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Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

PJe - Processo Judicial Eletrônico

22/11/2021

Número: 5009693-72.2018.8.13.0027
Classe: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara Cível da Comarca de Betim
Última distribuição : 25/05/2018
Valor da causa: R$ 42.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral, Acidente de Trânsito
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
LILIAN CARLA BATISTA ROCHA (AUTOR)
ANA CAROLINA GUEDES DOS SANTOS (ADVOGADO)
ASSOCIACAO DE AUXILIO AOS PROPRIETARIOS DE
VEICULOS AUTOMOTORES - PROTOCAR (RÉU/RÉ)
LANNA KELEN DOS SANTOS FRAGA (ADVOGADO)
ALEXANDRE GOUTHIER ALVES PORTES (ADVOGADO)

Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
44265692 25/05/2018 14:50 01 incial Lilian proteçao veicular Petição
MM. JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BETIM/MG.

LILIAN CARLA BATISTA ROCHA, brasileira, Solteira,


filha de José Chaves Rocha e Ivanete Batista Franca Rocha,
portadora da carteira de identidade de nºMG-13.211.213
emitida por SSP/MG, inscrita no inscrita no cadastro de
pessoa física sob Nº 064.379.736-09, residente e
domiciliada na Rua Sucupira nº 12, bairro Alto das Flores
município de Betim, Estado de Minas Gerais, vem,
respeitosamente, na presença de Vossa Excelência, através
de sua advogada que esta subscreve (procuração em anexo),
com fulcro nos Arts. 81 e 83 do Código de Defesa do
Consumidor, apresentar.

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA C/ PEDIDO DE


CONDENAÇÃO EM DANOS MORAIS C/C TUTELA ANTECIPADA

Em desfavor de Associação de Auxilio aos


Proprietários de Veículos Automotores - PRONTOCAR, pessoa
jurídica, inscrita no CNPJ sob o nº 18.679.935-0001-01,
endereço eletrônico prontocar@prontotel.com.br, localizada
na rua França nº 153 bairro Gloria, Contagem/MG . Pelos
motivos que passa a expor.

I - DOS FATOS

O autor contratou os serviços da parte requerida, no


intuito de fazer a chamada proteção veicular, do veiculo
de propriedade de sua mãe Ivanete Batista Franca, de
modelo VW/NOVO/GOL 1.0, ano 2012/2013, placa HNY-8369,
chassi nº 9BWAA05U5DP172086 de cor VERMELHA.

Fora assinado o contrato de proposta de filiação nº


010324, em anexo, na data de 05 de setembro de 2017, onde
também foi feita a inspeção veicular, laudo de inspeção
010185, em anexo, e constatou que os pneus do veiculo se
encontravam em bom estado de conservação, foi ajustado
também o valor máximo das parcelas de contribuição de R$
119,90 com vencimento todo dia 20 de cada mês.

Dentre as prestações de serviços da associação


veicular versa sobre a proteção contra acidente de
transito em seu;

Número do documento: 18052514500736000000043014513


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Art. 27º - Proteções Básicas -
acidente, incêndio, roubo ou furto aos
veículos, devidamente cadastrados, dos
associados deque estejam em território
nacional, estão cobertos pelo presente
Programa de Proteção Automotiva
oferecido pela PRONTOCAR somente nos
seguintes casos:

§ 1º- Acidente: Danos materiais


causados ao veículo por colisão,
capotamento, abalroamento, queda,
acidente durante transporte por meio
apropriado, queda de objetos externos
sobre o veículo, granizo, submersão por
inundação ou alagamento de água doce,
bem com as despesas necessárias com
socorro e salvamento do veículo.

Todavia, houve um sinistro com o veiculo no dia


03/12/2017 ás 19h01min, conforme boletim de ocorrência em
anexo 2017-037765216-001, em que seu irmão Wesley
Aparecido Batista Rocha, que estava na condução do veiculo
veio a colidir com poste de energia da CEMIG, devido a
aquaplanagem, pois estava chovendo na hora do fato.

Foram tomadas todas as providências pertinentes ao


caso dentre acionamento das autoridades e da proteção
veicular, onde um guincho dirigiu-se ate o local e rebocou
o carro, pois o mesmo não tinha condições de rodar, foi
levado para o pátio do reboque “pátio seguro”, ocorre que
diante da demora a autora entrou varias vezes em contato
com a parte requerida para obter informações sobre a
situação do veiculo e que sempre era informada pelo
funcionário Marcos, de que obteria informações o mais
breve, pois o seu caso estava do setor Jurídico.

