Você está na página 1de 21

fls.

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE AMAMBAI, MS.

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.
ALEXANDRE RODRIGUES FAVILLA, brasileiro,
solteiro, advogado, portador da Cédula de Identidade n.º 1109465 -
SSP/MS, inscrito no CPF sob o n.º890.511.901-82, residente e
domiciliado na Rua Sete de Setembro, n.º441, Centro, em Amambai,
MS, por intermédio de sua advogada devidamente constituída, vem à
presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA c/c REPARAÇÃO POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS com PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA

em desfavor de VOLKSWAGEN DO BRASIL


LTDA, localizada na Rua Volkswagen, n.º 291, 9º andar, bairro Parque
Jabaquara, em São Paulo, SP, CEP: 04344-901, e AUTORAMA
AUTOMÓVEIS UMUARAMA LTDA, localizada na Av. Tiradentes,
n.º 1930, Jardim Paraíso, em Umuarama, PR, CEP: 87505-090, em vista
das razões de fato e de direito a seguir esposadas:

I - DOS FATOS.

Rua Tiradentes – 829 – Centro 1


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 2

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

O requerente é proprietário do veículo VW Amarok


placa NTY 3260, ano 2010/2011, da marca da empresa da primeira
Requerida, qual seja VW do Brasil.

Ocorre, que o veículo iniciou um consumo


excessivo de óleo do motor, sendo que o Requerente dirigiu-se a

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
concessionária representante da primeira Requerida na cidade de
Umuarama/PR, onde foi informado pelos mecânicos que um
procedimento deveria ser realizado para averiguar a causa do elevado
consumo.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


Estranhamente, os mecânicos da segunda Requerida
alegaram que para tal procedimento, haveria a necessidade de lacração
do motor com retirada das velas do motor para que fosse verificada a
taxa de compressão do mesmo.

Esse procedimento seria efetuado pela segunda


Requerida em sua oficina especializada, mediante orientações da
fábrica, sendo ainda que, caso alguma das velas viesse a ser danificada
e/ou se quebrasse no procedimento, os gastos deveriam serem pagos
pelo proprietário, pois a fabrica não arcaria com os custos da
manutenção em caso de avarias nas referidas velas.

Como o Requerente já encontrava-se há dias


privado de utilizar seu veiculo e bem como pelo prejuízo que o mesmo
lhe traz estando impossibilitado de rodar, ordenou que fosse feito o
necessário para que o veiculo funcionasse corretamente.

Dado inicio ao procedimento de desmonte do


cabeçote do motor e retirada das velas, fora o Requerente informado
que as velas não poderiam ser retiradas sem que houvesse o risco de
quebrem, o que resultou na adoção de um procedimento de abertura
do motor e retifica do cabeçote para a retirada dos pedaços da vela.

Ao ser questionado pelo Requerente acerca da


cobertura dos danos pela garantia, haja vista o veiculo encontrar-se
dentro deste período, a segunda Requerida alegou que o plano de

Rua Tiradentes – 829 – Centro 2


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 3

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

manutenção foi mal feito e que a vela deveria ser trocada em revisões
anteriores.

Outrossim, o consumidor ora Requerente terá seu


veiculo com um motor retificado por empresa terceirizada pela
concessionária ora segunda Requerida, ficando duvidoso seu

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
funcionamento.

Ocorre Excelência, que como pode ser observado,


pelos documentos em anexo, todas as revisões foram realizadas em

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


concessionárias autorizadas pela primeira Requerida e sempre com
preços elevadamente abusivos.
Ressaltasse ainda que, o procedimento de “retifica”
das velas fora feito em Oficina diversa das Requeridas, constatando-se
assim a total falta de qualificação para o procedimento na Rede
Autorizada.

Ora Excelência! Deveria a primeira Requerida


encaminhar o procedimento para a fábrica, para que esta adotasse os
procedimentos padrões de desmonte e eventual retifica de peças,
dentro repitasse, da FABRICA.

Conforme todos os documentos em anexo, fica


claramente demonstrado que o caderno de manutenção, fora
devidamente preenchido e assinado por profissionais de
concessionárias autorizadas da primeira Requerida.

Verificasse ainda, que todas as revisões tiveram


custos significativos para o proprietário, este que como o consumidor
não pode ser apenado com um custo decorrente de um erro dos
próprios representantes da marca.

