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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


SERVIÇO SOCIAL

ANA CECÍLIA
EDUARDA CAMILY
INGRID EMANUELE SILVA
JÚLIA SOUZA
LETÍCIA FELIX
NICOLE SILVA
VALÉRIA SOUZA

QUESTÕES PARA TODOS OS GRUPOS – A IDEOLOGIA ALEMÃ

Manaus
2024
QUESTÕES PARA TODOS OS GRUPOS – A IDEOLOGIA ALEMÃ

Disciplina: Ciência Política Clássica

Elabore Respostas Breves e Objetivas

1) Para Marx e Engels, “a religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um


mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito, é o ópio do
povo”. A religião se opõe à luta de classes, uma vez que adia a solução dos problemas
deste mundo remetendo-a para outro mundo.
1) Porque a o pensamento de Marx e Engels é conhecido como pensamento
“dialético”?

porque eles basearam sua análise na relação entre forças opostas e contraditórias na
sociedade. A dialética marxista é influenciada pela filosofia de Hegel, que postula que
o desenvolvimento histórico é impulsionado por contradições que levam a mudanças
sociais.

Segundo Marx e Engels, a dialética é a base para a compreensão das contradições


econômicas e sociais do capitalismo. Eles argumentavam que o capitalismo gerava
contradições inerentes, como a exploração da classe trabalhadora pelos donos dos
meios de produção. Essas contradições levam a lutas de classes e à necessidade de uma
transformação revolucionária.

A dialética marxista também enfatiza a importância da mudança e do desenvolvimento


contínuo. Marx e Engels acreditavam que as sociedades passam por estágios históricos
específicos, desde o modo de produção primitivo até o socialismo e o comunismo.
Cada estágio é caracterizado por contradições e conflitos que impulsionam o progresso
social.

Portanto, o pensamento de Marx e Engels é conhecido como "dialético" porque eles


buscaram compreender as contradições sociais e econômicas e o desenvolvimento
histórico por meio da análise das forças opostas em ação.

Explique o argumento de Marx e Engels: “Toda vida social é essencialmente prática. Todos os
mistérios que induzem a teoria ao misticismo encontram sua solução racional na prática humana e na
compreensão dessa prática” (MARX; ENGELS, 2007, p. 534 e 539).
O materialismo dialético, ao colocar a prática humana no centro da análise social,
oferece uma ferramenta poderosa para compreender as contradições da sociedade e as
possibilidades de transformá-la. Através da práxis consciente e da compreensão crítica
da realidade, podemos construir um mundo mais justo e humano.
A citação de Marx e Engels, "Toda vida social é essencialmente prática. Todos os
mistérios que induzem a teoria ao misticismo encontram sua solução racional na
prática humana e na compreensão dessa prática", resume a essência do materialismo
dialético, um dos pilares do pensamento marxista. Essa perspectiva revolucionária
propõe que:

1. A prática humana é a base da realidade social:


A vida social não se resume a ideias abstratas ou leis universais, mas é composta por
ações concretas e relações interpessoais através do trabalho, produção e transformação
do mundo.
A organização social e as relações de poder são resultado da atividade humana em seu
contexto histórico e material.
2. A prática molda a consciência, não o contrário:

As ideias, crenças e valores não surgem no vácuo, mas são produtos da prática humana
em suas condições materiais específicas.
Ao invés de ideias predefinidas determinarem a realidade, a ação humana molda o
mundo e, por consequência, as concepções sobre ele.
3. A transformação da realidade se dá através da práxis:

A práxis é a ação humana consciente e intencional que busca transformar o mundo e as


relações sociais.
Através da práxis, os indivíduos reconhecem as contradições da sociedade e lutam por
sua superação, construindo um futuro mais justo e igualitário.
4. A superação do misticismo pela compreensão da prática:

As visões mistificadas da realidade, como religiões e ideologias, obscurecem as


relações sociais e a exploração inerentes à sociedade.
Ao analisar a prática humana, podemos desvendar as causas das desigualdades e
opressões, desmistificando as explicações transcendentais e buscando soluções
racionais.
Exemplos da aplicação do materialismo dialético:

Análise das classes sociais: A luta de classes, motor da história na visão marxista, se
manifesta na práxis dos trabalhadores explorados em busca de melhores condições de
vida.
Crítica à religião: A religião, para Marx, é um produto da alienação humana em uma
sociedade desigual, e sua superação se dá através da transformação material das
condições de vida.
Revolução social: A práxis revolucionária é a chave para a superação do capitalismo e
a construção de uma sociedade socialista, onde a exploração e as desigualdades sejam
erradicadas.
Explique o argumento de Marx e Engels: “Ao produzir seus meios de vida, as pessoas produzem,
indiretamente, sua própria vida material. O modo peloqual as pessoas produzem seus meios de
vida depende, antes de tudo, da própria constituição dos meios de vida já encontrados e que eles
têm de reproduzir.” (MARX; ENGELS, 2007, p. 87).

