Ação de Inde Ni Zação Por Danos Mate Riais e Morais

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Este documento é copia do original assinado digitalmente por CLAUDINEIA APARECIDA DE MIRANDA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 24/01/2017 às 15:36, sob o
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO
JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE
número 08000287320178120051, e liberado nos autos digitais por Wanilda dos Santos Costa, em 14/02/2017 às 12:03. Para acessar os autos processuais, acesse o site
ITAQUIRAI - ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.
https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0800028-73.2017.8.12.0051 e o código 3CC266A.

REGINALDO APARECIDO
BARBOSA, brasileiro, convivente, gerente administrativo,
portador da cédula de identidade nº 5.059.702 -4 SSP/PR,
inscrito no CPF sob nº 722.807.009 -72, residente e
domiciliado na Rua Santo Caobianco, 311, Centro, na
cidade de Itaquirai. Estado de Mato Grosso do Sul, CEP:
79.965-000, vem à presença de Vossa Excelência, por meio
de sua procuradora que esta subscreve, p ropor:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS

MATERIAIS E MORAIS
em desfavor DOURAMOTORS
VEICULOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ n° 02.199.684/0001 -28 e Inscrição
Estadual n° 283014288, endereço eletrônico
douramotors@douramotors.com.br, localizada na Avenida
Marcelino Pires, 8805, Cabeceira Alegre, CEP 79.833 -0001,
Dourados/MS e TOYOTA DO BRASIL LTDA, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº
59.104.760/0001-91, endereço eletrônico
dcelente@toyota.com.br, localizada na Avenida
Piraporinha, 1.111, Planalto, CEP 09.891 -002, na cidade e
comarca de São Bernardo do Camp o/SP, na pessoa de seu
_____________________________________________________________________________ 1
Rua: João Guimarães Rosa, 900 – Fone: (44) 3642-2020 – Guaíra PR – CEP: 85.980-000
e-mail: miranda@f1net.com.br
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representante legal, Sócio-Gerente ou Presidente, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
O Requerente adquiriu um veículo em
26/07/2013, modelo TOYOTA/ETIOS SD XLS, chassis:
9BRB29BT3D2020017, faturado mediante n ota fiscal nº

41055, no valor de R$ 39.990,00 (trinta e nove mil,
novecentos e noventa reais), emplacado e registrado em
nome do Requerente, como pode-se observar nos
documentos que acompanham este petitório.
Ocorre que em agosto de 2015 quando

retornava da casa de sua genitora que fica na cidade de
Icaraíma, Estado do Paraná, fora surpreendido pela
presença repentina de uma lebre no meio da pista de
rolagem, sendo impossível realizar uma manobra evasiva
em segurança colidiu-se com o animal.
Logo após o choque o veículo veio a
cessar seu funcionamento e verificou -se estar danificado a
parte frontal do veículo, impedindo que este seguisse
viagem até sua residência.
Diante da situação fática ocorrida

coube ao Requerente acionar a sua companh ia de seguro
que prontamente o atendeu, realizando todo o translado
necessário, tanto para o veículo que fora deslocado até o
pátio de serviço da Primeira Requerida que é concessionária
de prestação de serviços autorizada da Segunda .
Ao verificar os danos, diagnosticou-se

a necessidade da troca do motor do veículo que encontrava -
se com 33.411 km (trinta e três mil, quatrocentos e onze
quilômetros), como podemos observar nas ordens de serviço
de número 96.010 e 98.055, que seguem acostadas a esta.
Após a realização da constatação da
necessidade das peças, realizou -se o pedido destas, com a
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devida instalação junto ao veículo, que fora disponi bilizado
para o Requerente em 26 (vinte e seis) de setembro de
2015, data que o veículo fora entregue a este, supostamente
em plenas e perfeitas condições de uso .
Deste momento em diante iniciou -se o

martírio do Requerente frente aos abusos e descasos das
Requeridas, como veremos a seguir.
Comprova-se, Excelência, a conduta

escorreita do Requerente que mantêm seus veículos sempre
em estado de conservação adequada, primando pela
realização das revisões periódicas junto a rede de
concessionárias da Segunda Requerida, como pode-se
observar abaixo.
Buscando atender exigência de

