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OS PIONEIROS

Manuel Antonio
1807 – As tropas francesas, lideradas por Napoleão Bonaparte
invadem Portugal
da Silva Serva
1808 - Dom João VI e a sua família vêm para o Brasil e fazem
uma escala na Bahia, antes de aportarem no Rio de Janeiro

1909 – Silva Serva ganha permissão para trazer a prensa.

1811 – Silva Serva consegue autorização e inaugura, na Bahia a


primeira prensa particular do Brasil

Passou a visitar a corte, de onde trazia encomendas. Em vida


publicou cerca de 175 títulos (livros religiosos, de Direito,
Medicina e alguma coisa de literatura)

1819 – Morre em uma dessas viagens

O genro toca a empresa até 1846


1831 – Compra a livraria do primo Silvino José d´Almeida e logo
instala um prelo de madeira. Dali saem os jornais A Mulher do
Simplício, publicação pioneira voltada para mulheres, e O Homem
Francisco de
de Cor, pioneiro na luta contra o racismo no país.
Paula Brito
1850 – Funda a Empresa Tipográfica Dous de Dezembro

Entre os livros que a Dous de Dezembro publica estão: Últimos


cantos, de Gonçalves Dias; O Uraguai, de Basílio da Gama, e O
filho do pescador, romance de Teixeira e Souza apontado como o
primeiro romance genuinamente brasileiro

1855 – Paula Brito faz uma aposta arriscada e lança a Empresa


Literária de Paula Brito. Coloca 2.500 ações no mercado com as
quais pretendia levantar 500 contos de réis. Os planos se
frustram e, no ano seguinte, pede concordata.

1857 – Sem saída, o editor pede falência

1861 – Morre em decorrência de uma inflamação nos gânglios

Sobre Paula Brito, Machado de Assis escreveu mais tarde: “Foi o


primeiro editor digno desse nome que houve entre nós”.
Baptiste Louis
Garnier foi o primeiro editor a separar o negócio da edição do da
Garnier
impressão

Fama de ser generoso no pagamento de direitos autorais.

Publica Chrysalidas, volume de poemas que marca a estreia de


Machado de Assis na Literatura.

Foi também pioneiro na produção de livros didáticos no Brasil.

Entre 1860 e 1890, a Garnier publicou 655 obras de autores


nacionais

Morre em 1893 e seu irmão François-Hippolyte assume o


negócio.
1871 – Funda um sebo na Rua São José, no centro do Rio de
Janeiro Francisco Alves
1873 – Vende o sebo, com um lucro razoável, e resolve voltar
para Portugal onde fica até 1882, quando volta para o Brasil.
de Oliveira
1897 – o tio, já adoentado, passa o comando da empresa para o
sobrinho. A Clássica, desde a década de 1870, se definia como
uma firma de livros colegiais e acadêmicos.

O fim do Império (1889) e a alta da economia cafeeira, o Brasil


passou a investir em educação. Entre 1888 e 1907, o número de
matriculados na educação primária cresceu 147%. O orçamento
do estado de São Paulo com educação dobrou entre 1888 e 1893.

Em meados da década de 1890, Francisco Alves praticamente


monopolizou o mercado de livros didáticos no Brasil

1904 – Francisco Alves morre. Deixa, em testamento, boa parte


da sua fortuna à Academia Brasileira de Letras
OS REVOLUCIONÁRIOS
Em 1918, resolve bancar por sua própria conta a publicação de
dois livros: Saci-Pererê: resultado de um inquérito e Urupês.
Octalles Marcondes
Aproveitou a malha de distribuição da Revista do Brasil e
aumentou de 30 para 200 pontos de venda. Ainda era pouco. Foi
Ferreira e Monteiro
quando resolveu escrever aos 1.300 agentes postais
Lobato
Vende duas edições de Saci em dois meses; no primeiro ano de
publicação, Urupês bateu 11,5 mil cópias vendidas e poucos anos
depois, em 1923, Lobato comemorava a marca de 30 mil
exemplares vendidos. Esse era um sucesso sem precedentes na
história editorial brasileira.