A primeira Requerente é uma das maiores


montadoras do País e também uma das mais tradicionais, entretanto,
vem tratando o caso referente a seu veiculo recém lançado no
mercado, de forma negligente, colocando inclusive em risco os
proprietários dos mesmos, eis que eventual falha mecânica pode sim
acarretar acidentes de grande monta e até mesmo fatais.
Rua Tiradentes – 829 – Centro 3
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 4

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Infere-se, que uma simples busca na internet já


demonstra os problemas do veiculo Amarok em todo Brasil, problemas
com consumo excessivo de óleo, correia dentada e etc, sendo que o
mínimo que a marca deveria fornecer aos seus consumidores é um
motor novo com garantia, para que os mesmos não fossem tão lesados

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
com um bem de tamanho valor.

Não obstante ao nome já manchado no mercado do


veiculo Amarok em decorrência de sua mecânica duvidosa que

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


diminui consideravelmente seu valor, os consumidores estão tendo
que passar pelo dissabor e prejuízos desses veículos que vem
apresentando diversos tipos de defeitos sem que a marca lhes deem a
cobertura na garantia, o que seria o mínimo necessário.

O Requerente teve que arcar com pagamento de R$


5.700,00 (cinco mil e setecentos reais), para a realização do
procedimento, este por erro exclusivo das Requeridas, despesas essas
que deveriam estar coberta pela garantia, valor esse que deverá ser
reembolsado.

Até a presente data o Requerente não teve uma


posição formal das Requeridas, sendo informado por funcionários da
segunda Requerida, simplesmente que a Fabrica não cobriria as
despesas por não estarem cadastradas no Sistema Interno da mesma,
as revisões efetuadas, muito menos seria responsável pelos
procedimentos, caso estes desses errado, conforme conversa em anexo.

Percebe-se a má fé das Autorizadas e da própria


fabrica, pois todas as revisões foram realizadas e a obrigação de fazer
constar no sistema cabe a elas e não ao Consumidor!!

Simplesmente as Requeridas “tiram o corpo fora”,


deixando o consumidor a mercê da sorte, sem saber qual
procedimento adotar.

Rua Tiradentes – 829 – Centro 4


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 5

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Cumpre frisar que trata-se de um veiculo de


elevado valor comercial, o qual é vendido pela publicidade e
propaganda, com a falsa ilusão de resistência e confiabilidade.

O que se espera de uma multinacional


multimilionária é que ao menos resolva os problemas e/ou vícios no

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
produto que tão bem oferecem.

Dessa forma requerer a substituição por um motor


novo, haja vista a ocorrência de problemas no motor original,

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


problemas de fabricação ocorridos em inúmeros veículos da mesma
marca no Brasil.

II - DO DIREITO.

Descumpridas, foram, portanto, as disposições do


Código de Defesa do consumidor. O parágrafo 1º do art. 18 de tal
dispositivo prevê:

"Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo,


duráveis ou não duráveis, respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ou
inadequadas ao consumo a que se destinam, ou
mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrente de sua natureza, podendo o consumidor
exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º. Não sendo o vício sanado no prazo máximo de (30)
dias, podendo o consumidor exigir, alternativamente, e à
sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma
espécie, em perfeitas condições de uso;
II, - a restituição imediata da quantia paga
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.".

É evidente que o produto adquirido tornou-se


inadequado ao fim destinado, caracterizando-se assim, a
impropriedade do mesmo (parágrafo 6º do art. 18 do CDC).
Rua Tiradentes – 829 – Centro 5
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 6

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Resta, portanto, ao Requerente postular a


restituição do valor que pagou pelo conserto do motor, devidamente
corrigido monetariamente desde a compra, bem como um motor novo.

Em sede de doutrina Zelmo Denari em seu Código


Brasileiro de Defesa do Consumidor, p. 186, escreveu que:

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
"Embora o art. 18 faça referência introdutória às duas
espécies de vícios (qualidade e quantidade), seus
parágrafos e incisos disciplinam, exclusivamente, a
responsabilidade dos fornecedores pelos vícios de

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


qualidade dos produtos, ou seja, por aqueles vícios
capazes de torná-los impróprios, inadequados ao
consumo ou lhes diminuir o valor. A propósito, vejamos
quais são as sanções previstas no aludido dispositivo,
para reparação dos vícios de qualidade dos produtos. Em
primeira intenção, o dispositivo concede ao fornecedor a
oportunidade de acionar o sistema de garantia do
produto e reparar o defeito no prazo de 30 dias. Não
sendo sanado o vicio no prazo legal, o consumidor
poderá exigir, à sua escolha, três alternativas:
I - a substituição do produto ou outro da mesma espécie
em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízos de eventuais
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço. Quanto à
segunda alternativa do consumidor, que determina "a
restituição imediata da quantia paga". Tenha presente
que o conceito de imediatismo é relativo e, sendo certo
que numa conjuntura inflacionária, essa restituição deve
ser corrigida monetariamente prevalecendo a data-base
do efetivo pagamento do produto."

