Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURITIBA
2017
1
FABIANO DE LIMA
CURITIBA
2017
2
1. RESENHA
O título do livro é “A Paixão” e foi escrito por Geza Vermes. A obra foi
estruturada em quatro capítulos, que tratavam de temáticas diferentes, porém ligados
e perfazendo uma linha de pensamento.
Vejamos: no primeiro capítulo as preliminares históricas e literárias; no segundo
capítulo os relatos da Paixão segundo os evangelistas; no terceiro capítulo os relatos
da Paixão são comparados entre si e também com fontes externas ao Novo
Testamento e no quarto, e último, capítulo é realizado o desenlace.
Prefácio
Prólogo
Jesus pode ser interpretado de várias maneiras: para alguns ele é visto como
um curandeiro para outros, exorcista, porém ele era muito procurado pelas multidões
de pessoas doentes e excluídas. Tudo isso fez com que os escribas e presidentes das
sinagogas o recriminassem e o perseguissem.
Ele fazia curas aos sábados, por isso insuficientemente versado em teologia
judaica, alguns escribas galileus murmuravam “blasfêmia” quando Jesus proclamou
que curar era equivalente ao perdão dos pecados.
Na Galileia e na sua chegada em Jerusalém, Jesus é retratado como herói de
uma multidão jubilosa e acolhedora. Marcos, Mateus e João descrevem a
aproximação de Jesus da capital com uma entrada triunfal universalmente aclamada.
Lucas atribui o ânimo de festividade ao grupo dos discípulos que acompanhavam
Jesus.
Até a sua prisão, Jesus parece ter sido o bem-amado do povo camponês
galileu, e mesmo calorosamente acolhido pela multidão judaica em Jerusalém. Então
Jesus se torna objeto de ódio dos líderes do judaísmo, dos sacerdotes e do Sinédrio,
3
e também do povo judeu. Ninguém falava nada ao seu favor. A multidão o execrou.
Todas as pessoas, “os Judeus”, pediram a sua morte e instigaram o governador
romano a crucificá-lo.
As Fontes
O contexto histórico
Seu ministério teve início, provavelmente, por volta do ano 29 d.C. O Evangelho
de João relata duas ou três Páscoas, o que nos leva a compreender que foram ao
menos três anos. Já os Evangelhos sinópticos mencionam somente uma Páscoa e
uma visita a Jerusalém, esta provavelmente é a mais correta. Nos Evangelhos
Sinópticos, por outro lado, só são mencionadas uma Páscoa e uma única visita a
Jerusalém.
Essa cronologia mais curta é historicamente a mais provável. Os evangelhos
diferem em relação ás circunstâncias da execução de Jesus, mas afirmam
unanimemente que ela aconteceu ao cabo de um breve julgamento ou de dois
julgamentos consecutivos. Dois tipos de cortes funcionavam na Palestina do século I
d.C., tanto sob o governo romano como sob o herodiano.
A Mixná é o código legal rabínico mais antigo. Nele contém o Sinédrio que relata
detalhadamente os vários tribunais judaicos e suas regras processuais. Ela menciona
três tipos de tribunais: no nível mais baixo está o tribunal local que pode somente tratar
das questões civis rotineiras, nele haviam três juízes ou árbitros; a corte intermediária
composta por 23 juízes e tratava dos crimes e caso que envolviam a pena de morte;
a corte suprema de Mixná ou Sinédrio composto por 71 juízes, situada em Jerusalém.
As sessões eram realizadas na Câmara da Pedra Talhada.
Pela lei escritural, nenhuma pessoa poderia ser sentenciada a morte sem o
testemunho concorrente de pelo menos duas testemunhas. Outra processual do
grande Sinédrio estabelecia que sentenças capitais jamais poderia ser pronunciada
no mesmo dia da audiência na corte; o decreto da condenação tinha de esperar até o
dia seguinte. O fato de a corte não funcionar no sábado é obvio.
Penas de morte
1° A Última Ceia
2° A Prisão de Jesus
Quanto à prisão de Jesus, João designa o local como um jardim no outro lado
do Vale do Cedron, não o chama de Getsêmani, pois para ele aquela não era a
primeira visita de Jesus a Jerusalém, ele pode observar que o lugar foi regularmente
frequentado por Jesus em ocasiões anteriores. João fala da chegada dos soldados
romanos que tinham apoio moral de oficiais judeus.
Em suma, os quatro evangelistas nos deixaram tradições similares exceto por
três aspectos: primeiramente a data do evento que em João ocorreu antes da Páscoa
7
e durante a festa da Páscoa nos sinópticos; por segundo a porta que leva a questão
da identidade dos membros do grupo de captura guiado por Judas; e por último a
sequência da história na qual Jesus foi levado numa direção segundo João, e em
outra segundo os Sinópticos.
Para João Jesus é levado até Anás, que envia o prisioneiro amarrado até o
sumo sacerdote Caifás.
João não fala sobre o julgamento de Jesus por um tribunal judeu e Lucas omite
a sessão noturna do Sinédrio. Contudo, os quatro evangelistas juntam-se mais uma
vez em seu relato dos acontecimentos da manhã seguinte.
João não relata encontro dos chefes dos sacerdotes com o seu conselho; Jesus
é enviado da casa do sumo sacerdote para a residência de Pilatos em Jerusalém no
palácio de Herdodes. Os evangelistas sinópticos descrevem a reunião dos membros
8
6° O Suicídio de Judas
Marcos e Mateus não mencionam a acusação de Jesus. Já Lucas faz com que
os representantes judeus acusem Jesus de sedição. João descreve Pilatos como uma
pessoa amável e que cooperava.
Para Lucas o diálogo entre Pôncio Pilatos e os chefes dos sacerdotes existem
dois pontos importantes: o primeiro afirma que os chefes dos sacerdotes estão
acompanhados por multidões; depois Jesus é retratado por seus acusadores como
subversivo que fomentado tumulto desde a Galileia.
Por Jesus ser um Galileu Pilatos tem a oportunidade de entregar um caso que
não lhe agrada ao governante da Galiléia, pois acreditava que Herodes daria conta da
situação.
1. Pilatos é avisado pela esposa para não se envolver com "esse justo";
2. Antes de sentenciar Jesus à morte na cruz, o governador protesta a sua
própria inocência, simbolicamente a de todos os romanos, lavando as
mãos em público da sangrenta inculpação de Jesus;
3. Além de justificar Roma, Mateus almeja colocar a responsabilidade pelo
assassinato de Jesus inteira e completamente nos ombros de toda a
raça judaica, presente e futura, fazendo "todo povo" responder: "O seu
sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos".
11° A Crucificação
A morte de Jesus segundo Marcos e Mateus foi rápida, ocorreu as três horas
da tarde, depois de seis horas agonizando na cruz. Em João o tempo entre a
crucificação e a morte é reduzido a três horas, ou seja, de meio-dia ás três da tarde.
Os Evangelhos Sinópticos descrevem milagres que precedem e sucedem a
morte de Jesus. No Quarto Evangelho não há espectadores. O pequeno grupo
permanece ao pé da cruz não é o mesmo dos Sinópticos.
g) Ele foi enterrado na rocha e a entrada foi fechada por uma grande pedra.
Os judeus
Caifás
Jesus
Recapitulando
pontuais, Vermes amplia seu estudo para um contexto mais amplo e polêmico, ao
sugerir que os relatos dos evangelistas foram distorcidos de modo a culpar os judeus,
e não os romanos, pela morte de Jesus, o que teria servido de ponto de partida para
mais de dois mil anos de antissemitismo por parte dos cristãos.
Análise