Em 1919, funda a Monteiro Lobato & Cia, com Octalles


Marcondes Ferreira, uma espécie de contrapeso às maluquices
de Lobato.

Também em 1919, com o fim da Primeira Guerra, a dupla


começou a importar o seu próprio papel, estrutura uma oficina
gráfica e inova nos formatos dos livros, garantindo melhor
aproveitamento do papel.
Octalles Marcondes Ferreira, Anísio Teixeira,
Lobato e Édson de Carvalho
Passada a euforia dos primeiros anos, veio a desvalorização da
moeda brasileira e o financiamento do maquinário importado e
os insumos passaram a onerar muito a produção
Octalles Marcondes
Em 1924, abre o capital da empresa, que passa a se chamar Cia. Ferreira e Monteiro
Gráfico-Editoria Sociedade Anônima

Nesse mesmo ano, irrompe em SP uma revolta de militares que


Lobato
queriam depor o presidente Arthur Bernardes.

O câmbio e as consequências da Revolta Paulista colocou a


empresa numa situação muito difícil e a sua falência foi
decretada no ano seguinte.

No fim de 1925, Lobato e Octalles vendem uma lotérica que


tinham em sociedade e resolvem investir em uma nova editora. É
quando nasce a Cia. Editora Nacional. Dois anos depois, Lobato
segue para os EUA e vem o crash de 29

Mais consagrado como autor de livros infantis e juvenis do que


como editor, Lobato morre em 1948.

Em 1973, Octalles morre e os herdeiros resolvem vender a


empresa.
Octalles Marcondes
Ferreira e Monteiro
Lobato
Aos 35 anos, Saraiva segue com a família para a cidade do Rio de
Janeiro e lá funda a J. Fonseca Saraiva Editor. Volta para SP três
anos depois e começa a trabalhar na Livraria Jacintho.
Joaquim Ignácio da
Vê na biblioteca de um jurista paulista a oportunidade de abrir o Fonseca Saraiva
seu próprio sebo, a livraria Acadêmica. Ali estabelece estreita
relações com os estudantes de Direito

Em 1917, o livreiro volta a editar livros

Na década de 1930, a Saraiva passa a publicar livros didáticos

Morre em 1944. Os três de seus filhos assumem o negócio.

O fim do Estado Novo e a nova Constituição -- Entre as décadas


de 1930 e 50, a Saraiva quadruplica o número de exemplares
produzidos, chegando a quatro mil títulos e 20 milhões de cópias
num mesmo ano.

No fim da década de 1940, a Saraiva passa a publicar livros de


“interesse geral”, com destaque para a Coleção Saraiva, que
chegou a ter 298 títulos.
Em 1966, a Acadêmica passa a se chamar Saraiva.
Joaquim Ignácio da
Em 1972, a empresa foi registrada como uma companhia de Fonseca Saraiva
capital aberto na Bolsa de Valores

Anos 1980 e 1990 marcaram a expansão da Saraiva. Em 1996,


inaugura a primeira megastore, no Shopping Ibirapuera (hoje
penhorado pelo Banco do Brasil).

Em 2008, compra o Grupo Siciliano e, de uma única vez, a rede


ganha 52 novas unidades.

Em 2015, a empresa, sob o comando da quarta geração dos


Saraiva, vende os seus ativos editoriais à então Abril Educação.

Em 2018, pede recuperação judicial.


O crash da bolsa de NY, em 1929, e a consequente desvalorização
da moeda brasileira impactou diretamente o negócio editorial no
Brasil, já que boa parte dos livros eram importados,
Erico Verissimo e
predominantemente da França e de Portugal.
Henrique Bertaso
Os livros ficaram impagáveis pelo brasileiro comum. Henrique
Bertaso vê nisso uma oportunidade e, a partir de 1929, passa a
publicar ficção literária estrangeira. Foi pioneira no Brasil nesse
segmento.