Em 31 de janeiro de 2018 quase dois meses após o fato


a autora foi surpreendida em sua residência, por uma
“NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDIAL”, essa notificação versa sobre o
“INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE INDENIZAÇAO DO VEICULO EM TELA
BEM COMO DEMAIS DANOS CAUSADOS POR ESTE ACIDENTE”, em
anexo, ocorre que o veiculo foi retirado da base da
seguradora e levado para uma oficina no bairro Jardim
America em Belo Horizonte sem a presença de nenhum
responsável pelo veiculo e tão pouco fora informada que o
mesmo seria retirado do pátio.

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Diante de tais informações a autora procurou a
autoridade policial e registrou um boletim de ocorrência
nº 2018-008255882-001 em anexo.

E solicitou junto a associação veicular para que


levasse o carro ate sua residência diante da negativa de
indenização da associação em reparar os danos no veiculo.

O veiculo foi entregue em sua residência em 08 de


fevereiro de 2018 com a folha de check-list nº 5651 em
anexo onde consta em vistoria realizada pelo motorista
Daniel da Sabinópolis Transporte de Veículos, que

“ VEICULO ESTA COM PNEUS RUINS SEM BATEIRA”, ora onde


foi para a bateria do veiculo.

A autora também tentou entrar em acordo com a


associação para que a mesma arcasse com o que foi pactuado
em contrato, mas não obteve êxito.

A conduta negligente do requerido provocou


aborrecimentos, transtornos e constrangimentos. No intuito
de tentar um acordo informal com requerida a autora fez
orçamentos que segue em anexo.

Considerando que o veículo encontrava-se amparado por


tal prestação de serviço, pois a autora e um dos
associados, pois em nenhum momento deixou de efetuar a
devida contribuição mensal estipulada, em contrato
pactuado entre as partes, procura ao poder judiciário para
assim ver satisfeito seu direito através da tutela
jurisdicional, fazendo-se, desta forma, cumprir o contrato
entabulado.

II – DA TUTELA ANTECIPADA

São requisitos para a concessão da tutela antecipada


os fundamentos da demanda e o justificado receio de
ineficácia do provimento final, em síntese o “fumus boni
iuris” e o “periculum in mora”.

Assim dispõe a Lei nº 8.078/90 Código de Defesa do


Consumidor:

Art. 84. Na ação que tenha por objeto


o cumprimento da obrigação de fazer ou
não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado

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prático equivalente ao do
adimplemento.

§ 3º Sendo relevante o fundamento da


demanda e havendo justificado receio
de ineficiência do provimento final, é
lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou após justificação
prévia, citado o réu.

E destaco ainda o Código de Processo Civil que diz

Art. 303. Nos casos em que a urgência


for contemporânea à propositura da
ação, a petição inicial pode limitar-se
ao requerimento da tutela antecipada e
à indicação do pedido de tutela final,
com a exposição da lide, do direito que
se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do
processo.

O autor já sofre impactos econômicos negativos,


devido a depreciação do veículo e quanto mais demora para
realizar o conserto, mais se deteriora.

Assim, resta demonstrado o “fumus boni iuris” e o


“periculum in mora”, temos que a tutela se faz
estritamente necessária para que o requerido cumpra o que
havia sido pactuado.

III - DO DIREITO

A) AÇÃO DE COBRANÇA - PROGRAMA DE PROTEÇÃO VEICULAR -


ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS - ELEMENTOS DE
NATUREZA SECURITÁRIA - PRESENÇA DO FORNECEDOR DO
SERVIÇO E DO CONSUMIDOR - APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR - DANOS MORAIS - NÃO
CARACTERIZADOS - LUCROS CESSANTES - AUSÊNCIA DE PROVA
- HONORÁRIOS - FIXAÇÃO - CRITÉRIO - SEGUNDO RECURSO
DE APELAÇÃO - AUSÊNCIA DE PREPARO - DESERÇÃO - NÃO
CONHECIMENTO. - Não tendo a associação provado a
ocorrência do fato que constitui óbice contratual
para o pagamento da cobertura ajustada, resta
configurada sua responsabilidade e o dever de pagar a
indenização correspondente. - Sendo a associação
pessoa jurídica de direito privado, que oferece a
prestação de serviços securitários, mediante
remuneração, nos termos do art. 2º, § 2º do CDC,

