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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DENISE APARECIDA GRECO DE ALMEIDA RIBEIRO, protocolado em 15/02/2022 às 20:33 , sob o número 10033887120228260405.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE OSASCO- SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1003388-71.2022.8.26.0405 e código 8E5421F.
SHIRLEY DE FÁTIMA CAVALARI VILLA, brasileira, separada, bancária, RG
8250593, inscrita no CPF/MF sob o número 007.733.789-10, residente e domiciliado na
Rua Fagundes Filho, nº 744, apto. 232, Vila Monte Alegre, São Paulo-SP, CEP 04304-
001, por sua advogada, vem perante este R. Juízo propor a presente AÇÃO
REPARATÓRIA DE DANOS MORAIS E MATERIAIS em face de IFOOD AGÊNCIA
DE RESTAURANTES ONLINE S.A, inscrita no CNPJ/MF sob nº 14.380.200/0001-21
(Matriz), com sede administrativa situada na Rua dos Autonomistas, nº 1496, CEP:
06020-902, Vila Yara - Osasco – SP, endereço eletrônico juridico@ifood.br , pelas razões
a seguir.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Requer preliminarmente a Requerente, com fulcro no artigo 5º,


incisos XXXV e LXXIV da C. F., combinados com os artigo 9º, Lei nº 1060/50, que
seja apreciado e acolhido o presente pedido do direito constitucional à Justiça Gratuita,
isentando a parte Requerente do pagamento e/ou adiantamento de custas processuais e
dos honorários advocatícios e/ou periciais caso existam, tendo em vista os seus baixos
rendimentos e o fato de que atualmente passa por muitas dificuldades financeiras, sendo
que o pagamento de despesas processuais prejudicará o seu sustento e o de sua família.

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO


Em obediência ao determinado no art. 319, VII e art. 334, § 5º,
ambos do CPC, o autor manifesta desisteresse em audiência de conciliação.
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DENISE APARECIDA GRECO DE ALMEIDA RIBEIRO, protocolado em 15/02/2022 às 20:33 , sob o número 10033887120228260405.
DOS FATOS

No dia 26/01/2022 por volta das 20h06 a postulante, que recebia

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visitas em sua casa, realizou um pedido junto ao Black Dog – Brooklin, através do
aplicativo I FOOD. O valor total do pedido do autor foi de R$ 109,90 (doc. 01), por dois
cachorros quentes e um hambúrguer, a previsão seria de 30 minutos para a entrega dos
lanches, ou seja, a previsão dada pelo aplicativo seria de que às 20h36 o lanche chegaria,
às 21h47 após muito tempo de atraso, enquanto o filho da autora já chorava de fome, o
aplicativo atualizou a mensagem que Bruno Reis estaria a caminho com o pedido

A requerente seguiu aguardando ainda muito mais tempo, quando


ligou reclamando da demora. Logo na sequência às 21:44, recebeu de volta ligação da
Central de Atendimento, falando que em decorrência de todo o transtorno enviariam o
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pedido como cortesia para a cliente, que ela apenas pagasse o valor da taxa do motoboy.

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Em seguida chegou o entregador (motoboy) do requerido e fez a
entrega do pedido, que estava todo revirado, porém de acordo com os itens pedidos no
ifood. Na máquina o valor no visor estava correto, porém ao olhar a fatura do seu cartão
alguns dias depois se espantou ao verificar que foram duas cobranças realizadas, uma no
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valor de R$ 5.999,99 e outra no valor de R$ 4.999,99!!!

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Foi quando se deu conta que havia caído em um golpe e ligou
imediatamente para o Banco! Ligou também no fone fácil do Banco, Protocolo
220201080811557. Pela funcionária do Banco fora alertada que sofrera um golpe e que
deveria recorrer judicialmente contra o IFOOD pois já haviam casos semelhantes
acontecido com outros clientes.

Fez a autora boletim de ocorrência (doc 2), entrou em contato com


o IFOOD que respondeu com uma mensagem pedindo que aguardasse e um dia depois
respondeu com uma mensagem sem sentido algum, genérica, e encerrou o atendimento
sem reembolsar a requerente pelo golpe que sofreu em sua plataforma.

Em consulta ao aplicativo do requerido, disseram-lhe que seu


pedido havia sido cancelado. Isso é uma inconsistência porque os produtos estavam em
posse do autor.
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Sucedeu a partir de então uma troca de ligações entre o Banco
Bradesco, através de seus gerentes e o autor sem que se chegasse a uma solução.

Bom esclarecer que autora jamais gastaria esse valor seguido

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desta forma, no horário que foi feito, segundo informado pelo Banco, Loja de Roupas, o
que aparece no extrato do cartão de crédito da autora é: PAG*BERONILDOLUIS .
Saliente-se, que encontramos na jurisprudência e mídia, notícias de que várias pessoas
haviam sofrido um golpe semelhante ao experimentado por ele, sobre manipulação
fraudulenta de máquinas de cartão, alterando os valores descontados.