Erico Verissimo, que atuava como editor da Revista da Globo, é


alçado a “conselheiro editorial” da Globo. Em outras palavras, se
tornou o primeiro editor profissional que se tem registro no
Brasil.

Passada a Segunda Guerra, a Globo passa a focar em livros


técnicos e de referência

Verissimo morre em 1975 e Henrique dois anos depois. Os filhos


de Bertaso – Otávio, Fernando e Cláudio – vendem a empresa em
1986 à Rio Gráfica, subsidiária do Grupo Globo.
José Olympio e
Em 1930, o jornalista e crítico literário Alfredo Pujol morre e a
família coloca a sua biblioteca à venda. José Olympio arremata os
volumes e com esse acervo, abre um sebo na Rua da Quitanda,
no centro de SP.

Entre 1931 e 32, lança o primeiro livro – Conhece-te pela


Vera Pacheco Jordão
psicanálise, do norte-americano Joseph Ralph. Mas o projeto de
se tornar editor foi suspenso com a Revolução Constitucionalista
de 1932. O segundo livro só chega no ano seguinte: Itararé,
Itaraé, um relato de Honório Sylos sobre o conflito civil.

Vera e José Olympio se casam em 1933 e por influência dela, a


José Olympio passa a publicar livros de literatura, em especial a
brasileira.

O primeiro título dessa época foi A ronda dos séculos, de Gustavo


Barroso. Mas foi com a publicação de Os párias, do popularíssimo
Humberto de Campos, que a JO ganha volume e se destaca no
cenário editorial da época.
José Olympio e
Em 1934, o casal se muda para o Rio de Janeiro e abre a Livraria
José Olympio, no lendário número 110 da Rua do Ouvidor.

Vera Pacheco Jordão


O casal se separa em 1940 e Vera deixa a sua marca no catálogo
da JO.

De Amado a Salgado e o tino comercial de José Olympio.

Rubem Braga: “curiosa essa figura de José Olympio – amigo de


presidentes da República, de generais e amigos dos desordeiros
da Lapa”

Carlos Drummond de Andrade: “José Olympio editou com o


mesmo espírito autores de direita, de centro, da esquerda e do
planeta Sirius”.

Em 1936, Graciliano Ramos e Jorge Amado – ambos autores da


casa – foram presos. Isso não impediu de a JO publicar Angústia,
de Ramos, e Mar morto, de Amado, desafiando Filinto Müller,
chefe da polícia de Getúlio

Apesar das prisões desses dois autores, a censura imposta por


Vargas era branda com os livros. Essa política muda com a criação
do Tribunal de Segurança Nacional (TSN).
Passada a Segunda Guerra (39-45), os negócios da JO se voltaram
para o porta-a-porta. Em 1970, essa modalidade correspondia a
75% do faturamento da empresa.
José Olympio e
Em 1964, ano importante na História do Brasil, a JO deixa a Rua Vera Pacheco Jordão
do Ouvidor e se instala – em um prédio próprio – na rua Marquês
de Olinda. Editor se aproxima dos militares. Publica, por exemplo,
livro do general Golbery do Couto e Silva

No fim da década de 1960, cria um braço para os livros didáticos


que cresce rapidamente

Em junho de 1971, estoura uma bolha especulativa e as bolsas do


Rio e de SP vão à pique

Apesar disso, compra, em 1972, a Sabiá, criada por Fernando


Sabino e Rubem Braga

Em 1973, mais um passo: resolve comprar, do irmão de Octalles


Marcondes Ferreira, a Companhia Editora Nacional.
Nessa época, a JO tinha 46 anos de história, 700 autores e perto José Olympio e
Vera Pacheco Jordão
de 30 milhões de exemplares produzidos. O velho José Olympio
sequer colocou as mãos na Companhia Editora Nacional.

Nove anos depois, José Olympio, já com 82 anos, e a sua editora


completamente dilapidada pelo banco estatal, presencia a
compra da editora pelo amigo Henrique José Gregori, na época,
presidente da Xerox no Brasil.