Além da restituição em apreço, pretende o


Requerente a reparação dos danos pelos fatos então mencionados.

Estamos diante de uma relação de consumo, cujos


direitos outorgados ao Requerente são aqueles constantes do Código
de Defesa do Consumidor, pelo que pede o autor que se aplique aqui a
Rua Tiradentes – 829 – Centro 6
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 7

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

regra da inversão do ônus da prova (art. 6ª, VIII, do CDC), de modo


que os direitos do mesmo sejam respeitados.

"Art. 42 - Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
ameaça.
Parágrafo único - O consumidor cobrado em quantia
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro ao que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


engano justificável."

O conserto do motor do veículo do Requerente


apresentou defeito acobertado pelo manto da garantia contratual, e
mesmo assim teve que arcar com os prejuízos ocasionados por culpa
exclusiva das Requeridas, o que fez levá-lo à assistência técnica por
diversas vezes, ficando privado do uso do veículo por diversos dias,
prejudicando sobremaneira sua locomoção, seus negócios, devendo se
levar em conta, ainda a perturbação, o desconforto, as ofensas, o
desgaste emocional com tal situação, o que gerou dano moral
suscetível de indenização, tal como assegura o art. 5ª, V da
Constituição Federal de 1998 e o art. 6ª, VI, do Código de Defesa do
consumidor.

SÍLVIO DE SALVO VENOSA escreveu:

"Os danos projetados nos consumidores, decorrente da


atividade do fornecedor de produtos e serviços, devem
ser cabalmente indenizados. No nosso sistema foi
adotado a responsabilidade objetiva no campo do
consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao
contrário do que ocorre em outros setores, no campo da
indenização aos consumidores não existe limitação
tarifada". (Direito Civil, Responsabilidade Civil, São
Paulo, ED. Atlas, 2004, p. 206).

III - DO PLEITO INDENIZATÓRIO.

Rua Tiradentes – 829 – Centro 7


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 8

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

O Requerente pretende uma indenização à título de


danos morais, considerando os fatos aqui narrados, de modo que seja
compensado pelos prejuízos que lhe foram e estão sendo causados, e
que haja uma punição as empresas suplicadas, pela desídia, pela falta
de cuidado e atenção para com seus produtos e especialmente para
com seus clientes, de modo que seja coibido tal atitude por parte da

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
suplicada.

O Des. Pinheiro Lago, na ocasião do julgamento da


Apelação Cível n. 90.681/8, no TJMG, com muita propriedade

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


asseverou em seu voto que:

"não se pode perder de vista que o ressarcimento por


dano moral não objetiva somente compensar à pessoa
ofendida o sofrimento que experimentou pelo
comportamento do outro, mas também, sobre outra ótica,
punir o infrator, através da imposição de sanção de
natureza econômica, em beneficio da vítima, pela ofensa
á ordem jurídica alheia."

Em sede de jurisprudência já se entendeu que:

"CIVIL - CDC - DANOS MORAIS COMPROVADOS -


RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA PRESTADORA
DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES -
INDENIZAÇÃO DEVIDA - VALOR FIXADO
DENTRO DOS PARAMÊTROS DETERMINADOS
PELA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA, A SABER:
COMPENSAÇÃO E PREVENÇÃO I Restando patentes
os danos morais sofridos e o nexo causal entre a lesão e a
conduta negligente da instituição prestadora de
serviços, esta tem responsabilidade civil objetiva na
reparação dos mesmos, conforme determina a lei nº.
8.078/90 (CDC). II - correta é a fixação de indenização
por danos morais que leva em conta os parâmetros
assentados pela doutrina e pela jurisprudência,
mormente os que dizem respeito à compensação pela dor
sofrida e à prevenção, este com caráter educativo a fim
de evitar a repetição do evento danoso; III - Recurso

Rua Tiradentes – 829 – Centro 8


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 9

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

conhecido e improvido. Sentença mantida". (Ac. 1ª


Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais do DF, na Ap. Cív. 20020110581572, j.
12.08.03).