qualidade das Requeridas no dia 03 (três) de outubro de
2015, o Requerente encaminhou o veículo até o ponto de
atendimento da Primeira Requerida, visando a realização da
revisão periódica de 40.000 km (quarenta mil quilômetros),
onde foram realizados os procedimentos necessários para a
revisão, como pode-se constatar diante da Nota Fiscal de
31601, que segue acostada a este.
Porém, no dia 08 de outubro de 2015,
quando o Requerente retornava de sua jornada de estudos,
afinal, este cursava DIREITO na unidade universitária da
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Unipar em Guaíra, onde apresentara seu Trabalho de Curso
naquele dia, o veículo ao aproximar-se do trevo de acesso à
cabeceira da Ponte Ayrton Senna, o veículo simplesmente
parou, acendendo as luzes de alerta no painel do ve ículo e
quando verificado notou-se estava despejando água por
vários pontos do motor do veículo, como podemos observar
nas fotos abaixo.
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Diante dos fatos o Requerente acionou
o call center da Segunda Requerida, na busca de auxílio
para a situação, onde obteve como resposta a negativa de
qualquer ação de socorro, haja vista, seu carro já possuir
mais de 02 (dois) anos, e este não contar mais com o
serviço de remoção de seu veículo por guincho fornecido
por esta, afinal, segundo a atendente, este limita -se a
veículos com menos de um ano de uso, abaixo estampa-se a
tela do celular do Requerente onde podemos observa a data
(08/10/2015), o horário (23h22min) e o número
(08007030206) de contato que fora acionado no momento
da pane do veículo.
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Ressalta-se que o pedido de auxílio
direto a Segunda Requerida se justificava no momento, já
que o veículo demonstrou defeito em sua unidade
propulsora, que havia sido trocada a menos de 15 (quinze)
dias. Ainda, que o seguro do veículo estava em fase de
atualização por conta da troca da numeração do motor.
Ademais, o defeito apresentado foi
gerado por conduta lesiva das Requeridas, não sendo gerado
pelo Requerente ou qualquer outro agente externo.

Diante da situação o Requerente
solicitou um guincho de forma particular, haja vista, o
insucesso na empreitada junto as Requeridas, como
podemos observar nota fiscal de serviços de nº 476,
fornecida pela empresa que realizou o transporte do
veículo.
Estando o veículo recolhido junto a

oficina da Primeira Requerida, constatou -se que o problema
do veículo fora na válvula termostática e o termostato que
foram trocados em garantia, sendo realizada, supostamente,
os reparos necessários retornando o veí culo aos cuidados do
Requerente, no dia 20 (vinte) de outubro de 2015 .
Porém, no mesmo dia 20 (vinte) de

outubro de 2015, infelizmente os reparos realizados n ão
foram suficientes para que o veículo mantivesse o
funcionamento adequado, já que este voltou a apresentar o
mesmo problema, desta vez na cidade de Itaquirai, quando
retornava da sede da Primeira Requerida, sendo realizado o
transporte do veículo desta vez por ordem e
responsabilidade da Primeira Requerida , no dia 22 (vinte e
dois) de outubro de 2015.
Observemos, Excelência, algumas

fotos realizadas no momento da última remessa do veículo,
onde observa-se a presença de manchas causadas pela água
que extravasava do radiador do veículo.
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Excelência, pelo breve exposto nota -

se com clareza inquestionável a conduta leviana das
Requeridas, haja vista, o retorno sistêmico do veículo para
manutenção de uma peça ou sistema de funcionamento do
motor que fora trocada em sua integralidade por
profissionais de gabarito/capacitados, estando-os em
consonância com os padrões de qualidade que a Segunda
Requerida exige de seus pontos de atendimento.
Desta feita, o veículo permaneceu sob
os cuidados das Requeridas até o dia 20 (vinte) de
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novembro de 2015, sendo oferecido desta vez ao
Requerente um veículo locado, por conta da Segunda
Requerida, mediante apresentação de calção, veículo que
não possuía as mesmas características e opcionais do
veículo que encontrava-se em manutenção por erro das
Requeridas.
O veículo cedido serviu ao Requerente
até o dia 19 (dezenove) de outubro de 2015 , quanto teve
que devolvê-lo e submeter-se ao transporte coletivo de

passageiros, passagens acostadas a este , para a retirada do
veículo na sede da Primeira Requerida no dia seguinte a
entrega do veículo locado, com isso questiona -se, qual o
motivo da devolução do veículo, já que esta ficaria pronto
no dia seguinte??
A retira abrupta do veículo de modo