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caracteriza-se como fornecedora de serviços, pelo que
não há óbice a que seja submetida às regras do CDC
pelo simples fato de não possuir fins lucrativos. - A
negativa de pagamento da indenização pela associação,
por si só, não enseja o ressarcimento por danos
material e moral, se não comprovados nos autos. - Não
deve ser acolhido o pedido de indenização por lucros
cessantes se a parte não demonstra com precisão o que
deixou razoavelmente de lucrar por força do dano. -
Os honorários advocatícios devem observar os
parâmetros fixados no art. 20, § 3º, do Código de
Processo Civil: a) o grau de zelo do profissional; b)
lugar da prestação do serviço; c) a natureza e
importância da causa, o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. - O
preparo é um dos requisitos extrínsecos de
admissibilidade do recurso de apelação e se não
efetivado, ou efetivado incorretamente, enseja o
fenômeno da deserção, causa de não conhecimento do
recurso. Segundo recurso não conhecido, recurso
principal e adesivo não providos.

(TJ-MG - AC: 10672100225966002 MG, Relator: Alvimar de


Ávila, Data de Julgamento: 22/05/2013, Câmaras Cíveis /
12ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 03/06/2013)

B)Vejamos o que versa o código civil sobre associação.

O Código Civil (Lei nº 10.406/02) define as


associações como a união de pessoas que se organizam para
fins não econômicos (art. 53).

E a Constituição Federal garante o direito à livre


associação, mas proíbe o exercício de determinadas
atividades descritas em lei, tais como as atividades de
caráter paramilitar.

Desta forma, as associações constituem um agrupamento


de pessoas, com uma finalidade comum que perseguem a defesa
de determinados interesses, sem ter o lucro como objetivo.
Portanto, são pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, que se formam pela reunião de pessoas em
prol de um objetivo comum, sem interesse de dividir
resultados financeiros entre elas. Toda a renda proveniente
de suas atividades deve ser revertida para o cumprimento
dos seus objetivos estatutários.

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Com este intuito a autora se filiou-se a associação
para em comum objetivo aos demais associados, que é a
proteção veicular.

C)DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO

É indiscutível a caracterização de relação de consumo


entre as partes, apresentando-se a empresa ré como
prestadora de serviços e, portanto, fornecedora nos termos
do art. 3º do CDC, e o autor como consumidor, de acordo
com o conceito previsto no art.2º do mesmo diploma. Assim
descrevem os artigos acima mencionados:

Lei. 8.078/90 - Art. 3º.


Fornecedor é toda pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem
atividades de produção, montagem,
criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição
ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

Lei. 8.078/90 - Art. 2º. Consumidor é


toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.

Importante frisar que a relação jurídica existente


foi inteiramente pactuada na localidade da empresa,
inclusive com o automóvel sendo guinchado até o local. Não
restam dúvidas que o negócio jurídico tem respaldo na Lei
8078/90 (Código de Defesa do Consumidor).

D) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

No contexto da presente demanda, há possibilidades


claras de inversão do ônus da prova ante a verossimilhança
das alegações, conforme disposto no artigo 6º do Código de
Defesa do Consumidor.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII – a


facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, o seu favor, no processo civil,
quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, seguindo as regras
ordinárias de expectativas.

Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em


contrário ao que foi exposto pelo autor. Resta informar

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ainda que algumas provas seguem em anexo. Assim, as demais
provas que se acharem necessárias para resolução da lide,
deverão ser observadas o exposto na citação acima, pois se
trata de princípios básicos do consumidor.

E) DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

Apesar de o autor ter requerido inúmeras vezes informações


sobre o veículo e que se realizasse o que havia sido
pactuado em contrato, o mesmo não o fez. Dessa forma, se
faz imperioso a tutela do estado para que obrigue a parte
ré a realizar o contratado já que, passados 5 ( cinco)
meses não cumpriu o que foi pactuado .

F) DO DANO MORAL

A demora excessiva na resposta da associação e a


negativa do mesmo impossibilitou o autor de utilizar um
bem por 05( cinco) meses, sendo certo que tal fato não
pode ser enquadrado no que a doutrina classifica como mero
aborrecimento, uma vez que ocasionou danos ao Autor que
devem ser reparados.

Sucessivas ligações a associação, o poder de não


usufruir de um bem tão utilizado, pois sua mãe necessita
de ir ao medico varias vezes por mês, e a tristeza de ver
um bem conseguido de forma difícil em inúmeras prestações,
e achando que se encontrava amparado por tal prestação de
serviço, somado a tudo isso a frustração de não convencer
o requerido a arrumar seu veículo configura, certamente,
dano moral.

