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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL II

RELATÓRIO 3 - LEI DE OHM E RESISTIVIDADE

Equipe: Bruna Giovanna, Euller Oliveira, Josivan Camilo e Mateus Alves

João Pessoa
2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
METODOLOGIA.................................................................................................................................. 5
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................................7
CONCLUSÃO...................................................................................................................................... 18
INTRODUÇÃO
A Primeira Lei de Ohm consiste na interação de corrente (i) e tensão (V) sob a
presença de uma constante que se denomina resistência elétrica (Ω). Por meio de
experimentos, constatou-se que a corrente através de um dispositivo é sempre diretamente
proporcional à diferença de potencial aplicada no dispositivo.¹ De acordo com estes
experimentos, visualiza-se, através da figura 1 abaixo que a corrente pela tensão possui
caráter linear e a resistência do condutor seria o coeficiente angular.
Figura 1: gráfico de tensão em função da intensidade da corrente elétrica;

Fonte:
O comportamento do gráfico acima pode ser descrito pela seguinte equação,
conhecida como lei de ohm:
𝑉 = 𝑅𝐼 (1) Equação: lei de ohm.
em que:
● V = tensão;
● R = constante de proporcionalidade (resistência elétrica do fio);
● I = corrente;
Sabe-se que a maioria dos metais obedece a esta lei e, por este motivo, tais materiais
são chamados de materiais ôhmicos. Observa-se que a resistência de um fio condutor é
proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a sua área A, logo:
𝐿
𝑅 = ρ 𝐴
(2) Equação resistência.

em que:
● ρ = constante de proporcionalidade (resistividade do material);
● L = comprimento;
● A = área;
Vale salientar que outros materiais apresentam um comportamento substancialmente
diferente da Lei de Ohm, neles a dependência entre V e não é uma relação linear e, razão pela
qual, são denominados de materiais não-ôhmicos ou não-lineares.²
METODOLOGIA
O experimento realizado visou analisar a diferença de potencial e corrente de um
circuito para componentes ôhmicos e não ôhmicos. Inicialmente, com auxílio de um
multímetro, mediu-se a resistência de um resistor (componente ôhmico) de 560Ω e de uma
lâmpada incandescente (componente não ôhmico), conforme constam os dados nas tabelas 1 e
2 abaixo.
Figura 2: equipamentos utilizados para medidas de resistência;

Fonte: os autores, 2023.


Em seguida, utilizando uma fonte de tensão variável, resistor de 560Ω e dois
multímetros, foi possível montar um circuito conforme indicava a figura abaixo, medindo 10
pares de valores, com o objetivo de verificar a lei de ohm no resistor:
Figura 3: circuito indicado para verificar a lei de ohm;

Fonte:
Analogamente, a partir do circuito acima, foi possível montar experimentalmente o
circuito.
Após isso, substituiu-se o resistor pela lâmpada incandescente no circuito da figura 2
acima, medindo novamente 10 valores (𝑉, 𝑖), utilizando a escala de 200mA no amperímetro.
Os dados constam na tabela 2 abaixo.
Figura 4: circuito utilizado para avaliar relação entre tensão/corrente em um diodo de LED;

Fonte:
Com o auxílio do circuito representado na figura 4 acima, utilizou-se um resistor e um
LED em série com o intuito de limitar a passagem de corrente total, conforme tabela 3
representada abaixo.
Para medir a resistência em função do comprimento, utilizou-se 3 fios metálicos,
sendo 2 deles feitos de liga metálica com diâmetros de 0,4mm e 0,2mm e um terceiro fio
sendo de cobre, possuindo diâmetro de 0,2mm. Para realização desta etapa, fixou-se um fio
por vez, conectado em série com o resistor de 560Ω, usando um conector do tipo jacaré para
fixação, de forma semelhante a figura 4. Já para realizar a medida de resistência em função do
comprimento do fio, mediu-se separadamente a corrente e a tensão (em função do
comprimento), comparando com a lei de ohm para obtenção dos resultados, sendo conhecida
como medida de 4 pontas. Por fim, para cada fio, ajustou-se a tensão para passagem de
corrente superior a 10mA no circuito. Utilizando a menor escala disponível de medida de
tensão, mediu-se a diferença de potencial em função do comprimento do fio de 20 a 200mm.
Figura 5: circuito montado experimentalmente a partir do circuito da figura 4;

Fonte: os autores, 2023.


RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1: Resistor ôhmico.


Valor nominal (𝛀) Tolerância (𝛀) Valor medido (𝛀) Escala (𝛀) Resolução (𝛀) Incerteza (𝛀) DP (%)

560 5% 553 2𝛍 0,001 0,004 1,25

Tabela 2: Resistor ôhmico.


M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10

V (V) 3,00 1,97 3,50 4,17 4,79 6,57 7,61 9,24 9,80 10,01

i (mA) 5,31 3,56 6,32 7,25 6,65 11,89 13,81 16,80 17,87 16,32

Tensão(V) Escala 20 Resolução 0,01 Corrente(mA) Escala 20 Resolução 0,01

Tabela 3: Resistor não ôhmico: Lâmpada incandescente.

Resistência (𝛀) Escala (𝛀) Resolução (𝛀) Incerteza (𝛀)

0,9 200𝛍 0,1 0,2

Tabela 4: Resistor não ôhmico: Lâmpada incandescente.


M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10

V (V) 4,50 6,20 7,11 8,33 8,86 10,31 10,96 12,07 5,25 2,65

i (mA) 0,40 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 0,50 0,20

Tensão(V) Escala 20 Resolução 0,01 Corrente(mA) Escala 200𝛍 Resolução 0,1

Tabela 5: Resistor não ôhmico: LED.


M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10

V (V) 2,57 2,61 2,65 2,70 2,72 2,81 2,85 2,89 2,93 3,00

i (mA) 0,65 1,27 1,97 3,33 3,94 6,91 8,57 10,85 11,90 15,96

Tensão(V) Escala 20 Resolução 0,01 Corrente(mA) Escala 20 Resolução 0,01

Tabela 6: Tensão em função do comprimento de um fio;


L (mm) 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 i (mA)

Fio 1 14,30 13,40 16,70 15,90 16,00 21,40 25,20 10,30 7,90 6,50 10,63

V (mV) Fio 2 156,10 161,80 163,00 129,00 33,00 32,70 32,50 27,20 26,70 26,50 12,30
Fio 3 56,80 52,80 46,90 45,00 41,00 37,10 33,30 30,20 26,50 22,10 12,24

Resoluçã Corrente( Resoluçã


Tensão(V) Escala 200m o 0,1 mA) Escala 20 o 0,01

Tabela 7: Dados coletados a partir da tabela 2.


V (V) 𝛔v i (mA) 𝛔i R (k𝛀) 𝛔R

3,00 0,03 5,31 0,05 0,565 0,007

1,97 0,02 3,56 0,04 0,553 0,008

3,50 0,03 6,32 0,06 0,554 0,007

4,17 0,03 7,25 0,07 0,575 0,007

4,79 0,03 6,65 0,06 0,720 0,009

6,57 0,04 11,9 0,1 0,553 0,006

7,61 0,05 13,8 0,1 0,551 0,006

9,24 0,06 16,8 0,1 0,55 0,006

9,80 0,06 17,9 0,2 0,548 0,006

10,01 0,06 16,3 0,1 0,613 0,006

Os valores das incertezas calculadas levou em consideração as formulações postas em


sala, sendo:
σ𝑅 = 0, 008 * 𝐿𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 + 𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
σ𝑉 = 0, 005 * 𝐿𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 + 𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
σ𝐴 = 0, 008 * 𝐿𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 + 𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Observamos que o valor médio de R = 0,578 k𝛀 e calculando a incerteza a partir da


propagação de erros teremos como valor σ = 0, 022, logo:

𝑅 = (578 ± 22) Ω

A partir da função proj.lin() foi possível formular a equação linear dos dados, o
mesmo sendo comprovado pela linha de tendência dada pelo gráfico abaixo.
a b

0,55 0,244

0,029 0,346

0,978 0,475

347,41 8

78,39 1,805

Logo, a partir da linearização conseguimos encontrar o valor de R, tendo como


equação base:
𝑅 = 0, 55 + 0, 244/𝑖
Sabendo que R pela equação linear dependerá apenas da corrente teremos como
valores:

i (mA) σi R (k𝛀)