inexplicável é mais uma das condutas abusivas que as
Requeridas impuseram ao Requerente que finalmente no dia
20 (vinte) de novembro de 2015 , após uma viagem em
transporte coletivo de passageiros, da busca de um t áxi para
levá-lo até a sede da Primeira Requerida re cebeu seu
veículo de volta, sob o alerta do representante comercial da
empresa que lhe mostrou todo o veículo e lhe confessou que
toda a entrega estava sendo filmada, para comprovar que a
empresa havia feito todo o necessário no veículo, sendo que
este todo necessário incluía a troca do motor por outro,
ou seja, O TERCEIRO MOTOR instalado no veículo no
lapso temporal de 60 (sessenta) dias.
Ainda, não há de se esquecer da
penúria causada no cotidiano do Requerente, afinal, este
permaneceu sem seu veículo por aproximadamente 30
(trinta) dias, o que lhe limitava sua condição de locomoção,
ainda, causou prejuízo em sua formação acadêmica, já que
estava com veículo que não possuía os itens que
amenizavam as viagens diárias de todas as noites até a
universidade que cursava na cidade de Guaíra, ainda,
sobreveio uma sequência de custos financeiros que nã o
estavam em consonância com previstos para o período, já
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que os deslocamentos necessários entra sua cidade,
Itaquirai, até a cidade de Dourados, onde localiza -se a
Primeira Requerida, bem como, demais despesas com
guincho e alimentação, sobrevieram exclusivamente por
conta da conduta lesiva das Requeridas que agiram de modo
premeditado, abusivo e desleal com o Requerente.
Por fim, vale ressaltar que o
Requerente buscou uma composição amigável junto as
Requeridas, porém, sem sucesso, pois estas afirma vam que

quaisquer despesas ocorridas por conta da manutenção do
veículo, não foram causadas por estas, mas sim por
condutas do Requerente no uso do veículo, o que não é
verdade como veremos no decorrer da demanda.
II – DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS

REQUERIDAS
No caso em comento a existência da
responsabilidade solidária das Requeridas é latente, haja
vista, a Primeira ser ponte de atendimento e revenda da
Segunda, bem como ostenta a imagem da Segunda como
chamariz para seus serviços que são realizados mediante
treinamentos e chancela de qualidade desta.
O breve elencado alhures pode ser

comprovado observando-se a nota fiscal da Primeira
Requerida, que segue reproduzida parcialmente abaixo,
onde estampa-se a logomarca da Segunda Requerida.
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Ademais, a presente demanda decorre
de relação de consumo entre as partes, onde a Primeira
Requerida comercializa e realiza manutenção nos veículos
fabricados pela Segunda Requerida, tendo o Requerente
adquirido o veículo elencado da Primeira, sendo-o
fabricado pela Segunda, devendo prevalecer, assim, o
previsto nos artigos 18 e 34 do CDC.
Ainda, observemos decisões emanadas

pelos Tribunais de nosso país , em decisões hodiernas e

semelhantes aos fatos narrados neste petitório, onde
confirma-se o entendimento da responsabilização solidária
das Requeridas, nos termos aqui defendidos.
RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. VEÍCULO NOVO. AQUISIÇÃO.
DEFEITOS NÃO SOLUCIONADOS DURANTE O
PERÍODO DE GARANTIA. PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL DEFICIENTE.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO
FABRICANTE E DO FORNECEDOR.
INCIDÊNCIA DO ART. 18 DO CDC.
DECADÊNCIA. AFASTAMENTO. FLUÊNCIA
DO PRAZO A PARTIR DO TÉRMINO DA
GARANTIA CONTRATUAL.
(STJ 4ª Turma, REsp 547794/PR, relatora Ministra

Maria Isabel Gallotti)
AGRAVO DE INSTRUMENTO - COMPRA DE

MOTOCICLETA ZERO QUILÔMETRO QUE
VEM A APRESENTAR DEFEITOS NO MOTOR,
DENTRO DO PRAZO DE GARANTIA -
HIPÓTESE DE VÍCIO DO PRODUTO -
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA
CONCESSIONÁRIA E DA FABRICANTE -
PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA DAQUELA -
AFASTAMENTO - DECISÃO
MANTIDA.RECURSO DESPROVIDO.
(TJ-PR – AI 13702940 PR 1370294-0, 10ª Câmara