Lamentavelmente o autor da ação sofreu grande


desgosto, humilhação, sentiu-se desamparado, foi
extremamente prejudicado, conforme já demonstrado. Nesse
sentido, é merecedor de indenização por danos morais. Mais
adiante: “o direito não repara qualquer padecimento, dor
ou aflição, mas aqueles que forem decorrentes da privação
de um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse
reconhecido juridicamente” (Curso de Direito Civil –
Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª ed., 7ºv., c.3.1,
p.92).

Assim, é inegável a responsabilidade do requerido,


pois os danos morais são também aplicados como forma
coercitiva, ou melhor, de modo a reprimir a conduta
praticada pela parte ré, que de fato prejudicou o autor da
ação.

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G) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Para fixar o valor indenizatório do dano moral, deve


o juiz observar às funções ressarcitórias e putativas da
indenização, bem como a repercussão do dano, a
possibilidade econômica do ofensor e o princípio de que o
dano não pode servir de fonte de lucro. Nesse sentido,
esclarece Sérgio Cavalieri Filho que:

“(...) o juiz, ao valor do dano moral,


deve arbitrar uma quantia que, de
acordo com seu prudente arbítrio, seja
compatível com a reprovabilidade da
conduta ilícita, a intensidade e
duração do sofrimento experimentado
pela vítima, a capacidade econômica do
causador do dano, as condições sociais
do ofendido, e outras circunstâncias
mais que se fizerem presentes”.

A jurisprudência fornece elucidativos precedentes


sobre à utilização dos citados critérios de mensuração do
valor reparatório:

A indenização do dano moral deve ser fixada em termos


razoáveis, não se justificando que a reparação venha a
constituir-se em enriquecimento sem causa, com manifestos
abusos e exageros, devendo o arbitramento operar-se com
moderação, proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte
econômico das partes, orientando-se o juiz pelos critérios
sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência, com
razoabilidade, valendo-se de sua experiência, e do bom-
senso, atendo à realidade da vida e às peculiaridades de
cada caso. Ademais, deve ela contribuir para desestimular
o ofensor repetir o ato, inibindo sua conduta antijurídica
(RSTJ 137/486 e STJ-RT 775/211).

E ainda mais:

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. CONSERTO


DE VEÍCULO. TROCA DESNECESSÁRIA DE
PEÇAS. PERSISTÊNCIA DO DEFEITO. DEVER
DE RESSARCIMENTO. DANOS MORAIS. DEVER
DE INDENIZAR. HONORÁRIOS PERICIAIS
ADIANTADOS. SUCUMBÊNCIA REPÍPROCA.
DEVER DE RESSARCIR PROPORCIONAL À
SUCUMBÊNCIA.

Para o arbitramento do valor da


indenização por danos morais devem ser
levados em consideração o grau de

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lesividade da conduta ofensiva e a
capacidade econômica da parte
pagadora, a fim de se fixar uma
quantia moderada, que não resulte
inexpressiva para o causador do dano.
No caso, R$ 16.000,00 (dezesseis mil
reais).

(Acórdão n.791290, 20110111958146APC,


Relator: SÉRGIO ROCHA, 2ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 14/05/2014,
Publicado no DJE: 23/05/2014.

Assim, o montante de R$ 16.000,00 (dezesseis mil


reais) equivale a uma justa indenização por danos morais
no presente caso. Tendo em vista que, não enriquece a
parte autora e adverte a parte ré.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto acima requer

a) Deferimento do pedido de tutela antecipada nos termos


do art. 84 § 3º; e 303 do CPC.

b) Reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus


da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;

c) Condenação da parte ré a pagar os danos morais no


montante justo de R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais);

d) Condenação da parte ré a arca com as despesa no


conserto do veiculo, assim com os demais danos causados
pelo acidente;

e) Citação da parte ré para que, querendo, apresente


contestação no prazo legal, bem como provas que achar
pertinente para presente caso, sob pena de revelia;

f) Condenação da parte ré ao pagamento das custas e


honorários; e

g) A fixação dos honorários advocatícios;

Nestes termos, dá-se à causa o valor de R$ 42.000,00


(quarenta e dois mil reias).

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Termos em que,

Pede deferimento.

Betim 25 de maio de 2018.

Ana Carolina Guedes

OAB/MG 177621

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