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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS I - CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

CURSO DE HISTÓRIA

DISCIPLINA: Historiografia I

PROFESSOR: Alberto Edvanildo Sobreira Coura

ALUNA: LARISSA MIKAELY DE FARIAS

Monteiro, Luira Freire. Retorica de alteridade: Portugal e portugueses na


historiografia brasileira/ Luira Freire Monteiro-5o Paulo: Hedra, 2016 Pág. 75-
92 (item 2.3).

Fichamento: A admirável monarquia bragantina

1. Problema central:

A família bragantina para Varnhagen, a percepção mística do Brasil enquanto


colônia até a chegada de Dom João VI. A moldura das suas fontes e fatos
construindo o mosaico histórico a sua maneira, da forma que satisfaça e a quem
aceita as mesmas ideias do imperador, solidificando uma narrativa em que
coloca a figura de Dom João VI como herói bondoso e Dom Pedro I como herói
do Brasil e de Portugal

2. Posicionamento da escritora:

O sub item é um texto expositivo, a autora ao longo do texto vai explicando as


concepções e definições que o historiador Varnhagen usou para escrever a
história geral do brasil, e a família bragantina. A autora explica as construções
de narrativas usada por Varnhagen que tenta mostrar que a essência que o
Brasil buscava estava no passado sempre dando ênfase na essência
portuguesa, sobretudo, a definição de heroísmo em volta da figura do Rei Dom
João VI, ela expõe as contradições encontradas nos escritos de Varnhagen
sobre os portugueses, a exemplo:

• nosso historiador criou, mesmo a contragosto, o povo português como


contrário aos desejos de seu rei. As lutas liberais, na narrativa de
Varnhagen, foram do interesse apenas dos portugueses, voltadas apenas
para as suas benesses, e não para o rei, para seus herdeiros, para a
dinastia de Bragança, e muito menos para o Brasil. (pág.79)

ou seja, podemos observar aqui que não havia uma unificação uníssona como
descrevia Varnhagen, havia diversas insatisfações por parte dos portugueses.

• O excelente governo de D João vi não estava apenas no seu perfil de


homem bom, mas na sua capacidade de manter unidade entre as partes
constituintes do Brasil e de estabelecer a ordem, sufocando as
insurreições locais. [...] A forma como o historiador abordou a questão é
denunciadora de sua parcialidade, ao construir uma história de heróis
portugueses, de reis magnânimos, de governos de paternais doçuras,
embora incapaz de lançar olhos para as necessidades e súplicas do povo
brasileiro. (pág. 87- 88)
Podemos evidenciar a parcialidade por parte do historiador, ele não consegue
esconder a relação de admiração que tinha pela família real, visto que o mesmo
se considerava mais português do que brasileiro com uma percepção
extremamente seletiva e eurocêntrica.

Por fim, a autora evidencia as fachadas usada para esconder as rupturas


existentes e seu esforço para solidificar a família bragantina como figuras
essenciais para a construção da nação brasileira, salientando sempre que o
Brasil jamais poderia viver sem a presença portuguesa, assim como as negações
e as percepções elitista vinda do historiador compreendo também o seu lugar
social .

3. Ideias centrais do texto:


✓ Um cenário da união do Brasil e Portugal, assim como uma
emancipação sem lutas, nem discórdias.
✓ A definição de heroísmo com ênfase na figura de D João VI.
✓ Omissão do contexto social da época e antes dela.
✓ Os Bragança como afeto demasiado pelo Brasil e vice versa.
✓ O sobrenatural como narrativa fluente em volta da família real.
✓ O Brasil eternamente grato por Portugal principalmente pela família
real, assim como o estabelecimento da monarquia como
continuidade do legado português consagrada pela figura de Dom
João VI, dom Pedro I e a regência como legitimidade dessa politica

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