Cível, Relator: Luiz Lopes, DJ: 26/07/2015, DJ:
1630 18/08/2015)
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RECURSO INOMINADO. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE RESCISÃO
CONTRATUAL C/C RECONHECIMENTO DE
NULIDADE DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS,
DEVOLUÇÃO DE VALORES, INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.
CONSÓRCIO. APLICAÇÃO DA TEORIA DA
APARÊNCIA. INTELIGÊNCIA DO ART. 34 DO
CDC. LEGITIMIDADE PASSIVA DA
FABRICANTE RECONHECIDA
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA

CEDENTE E DA CONCESSIONÁRIA.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
(TJPR - 1ª Turma Recursal - 0000627-

48.2015.8.16.0069/0 - Cianorte - Rel.: Aldemar
Sternadt - - J. 06.11.2015)
(Grifos e negritos não originais)
Portanto, Excelência, pelo exposto e

comprovado imperiosa a declaração da responsabilidade
solidária entre as Requeridas com base nos fatos e provas
alhures expostas.
III – DOS DANOS MORAIS

Resta incontroverso os danos morais
que suportou o Requerente, afinal este ficou sem seu
veículo por dias seguidos, sem sua culpa ou desejo.
Afinal, Excelência, quando se procura

os serviços de uma oficina mecânica especializada para
qualquer reparo em seu veículo, busca -se a solução dos
problemas que estejam ocorrendo no veículo naquele
momento.
Ainda, ao buscar-se uma oficina em

uma concessionária de serviços da fabricante do veículo,
tem-se a certeza de que os serviços serão realizados a
contento, com segurança e no menor tempo possível, haja
vista, estarmos falando de um centro especializado na
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marca, onde encontram-se profissionais de gabarito, bem
como, todas as ferramentas necessárias para o manejo de
qualquer veículo da marca comercializada nas dependências
do ponto de venda e atendimento da marca, no caso Toyota.
É
cediço em nosso ordenamento
jurídico que para se caracterizar o dano moral
necessariamente devem ocorrer os requisitos básicos, quais
sejam, a ação ou omissão do agente, o dano, a presença do
dolo ou culpa em gerar o ato e o nexo de causalidade.

Pois bem, vislumbramos de modo
cristalino a presença da conduta lesiva das Requeridas,
afinal, o veículo que saiu das dependências da Pr imeira,
estando, aparentemente em ordem e em pleno
funcionamento, precisou retornar mais duas vezes após a
primeira incursão para efetivamente ter o veículo em
condições de uso.
Ainda em se falar da conduta lesiva,

vislumbramos o risco que se instalou fren te ao Requerente e
seus familiares que fazem uso constante do veículo, sendo
que este não estava em condição de uso.
Importante, também, ressaltar que o
Requerente deslocava-se diariamente em companhia de
outras 4 (quatro) pessoas para a cidade de Guaíra, num
percurso diário de mais de 200 km (duzentos quilômetros),
com um risco de dano evidente, haja vista, os defeitos que o
veículo apresentou.
Lembrando-se do dia 08 (oito) de

outubro quando no início do retorno para sua residência,
após um dia de trabalho e estudos o veículo simplesmente
“ferve” e para ainda no perímetro urbano de Gua íra.
O breve exposto consubstancia a

conduta lesiva das Requeridas, ainda, evidencia o dano que
se sobrepôs ao Requerente, que ficou à mercê das
Requeridas, haja vista, estas serem as responsáveis pela
manutenção adequada do veículo, sendo o Requerente mero
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usuário do veículo que recebeu inadequadamente a
manutenção necessária das Requeridas.
Quando ao dolo ou culpa, vislumbra -
se de modo inequívoco a ocorrência da culpa das
Requeridas que deixaram de executar de modo preciso e
seguro um reparo no veículo do Requerente, sendo a busca
do reparo a busca de uma atividade fim, pois quando o fim
não é atingido de modo satisfatório como na presente, resta
configurada no mínimo a conduta culposa das Requeridas

que deixaram de vigiar o bem executar dos serviços, ainda,
dolosamente colocaram o veículo em circulação assumindo
o risco pelos danos decorrentes do mau funcionamento
deste.
O nexo de causalidade é gritante pois