O argumento de Marx e Engels destaca a relação intrínseca entre o modo de produção


material e a vida social das pessoas. Eles argumentam que, ao produzir os meios de
subsistência necessários para sua sobrevivência, as pessoas estão, indiretamente,
produzindo sua própria vida material. Isso significa que o modo como os seres
humanos organizam a produção e a distribuição dos bens materiais tem um impacto
direto na maneira como vivem e se relacionam uns com os outros.
Essa relação é explicada pela influência dos meios de produção existentes sobre as
condições e as relações sociais. Os meios de produção, que incluem recursos naturais,
tecnologias, instrumentos de trabalho e formas de organização social, moldam as
estruturas e os processos sociais que determinam como a produção é realizada e como
os produtos são distribuídos.
Além disso, Marx e Engels argumentam que o modo de produção existente é
reproduzido e perpetuado pelas próprias relações sociais que emergem desse modo de
produção. Isso significa que as relações de classe, as instituições econômicas e
políticas, e as ideologias dominantes tendem a sustentar e perpetuar as condições
existentes de produção e distribuição.

Explique o argumento de Marx e Engels: Marx e Engels enfatizam que “tal como os indivíduos
exteriorizam sua vida, assim são eles. O que eles são coincide, pois, com a sua produção, tanto
com o que produzem como também com o modo como produzem. O que os indivíduos são,
portanto, depende das condições materiais de sua produção” (MARX; ENGELS, 2007, p. 87). No
mesmo sentido, “a produção de ideias, de representações, da consciência, está, em princípio,
imediatamente entrelaçada com a atividade material e com o intercâmbio material das pessoas,
com a linguagem da vida real.” (MARX; ENGELS, 2007, p. 93). O ser das pessoas é o seu
processo de vida real. Por isso, os autores de A ideologia alemã afirmam que: “[…] não se parte
daquilo que as pessoas dizem, imaginam ou representam, tampouco das pessoas pensadas,
imaginadas e representadas para, a partir daí, chegar às pessoas de carne e osso; parte-se das
pessoas realmente ativas e, a partir de seu processo de vida real, expõe-se também o
desenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida. […] As pessoas, ao
desenvolverem sua produção e seu intercâmbio materiais, transformam também, com esta sua
realidade, seu pensar e os produtos de seu pensar. Não é a consciência que determina a vida, mas
a vida que determina a consciência.” (MARX; ENGELS, 2007, p. 94).

O argumento de Marx e Engels destacado neste trecho enfoca a relação entre a


produção material e a vida social, incluindo a formação da consciência e das ideias das
pessoas. Eles afirmam que a essência do ser humano é moldada pelo seu processo real
de vida, especialmente pela maneira como produzem e trocam bens materiais.

Primeiramente, eles apontam que a atividade produtiva das pessoas não é apenas uma
forma de sustento, mas também uma forma de autoexpressão. Ao exteriorizarem sua
vida por meio da produção material, as pessoas não só criam bens tangíveis, mas
também moldam sua própria identidade e modo de vida. O que elas são, portanto, está
diretamente relacionado ao que produzem e ao modo como produzem. Isso significa
que as condições materiais de produção influenciam não apenas o que as pessoas têm,
mas também quem elas são e como se percebem.

Além disso, Marx e Engels argumentam que a produção de ideias, representações e


consciência está intrinsicamente ligada à atividade material e ao intercâmbio material
das pessoas. Em outras palavras, a maneira como as pessoas pensam e percebem o
mundo é influenciada pelo seu ambiente material e pelas relações sociais em que estão
inseridas. O pensamento e a consciência não são produtos separados da realidade
material, mas emergem dela.

Essa visão é resumida na frase "não é a consciência que determina a vida, mas a vida
que determina a consciência". Isso significa que, em vez de serem guiadas por ideias
ou concepções abstratas, as pessoas são moldadas pelas condições materiais e pelas
relações sociais em que vivem. Assim, ao entender o processo real de vida das pessoas,
é possível compreender como suas ideias e consciência se desenvolvem como reflexos
dessa realidade.
Explique o argumento de Marx e Engels: “Só é possível conquistar a libertação real [wirkliche
Befreiung] no mundo real e pelo emprego de meios reais. […] … não é possível libertar as
pessoas enquanto estas forem incapazes de obter alimentação e bebida, habitação e vestimenta,
em qualidade e quantidade adequadas. A ‘libertação’ é um ato histórico e não um ato de
pensamento, e é ocasionada por condições históricas, pelas condições da indústria, do comércio,
da agricultura, do intercâmbio. (MARX; ENGELS, 2007, p. 29). Quais são os “meios reais” e
porque “A ‘libertação’ é um ato histórico e não um ato de pensamento”?