O assunto está chamando a atenção da imprensa pois os dados são


alarmantes, há mais de 240 registros em cinco meses.

Vejamos abaixo:

Outra das providências para solucionar tal episódio foi o contato através do SAC/IFOOD
(Serviço de Atendimento ao Cliente) (doc.07) que também não surtiu efeito algum. Nesse
passo não restou alternativa senão socorrer se do Judiciário para ver ressarcido o seu dano.

DOS DANOS SOFRIDOS

A requerente teve descontado em seu cartão de crédito dois


débitos seguidos. Um no valor de R$5.999,99 e outro no valor de R$4.999,99. A
requerente nem ao menos sequer dispõe deste valor e está totalmente desesperada
aguardando o socorro do Judiciário.
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Tais questões merecem um olhar apurado do Judiciário para
recompor os prejuízos causados ao requerente. Desta feita resta inconteste que o
demandante absorveu prejuízos de ordem material e moral. Ambos serão minuciosamente
abordados em tópicos específicos.

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DO DIREITO

O infortúnio em pauta é claramente uma Relação de consumo O


CDC e o CÓDIGO CIVIL são os nortes para o que aqui se discute no que tangenciará as
questões de nexo de causalidade e culpa.

A culpa é do fornecedor do produto ou serviço que sem outras


digressões é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes
autônomos. O dano e o nexo de causalidade sobram na questão.

O fato em si deixa isso muito claro e há ainda de se rememorar


que a operação vinha sendo praticada a granel junto aos consumidores. A
responsabilidade (CDC, art. 14, caput e seu §1º) decai sobre quem convoca os
entregadores. Há de se ter o mínimo de critério para arregimentar pessoas honestas para
qualquer serviço. A pouca atenção a esse detalhe na cadeia estrutural pode desembocar
em prejuízos à própria empresa e a terceiros.

Os fatos novamente falam por si. Cabe in casu a menção de


Humberto Theodoro Jr.: ...”em direito civil há um dever legal amplo de não lesar a que
corresponde à obrigação de indenizar, configurável sempre que, de um comportamento
contrário àquele dever de indenidade, surta algum prejuízo injusto para outrem, seja
material, seja moral”.

Portanto, surge no presente caso, conforme demonstrado, a


responsabilidade civil da demandada em reparar os danos causados a requerente.

As disposições do CDC alinham-se ao disposto no Código Civil,


artigo 186 e 927. O ato provocador dos prejuízos ao requerente foi praticado por
funcionários contratados pelo requerido e ao que se espera, este deveria prezar pelas
pessoas que contrata para o serviço, realizando um recrutamento criteriosamente
qualificado.

Assim o requerido responde pelos atos dos seus funcionários,


praticados no exercício da profissão, em razão de determinação legal, conforme se
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depreende do art. 932, inciso III do Código Civil. Não restam dúvidas, portanto, de que a
requerida é parte legitima para figurar no polo passivo desta demanda e com base nas
disposições legais assinaladas, a Empresa-ré tem a obrigação de indenizar o autor pelos
danos causados por atos de seus contratados.

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Dessa forma estão bem delimitados os elementos subjetivos
(fornecedor e consumidor) e o elemento objetivo (serviços), bem como a existência de
uma relação jurídica contratual entre as partes e o nexo entre a operação bancária e as
agruras absorvidas pela demandante.

DO DANO MATERIAL

Inegáveis os danos materiais sofridos. São eles: os dois débitos


realizados no cartão de crédito da autora nos valores de R$ 5.999,99 e R$ 4.999,99,
totalizando desta forma R$10.999,98 (dez mil, novecentos e noventa e nove reais e
noventa e oito centavos).

Portanto, a conduta da empresa ré, ora Requerida, admite a


caracterização de falha na prestação do serviço, bem como atrai a inteligência do artigo
14 do Diploma Consumerista.

“Art. 14. O fornecedor de serviço responde independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.”
E ainda conforme os artigos 186 e 927 caput do Código Civil Brasileiro:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
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Ao judiciário caberá compelir o demandado a repor o indigitado
desfalque. A questão meramente material ressoou em vários expedientes que o postulante
não teria necessidade de fazer após ser vítima da fraude narrada nesta peça.

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DANOS MORAIS

Não se pode dar às agruras suportadas pelo demandante apenas


a roupagem de que tudo se resolveria com a reposição do dano material. O dano de
patrimônio é evidente porque o autor pretendia fazer sua refeição por R$ 109,90 (Cento
e nove reais e noventa centavos). Perdeu R$ 10.999.98 (Dez mil, novecentos e noventa e
nove reais e noventa e oito centavos).