todos os fatos narrados neste petitório decorrem da conduta
lesiva das Requeridas que deixaram de executar suas
obrigações contratuais de modo adequado, pois quando se
procura os serviços de manutenção de um veículo, o que se
espera é que este veículo seja reparado e não que apresente
reiteradamente novos defeitos.
Agrava-se a situação do surgimento
dos defeitos, Excelência, ao evidenciar -se que o conjunto
do motor do veículo foi totalmente trocado, ou seja, todo o
conjunto era composto por peças novas, que não deveriam
apresentar defeito de funcionamento se houvessem sido
instaladas de modo adequado, o que claramente não
ocorreu.
Imaginar, Excelência, que ficar às

margens de uma rodovia no início da madrugada por horas
aguardando a chegada de um guincho para recolher seu
veículo e um táxi para levar até sua casa, depois de um dia
de trabalho árduo, bem como, ao fim de uma noite intensa
de estudos, (após apresentação de TCC) , na busca da
evolução constante de sua personalidade e do avanço das
condições de vida de sua famíli a, transcendem o mero
aborrecimento.
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Ainda, transcendem o simples
contratempo cotidiano o fato de ter ceifado de seu uso, sem
a devida compensação, seu veículo de uso diário, afinal, é
com este que o Requerente deslocava -se para o trabalho,
para seus estudos e desenvolvia todas as atividades
cotidianas.
Eficaz destaque, Excelência, que
durante o primeiro período de manutenção do veículo
decorrente do acidente que envolveu -se o Requerente, este

teve a sua disposição veículo fornecido por sua companhia
de seguros.
Porém, quando da necessidade de
revisar os reparos que foram executados de forma incorreta,
nenhuma das Requeridas prestou qualquer apoio ao
Requerente que tentou receber ao menos um veículo similar
ao seu, para atender suas necessidades pessoais, si tuação
que foi rechaçada pelas Requeridas, que simplesmente o
abandonaram à mercê da sorte dos dias.
Observemos abaixo julgados

emanados pelos Tribunais Pátrios em julgados hodiernos
que tratam de situações similares à presente, onde constata -
se a imperiosidade da condenação das Requeridas em
indenizar o Requerente pelos danos morais por este
suportado.
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO

REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO - RESPONSABILIDADE CIVIL
- VEÍCULO - AQUISIÇÃO - DEFEITOS DE
FÁBRICA - REPAROS CONSTANTES -
ABORRECIMENTO - INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS - QUANTUM -
RAZOABILIDADE. (...) II - Assim, não há
necessidade de alterar o quantum indenizatório no
caso concreto, em face da razoável quantia, fixada
pelo Acórdão a quo em R$ 12.000,00 (doze mil
reais). Agravo regimental improvido.
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(STJ – AgRg no Ag 818350 RJ 2006/0186450-1, 3ª
Turma, Relator: Ministro Sidnei Beneti, DJ:
16/10/2008, DJ: 28/10/2008)
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS E MATERIAIS -
VEÍCULO USADO ADQUIRIDO COM
DEFEITOS - NECESSIDADE DE REPAROS -
RESPONSABILIDADE DA REVENDEDORA -
DANO MORAL CARACTERIZADO -
SENTENÇA MANTIDA - RECURSO

IMPROVIDO. Ficando comprovada a existência de
vícios ocultos que impediram a utilização do bem
adquirido (veículo), bem como os prejuízos
financeiros (gastos) suportados pelo comprador em
razão desse defeito, correta a condenação do
vendedor ao pagamento de indenização por danos
materiais. A compra de um veículo, mesmo usado,
incute no adquirente a ideia de segurança, de
durabilidade e conforto. Logo, a existência de
defeitos do produto adquirido frustrou as
expectativas cultivadas pelo consumidor gera o
dever de indenizar por ofensa à moral.
(TJ-MS – APL 00031728820108120001 MS

0003172-88.2018.8.12.0001, 4ª Câmara Cível,
Relator: Des. Claudionor Miguel Abss Duarte, DJ:
13/05/2014, DJ: 16/07/2014)
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE REPARAÇÃO