Gregori toca o negócio até a sua morte, em 1990. JO fica


profundamente abalado e menos de um mês depois morre,
enquanto almoçava.

Os herdeiros de Gregori tocaram o negócio até maio de 2000,


quando venderam a José Olympio ao Grupo Editorial Record,
capitaneado na época por Sérgio Machado.

Vera dedicou-se à crítica de artes plásticas, compondo júris de


prêmios e curadoria de exposições. Para comemorar seus 70
anos, segue com amigos para Paris. Lá morre em 1980.
Em 1942, Alfredo Machado funda, com o futuro cunhado, Décio Alfredo e Sergio
Machado e
Guimarães de Abreu, a Record

Em meados da década de 1960, o governo norte-americano

Sônia Jardim
passou a apoiar, com dinheiro, a publicação de livros no Brasil.
Percebendo uma oportunidade, a dupla começa a publicar livros
no Brasil. Sem grande sucesso.

Foi com Os insaciáveis, de Harold Robbins, que essa história


mudou.

Em 1970, Décio termina a sociedade com Alfredo

Entre 1973 e 1974, uma crise que se abateu sobre a Martins,


concorrente de peso da época, abriu caminho para que Alfredo
levasse para a Record nomes como Jorge Amado e Graciliano
Ramos.

Inovou ao investir pesado em publicidade


“Já fui chamado de o ‘rei dos importadores de lixo cultural
estrangeiro’, título que ostendo com muito orgulho porque
Alfredo e Sergio
transformo esse ‘lixo’ no adubo que me permite manter um
pouco viva a árvore da literatura brasileira” Machado e
“Vendo livros como quem vende sabonetes”

“Publico do sublime ao ridículo, mas ganho dinheiro com o


Sônia Jardim
ridículo”

Alfredo morre em 1991, aos 68 anos, em plena sexta-feira de


carnaval, vitima de um tumor cerebral.

Sergio Machado chega na empresa em 1972, aos 24 anos.

Sob a gestão de Sergio, a Record começa a comprar selos. O


primeiro foi a Rosa dos Tempos, fundada por Rose Marie Muraro,
Ruth Escobar e Laura Civita.
Alfredo e Sergio
Em 1995, Sonia Jardim vai para a Record dar apoio a Sergio.
Assume a área financeira.
Machado e
Juntos, dão início ao plano de expansão. Depois da Rosa dos Sônia Jardim
Ventos, veio a BCD, fusão das editoras Bertrand, Civilização
Brasileira e Difel.

Em 2000, adquirem a José Olympio e é aí que a Record passa a


ser chamada de Grupo Editorial Record.

Dois anos depois, compra o selo BestSeller, da família Civita e a


Verus, editora paulista de livros Young Adults.

Em 2012, quando a Record completava 70 anos, os irmãos


compraram a Paz e Terra, de Fernando Gasparian.
Aos 17 anos começa a trabalhar com o pai e o primeiro livro que
apresenta é O menino do dedo verde, de Maurice Druon, que
Geraldo Jordão,
chega a vender dois milhões de exemplares.

Em 1975, quando a JO entra em decadência, Geraldo tenta, sem


Marcos e Tomás
sucesso, comprar a empresa.

Aos 38 anos, funda a Salamandra, sem uma linha editorial muito


Pereira
clara, mas, a partir de 1981, a editora passa por uma
transformação: contrata Ana Maria que leva para o catálogo da
editora nomes como Silvia Orthof, Ruth Rocha, Joel Ruffino dos
Santos e José Paulo Paes.

Foi nesse mesmo ano que Marcos, que tinha acabado de entrar
no curso de engenharia, foi trabalhar com o pai. A exemplo do
pai com a José Olympio, Marcos presenciou o crescimento
meteórico da Salamandra.