IV. DO DANO MORAL.

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
O conceito de dano moral vem sendo ampliado,
a tal ponto que pode ser imputado até mesmo a pessoas jurídicas,
na medida em que também se relaciona aos chamados direitos da
personalidade, tais como o nome, a honra e a dignidade.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


Os danos morais sofridos pelo Requerente estão
evidentes no caso em tela, vez que acabaram por abala-lo
profundamente.

O Requerente além de ter seu veiculo danificado,


sofreu com a apreensão de um serviço duvidoso realizado dentro
de uma autorizada, pela sensação de impotência face a poderosa
fábrica a qual deixou e muito a desejar no atendimento pós-
constatação do fato.

Existem mecanismos legais para coibir todo tipo


de agressão, e é isso que o Requerente deseja. Ser reparado pelo
dano injustamente praticado e reparado pelo sentimento de
impotência, decorreram da falta de atitude das Requeridas.

É importante frisar que a fixação de indenização


por danos morais tem o condão de reparar a dor, o sofrimento ou
exposição indevida sofrida pela vítima em razão da situação
constrangedora, além de servir para desestimular o ofensor a
praticar novamente a conduta que deu origem ao dano.

Assim, tendo em vista a teoria do desestímulo,


cada ofensor deve ser condenado a pagar indenização que
represente medida eficaz para que não volte a praticar o ato ilícito,
observando-se, para tanto, sua capacidade econômica e a
consequente razoabilidade do valor que deve ser arbitrado sem que

Rua Tiradentes – 829 – Centro 9


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 10

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

lhe abale demasiadamente, mas que torne necessária a imediata


correção da prática de posturas reprováveis como a que ensejou a
condenação é pugna pela condenação não inferior a 10(dez) vezes o
valor gasto com o serviço.

Nesse sentido:

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
DA INDENIZAÇÃO REFERENTE AO DANO
MORAL. A indenização referente ao dano moral visa
compensar a dor, a mágoa e o sofrimento sentidos

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


pela vítima, possuindo ainda efeito pedagógico para o
ofensor, mas deve o seu valor ser fixado sem
extrapolar os limites da razoabilidade. Pode-se
utilizar, por analogia, para calcular o valor do dano
moral, os parâmetros estabelecidos pela Lei Nº
4.117/62 - Código Brasileiro de Telecomunicações,
que adota o critério de que o montante da reparação
não será inferior a cinco, nem superior a cem vezes o
maior salário mínimo vigente no País, variando de
acordo com a natureza do dano e as condições sociais
e econômicas do ofendido e do ofensor. Recurso
Ordinário Patronal parcialmente provido. Recurso
Adesivo Obreiro improvido.
(Proc. nº TRT – RO 5027/01, 1ª Turma, Juíza
Relatora Virgínia Malta Canavarro, DOE/PE
13.07.02)

Processual civil. Danos morais. Arbitramento do


quantum debeatur pelo magistrado. Inteligência do
art. 286, I a III, do CPC. I – O direito pretoriano
acolhe entendimento no sentido de que o dano moral,
não havendo outro critério de avaliação deve ficar ao
prudente critério do juiz, sua quantificação. II –
Recurso conhecido e provido. (STJ, Resp 108.155/RJ,
3ª Turma, rel. Min. Waldemar Zveiter, j.
4.12.1997, DJ 30.3.1998, p. 41. Decisão: por
unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe
provimento)

Rua Tiradentes – 829 – Centro 10


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 11

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Entende-se, portanto como dano moral sofrido


pelo Autor, aquele que diz respeito às lesões sofridas em seu
patrimônio de valores exclusivamente ideais, vale dizer, não
econômicos. É, pois, em síntese, o sofrimento experimentado por
alguém, no corpo ou no espírito, ocasionado por outrem, direta ou
indiretamente derivado de ato ilícito.

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
"Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em
razão de ato ilícito, perturbação nas relações
psíquicas, na tranqüilidade, nos entendimentos e nos

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral,
passível de indenização. recurso especial conhecido e
provido. Por unanimidade, conhecer do recurso e dar-
lhe provimento".(STJ, Relator: MIN: Ministro
BARROS MONTEIRO, Turma:04, Recurso
especial n.º 0008768, Decisão : 18-02-1992, DJ
:06-04-92 PG:04499) (Precedentes RESP - 4236-
RS, R.ESP n.º 57824-8 MG).

Como as Requeridas causaram em razão de


omissão dano material e moral ao Requerente, ficam obrigadas a
indenizar o prejuízo causado.