Marx e Engels definem os "meios reais" para a libertação como ações concretas que
transformam as condições materiais da vida social. Isso inclui:
Ação política: Luta por reformas e mudanças sociais através de canais institucionais ou
movimentos sociais.
Revolução social: Transformação radical das estruturas de poder e das relações de
produção, geralmente através de um processo revolucionário.
Luta de classes: Mobilização dos trabalhadores para reivindicar seus direitos e desafiar a
exploração capitalista.
Educação e conscientização: Difusão de conhecimento e compreensão crítica da realidade
social para promover a emancipação humana.
Organização social: Criação de coletivos e movimentos sociais que lutam por objetivos
comuns.
2. A Libertação como Ato Histórico:
Para Marx e Engels, a "libertação" não se limita a um ato individual de pensamento ou
vontade, mas sim é um processo histórico resultante de:
Desenvolvimento das forças produtivas: Avanço da tecnologia e da capacidade de
produção da sociedade.
Conflitos sociais: Luta entre classes sociais com interesses antagônicos, como a burguesia
e o proletariado.
Mudanças nas relações de produção: Transformação na forma como a riqueza é gerida e
distribuída na sociedade.
Consciência de classe: Percepção dos trabalhadores de sua posição na sociedade e da
necessidade de mudança.
3. A Primazia da Realidade Material:
Marx e Engels argumentam que a "consciência" (pensamentos, ideias) não determina a
"vida" (condições materiais). Em vez disso, a vida material, moldada pelas relações
sociais e pelas condições de produção, determina a consciência. Isso significa que:
As ideias e crenças são produtos das condições materiais da vida em um determinado
contexto histórico.
A mudança social e a libertação humana dependem da transformação da realidade
material, não apenas da mudança de pensamentos.
4. Exemplos da Aplicação da Teoria da Libertação:
Revolução Francesa: A luta do povo francês contra a monarquia absolutista e o
feudalismo.
Revolução Russa: A ascensão do proletariado ao poder e a criação da União Soviética.
Movimento dos Direitos Civis: A luta por igualdade racial nos Estados Unidos.
Movimento Feminista: A luta por igualdade de gênero e direitos das mulheres.

Compare a “Teses contra Feuerbach” de Marx e Engels com as “Teses sobre o conceito/filosofia
da história” de Walter Benjamin e responda:

(a) As teses de Walter Benjamin demonstram ser uma revisão do pensamento


original de Marx?
(b) A metáfora do “anjo da história” (nas “Teses sobre o conceito/filosofia da
história”) mostra-se uma metáfora idealista para defender o conceito
materialista de história. Isso é uma contradição de Walter Benjamin ou se trata
de uma demonstração do método da nascente Escola de Frankfurt de revisar
as teorias de Marx para avançar na crítica do Estado Burguês?

(c) A máxima de Hegel “Lutai primeiro pela alimentação e pelo vestuário, e em


seguida o reino de Deus [se existir] virá por si mesmo". (Hegel, 1807), é uma
máxima idealista ou materialista?

As Teses de Benjamin representam uma releitura crítica do materialismo histórico de Marx,


incorporando elementos de outras áreas do conhecimento. A metáfora do anjo da história é
complexa e admite diversas interpretações. A máxima de Hegel, por sua vez, revela a
influência do idealismo em seu pensamento, mesmo reconhecendo a importância das
necessidades materiais.
Comparação entre as Teses de Marx e Engels e as Teses de Walter Benjamin:
a) Revisão do Pensamento Original de Marx:

As Teses de Benjamin sobre o conceito de história podem ser consideradas uma revisão do
materialismo histórico de Marx, mas não uma ruptura total. Benjamin incorpora elementos da
filosofia judaica, da teologia e da estética à análise marxista, buscando uma compreensão mais
complexa da história e da relação entre passado, presente e futuro.

b) Anjo da História e Materialismo:

A metáfora do "anjo da história" é ambígua. Por um lado, pode ser vista como uma crítica à
visão linear e progressista da história presente no materialismo ortodoxo. O anjo, preso ao
passado e incapaz de agir, representa a impossibilidade de escapar das contradições e da
violência da história. Por outro lado, a imagem do anjo também pode ser interpretada como
uma metáfora para a memória e a tradição, elementos essenciais para a construção de um
futuro melhor.

c) Idealismo vs. Materialismo na Máxima de Hegel:


A máxima de Hegel, "Lutai primeiro pela alimentação e pelo vestuário, e em seguida o reino
de Deus [se existir] virá por si mesmo", pode ser interpretada como materialista em seu
reconhecimento da primazia das necessidades materiais sobre as espirituais. No entanto, a
referência ao "reino de Deus" revela a influência do idealismo hegeliano, que coloca a ideia
como fundamento da realidade.

