inversão do ônus da prova nos termos do art. 6º.


Inc. VIII do CDC;

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e) Ao final, seja julgada totalmente procedente a
presente ação, condenando-se os requeridos ao pagamento da indenização
decorrente dos prejuízos sofridos pelos requerentes, valores estes a serem
apurados através de perícias e avaliações judiciais, as quais comprovarão as
necessidades efetivas para a solução dos problemas mencionados, além de
indenização a ser também apurada face da desvalorização do imóvel,
decorrente do baixo padrão de acabamento e falhas da construção;

f) A condenação dos requeridos ao pagamento de


indenização por danos morais face ao stress, constrangimentos, angustias,
temor, dentre outros sentimentos ruins suportados e demonstrados
efetivamente a ser arbitrado por V. Exa.;

g) A produção de todas as provas em direito admitidas,


em especial o depoimento pessoal dos requeridos, depoimento de testemunhas
que oportunamente serão arroladas, prova pericial a ser realizada no
imóvel em epígrafe e avaliação judicial dos danos;

h) Seja determinada a apresentação, por parte dos


requeridos, do memorial descritivo do imóvel, para fim de se comprovar
as diferenças entre o mesmo e o que realmente foi executado no
mesmo, sob pena de interpretação em seu desfavor;

e) Sejam os requeridos condenados ao pagamento de


custas processuais e honorários advocatícios, a serem fixados por Vossa
Excelência.

Para efeitos fiscais, dá-se à causa o valor de


R$60.000,00(sessenta mil reais).

Pede Deferimento,
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Campo Grande-MS, 10 de abril de 2016.

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