4.1.Da Possibilidade de Cumulação Dos Danos Material e Moral:

Consubstanciada na Súmula n° 37, do Superior


Tribunal de Justiça, que reza: "São acumuláveis as indenizações
por dano material e dano moral oriundo do mesmo fato”.

Esse entendimento já era esposado pela doutrina


majoritária, bastando para demonstração, reproduzir as lições do
professor Carlos Alberto Bittar, em incensurável monografia sobre
responsabilidade civil, in verbis:

"... Também são cumuláveis os pedidos de


indenização por danos patrimoniais e morais,
observadas as regras próprias para o respectivo
cálculo em concreto, cumprindo-se frisar que os
primeiros se revestem de caráter ressarcitório, e os
Rua Tiradentes – 829 – Centro 11
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 12

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

segundos, reparatórios, de sorte que insistimos na


necessidade de, quanto a estes, na respectiva fixação,
adotar-se fórmulas que venham a inibir novas
práticas atentatórias à personalidade humana, para
cuja defesa se erigiu a teoria do dano moral, que vem
sendo aplicada, ora com tranqüilidade, nos tribunais

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
do país." ("Responsabilidade Civil, Teoria e
Prática", Rio, Forense Universitária, 1989, p.
90).

"Dano moral é qualquer sofrimento humano que não é

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


causado por uma perda pecuniária (...) abrange todo
atentado à reputação da vítima (...) ao seu pudor, à
sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor próprio,
estético, à integralidade de sua inteligência, às suas
afeições, etc."(cf. "Responsabilidade Civil de
Acordo com a Constituição de 1.988" - pág. 54)

Segundo MINOZZI, , Dano Moral :

"é a dor, o espanto, a emoção, a vergonha, a aflição


física ou moral, em geral uma dolorosa sensação
provada pela pessoa, atribuindo à palavra dor o mais
largo significado". (Studio sul Danno non Patri
moniale, Danno Morale, 3ª edição,p. 41).

Sendo assim, como as Requeridas além de ter


causado um prejuízo material ao Reqquerente, pode o mesmo
cumular os pedidos de indenização por danos materiais e morais
cabendo as Requeridas o pagamento das mesmas conforme diz a
lei.

4.2. Indenização Pecuniária como Satisfação pelo dano Moral.

O escopo da indenização pecuniária como forma


de reparação por danos morais é justamente proporcionar ao
ofendido um eficaz instrumento para purgar, ou ao menos atenuar,
os efeitos dos prejuízos extrapatrimoniais suportados.

Rua Tiradentes – 829 – Centro 12


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 13

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Isto porque a indenização não tem o condão de


conceder à vítima a satisfação pelo mesmo objeto do agravo, mas
possibilita que se restabeleça, na medida do factível, o” status quo
ante “ a ofensa sofrida.

Não obstante ao ordenamento jurídico não

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
possuir ferramentas para aferir o” quantum” exato em dinheiro
para satisfazer o dano moral puro, é unívoco ao prescrever pela
integral reparação dos abalos dessa natureza.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


Vale ressaltar, a indenização como instrumento
de reparação por danos morais há que descrever o binômio da
satisfação – punição:

“O caráter satisfatório da composição do prejuízo


moral é revelado pela busca da efetiva reparação dos
padecimentos amargados pela vítima, ou ao menos
pela minimização destes, haja vista que o intento
precípuo do aspecto satisfatório da reparação moral é
“dar à vítima um meio adequado para fazer
desaparecer, ou, pelo menos, para neutralizar ou,
sequer seja, para atenuar seus efeitos.”(SANTOS,
Antônio Jeová. Dano moral indenizável, 2ª ed.,
São Paulo, LEJUS, 1999, p. 56).

A indenização moral sob seu prisma punitivo é


exprimida pelo sentido de que a conduta lesiva do
ofensor não fique impune, devendo-lhe ser atribuída
determinada sanção, sobretudo como forma de
dissuasão de práticas abusivas congêneres, haja vista
que “seria escandaloso que alguém causasse mal a
outrem e não sofresse nenhum tipo de sanção; não
pagasse pelo dano inferido”.(SANTOS, Antônio
Jeová. Dano moral indenizável, 2ª ed., São
Paulo, LEJUS, 1999, p. 56).