Geraldo, prevendo que poderia repetir a história das dores do


crescimento da JO, resolve vender a editora a Ari de Carvalho

Logo depois, Marcos e Geraldo veem a chance de recomprar a


Salamandra.
Nessa nova fase da editora, que coincide com o início da década
de 1990, chega à Salamandra Tomás, irmão mais novo de
Geraldo Jordão,
Marcos. Ele tinha 24 anos e chega cheio de ideias. Ele apresenta
ao pai o livro Muitas vidas, muitos mestres, de Brian Weiss. Marcos e Tomás
A partir daí, a Salamandra passa a publicar livros de autoajuda.

Em 1997, vendem a Salamandra e os direitos de publicação do


Pereira
catálogo de LIJ para Ricardo Feltre, fundador da Moderna

Com o restante do catálogo, fundam a GMT, que dá origem ao


selo Sextante, lançada em 1998

Em 2003, Geraldo lê uma nota pequena na Publishers’ Weekly


sobre O código da Vinci

Diante da insistência do pai, Marcos e Tomás publicam o livro que


transforma a editora e a vida do pai

Geraldo morre em 2008, aos 69 anos. Já sem o pai, os irmãos


criam a Arqueiro para abrigar os títulos de ficção da GMT, que se
consolida como uma das maiores editoras do Brasil
OS COMBATENTES
Em 1935, Caio Prado Jr. é preso por dois anos e depois se exila na
França.
Caio Prado Jr. e
Volta ao Brasil em 1939, em plena ditadura do Estado Novo, e
funda, junto com Monteiro Lobato, e Arthur Neves, braço direito
Caio Graco Prado
de Octalles, a Hoje: o mundo em letra de forma, revista
clandestina que divulgava as ações do PCB e foi a base para a
fundação da Brasiliense, em 1943

O negócio cresce e, em pouco tempo, o negócio se desdobrou na


Livraria Brasiliense e na Gráfica Urupês

Com o golpe de 1964, Caio eleva o tom e publica, em 66, a


coleção História nova Brasil, organizada por Nelson Werneck
Sodré. A ousadia lhe rendeu uma decretação de prisão, que
nunca cumpriu. Só será preso em 67, por conta de uma
entrevista.
Em 1975, Caio Graco Prado, filho do Caio Prado Jr., assume a
Brasiliense e faz uma revolução. Caio Prado Jr. e
Em 1980, lança a coleção Primeiros Passos, inspirado numa
coleção espanhola, e fortemente adaptada à realidade brasileira Caio Graco Prado
pelas mãos de Luiz Schwarcz, que futuramente fundou a
Companhia das Letras.

“Maior êxito na cena editorial brasileira dos últimos anos” – Veja

Depois vieram as coleções Cantadas Literárias – que revelou


Marcelo Rubens Paiva - e Circo de Letras – que apresentou ao
leitor brasileiro nomes como Charles Bukowski e a Geração Beat.

De 1980 a 83, a Brasiliense lançou mais título do que tinha


publicado desde a fundação em 1943.

Caio Prado Jr. morre em 1990, aos 83 anos. Dois anos depois,
Cario Graco Prado morre, em um acidente de moto.

Yolanda Prado assume o negócio e enfrenta uma das maiores


pendengas jurídicas do meio editorial
Em 1940, Jorge começa a sua carreira com o livreiro espanhol
Antonio Herrera Jorge Zahar
Seis anos depois, o velho espanhol resolve se aposentar e Jorge e
seus irmãos resolvem seguir os caminhos do patrão e fundam a
Livraria Ler – Livrarias Editoras Reunidas

Em 1946, os irmãos resolvem fundar a Zahar Editores, que nasce


com o propósito de publicar livros de Ciências Sociais.

Jorge levantava duas bandeiras: a da independência e a da


pluralidade de ideias. E esse apego à liberdade, fez dele um
editor combativo nos anos de chumbo.

Em 1973, uma briga entre os irmãos e Jorge procura novos sócios

Em 1985, a sociedade é desfeita e Jorge recomeça, desta vez com


os filhos, a nova editora, a Jorge Zahar Editor.

