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FICHAMENTO

Referência: CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. Remate de Males, Campinas, SP,
2012. DOI: 10.20396/remate.v0i0.8635992.
Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8635992. Acesso em: 8
dez. 2022.

- O texto é fruto de uma conferência. A presente edição foi publicada em um número especial da revista
acadêmica do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp,
Remate de Males, no ano de 1999 e reeditado em 2012. A publicação fora um gesto em comemoração
pelos 80 anos do crítico (em 1998). A edição é composta por catorze textos de Antônio Candido, até então
inéditos em livro. “A literatura é a formação do homem” é o décimo texto da coletânea. Sendo ele, uma
conferência pronunciada na XXIV Reunião Anual da SBPC, S.P. julho de 1972 e publicada em Ciência e
Cultura. S.P. no 9, vol. 24, 09 setembro de 1972. p. 803-9.

Na seção de Apresentação da revista Remate de Males, os organizadores, Antonio Arnoni Prado, Maria
Eugenia Boaventura e Orna Messer Levin, destacam que estes são
“textos esparsos alinhados de uma perspectiva cronológica, para garantir a melhor apreciação do leitor em
relação à progressão dos temas e sua articulação no conjunto. São conferências, ensaios de sociologia,
de antropologia, resenhas de circunstância, além de alguns estudos de análise literária, que deixam claros
os sinais evidentes da evolução de um pensamento crítico. Pensamento este que formula questões e as
desenvolve no curso do tempo, renovando-as na dialética de um método que nunca se fecha à conclusão
categórica e à retomada de seus desdobramentos posteriores”

A literatura e a formação do homem


A função humanizadora da literatura é a capacidade que ela tem de confirmar a humanidade do homem.
Algo que exprime o homem e depois atua na sua formação

I.
Qual é o papel que a literatura desempenha na sociedade? Qual é a sua função?
Para responder a tal pergunta, Cândido contrapõe à noção de função a de estrutura. E, por fim, defende
que um enfoque não deve ser substituído pelo outro, ao considerar que:
“há no estudo da obra literária um momento analítico, se quiserem de cunho científico, que precisa deixar,
em suspenso, problemas relativos ao autor, ao valor, à atuação psíquica e social, a fim de reforçar uma
concentração necessária na obra como objeto de conhecimento; e há um momento crítico, que indaga
sobre a validade da obra e sua função como síntese e projeção da experiência humana” p. 82

Ao realizar a comparação entre as duas abordagens, o autor:

Primeiro faz uma crítica aos estruturalistas, afirmando que “os estruturalistas optam, porque acham que é
possível conhecer a história [e, por conseguinte, a função social] ou a estrutura, mas não a história e a
estrutura. Os dois enfoques seriam mutuamente exclusivos” p. 81

Em seguida, explica como as duas abordagens trabalham com a literatura:


Estrutura = estática
“[concetra-se] na obra tomada em si mesma (o que aliás ocorria em outras orientações teóricas
anteriores), mas [a relaciona] a um modelo virtual abstrato, que seria a última instância heurística. Isto
provém do desejo de chegar a um conhecimento de tipo científico, que supera o conhecimento demasiado
contingente da obra singular em proveito de tais modelos genéricos, a que ela se subordina e de que é
uma manifestação particular; e que, portanto, a explicam. Eles não seriam a-históricos, mas talvez trans-
históricos, porque possuem generalidade e permanência muito maiores, em relação às manifestações
particulares, (obras) que passam para segundo plano como capacidade explicativa. Através da mudança
das manifestações particulares, eles permanecem, como sistemas básicos e como princípios de
organização, escapando até certo ponto à história, na medida em que são modelos; mas integrando-se
nela, quando vistos em suas manifestações particulares” p. 81
“O ponto de vista estrutural consiste em ver as obras com referência aos modelos ocultos, pondo pelo
menos provisória e metodicamente entre parênteses os elementos que indicam a sua gênese e a sua
função num momento dado, e que, portanto, acentuam o seu caráter de produto contingente mergulhado
na história. P. 82

História/função social = dinâmica (A função é vista como uma noção que passava por uma crise à época)
“a ideia de função provoca não apenas uma certa inclinação para o lado do valor, mas para o lado da
pessoa; no caso, o escritor (que produz a obra) e o leitor, coletivamente o público (que recebe o seu
impacto). De fato, quando falamos em função no domínio da literatura, pensamos imediatamente (1) em
função da literatura como um todo; (2) em função de uma determinada obra; (3) em função do autor, —
tudo referido aos receptores. p. 81

II.
“citação” p.
Conceito =

 Tópicos;

III.

“citação” p.
Conceito =

 Tópicos;

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