Análise Detalhada:
Teses de Marx e Engels:
Ênfase na materialidade: A história é resultado da luta de classes e das relações de produção.
Visão progressista: A história caminha para um futuro comunista através da revolução
proletária.
Crítica à religião: A religião é uma ideologia que aliena os trabalhadores e impede a
emancipação humana.
Teses de Walter Benjamin:
Influência da filosofia judaica e da teologia: A história é marcada pela messianismo e pela
redenção.
Crítica ao progresso linear: A história é marcada por rupturas e descontinuidades.
Importância da memória e da tradição: O passado precisa ser revisitado para construir um
futuro melhor.
Anjo da História:
Crítica à visão progressista da história: O anjo é incapaz de progredir, pois está preso ao
passado.Memória e tradição: O anjo representa a importância de lembrar do passado para
evitar repeti-lo.
Metáfora ambígua: A interpretação do anjo depende da perspectiva do leitor.
Máxima de Hegel:
Reconhecimento da primazia das necessidades materiais: A alimentação e o vestuário são
essenciais para a vida humana.
Influência do idealismo: A referência ao "reino de Deus" revela a crença na primazia da ideia.
Interpretação complexa: A máxima pode ser interpretada como materialista ou idealista,
dependendo da ênfase dada aos diferentes elementos.

O título original do livro “A Ideologia Alemã”, de Marx e Engels, é: ‘A Ideologia Alemã: crítica
da mais recente Filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, Bruno Bauer e Stirner, e do
socialismo alemão em seus diferentes profetas (1845-1846).

Neste sentido, por meio deste livro, Marx não somente critica a “ideologia burguesa” alemã
presente em Ludwig Feuerbach e Bruno Bauer, mas também tece críticas aos “socialistas
utópicos”, aos “liberais-anarquistas” (Max Stirner). Marx e Engels julgavam que o a sua teoria
comunista poderia ser chamada de “ “socialismo científico”.

Assim, temos os seguintes teóricos que Marx e Engels criticam:

Ludwig Feuerbach (teólogo hegeliano de esquerda e o pai do materialismo e do liberalismo


teológico),

Bruno Bauer (teólogo hegeliano de esquerda e adepto do liberalismo de Feuerbach;

Max Stirner (liberal-anarquista alemão, adepto do “individualismo político” do liberalismo e


defensor do “corpo como propriedade individual”);

QUESTÃO: Explique em que sentido podemos afirmar que o socialismo utópico e a social-
democracia fazem parte, segundo Marx e Engels, da “ideologia burguesa”. Use somente o que
leu em “A Ideologia Alemã”.

Ao criticar o socialismo utópico e a social-democracia como formas de ideologia burguesa,


Marx e Engels defendem a necessidade de uma análise crítica da sociedade capitalista e da
luta de classes para a construção de uma sociedade socialista.

Em "A Ideologia Alemã", Marx e Engels criticam o socialismo utópico e a social-democracia


por serem formas de "ideologia burguesa", ou seja, concepções que, mesmo pretendendo
criticar a sociedade capitalista, acabam por reforçá-la.
1. Socialismo Utópico:
Crítica: Marx e Engels argumentam que os socialistas utópicos, como Fourier e Owen,
ignoram as contradições e lutas de classes inerentes à sociedade capitalista.
Idealismo: Propõem soluções idealistas e irrealistas para os problemas sociais, como a criação
de comunidades autossuficientes ou a reforma moral da burguesia.
Desvio da luta real: Ao desviar o foco da luta de classes e da transformação estrutural da
sociedade, o socialismo utópico acaba por servir aos interesses da burguesia.
2. Social-Democracia:
Crítica: A social-democracia é vista como uma forma reformista que busca amenizar os
problemas do capitalismo, mas não questiona sua estrutura fundamental.
Gradualismo: Defende reformas graduais e pacíficas, ignorando a necessidade de uma
revolução social para superar o capitalismo.
Colaboração de classes: Propõe a colaboração entre as classes sociais, conciliando os
interesses do proletariado com os da burguesia, o que, na prática, significa a subordinação do
proletariado.
3. A Ideologia Burguesa:
Características: A ideologia burguesa obscurece as relações de poder e exploração na
sociedade capitalista, naturalizando a desigualdade e promovendo a falsa ideia de harmonia
entre as classes.
Função: Serve para manter o status quo e garantir a dominação da burguesia sobre o
proletariado.
Formas: O socialismo utópico e a social-democracia, ao proporem soluções que não
questionam a estrutura fundamental da sociedade capitalista, contribuem para a perpetuação
da ideologia burguesa.
4. A Superação da Ideologia Burguesa:
Para Marx e Engels, a superação da ideologia burguesa e a construção de uma sociedade
socialista só são possíveis através da:
Compreensão das contradições do capitalismo: Reconhecimento da natureza exploratória e
desigual do sistema.
Luta de classes: Mobilização do proletariado para desafiar a dominação da burguesia.
Revolução social: Transformação radical das relações de produção e da estrutura de poder.
Joseph Proudhon (socialista utópico e pai do anarquismo alemão. Adepto da teoria da Max
Stirner e revisor da teoria do contrato social de Rousseau);