No mesmo sentido manifesta-se a Jurisprudência:

Rua Tiradentes – 829 – Centro 13


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 14

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

“...o direito a indenização pecuniária, está voltada


não apenas a trazer atenuação à ofensa causada, mas
também constituindo uma sanção imposta ao ofensor,
que estimule a melhor zelo pela integridade da
reserva moral dos outros.” (TJSP, ap. cível 40.061-
4, São Carlos, 5ª Câmara de Direito Privado, rel.

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
Marco César, j. 21.05.98).

Pelos documentos acostados, pode-se perceber


que o Requerente sofreu injustamente lesão tanto patrimonial como

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


moral, pelas atitudes negligentes das Requeridas.

Os danos, tanto materiais quanto morais, são


verificáveis de plano. São indiscutíveis, neste sentido orientação do
STJ:

"A concepção atual da doutrina orienta-se no sentido


de que a responsabilização do agente causador do
dano moral opera-se por força do simples fato da
violação (damnum in re ipsa), não havendo que se
cogitar da prova do prejuízo" (REsp nº 23.575-DF,
Relator Ministro César Asfor Rocha, DJU 01/09/97).
"Dano moral - Prova. Não há que se falar em prova
do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou
a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que os
ensejam (...)" (REsp nº 86.271-SP, Relator Ministro
Carlos A. Menezes, DJU 09/12/97).

As Requeridas fazem parte de um seleto grupo


de empresas que exploram o serviço publico com lucros
exorbitantes – doc em anexo, sendo seu dever no mínimo prestar
um serviço de qualidade aos moldes do que ouvimos falar no
exterior, dos ditos Países de primeiro mundo.

Dessa forma, independente do tamanho do


prejuízo ou lesão, independente do bem da vida tutelado, deve-se
exigir o cumprimento da Lei em seu Maximo rigor, seja para coibir
futuras falhas seja para corrigir falhas existentes.

Rua Tiradentes – 829 – Centro 14


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 15

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

IV - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.

Para fixação do quantum indenizatório, a doutrina


e jurisprudência têm entendido que o valor a ser fixado deve levar em
conta a condição dos infratores, devendo nos casos como o em tela, ter

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
caráter punitivo, para que não haja reiteração da conduta que originou
o dano.

Assim, por tratar-se as Requeridas “Volkswagen do

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


Brasil Ltda” e "Autorama Automóveis Umuarama Ltda" de empresas
de grande porte, uma indenização ínfima não alcançaria o objetivo de
punir a prática danosa, servindo, por via obliqua, como incentivo à
reiteração das práticas abusivas e ilegais.

Neste sentido, o consagrado autor MARCIUS


GERALDO PORTO DE OLIVEIRA, em seu livro Dano Moral, Proteção
Jurídica da Consciência, leciona que:

“se entender que a reparação deva ser fixada como


punição a situação inverte-se completamente. Não
há limites para o estabelecimento do valor. Pelo
protesto indevido de um título de dez reais pode-se
fixar a indenização em dez milhões de reais, se o
causador do dano tiver condições de pagar essa
quantia. O que importa neste caso é a punição, o
exemplo dado para que o agente não repita o ato.”(
Dano Moral, Proteção Jurídica da Consciência- 3ª
ed., editora de direito- 2003, pg.61).

No mesmo livro, MARCIUS GERALDO PORTO DE


OLIVEIRA cita Yussef Said Cahali, para afirmar o seguinte:

“na reparação por danos morais, o dinheiro não


desempenha função de equivalência, como, em
regra, nos danos materiais, porém,
concomitantemente, a função satisfatória é a pena”

Rua Tiradentes – 829 – Centro 15


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 16

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Em conformidade com entendimento amplamente


aceito na doutrina e na jurisprudência, a indenização por danos
morais possui caráter dúplice: satisfativo e punitivo. Paga-se, em
pecúnia, uma satisfação atenuadora do dissabor suportado
(evidentemente, não haverá uma equivalência aritmética entre o valor
indenizatório e a dor moral) e, ao mesmo tempo, castiga-se o infrator,

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
causador do dano, para desestimulá-lo a reiteração de práticas lesivas
ao consumidor.

A jurisprudência do STJ vem a confirmar esse

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


entendimento:

“A indenização por dano moral deve ser fixada em termos


razoáveis, não se justificando que a reparação venha a
constituir-se em enriquecimento indevido, devendo o
arbitramento operar-se com moderação, proporcionalmente ao
grau de culpa, ao porte empresarial das partes, às suas
atividades comerciais e, ainda, ao valor do negócio. Há de
orientar-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela
jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência
e bom senso, atento à realidade da vida, notadamente à situação
econômica atual e às peculiaridades de cada caso” (RESP
203.755/MG. Rel Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira.
Quarta Turma. Acórdão de 27.04.99).