O que se há de levar em conta para que se entenda plausível e por


assim dizer, indispensável, a condenação a título de danos morais é a razão pela qual o
consumidor, no caso, o autor desta lide e mais uma infinidade de pessoas, buscam o
serviço oferecido pelo réu.

Desta feita, basta que se pense em toda a maquinação da


plataforma chamada I FOOD. Nessa senda, é muito evidente que ao ingressar no mercado
de trabalho, a requerida se cercou de vários fatores que têm por escopo um fim
absolutamente definido. VENDER REFEIÇÃO. Destaque-se que a finalidade é vender
comida e a ENTREGA é atividade agregada. Contudo o réu deveria agregar parceiros
buscando qualidade tanto para o produto final (alimentos) que comercializa, como para
as pessoas contratadas para as atividades que complementam o serviço principal.

Já se viu que não é assim. Na venda contratada pela


PLATAFORMA VIRTUAL evidentemente está incluída a entrega. Importante destacar
que essa conveniência também tem custo suportado pelo cliente. Nesse passo tudo parece
muito perfeito, prático, rápido e SEGURO. Mas não é assim. Ao menos no quesito
segurança já se pode observar não se cuidar de algo tão confiável assim.

No caso sob exame é irremediável que o ENTREGADOR foi mal


escolhido. Não se sabe quais foram os critérios para escalar aquele motoboy ou a empresa
terceirizada que o admitiu para o serviço de entregar comida. E também não importa. Tal
responsabilidade não é do consumidor. Repise-se que o I FOOD investiu e investe
dinheiro e não é pouco, em propagandas de alto patamar financeiro. A divulgação se dá
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em grandes mídias de rádio, tv e internet. Deveria, O RÉU, investir em serviço de entrega
qualificado. Já que faz parte de seu serviço, O próprio réu em seu site faz menção a
entrega de seus produtos, com o slogan “ O que você precisa está aqui. Peça e receba

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onde estiver.”.

Isso se diz porque quando se escolhe o restaurante virtual, no


caso, o réu, o consumidor tem em mente a propaganda e por isso prevê uma confortável
refeição após pagar a conveniência de receber o produto em sua casa. Tudo sem maiores
preocupações. Jamais imaginará que terá sua conta bancária vilipendiada. O caso em
pauta deixa muito claro que o consumidor deve ficar muito atento a tudo o que ocorre à
sua volta. Nada mais parece ser seguro embora houvesse tal obrigação por parte do
prestador de serviços. Desta feita, insiste-se, não há como excluir o dano moral do evento.

Para se ter a mínima idéia do prejuízo, o dano material não foi


reposto pelo banco. Daí o demandante se deparou com expedientes com os quais não
deveria se preocupar se não tivesse perdido R$ 10.999.98 numa entrega de alimentos cuja
conta era de R$ 109,90.

Enfim, quando se pensa na empresa IFOOD jamais passaria pela


imaginação do consumidor uma operação fraudulenta nas máquinas de cartão. Em
sintonia com o exposto o dano moral merece ser fixado por este R. Juízo, na quantia de
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12 salários mínimos, valor este que não se mostra abusivo tendo em vista o vulto
representado pela ré. A condenação deve ter cunho reparatório e pedagógico. Valor menor
não fará a empresa refletir em seus erros

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AINDA SOBRE O DANO MORAL É também pertinente
agregar à fundamentação o que os Tribunais Pátrios chama de “perda de tempo útil”. É
evidente que o autor enfrentou também problemas administrativos e comerciais por causa
do ocorrido, cuja culpa claramente é da empresa ré. E por óbvio até mesmo a necessidade
de ingressar em juízo para recompor seu patrimônio há de ser relevado para a fixação da
reparação por dano moral.

A Justiça entende como perda do tempo útil aquilo que se


transforma em "desvio produtivo", havendo precedentes do próprio TJSP. Na mesma
esteria, matéria no site na AASP revela que um consumidor foi indenizado em processo
que tramitou junto ao TJSP, por haver adquirido celular Iphone 6S que não foi entregue
e mesmo após inúmeros contatos telefônicos e protocolos de atendimento do Serviço de
Atendimento (SAC), o problema não foi resolvido. O voto é do Desembargador Sá
Moreira de Oliveira que menciona dentre tantas razões, o seguinte: (apelação nº 1007464-
37.2017.8.26.0269) na 33ª Câmara de Direito Privado - houve "perda de tempo livre" para
tentar resolver o problema. "Trata-se daquelas hipóteses em que o consumidor, para
resolução da questão oriunda do descumprimento contratual, tem que despender de tempo
e energia consideráveis, quando poderia utilizá-lo para uma atividade necessária ou outra
de sua preferência".