5,31 0,05 0,596

3,56 0,04 0,619


6,32 0,06 0,589

7,25 0,07 0,584

6,65 0,06 0,587

11,9 0,1 0,571

13,8 0,1 0,568

16,8 0,1 0,565

17,9 0,2 0,564

16,3 0,1 0,565

Tendo com isso o valor médio de: R 0,581 k𝛀 e sua incerteza calculada a partir do
desvio padrão de σ = 0, 018
Logo teremos:
𝑅 = (581 ± 18) Ω
Comparando os valores vemos que a resistência obtida a partir da linearização de
função teve consigo um valor com menor incerteza, logo mais preciso. entretanto o valor
medida da resistência foi 553 Ω o que evidencia que os valores obtidos a partir da tabela 7
foram mais precisos.

Tabela 8: Dados coletados a partir da tabela 4.


V (V) 𝛔v i (mA) 𝛔i R (k𝛀) 𝛔R

2,65 0,02 0,2 0,1 13 7

4,5 0,03 0,4 0,1 11 3

5,25 0,04 0,5 0,1 11 2

6,2 0,04 0,6 0,1 10 2

7,11 0,05 0,7 0,1 10 2

8,33 0,05 0,8 0,1 10 1

8,86 0,05 0,9 0,1 10 1

10,31 0,06 1 0,1 10 1


10,96 0,06 1,1 0,1 10 1

12,07 0,07 1,2 0,1 10 1

A tabela foi feita em ordem crescente referenciando a tensão, para um melhor


entendimento do resultado da resistência.
Com isso foi observado que a resistência diminui conforme a tensão aumenta, assim
observamos no gráfico que a linha de tendência se comporta mais parecida com um
polinômio, embora a linearização também possa ser vista.
Comparando os valores de resistência da tabela 3 com três pontos da tabela 4
observamos que o fato da lâmpada está desligada ter um alto valor de resistência, e como o
em lâmpadas incandescentes quanto maior a tensão nela posta, maior será sua luminosidade
observamos que a resistência irá de fato cair bastante com a lâmpada ligada, pois quanto
menor a resistência mais incandescente será a lâmpada.

Tabela 9: Dados coletados a partir da tabela 5.


V (V) i (mA) 𝛔v 𝛔i R (k𝛀) 𝛔R

2,57 0,65 0,02 0,11 4,0 0,6

2,61 1,27 0,02 0,11 2,1 0,2


2,65 1,97 0,02 0,12 1,35 0,08

2,70 3,33 0,02 0,13 0,81 0,03

2,72 3,94 0,02 0,13 0,69 0,02

2,81 6,91 0,02 0,16 0,41 0,01

2,85 8,57 0,02 0,17 0,333 0,007

2,89 10,85 0,02 0,19 0,266 0,005

2,93 11,90 0,02 0,20 0,246 0,005

3,00 15,96 0,03 0,23 0,188 0,003

A partir dos dados da tabela é possível notarmos a não linearidade dos elementos,
observando uma linha de tendência semelhante a uma ln(x), assim os valores da tensão terão
de ser bem definidos a fim de não queimar o led. Outro ponto importante é que o led funciona
como diodo, logo existirá uma polaridade que terá de ser seguida, essa polaridade estando
reversa a resistência tenderá ao infinito impedindo a passagem de corrente.

Para a análise dos fios considerar:


Fio 1 = liga metálica com 0,4 mm
Fio 2 = cobre 0,2 mm
Fio 3 = liga metálica com 0,2 mm

Tabela 10: Resistência calculada com os dados da tabela 6, Fio 1.


V (mV) i (mA) 𝛔v 𝛔i R (𝛀) 𝛔R

14,3 10,63 0,2 0,19 1,35 0,03

13,4 10,63 0,2 0,19 1,26 0,03

16,7 10,63 0,2 0,19 1,57 0,03

15,9 10,63 0,2 0,19 1,50 0,03

16,0 10,63 0,2 0,19 1,51 0,03

21,4 10,63 0,2 0,19 2,01 0,04

25,2 10,63 0,2 0,19 2,37 0,05

10,3 10,63 0,2 0,19 0,97 0,02

7,9 10,63 0,1 0,19 0,74 0,02

6,5 10,63 0,1 0,19 0,61 0,02

Tabela 11: Resistência calculada com os dados da tabela 6, Fio 2.


