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TEXTO: MARX, Karl. A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo, 2007. Capítulo “A
Ideologia em geral, em especial a alemã”.
Para Marx e Engels (1998, p. 7), “a crítica alemã não deixou o terreno da filosofia” e,
portanto, ainda continuaria operando sob o sistema hegeliano, no qual os produtos da
consciência teriam primazia no ordenamento do mundo concreto. Mesmo os jovens
hegelianos que pretendiam confrontar tal concepção, não ousaram se libertar da dependência
as categorias hegelianas.
No mesmo movimento que Marx e Engels se opõem a essa visão, também incorporam
a dialética aprimorada pela filosofia alemã enquanto uma forma de apreender as contradições
existentes, mas a compreensão do mundo e das relações existentes nele partem do ser
humano, mas não do ser humano enquanto gênero abstrato, e sim em sua relação com o meio
e com seus pares. Ao contrário do materialismo de Feuerbach que era limitado justamente por
não se desenvolver a partir dos indivíduos concretos.
Nesse sentido, Marx e Engels não só conflitas com a concepção de mundo dos
filósofos idealistas, como apresentam numa nova lógica de apreensão da realidade. Nas
palavras dos autores,
Ao contrário da filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui é da terra que se
sobe ao céu. Em outras palavras, não partimos do que os homens dizem, imaginam e
representam, tampouco do que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação
e na representação dos outros, para depois se chegar aos homens de carne osso; mas
partimos dos homens em sua atividade real, é a partir do seu processo de vida real
que representamos também o desenvolvimento dos reflexos e repercussões
ideológicas desse processo vital (MARX; ENGELS, 1998, p 19).