Absolutamente congruente com a questão em debate. Aqui o


autor teve de manejar pedido junto ao judiciário para recompor seu dano material,
devendo ser salientado que buscou resolução extrajudicial sem lograr êxito. Tudo por
desleixo da ré. No exemplo a seguir, os JULGADOS se escoram no descaso das empresas
com o tempo útil dos consumidores: No Amazonas, um dos Estados com mais decisões
sobre a teoria, uma consumidora obteve indenização de R$ 15 mil por um televisor com
defeito – verificado no momento da instalação. A autora tentou por cerca de um ano
substituir o bem ou o seu conserto por meio de contatos com o fabricante, sem sucesso.
Em seu voto (apelação nº 0255718-32.2008.8.04.0001), o relator do caso na 3ª Câmara
Cível do TJ-AM, desembargador Cláudio Roessing, afirma que a motivação do dano
moral não foi o simples fato de o consumidor haver adquirido o produto com defeito, mas
a espera absurda para tentar consertar ou trocar o produto. "Entendo, assim, ser notável a
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sensação de incapacidade do consumidor", diz. E acrescenta: "Aliás, o descaso de uma
empresa com o tempo do consumidor, levando ao seu desvio produtivo, tem sido uma
problemática examinada pela doutrina especializada nos últimos anos."

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O descaso na questão em pauta é incontestável. E apenas mais um
para demonstrar que os valores são condizentes com os danos. Na questão a seguir. Diz
a matéria: Serviços ruins, prestados por companhias telefônicas e bancos, também são
comuns nas ações em busca de danos morais. No Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(TJ-MG), um cliente de telefonia fixa conseguiu reformar sentença e ser indenizado
(apelação cível 1.0056.13.029006-9/003). No caso, depois de contestar valores extras nas
faturas, teve o serviço suspenso. Em seu voto, a desembargadora Cláudia Maia, da 14ª
Câmara Cível, levou em consideração o "desgaste e significativo tempo despendidos na
tentativa de solução extrajudicial do imbróglio". Fixou danos morais no valor de R$ 7 mil
ao consumidor.

Essa temática aborda a questão dizendo que “os prejuízos que o


consumidor sofria não se limitavam aos tradicionais danos materiais e morais tratados
pelo direito brasileiro" e ainda "O consumidor, ao desperdiçar o seu tempo vital e se
desviar das suas atividades para tentar resolver problemas de consumo, sofre
necessariamente um dano extrapatrimonial de natureza existencial, que é indenizável”.
A autora que já se encontrava abalada ante a morte repentina de sua irmã em dezembro,
ao descobrir-se vítima de um golpe, de um valor financeiro enorme, se viu em completo
desespero, sem chão, sem forças!!!

O réu causou na autora um abalo psicológico enorme, muito


medo, aflição, desespero, posto que recentemente se divorciou e mora sozinha com o seu
filho. Se sentiu desprotegida, com ataques de desespero, de medo, só fez compra no
aplicativo da ré por confiar em sua reputação, ao ver a grandeza da empresa, jamais
pensou que estivesse tão vulnerável, que os prestadores de serviço da ré seriam bandidos,
que teriam acesso ao seu endereço e ao seu telefone!!!! Por isso não se pode afastar a
ocorrência de dano moral pois está claramente demonstrado o abalo psicológico que os
fatos narrados lhe causaram.

DO PEDIDO

Diante do exarado, pede a este R. Juízo:


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a) O reconhecimento e a declaração de ilicitude do valor das compras realizadas no dia
26/01 com o nome de PAG*BERONILDOLUIS no valores de R$ 5.999,99 e R$
4.999,99, totalizando R$ 10.999,98, com a consequente ordem para que o réu seja
compelido a devolver tal numerário ao autor a título de danos materiais.

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b) Que reconheça a responsabilidade também em relação às agruras que o consumidor
absorveu com o ato fraudulento condenando a ré à pagar indenização por Danos Morais
de 12 Salários mínimos ao autor.

DOS REQUERIMENTOS

Diante do assinalado, requerem, digne-se este R. Juízo determinar


a citação da Empresa IFOOD, via correio, de acordo com a Lei 8.710/93, para responder
aos termos da presente, apresentando defesa no prazo legal, sob pena de revelia e
confissão, prosseguindo o feito até final sentença que deverá JULGÁ-LO
PROCEDENTE, CONDENANDO O RÉU NOS TERMOS DOS PEDIDOS e no
pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios.

Requer o acolhimento da inversão do ônus probatório por se tratar


de matéria afeta ao Direito do Consumidor Que a condenação seja atualizada com juros
de mora e correção monetária.

Requer e pretende produzir todas as provas necessárias à espécie.

Dá se a causa o valor de R$ 25.543,98 (Vinte e cinco mil, quinhentos e quarenta e três


reais e noventa e oito centavos).

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, 15 de fevereiro de 2022.

Denise Aparecida Greco de Almeida Ribeiro

OAB/SP 398.999

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