Morre em 1998, de problemas cardíacos. A filha Ana Cristina e a


neta Mariana tocam o negócio até 2019, quando a editora é
vendida ao Grupo Companhia das Letras, de Luiz Schwarcz.
Lobato Ênio da Silveira contrata e ele começa a sua carreira em
1943, na Companhia Editora Nacional, onde conhece Cleo, filha
de Octalles, com quem se casa
Ênio Silveira
Em 1948, a direção do selo Civilização Brasileira, que já fazia
parte da Nacional desde 1932.

O pós-guerra foi de pouco desenvolvimento da indústria nacional


de livros. As poucas editoras que sobreviveram foram aquelas
que mantiveram a cautela, o foco na venda por crediário e a
firmeza nos seus nichos. Eram elas, a Melhoramentos explorando
os livros infantis; a Nacional com os didáticos; a José Olympio
com a literatura nacional e a Globo com as traduções.

Esse cenário toma outros contornos com a chegada de JK à


Presidência da República em 1956: isenção do papel importado
em 1957 e o subsídio das tarifas postais.

Na década de 1950, sob a gestão de Ênio, a Civilização Brasileira


saiu de um inexpressivo selo editorial da Nacional para uma das
principais editoras do país.
Em 1962, começa a publicar os provocativos Cadernos do povo
brasileiro. Ênio Silveira
Em 1963, Ênio assume o controle acionário da empresa

Período de alta da inflação, entre 1960 (25,4%) e 1964 (89,9%)

Com o Golpe de 1964, que deu início ao período da ditadura


militar, Ênio se torna ainda mais radical no seu posicionamento
político e paga um preço alto por isso.

O editor assa por sete vezes na prisão entre 1964 e 1969. Em 68,
a Livraria Civilização Brasileira foi alvo de um atentado à bomba.

Na segunda metade da década de 1970, Ênio vende a Civilização


Brasileira para Manuel Bulhosa.

Ênio morre em 1996, em consequência de um edema pulmonar.


Nesse mesmo ano, a Civilização Brasileira, a Difel e a Bertrand se
unem sob o guarda-chuva da BCD União de Editoras

No ano seguinte, a Record incorpora a BCD e a Civilização


Brasileira passa a ser um selo do Grupo Editorial Record.
Em 1965, por indicação de Ernest Fromm, da Agir, começa a
trabalhar como editora na Forense. Rose Marie Muraro
Sai da Forense em 1967, quando se associa a Luís Maranhão e
Heloneida Studart e forma a sua primeira editora, que publicou
as encíclica de João XXIII.

Já em 1969, a convite do frei Ludovico Gomes de Castro, passa a


integrar a equipe da Editora Vozes para onde levar os escritos da
Igreja Progressista.

A vocação católica da empresa não a impede de se posicionar de


forma crítica ao regime ditatorial vivido no Brasil da época.

Um dos livros que lança no período da Vozes é Mística feminina,


da pensadora feminista Betty Friedman que veio ao Brasil em
1971.

Vaticano determina a demissão da dupla e também do frei


Ludovico
Em 1990, ela funda a Rosa dos Tempos, com Alfredo Machado,
da Record, a jornalista Laura Civita, a atriz Ruth Escobar e A Rose Marie Muraro
professora Neusa Aguiar

O primeiro livro é Uma voz diferente, de Carol Gilligan. Na


sequência, publica o livro que Rose considerava o mais
importante de sua trajetória como editora: Martelo das
feiticeiras, tradução para o português de Malleus Maleficarum,
um manual medieval de caça às bruxas lançado originalmente
em 1846.

Quatro anos depois da fundação da Rosa dos Tempos, Alfredo


resolve comprar a parte das sócias e transformar a editora em
um selo da Editora Record

Ela combateu um câncer na medula óssea por cerca de dez anos


até a sua morte aos 83 anos, em 2014.

Em 2018, 12 anos desde a suspensão das atividades da Rosa dos


Tempos, o Grupo Editorial Record resolve relançar o selo.
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