V (mV) i (mA) 𝛔v 𝛔i R (𝛀) 𝛔R

156,1 12,30 0,9 0,20 12,69 0,22

161,8 12,30 0,9 0,20 13,15 0,22

163,0 12,30 0,9 0,20 13,25 0,23

129,0 12,30 0,7 0,20 10,49 0,18

33,0 12,30 0,3 0,20 2,68 0,05

32,7 12,30 0,3 0,20 2,66 0,05

32,5 12,30 0,3 0,20 2,64 0,05

27,2 12,30 0,2 0,20 2,21 0,04

26,7 12,30 0,2 0,20 2,17 0,04

25,5 12,30 0,2 0,20 2,07 0,04


Tabela 12: Resistência calculada com os dados da tabela 6, Fio 3.
V (mV) i (mA) 𝛔v (V) 𝛔i (mA) R (𝛀) 𝛔R

56,8 12,24 0,4 0,20 4,64 0,08

52,8 12,24 0,4 0,20 4,31 0,08

48,9 12,24 0,3 0,20 4,00 0,07

45,0 12,24 0,3 0,20 3,68 0,07

41,0 12,24 0,3 0,20 3,35 0,06

37,1 12,24 0,3 0,20 3,03 0,05

33,3 12,24 0,3 0,20 2,72 0,05

30,2 12,24 0,3 0,20 2,47 0,04

26,5 12,24 0,2 0,20 2,17 0,04

22,1 12,24 0,2 0,20 1,81 0,03

No desenvolvimento dos gráficos foram feitas regressões lineares (R = aL + b) para


ajustar da reta, embora por conter uma variação muito grande entre os intervalos gerados
possivelmente por mal contato com o fio ou toques acidentais com pouca precisão notamos
que a regressão linear bem definida foi vista apenas no fio 3, liga metálica de 0,2 mm, o que
implica dizer que pode de fato ter úmero na leitura.

Figura 9: Gráficos de resistência em função do comprimento dos fios 1, 2 e 3


respectivamente.
No desenvolvimento dos gráficos foram feitas regressões lineares (R = aL + b) para
ajustar da reta, embora por conter uma variação muito grande entre os intervalos gerados
possivelmente por mal contato com o fio ou toques acidentais com pouca precisão notamos
que a regressão linear bem definida foi vista apenas no fio 3, liga metálica de 0,2 mm, o que
implica dizer que pode de fato ter úmero na leitura.
Usando a regressão linear obtemos os seguinte valores para a resistência

liga metálica cobre liga metálica

L (mm) 0,4 0,2 0,2

R (𝛀) 1,6 12 4,0

𝛔R 0,3 2 0,7

Tendo por base a resistência do material obtermos a resistividade do material.

Fio 1 Fio 2 Fio 3

Resistividade
(𝛀mm²/ m) 1,00E-01 1,77E-01 6,08E-02
𝛔 Resistividade 1,83E-03 1,23E-02 4,09E-03

Comparando os fios de diâmetro diferente, mas com a mesma matéria vimos que a
resistividade não bate, e como o fio 3 teve uma linearidade constante ele foi usado de base
para obtermos o material Latão, se levado em consideração o Fio 1 o material será Ferro. A
diferença como mencionada pode ter sido posta por erro de leitura.

Tabela de resistividade.

Fonte: z-dn.net
Quando comparado ao valor real da resistividade do cobre, com o calculado vimos que
o seu valor também não bate, enfatizando um possível erro de leitura.
CONCLUSÃO
Através do experimento “Lei de Ohm e Resistividade”, percebeu-se que a função do
resistor (R) é de apenas limitar a corrente no circuito, uma vez que os fios metálicos possuem
uma resistência muito baixa. A prática é de extrema importância por possuir como foco a
demonstração do funcionamento aplicado a Lei de Ohm, analisando materiais ôhmicos e não
ôhmicos, sendo possível determinar a resistividade em um fio metálico. Portanto, também foi
possível visualizar que ao montar um circuito com diferentes tipos de fio e resistor, percebe-se
a variação da resistividade de acordo com a distância, entretanto o experimento se mostrou
bastante complexo na realização da leitura correta, o que acarretou em resultados diferentes
do real.

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