“Indenização - Dano Moral – arbitramento –


consideração da real finalidade do reparo – a verba
indenizatória deve atender o caráter de compensação de
reparação do aborrecimento/constrangimento
experimentado pelo apelado, além de se prestar a
desencorajar a reiteração da prática do ato ensejador do
dano”. (2º Tribunal de Alçada cível/SP ap. c/ Ver.
614.265000/9 11ª Câm. – Rel. Juiz Oscar Bittencourt
– J. 22.2.2002).

Sendo assim, observando-se o caráter punitivo e


compensatório da indenização, a jurisprudência já autorizou

Rua Tiradentes – 829 – Centro 16


Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 17

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

indenizações em valores mais que cinquenta vezes o valor do salário


mínimo.

V. DA TUTELA ANTECIPADA.

Quanto ao Pedido de Tutela Antecipada vale

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
esclarecer que a concessão antes da resposta da parte processual
Requerida não ofende qualquer norma ou princípio constitucional,
valendo transcrever a doutrina de Nelson Nery Júnior, no sentido
de inexistência de violação ao princípio do contraditório nestes

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


casos, in verbis:

"Há, contudo, limitação imanente à bilateralidade da


audiência no processo civil, quando a natureza e a
finalidade do provimento jurisdicional almejado
ensejarem a necessidade de concessão de medida
liminar, inaudita altera parts, como é o caso da
antecipação de tutela de mérito (CPC, art. 273), do
provimento cautelar ou das liminares em ação
possessória, mandado de segurança, ação popular,
ação coletiva (art. 81, parágrafo único do CDC) e
ação civil pública. Isto não quer significar,
entretanto, violação do princípio constitucional,
porquanto a parte terá oportunidade de ser ouvida,
intervindo posteriormente no processo, inclusive com
direito a recurso contra a medida liminar concedida
sem sua participação. Aliás, a própria provisoriedade
dessas medidas indica a possibilidade de sua
modificação posterior, por interferência da
manifestação da parte contrária, por
exemplo.”(NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do
Processo Civil na Constituição Federal, ed. RT, 8ª
ed., p.185).

Vejamos o que esclarece o artigo 273 do Código


de Processo Civil:

“Art. 273, CPC: O Juiz poderá, a requerimento da


parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da
Rua Tiradentes – 829 – Centro 17
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 18

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

tutela pretendida no pedido inicial, desde que,


existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e:
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação; ou
II – fique caracterizado abuso de direito de defesa ou

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
o manifesto propósito protelatório do réu.

O requisito que trata o inciso I, do Art. 273, do


CPC, pode ser comparado com a “lesão grave ou de difícil

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


reparação” do processo cautelar, ambas são carentes de uma tutela
de urgência.

“O receio, aludido na lei, traduz a apreensão de um


dano ainda não ocorrido, mas prestes a ocorrer, pelo
que deve, para ser fundado, vir acompanhado de
circunstâncias fáticas objetivas, a demonstrar que a
falta da tutela dará ensejo à ocorrência do dano, e que
este será irreparável ou, pelo menos, de difícil
reparação. (J. E. Carreira Alvim, Tutela Antecipada
na Reforma Processual, 2ª edição, pág. 86).

Imaginemos, os danos que o Requerente poderá


sofrer caso não seja concedida à tutela pretendida, pois além de
morais há os materiais eis que trata-se de Veiculo Automotor que
pode causar danos ao mesmo como a terceiros em caso de colapso
em transito.

No que concerne ao “fumus boni júris”, emerge


inquestionável que as Requeridas tem o dever de assumir todos os
ônus decorrentes de suas atitudes e/ou omissões, tendo em vista a
responsabilidade objetiva que emerge do evento danoso causado
por culpa exclusivamente sua.

O descumprimento a que se alude constitui fato


notório, que, portanto, independe de prova (art. 334, I CPC), pois
seu conhecimento 'integra o comumente sabido, ao menos em
determinado estrato social, por parcela da população a que
interesse' (STJ-3a Turma, REsp 7.555 – SP, DJU 3.6.91, P. 7425).
Rua Tiradentes – 829 – Centro 18
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 19

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Logo, está preenchido o requisito da verossimilhança da alegação


(art. 273, CPC).