- Mikhail Bakunin (líder internacional dos anarquistas e inimigo público de Marx


e Engels, teórico do sindicalismo e pai do anarco-sindicalismo).

O socialismo utópico é uma corrente do socialismo muitas vezes descrita como a


apresentação de visões e contornos para as sociedades ideais imaginárias ou
futuristas, com ideais positivos sendo a principal razão para mover a sociedade
em uma dada direção. Embora seja tecnicamente possível para qualquer conjunto
de ideias, ou qualquer pessoa que viva em qualquer momento da história possa ser
um socialista utópico, o termo é mais frequentemente aplicado aos socialistas que
viveram no início de século XIX, aos quais foi atribuído o rótulo de "utópico"
como um termo negativo por seus opositores marxistas (os quais, por oposição,
se autodenominavam socialistas "científicos"), a fim de implicar ingenuidade e
definir as suas ideias como fantasiosas ou irrealistas.

O fundamento dessa crítica está em “A Ideologia Alemã”.

Mais tarde, Marx e Engels, os primeiros críticos do socialismo utópico, viram o


socialismo utópico como não sendo fundamentado em condições materiais reais
da sociedade existente e, em alguns casos, como “reacionário” e “burguês”.

O pensamento socialista foi primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-


1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen
(1771-1858).
Os socialistas utópicos eram liberais socialistas e desejavam expandir os
princípios liberais da Revolução Francesa com o compromisso de criar uma
sociedade – no seu modo de ver – mais justa e racional. Eles eram reformistas e
fundaram associações de filantropia e são os precursores do “serviço social” e do
Estado de Bem-Estar Social.
Em todo o mundo, o partido que aderiu ao liberalismo social – chamado por Marx
e Engles de “socialismo utópico” – foi a social-democracia.
Os socialistas utópicos acreditavam que a implantação do sistema socialista
ocorreria de forma lenta e gradual, estruturada no pacifismo, inclusive na boa
vontade da própria burguesia. Contudo, Marx e Engels os denominaram como
defensores da “ideologia burguesa”.
QUESTÃO: Explique em que sentido podemos afirmar que o socialismo
utópico e a social-democracia fazem parte, segundo Marx e Engels, da
“ideologia burguesa”. Use somente o que leu em “A Ideologia Alemã”.

Em A Ideologia Alemã, Marx e Engels chamam tanto o socialismo utópico quanto a social-
democracia de “ideologia burguesa”, porque essas correntes políticas, de acordo com os
autores, não representam uma ruptura real com a estrutura fundamental da sociedade
capitalista.
Para Marx e Engels, o socialismo utópico, cujos pensadores mais representativos são Saint-
Simon, Fourier e Owen, propunha reformas sociais dentro do sistema capitalista, com vistas à
criação de comunidades cooperativas e harmoniosas, sem no entanto desafiar a base
econômica e as relações de produção capitalistas. Essas propostas, argumentam,
“não reconhecem a necessidade de um fim efetivo, de uma transformação radical das relações
sociais existentes e, assim, a conservação do antigo modo de produção, por outro nome, e,
ademais, o encontro com uma situação na qual o velho modo de produção vem a partida um
obstáculo para as forças produtivas, ao qual ele já não mais corresponde, ele se torna
supérfluo, já e é substituído por um novo”. Ainda, Marx, teorizando sobre a necessidade de
derrubar os governos capitalistas, critica a social-democracia que “é uma variante reformista
do socialismo” e “há uns 150 anos, Marx e Engels criticaram a social-democracia, que disse
explicitamente que sua estratégia é um projeto

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