POR DANOS MATERIAIS E MORAIS –
AQUISIÇÃO DE VEÍCULO NOVO – RELAÇÃO
DE CONSUMO – COMPROVAÇÃO DE VÍCIO –
RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA
E FABRICANTE – DANOS MATERIAIS E
MORAIS DEVIDOS – REDUÇÃO DO
QUANTUM DESCABIDA – RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE – RECURSOS
CONHECIDOS E IMPRÓVIDOS. A
concessionária, na medida em que aliena um
automóvel como se novo fosse, atestando que este
encontra-se em perfeito estado de conservação, deve
garantir a inexistência de defeitos. Comercializando
um veículo com vício de qualidade, deverá
responder pelos danos causados, juntamente com a
fabricante do automóvel, em razão da
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responsabilidade solidária das mesmas. Danos
morais aplicados de forma proporcional e razoável,
face às frustrações das legítimas expectativas da
consumidora que julgou adquirir um veículo novo,
dentro das especificidades apresentadas pela
concessionária, afigurando-se incontestes os
transtornos, os abalos psíquicos e emocionais, o
sofrimento causado pela conduta das apeladas. Alie-
se, ainda, a necessidade de o valor fixado atender à
finalidade pedagógica que deve revestir a
indenização. Recurso conhecido e improvido.

(TJ-MS – APL 00011177020118120021 MS
0001117-70.2011.8.12.0021, 2ª Câmara Cível,
Relator: Juiz Jairo Roberto de Quadros, DJ:
21/07/2015, DJ: 22/07/2015)
Desta feita, deve o Requerente ser

indenizado por danos morais, levando em consideração,
além da extensão dos danos sofridos, o poder econômico
das Requeridas, cujo valor ficará a cargo da sapiência de
Vossa Excelência.
A reparação do dano moral em casos
como o em tela, se dá pela condenação do causador do dano
a indenizar o ofendido em uma quantia em dinheiro.
Com efeito, a extensão do dano é
enorme no o que diz respeito à capacidade do ofensor e do
ofendido, esta deve ser analisada a fim de que a
indenização a ser fixada não cause enriquecimento ilícito,
mas também não seja ínfima a incentivar a prática do ato
danoso, visto que além do caráter indenizatório, existe a
característica punitiva para aquele que indeniza.
Afinal, a indenização é a reparação
total do dano sofrido, por isso os valores devem ser fixados
em proporção que assegure o ofendido a reparação pe lo
dano.
Portanto, Excelência, pelo exposto
corroborado com a legislação e as jurisprudências
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colacionadas evidencia-se a imperiosidade de condenação
das Requeridas em indenizar o Requerente pelos danos
morais por este suportado em valor a ser arbitrado por
Vossa Excelência, em valor não inferior a R$ 20.000,00
(vinte mil reais), por ser o valor razoável, bem como,
cumprindo a integralidade a que se impõe a condenação
com suas finalidades punitivas e educativas, não sen do
valor ínfimo ou enriquecedor.

IV – DOS DANOS MATERIAIS
No tocante aos danos materiais que
sobrevieram ao Requerente estão todos os decorrentes dos
deslocamentos, seja do veículo, quanto seu pessoal até o
ponto de atendimento da Primeira Requerida para
acompanhamento e retirada do veículo de suas
dependências, ainda, as despesas de guincho e alimentação
relativas aos dias destes deslocamentos.
A necessidade de condenação das

Requeridas em indenizar os danos materiais sofridos pelo
Requerente é evidente, haja vista, os gastos listados abaixo
terem decorrido exclusivamente por conta da conduta das
Requeridas, que deixaram de cumprir sua obrigação
contratual quando colocaram reiteradamente o veículo do
Requerente em circulação ostentando defeitos e condição de
risco.
 Despesas com Combustível.......................... 250,49

 Despesas com Alimentação .......................... 26,50
 Despesas com Pedágio ................................ 25,80
 Despesas com Taxi ..................................... 488,00
 Despesas com Guincho ................................ 950,00
 Despesas com Ônibus .................................. 40,23
Total de Despesas: ......................................... R$ 1.781,02
(um mil, setecentos e oitenta e um reais e dois centavos)
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A obrigação das Requeridas decorre
dos artigos 186 e 927 do código civil, já que estas têm
culpa, bem como, responsabilidade pelo dano debatido
nesta.
Portanto, Excelência, resta evidente a

imperiosidade em condenar as Requer idas em indenizar o
Requerente pelos danos materiais por ele suportados por
conta da conduta lesiva que lhe sobreveio por culpa destas,
no valor de R$ 1.781,02 (um mil, setecentos e oitenta e um