Premissa vênia, é inquestionável que o


“periculum in mora” está devidamente demonstrado, pois não é
justo que permaneça o Requerente consumidor ser prejudicado,

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
colocando sua vida em risco todos os dias, com a insegurança de
um veiculo com mecânica duvidosa. Toda omissão gera dano de
difícil reparação, constituindo abuso e grave ameaça, abalando
psicologicamente o Requerente.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


Verifica-se, Excelência que a situação do
Requerente atende perfeitamente a todos os requisitos esperados
para a concessão da medida antecipatória, pelo que se busca, antes
da decisão do mérito em si, a ordem judicial para sustação dos
efeitos de negativação de seu nome junto aos órgãos de proteção.

Assim, expostos todos os motivos que ensejam a


presente, entendendo sobejas as razões de seu pleito, já que
iminente o prejuízo a que está passível, é imprescindível o
atendimento dessa cautelar.

VI. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER (Aplicação de multa penal)

Sendo deferido o pedido do Requerente, no que


se refere às providências e obtenção do resultado prático, que
devem ser tomadas pelas Requeridas, no sentido de Substituição do
Motor constatadamente defeituoso dentro do prazo de garantia,
requer-se seja assinalado prazo à mesma para cumprimento da
ordem judicial.

Ainda, na mesma decisão, ainda que provisória


ou definitiva, requer, seja fixado o valor de multa penal por dia de
atraso ao cumprimento da ordem, com base no art. 644, CC., art.
461, ambos do CPC, com as introduções havidas pela Lei nº. 10.444,
de 07.05.2002.

VII. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS:


Rua Tiradentes – 829 – Centro 19
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
fls. 20

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

ISSO POSTO, e por tudo o mais que ficou


demonstrado, a fim de evitar lesão grave e de difícil reparação,
Requer digne-se Vossa Excelência:
a)- conceder liminarmente a tutela antecipada,
“initio littis” e “inaudita altera pars”, para os fins de

08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
substituição do motor.
b)- sendo deferido o pedido constante no item
“a”, seja expedido o competente Ofício as Requeridas, assinalando-
se prazo para cumprimento da ordem, com a fixação de multa por

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.


dia de atraso, com base no art. 644, cc. art. 461, ambos do C.P.C.;

c)- A citação das Requeridas, nos supracitados


endereços, na pessoa de seus representantes legais, na forma do art. 18
e 19 da Lei nº 9.099/95, para que querendo, conteste a presente ação,
sob pena de revelia;

d)- Que seja julgada inteiramente procedente a


ação, em todos seus termos, para condenar as Requeridas, a
indenizarem o Requerente pelos danos morais, em valor equivalente
no mínimo de 05(cinco) vezes o valor pago pelo conserto do motor,
que foi de R$ 5.700,00 00 (cinco mil e setecentos), ou o montante que
Vossa Excelência entender devido, atentando-se à razoabilidade,
acrescidos de juros de mora e correção monetária.

e)- Aplicação dos ditames do Código de Defesa do


Consumidor, principalmente a inversão do ônus da prova art. 6º, inc.
VIII, diante da permissiva do art. 355 CPC, bem como a aplicação do
art. 42, parágrafo único do CDC. ;

f)- Em caso de recurso, seja a Requerida condenada


ao pagamento das custas processuais, honorários advocatícios na
ordem de 20%, e demais despesas judiciais e extrajudiciais;

g)- Protesta-se provar o alegado por todos os meios


de provas em direito admitidas, especialmente pelo depoimento
pessoal do representante legal das empresas Requeridas, oitiva de
testemunhas, perícia e demais necessárias.
Rua Tiradentes – 829 – Centro 20
Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000
mil e quinhentos reais).

OAB/MS 14.132

Rua Tiradentes – 829 – Centro


Ana Paula Griza Favilla
Nesses termos pede deferimento.
Ana Paula Griza Favilla – OAB/MS 14.132

Amambai, MS - Fones: 3481 6047 – CEP 79990-000


Amambai, MS, 28 de fevereiro de 2.014.

21
Dá-se à causa o valor de R$ 28.500,00 (vinte e oito
fls. 21

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ANA PAULA GRIZA FAVILLA e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 23/09/2014 às 19:04, sob o número
08023501820148120004, e liberado nos autos digitais por Balbina Ferrer de Araújo, em 24/09/2014 às 12:43. Para acessar os autos processuais, acesse o site
https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0802350-18.2014.8.12.0004 e o código 1DFF46B.

Você também pode gostar