reais e dois centavos), com base no detalhamento das
despesas alhures realizadas, corroborada com as Notas
Fiscais que acompanham este petitório.
V - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Prevê o artigo 6º, inc. VIII, do Código
de Defesa do Consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII – A facilitação da defesa de seus direitos,

inclusive com a inver são do ônus da prova, a
seu favor, no pr ocesso civil, quando a critério
do j uiz, for verossí mil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências.
Há, portanto, a necessidade de ser

determinada a inversão do ônus da prova, na forma do
artigo acima mencionado. Nesse sentido é o entendimento
jurisprudencial firmado majoritariamente em nossos
Tribunais, conforme a seguir transcrito:
AGRAVO DE INSTRUME NTO - AÇÃO
REVISIONAL - INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA - IMPUTAÇÃO AO BANCO DE
PROCEDER À SUA REALIZAÇÃO -
POSSIBILIDADE - HIPOSSUFIC IÊNCIA
TÉCNICA DO AUTOR - ÔNUS,
OUTROSS IM, QUE ORDINARIAMENTE
_____________________________________________________________________________19
fls. 20
RECAI SOBRE A PARTE RÉ.AGRAVO
CONHEC IDO E NÃO PROVIDO.
(TJ-PR - AI: 13332577 PR 1333257 -7
(Acórdão), Relator: Gil Francisco de Paula
Xavier F Guerra, Data de Julgamento:
03/02/2016, 14ª Câmara Cível, Data de
Publicação: DJ: 1739 15/02/2016)
“PROVA – Ônus – Inversão – Cabimento –

Inaplicabilidade do art. 333, I do Códi go de
Processo Ci vil, em face da prevalência do

artigo 6º, V III do Códi go de Defesa do
Consumi dor por ser nor ma específica” . (TJSP
– Al 18.455 – 8ª CDPriv, - Rel. Dês. Debat in
Cardoso – J. 26.03.1997).
Assim, não há como se negar que a

Requerente é parte hipossuficiente da relação, e assim,
frente ao poderio de uma empresa do porte das Requeridas ,
resta inolvidável sua franqueza econômica e jurídica para
fazer prova de seu direito.
Dessa maneira, torna-se imperioso
ressaltar que a Requerente, consumidor é parte vulnerável
desta relação, e como tal, tem direito de receber o serviço
prestado adequadamente, em segurança, além de
informações claras e precisas.
VI - DO REQUERIMENTO FINAL:
DIANTE DO EXPOSTO, REQUER-
SE:
a) o recebimento da presente com os

inclusos documentos;
b) Citação da empresa Requerida, para

que compareça à audiência de conciliação a ser designada
por Vossa Excelência, e, não havendo composição, para
_____________________________________________________________________________20
fls. 21
que, querendo, apresente defesa a presente pretensão no
prazo legal, sob as penalidades legais;
c) a possibilidade de provar o alegado
por todos os meios em direito admitidos, principalmente
através do depoimento pessoal do Representante legal das
Requeridas, sob as cominações legais, prova testemunhal,
juntada e requisição de novos documentos, etc;
d) seja determinada a inversão do

ônus da prova no que diz respeito à prova da dívida e
origem da mesma, nos termos do artigo 6º, inciso VIII do
CDC;
e) seja declarada a responsabilidade
solidária entre as Requeridas nos t ermos do item II;
f) ao final, a condenação das

Requeridas a indenizar o Requerente em danos mora is no
valor não inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), diante
da potência das mesmas, bem como, a observância dos
critérios da razoabilidade e da punibilidade adequada,
pedagógica e justa diante dos fatos, nos termos do item III;
g) e a condenação das Requeridas a
indenizar o Requerente em danos materiais no valor de R$
1.781,02 (um mil, setecentos e oitenta e um reais e d ois
centavos), conforme comprovado com as notas fiscais que
esta acompanham, nos termos do item IV.
Dá-se à causa o valor de R$ 21.781,02

(vinte e um mil, setecentos e oitenta e um reais e do is
centavos).
_____________________________________________________________________________21
Termos em que,
OAB/PR 26.698
OAB/MS 14.241-A
Pede deferimento.
Claudinéia Aparecida de Miranda
Itaquirai/MS, 24 de janeiro de 2017.
_____________________________________________________________________________22
fls. 22

Ação de Inde Ni Zação Por Danos Mate Riais e Morais

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